Acre
Após atingir segunda maior cota histórica, Rio Acre baixa 19 centímetros em 24 horas na capital
Após registrar a segunda maior enchente desde 1971, quando os níveis dos rios acreanos passaram a ser monitorados, o Rio Acre, na capital, começou a dar sinais de vazante nesta quinta-feira, 7. Em 24 horas, ele baixou 19 centímetros. Às 9h de quarta-feira, 6, o manancial atingiu 17,89 metros, sendo a segunda maior cota registrada. Já às 9h desta quinta, o manancial registra 17,70 metros.
Em Rio Branco, o nível do Rio Acre permanece acima dos 17 metros desde o dia 29 de fevereiro. De acordo com a Defesa Civil Estadual, em toda a extensão da Bacia do Rio Acre a situação é de vazante, exceto em Porto Acre. Já no Juruá, os rios ainda continuam subindo lentamente.
“Desde Assis Brasil, Brasileia, Xapuri, Capixaba e em Rio Branco o rio baixou bastante em relação a cota máxima, que foi, até agora, de 17,89 metros. Nas outras Bacias, os rios continuam baixando também, mas em Cruzeiro do Sul sobe lentamente, o que está sendo acompanhado pela Defesa Civil na cidade que é bem estruturada”, destacou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista.
Ele alerta que março e abril ainda são considerados meses de muita precipitação pluviométrica e que os órgãos de Proteção e Defesa seguem fazendo o monitoramento constantemente.
“A gente tem histórico de muitas chuvas ainda nestes dois meses e até mesmo de inundações. A gente continua com toda a estrutura do sistema estadual de prontidão, caso retorne e volte a subir os rios em alguma cidade ou até mesmo por inundações de igarapés”, explicou.
O coordenador destaca ainda que as previsões apontam que com exceção do Juruá, as demais Bacias do estado devem ficar oscilando, mas sem causar muitos transtornos à população.
“As previsões ainda são de chuvas até o mês de abril aqui no nosso estado. Os órgãos estaduais continuam em monitoramento, em apoio imediato nas ações humanitárias, ações de restabelecimento e apoio às prefeituras dessas cidades atingidas”, enfatizou.
Com relação às chuvas, os órgãos continuam em alerta. Nos últimos sete dias, segundo a Defesa Civil, choveu mais de 140 milímetros. “A previsão das próximas 24 horas, conforme a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, é de aproximadamente 50 milímetros de chuvas. Então, a gente continua monitorando, principalmente aqui a bacia dos igarapés, para acompanhar a possibilidade de enxurradas. No mês de março, a previsão de chuvas é entre 30 e 50 milímetros na capital nos próximos sete dias, e a gente fica fazendo esse acompanhamento, ver se essa previsão vai se concretizar ou não.”
Força-tarefa
Desde que os rios do estado apresentaram elevação, o governo do Acre tem se tornado presente em todas as regionais com equipes coordenadas por secretários e presidentes de autarquias. A medida foi uma forma de o governo estar mais próximo das prefeituras e agilizar o apoio às famílias atingidas.
Em todo o Acre, a Defesa Civil contabiliza mais de 120 mil pessoas atingidas com a cheia dos rios. Para todos os estados, foram enviadas toneladas de alimentos e também medicamentos, kits de limpeza e higiene e outros suprimentos.
Só para Terras Indígenas em Marechal Thaumaturgo, Assis Brasil, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, foram levadas 48 toneladas de alimentos por meio da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi).
O Acre está com 19 cidades em emergência, sendo que em 17 há o reconhecimento do governo federal, que já enviou mais de R$ 24 milhões de recursos para ajuda humanitária.
Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional e do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Waldez Goés e Marina Silva, estiveram no Acre na segunda-feira, 4, para ver a situação das cidades atingidas pela cheia e reforçar o apoio da União tanto nas etapas de assistência, como de recuperação.
Com decreto assinado pelo governador Gladson Cameli e publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de quarta-feira, 6, o governo do Acre autorizou a antecipação do pagamento do adicional de férias e de 50% da gratificação natalina aos servidores públicos diretamente afetados pelas enchentes dos rios e igarapés.
Com base nos dados de ocorrências disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) nas 14 cidades mais críticas, há 102 abrigos públicos atendendo 10.333 pessoas desabrigadas. Ainda há 18.5222 pessoas desalojadas, ou seja, que foram para casa de familiares ou amigos. Além disso, em Cruzeiro do Sul, 19.694 pessoas foram atingidas pela cheia do Rio Juruá.
Comentários
Acre
Acre vai sediar encontro nacional de aeromodelismo
Pilotos de aeromodelismo todo Brasil irão se reunir em Rio Branco (AC), para o 5º encontro nacional da modalidade, previsto para acontecer nos dia 15,16 e 17 de novembro.
O evento, organizado pelo clube de aeromodelismo do Acre, com apoio do governo estadual por meio da Secretaria de Esporte e Lazer, vai acontecer na pista Sergio Barros, localizada na estrada do Mutum, km 02.
Segundo o Clube Acreano da modalidade, são esperados dezenas de pilotos, de todas a s regiões do país. O evento tem cunho esportivo e educacional. Além das apresentações das miniaturas, vai mostrar o quanto esse esporte cresceu no Acre e no Brasil.
A entrada é gratuita e a estrutura vai ofertar praça de alimentação, stands uma mini exposição de aeromodelos.
Comentários
Acre
Servidora pública é palestrante no Colégio Americano dos Cirurgiões, a maior congregação de cirurgiões do mundo
A médica Fernanda Lage, cirurgiã pediátrica da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), foi palestrante no Congresso Anual 2024 do American College of Surgeons(ACS), o Colégio Americano dos Cirurgiões, a maior congregação de cirurgiões do mundo, o evento foi realizado no final de outubro na cidade de São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos.
O ACS é uma Sociedade científica que reúne cirurgiões de todo mundo e promove excelência no cuidado e desenvolvimento de lideranças para impulsionar a qualidade da assistência cirúrgica da população mundial.
Com vasta experiência e ótimo resultado no tratamento das doenças cirúrgicas das crianças, principalmente das malformações congênitas, (aqueles problemas que já nasceram com os bebês), Dra. Fernanda Lage já é conhecida por varias famílias acreanas.
Dra. Fernanda é Acreana de coração e de direito, já que recebeu a cidadania tanto acreana com rio-branquense, além do titulo “Mulher de Destaque 2021” da Assembleia Municipal.
Em 2018 foi premiada pelo Colégio Americano em reconhecimento à qualidade e dedicação com que desempenha seu trabalho como única cirurgiã pediátrica do Estado do Acre desde 2005.
Desde 2019 ela é membro titular do Colégio Americano, atualmente fazendo parte do Comitê de Relações Internacionais e representando a diretoria do Capitulo Brasileiro dentro do ACS, com participação ativa na programação científica do congresso.
Esse ano, Fernanda foi responsável por organizar na grade científica do Congresso um painel sobre Cirurgia Global, levando sua experiência, apresentando seus resultados e discutindo aspectos práticos e experiências bem-sucedidas de projetos de cirurgia global com profissionais de várias partes do mundo.
No evento, ela reuniu palestrantes médicos de Harvard com profissionais que implementaram programas de sucesso em países do continente africano e do Oriente Médio. “Minha ideia foi contribuir na construção de um conhecimento coletivo, que facilite a implementação de programas para a melhoria das condições de saúde das populações mais necessitadas do mundo, voltado para o tratamento das doenças cirúrgicas”, explica.
Apesar das diferenças culturais entre os diversos países e regiões do mundo, os problemas de falta de acesso a atenção à saúde de qualidade são relativamente semelhantes, e iniciativas que foram efetivas em um lugar podem ajudar na solução de problemas em outro lugar.
A experiência do Acre desde o inicio do milênio, com implementação do ensino médico de qualidade e desenvolvimento de várias especialidades médicas, é um exemplo a ser seguido. Lage participou desde o inicio, e até hoje tem atuação importante tanto na Faculdade de Medicina como na Residência Médica do Estado, tendo contribuído com a formação de inúmeros médicos em atuação hoje no Estado, de diferentes especialidades.
Durante o congresso Americano, houve um reconhecimento internacional do modelo de formação médica desenvolvido no Acre como estruturante para a construção de um sistema de saúde robusto, capaz de absorver as demandas da sua população.
A médica foi, ao final do evento, convidada para compor a partir de agora a Diretoria Executiva do ACS, em reconhecimento ao seu papel de liderança e comprometimento com a missão da instituição.
“Definitivamente o Acre está fazendo história e marcando presença no cenário da Cirurgia Global Internacional, movimento que tem potencial para atrair importantes parcerias estratégicas para o desenvolvimento de nossa saúde”, afirma.
Atualmente a Dra Fernanda Lage atua na Maternidade Bárbara Heliodora – Hospital da Criança (SASMC), atendendo recém nascidos e crianças internadas, e na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), onde realiza atendimento ambulatorial e cirurgias eletivas.
“Assim consigo acompanhar meus pacientes desde o nascimento, prestando cuidados e cirurgia no período neonatal, até eles se tornarem adultos através do acompanhamento ambulatorial. Estou muito emocionada e realizada com o reconhecimento internacional do meu trabalho, que é fruto de muito esforço e dedicação aos meus pacientes e alunos. Já tenho o carinho de muitas famílias acreanas que cuido há muito tempo. Poder levar o exemplo de como uma pessoa dedicada pode fazer a diferença em sua comunidade é uma oportunidade muito boa, pois posso inspirar outros médicos, principalmente os mais jovens, a seguirem o mesmo caminho, servindo assim como multiplicadora”, pontua Dra Fernanda Lage.
Comentários
Acre
Custo das cestas básicas aumenta em Assis Brasil: Pesquisa feita por discentes da UFAC aponta impactos na vida dos trabalhadores
Em outubro de 2024, a cidade de Assis Brasil, localizada no Acre, registrou aumentos significativos no custo das cestas básicas alimentares e de limpeza doméstica, segundo uma pesquisa detalhada realizada por alunos do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC). A pesquisa revelou que a cesta básica alimentar subiu 18,66% em comparação com setembro, enquanto a cesta de limpeza doméstica teve alta de 10,76%. Por outro lado, a cesta de higiene pessoal apresentou uma queda de 28,76%, refletindo a variação nos preços de produtos essenciais. A coleta de dados foi realizada em 10 estabelecimentos comerciais, incluindo mercados varejistas de diferentes portes, açougues e panificadoras, distribuídos em cinco bairros de Assis Brasil.
A pesquisa foi conduzida pelos alunos da UFAC como parte de um projeto de extensão que busca monitorar os preços dos itens de consumo essencial, promovendo maior transparência e conscientização sobre a economia local. Um dos responsáveis pelo estudo, João Sales de Moura Filho, discente de Economia da UFAC, comentou sobre a importância da pesquisa: “Nosso objetivo é fornecer dados atualizados para que a população compreenda como a inflação impacta diretamente o orçamento familiar. Esse aumento de quase 19% na cesta alimentar é expressivo e afeta diretamente as pessoas que vivem com o salário mínimo”.
Aumento no Custo dos Alimentos e Tempo de Trabalho Necessário
A cesta básica alimentar, que em setembro custava R$ 476,61, passou para R$ 489,63 em outubro, registrando um aumento de R$ 13,02. O estudo constatou que, dos 14 produtos monitorados, 8 apresentaram elevação nos preços. Entre os itens que mais influenciaram esse aumento, destacaram-se o tomate, com uma alta de 27,74%, seguido por manteiga (18,20%), café (5,92%) e carne (2,26%). Esses produtos são essenciais no dia a dia das famílias, e o impacto no preço compromete significativamente o orçamento.
De acordo com João Sales, o aumento do preço do tomate está relacionado a problemas de produção. “Observamos, com base no Resumo Executivo Prohort da Conab, que a alta do tomate ocorre devido ao esgotamento das áreas de colheita disponíveis, o que reduziu a oferta e pressionou o preço ao longo do mês”, explicou João.
Para adquirir os produtos da cesta básica alimentar, um trabalhador de Assis Brasil que ganha o salário mínimo precisou dedicar 76 horas e 17 minutos de trabalho em outubro, um acréscimo de 1 hora e 34 minutos em relação ao tempo necessário em setembro. “Essa elevação reflete como a inflação torna o custo de vida mais pesado para quem já vive com orçamento apertado”, pontuou João.
Custos de Limpeza e Higiene Pessoal: Impacto e Contradições
Os produtos de limpeza doméstica também registraram alta, fazendo com que o valor da cesta subisse para R$ 84,73. Produtos como inseticida (9,31%), vassoura piaçava (3,79%) e detergente (3,12%) foram os que mais contribuíram para o aumento. Para adquirir essa cesta, um trabalhador precisou de 13 horas e 12 minutos de trabalho, 19 minutos a mais do que em setembro.
Em contrapartida, a cesta de higiene pessoal apresentou uma redução de 28,76%, custando R$ 35,22 em outubro. Segundo a pesquisa, os itens que mais caíram de preço foram barbeador descartável (-17,29%), papel higiênico (-9,30%) e creme dental (-6,52%). João comentou sobre o comportamento dos preços: “A queda no custo dos produtos de higiene se deve, em parte, à sazonalidade e à oferta maior desses itens no mercado. No entanto, esse alívio no preço de higiene não compensa o impacto da alta nos alimentos e produtos de limpeza”.
Participação das Cestas no Salário e Comparação com Rio Branco
O estudo da UFAC também revelou o peso das três cestas básicas (alimentar, limpeza e higiene) no salário de um trabalhador que recebe um salário mínimo de R$ 1.412,00. Em outubro, as cestas consumiram 43,17% do salário bruto e, ao considerar o valor líquido após o desconto da Previdência Social, a participação subiu para 46,67%. João reforça que o peso das cestas no salário é preocupante: “Quando quase metade do salário é consumida por itens básicos, isso reduz a capacidade de consumo em outras áreas, comprometendo a qualidade de vida”.
A pesquisa comparou ainda o custo da cesta básica alimentar de Assis Brasil com a de Rio Branco, mostrando que a cesta de Assis Brasil ficou abaixo dos valores observados na capital. Enquanto em Assis Brasil a cesta alimentar custou R$ 489,63, em Rio Branco o valor foi de R$ 517,21. No entanto, alguns produtos essenciais, como banana e mandioca, apresentaram variações consideráveis entre as duas cidades, com a banana sendo 142% mais cara em Assis Brasil e a mandioca 45% mais cara, revelando a disparidade nos preços.
Tempo de Trabalho para Famílias e Perspectivas
Para uma família padrão de dois adultos e três crianças, o custo mensal das três cestas básicas em outubro chegou a R$ 2.133,52, representando um aumento de R$ 44,91 em comparação com setembro. Esse valor corresponde a 1,51 salários mínimos, o que exemplifica as dificuldades enfrentadas por famílias de baixa renda na região. Segundo a pesquisa, o custo médio de vida em Assis Brasil pressiona a população a buscar alternativas para equilibrar o orçamento.
Você precisa fazer login para comentar.