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Aldeia em Santa Rosa do Purus registra caso de Covid-19 em indígena e prefeitura teme avanço da doença

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Enfermeira Kaninawá, que estava com Covid-19, teve contato com indígenas de mais de 21 aldeias, diz prefeitura. Cidade tem 12 casos confirmados e falta de medicamentos e insumos preocupa gestão.

Aldeias no interior do Acre registram dois casos de Covid-19 em indígenas, diz vice-prefeito — Foto: Sandra Assunção/Arquivo pessoal

Por Tácita Muniz

O vice-prefeito de Santa Rosa do Purus, Nego Kaxinawá, gravou um vídeo confirmando o primeiro caso de Covid-19 entre indígenas das aldeias Alto Rio Purus. De acordo com a gestão, o vírus chegou até às aldeias através da equipe de saúde indígena.

Uma enfermeira da etnia Kaxinawá testou positivo para a doença e esteve em pelo menos 21 aldeias, segundo a prefeitura.

Depois disso, um Kulina também testou positivo para Covid-19. Segundo boletim municipal, até a tarde de quarta-feira (27), a cidade tem 12 casos, sendo que 10 são na cidade e dois nas aldeias. Já o boletim da Secretaria Estadual de Saúde do mesmo dia confirma apenas oito casos.

“A propagação nas comunidades indígenas, infelizmente, neste momento, sai da nossa governabilidade no que se refere às barreiras que a gente colocou para conter a saída e entrada de pessoas nas terras indígenas. Essa barreira foi furada pela própria equipe de saúde indígena, onde um profissional compôs a equipe já infectado pelo vírus e teve contato com mais de 21 aldeias indígenas do Alto Purus, onde residem os povos Huni Kuin”, diz no vídeo divulgado.

O vice-prefeito disse ainda que a equipe está voltando para a cidade, onde deve cumprir quarentena. “Acabamos de ter informações de que um indígena da aldeia Kulina, um povo muito nômade, de uma vulnerabilidade muito grande, também testou positivo”, informou.

O município de Santa Rosa do Purus tem 46 aldeias. O povo Huni Kuin compõe pelo menos 18 aldeias e a equipe médica, com a enfermeira já com o vírus, percorreu ao menos 21 aldeias, segundo o prefeito.

Aldeia Maronawá, a maior aldeia de Kulina em Santa Rosa do Purus — Foto: Sandra Assunção/Arquivo pessoal

A falta de estrutura para atender casos graves, sem equipamentos e testes rápidos, preocupa o gestor, que também é indígena, e faz um apelo para que o Estado possa ajudar o município.

“Esse povo [Huni Kuin] compõe mais de 18 aldeias constituídas por mais de 400 famílias, então é uma preocupação grande com os povos indígenas. O município não tem estrutura para atendimento emergencial neste momento, então pedimos ajuda ao governo do Acre, ajuda com equipamentos de proteção, compra de materiais e medicamentos.”

‘Genocídio indígena’

Ele diz ainda que uma carta foi enviada ao Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC) para que o órgão interceda pelas comunidades indígenas. A reportagem, através da assessoria, o procurador do MPF-AC, Lucas Costa Dias, informou que recebeu a carta e vai acionar os órgãos indigenistas para acompanhar a situação.

“Além disso, requisitamos ao Estado e aos municípios apoio para o DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena] realizar barreiras sanitárias”, confirmou.

“Nos ajude a sensibilizar os órgãos da saúde pública indigenista para que possam fazer ação emergencial nas 46 aldeias das terras indígenas onde a equipe realizou atendimento, porque, com certeza, o vírus está agora circulando na terra indígena. Precisamos que haja uma intervenção da Força Nacional para que os povos indígenas não sejam alvo de uma genocídio total por conta da Covid-19”, finalizou.

Dsei acompanha

A coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus, Carla Mioto, confirmou o caso na etnia Kulina, mas explicou que a enfermeira não mora na aldeia e já retornou à cidade, onde cumpre isolamento e é monitorada.

“Ela é uma indígena Kaxinawá, residente da cidade de Santa Rosa e trabalha na saúde indígena, não é moradora da aldeia. Ela já está em Santa Rosa cumprindo isolamento e estamos monitorando as aldeias que ela teve contato. Mas, até agora, não temos nenhum caso suspeito”, explica.

Ela destaca ainda que a equipe médica está nas aldeias fazendo a imunização dos indígenas contra gripe. “Nossa equipe está fazendo monitoria das aldeia que tiveram contato com casos positivos de Santa Rosa do Purus, mas, oficialmente, temos apenas o caso dentro da etnia Kulina. Porém, vamos monitorar por 14 dias”, destaca.

Números

Santa Rosa do Purus tem 6.540 habitantes e é uma das cidades isoladas do estado. No dia 9 de maio, a cidade teve o primeiro caso confirmado da doença e já tomou medidas, como obrigatoriedade de máscaras, isolamentos e restringiu a chegada de passageiros à cidade.

Dados da Comissão Pró-índio (CPI) mostram que as terras indígenas do Alto Rio Purus têm uma extensão de 263.130 hectares, ocupados pelos Kaninawás e Madijas (Kulinas). A população indígena, entre Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano, é de menos pelo menos 3.825 nativos.

Já para evitar que o vírus chegasse até as aldeias, indígenas fecharam os acessos, impedindo chegada de turistas. Houve também campanha da CPI e líderes reforçando que os indígenas não fossem até a cidade por conta da pandemia.

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Nova frente fria chega ao AC nesta semana e temperatura atingirá 18ºC, diz Friale

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Pesquisador Davi Friale – Foto: Alexandre Lima/Arquivo

O pesquisador Davi Friale divulgou em seu site O Tempo Aqui, nesta segunda-feira (10), uma nova previsão de diminuição das temperaturas na próxima semana.

Além disso, o “mago” destacou que até o próximo domingo (16) haverá calor abafado, chuvas, possibilidade de temporais e tempo seco e ventilado.

Na quarta-feira (12), mais uma frente fria chegará ao Acre, a partir do fim da tarde, mas será na quinta-feira que os ventos serão mais intensos, devido à penetração de mais uma onda de frio polar, declinando levemente a temperatura.

“Desta vez, a massa de ar frio não será intensa no Acre. As temperaturas, ao amanhecer, de quinta-feira e de sexta-feira, deverão oscilar entre 18 e 20ºC, em Rio Branco, Brasileia e demais municípios do leste e do sul do estado”, comentou.

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IBGE: mais de 12% dos acreanos já sofreram violência psicológica, física ou sexual

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A pesquisa apontou que 68 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram agressão psicológica nos 12 meses anteriores à entrevista, ou seja, 11,5% da população

IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta segunda-feira (10) os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.

O Acre figurou em muitos cenários. Um deles foi o de violência psicológica, física ou sexual. Pelo menos 12,4% da população já foi alvo de uma das agressões.

Os dados apontam ainda que 72 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram os tipos de violência destacados, nos 12 meses anteriores à entrevista.

“O percentual de mulheres que sofreram alguma violência foi de 14,0% e o de homens foi de 10,8%. Considerando a faixa etária, a prevalência de casos de violência é mais acentuada nas populações mais jovens: de 18 a 29 anos (16,5,0%); de 30 a 39 anos (8,9%); de 40 a 59 anos (13,5%) e 60 anos ou mais (6,9%). As pessoas pretas (20,2%) e pardas (10,9%) sofreram mais com a violência do que as pessoas brancas (14,6%), diz o órgão.

Outro resultado preocupante tem a ver com o afastamento das atividades laborais e habituais em decorrência da violência sofrida. 9 mil pessoas foram afetadas – o que representa 12,9% das vítimas de violência, seja psicológica, física ou sexual. As mulheres foram mais atingidas do que os homens, com 18,3% e 5,4%, respectivamente.

Violência psicológica

A pesquisa apontou que 68 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram agressão psicológica nos 12 meses anteriores à entrevista, ou seja, 11,5% da população.

O percentual de mulheres vitimadas foi maior do que o dos homens, 12,9% contra 10,1%, respectivamente. A população mais jovem (18 a 29 anos) sofreu mais violência psicológica do que a população com idade mais elevada (60 anos ou mais), 15,4% contra 6,9%. Mais pessoas pretas (18,0%) e pardas (10,2%) sofreram com este tipo de violência do que pessoas brancas (13,4%).

“Considerando o rendimento domiciliar per capita, o grupo com menor rendimento apresentou um percentual maior de vítimas: 15,2% das pessoas sem rendimento até 1/4 do salário mínimo, em comparação a 10,5% das pessoas com mais de 5 salários mínimos”, destaca a pesquisa.

Violência física

A PNS estimou que 17 mil pessoas de 18 anos ou mais sofreram violência física nos 12 meses anteriores à entrevista, o que representa 2,8% da população. O percentual de vítimas do sexo feminino foi de 3,4%, enquanto o dos homens, 2,2%.

Violência sexual

Para as pessoas que responderam que não sofreram agressão sexual nos últimos 12 meses, foi perguntado se ela sofreu essa violência alguma vez na vida. Considerando essas duas perguntas, estima-se que 25 mil pessoas de 18 anos ou mais de idade foram vítimas de violência sexual, independentemente do período de referência, o que corresponde a 4,3% desta população, 2,6% dos homens e 5,9% das mulheres.

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Internações por covid na UTI e enfermarias estão em queda no Acre, diz subsecretária de Saúde

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Ala Covid-19 no Acre – Foto: Odair Leal/Secom/arquivo

A subsecretária de Saúde do Acre, Paula Mariano, disse em entrevista que o número de internações por covid-19 vem diminuindo consideravelmente nos últimos dias.

A notícia tem a ver com a ocupação de leitos comuns e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Temos percebido uma diminuição satisfatória nos últimos 15 dias no Pronto-Socorro e no Into, além de uma queda no número de internações também em Cruzeiro do Sul, no Hospital de Campanha”, disse Paula.

Na última quarta-feira (5) o Into registrou 11 leitos disponíveis de UTI, e o PS desocupou outras 7 vagas. Em Cruzeiro do Sul, 6 leitos estavam disponíveis.

No maior hospital de referência do Acre, apenas 49 leitos de enfermaria, dos 160 disponíveis, estavam ocupados na data.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa do Brasil, o Acre está em queda no número de novas mortes pela doença.

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