Acre
Acre teve três acidentes com pequenos aviões entre 2019 e 2020
Não há relatórios finais publicados para acidentes ocorridos em 2021 no estado
De acordo com os relatórios disponibilizados no site do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), ocorreram três acidentes envolvendo pequenas aeronaves no estado do Acre entre os anos de 2019 e 2020. Duas ocorrências foram em Feijó e uma em Cruzeiro do Sul, todas sem vítimas fatais.
No dia 26 de julho de 2019, um avião da empresa Rio Acre Táxi Aéreo Ltda., matrícula PT-OBL, da fabricante NEIVA, modelo EMB-810C, decolou do Aeródromo de Marechal Thaumaturgo, com destino ao Aeródromo de Cruzeiro do Sul, por volta das 21h03min (UTC), com um piloto e cinco passageiros a bordo.
Logo após a corrida de pouso em Cruzeiro do Sul, com a aeronave controlada, houve quebra do trem de pouso principal esquerdo, ocasionando o toque da hélice do motor esquerdo e sua consequente parada brusca. A aeronave parou após percorrer cerca de 100 metros, sem sair da pista.
Houve danos leves na asa e flap esquerdos e na fuselagem. Além de danos substanciais ao trem de pouso principal esquerdo, hélice e motor esquerdo. O piloto e os cinco passageiros saíram ilesos, sem a ocorrência de fogo.
A investigação do CENIPA apurou que as más condições da pista de pouso de Marechal Thaumaturgo, frequentemente usada pela aeronave, podem ter contribuído para o desgaste de peças relativas ao componente que apresentou problemas durante o pouso em Cruzeiro do Sul.
À época, o CENIPA recomendou ao administrador do aeródromo de Marechal Thaumaturgo medidas necessárias para a recuperação das condições da pista de pouso e decolagem, notadamente no que se refere à cobertura asfáltica, de modo a garantir a segurança das operações aéreas naquele aeródromo.
No dia 16 de outubro de 2020, na Comunidade Muru, em Feijó, a aeronave de matrícula PT-RPU, também da fabricante NEIVA, modelo EMB-720D, decolava de um local não cadastrado, com destino ao Aeródromo de Jordão, por volta das 20h00min (UTC), a fim de realizar um voo privado, com um piloto e um passageiro a bordo.
Durante a decolagem, a 100 metros do final do espaço a ser utilizado para decolagem, houve a colisão da aeronave contra gado bovino. Na sequência, o avião ultrapassou os limites da área empregada para tentativa de decolagem e a cauda colidiu contra uma árvore, acarretando a separação dessa seção do restante da fuselagem e a parada da aeronave. A aeronave teve danos substanciais. O piloto e o passageiro saíram ilesos.
Ainda em Feijó, no dia 23 de dezembro de 2019, na Comunidade Boa Esperança a aeronave de matrícula PT-JPA, da fabricante PIPER AIRCRAFT, modelo PA-28R 200, decolou do Aeródromo João Fonseca, em Envira (AM), com destino ao Novo Aeródromo de Feijó, no Acre, com um piloto e três passageiros a bordo.
De acordo com o relato do piloto, durante o voo, houve falha do motor e ele conduziu o avião para um pouso de emergência no rio Envira. Não foi possível determinar quais foram os danos ocorridos na aeronave. O piloto e os três passageiros saíram ilesos.
Acidentes com táxis aéreos triplicaram de 2020 para 2021
O número de acidentes com táxis aéreos, como o que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas, na última sexta-feira (5), triplicou de um ano para o outro: foram três casos registrados no ano passado contra nove neste ano.
De acordo com dados do site do CENIPA, o Brasil registrou 111 acidentes aéreos em 2021 com aeronaves de pequeno porte. Em todo o ano anterior, foram contabilizados 149 acidentes.
De janeiro de 2020 até agora, o Cenipa publicou 43 relatórios de investigações de acidentes aéreos. Nestes relatórios, entre as principais causas apontadas dos desastres estão: falha ou mau funcionamento do motor, perda de controle em voo e falha do motor em voo.
Além de Marília, morreram na última sexta-feira (5), no acidente em Caratinga (MG), o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da artista, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
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Acre
Indígena acusado de abuso sexual contra chilena se apresenta à polícia
Após ser acusado de abusar sexualmente da turista chilena Loreto Belen, durante um retiro espiritual em aldeia no Acre, o líder indígena Isaka Ruy Huni Kuî foi preso preventivamente na quarta-feira (9), ao se apresentar voluntariamente à Polícia Civil no município de Feijó, interior do Acre. Acompanhado por advogados, ele prestou depoimento ao delegado Dione Lucas, negou as acusações e teve a prisão decretada cumprida.
Nesta quinta-feira (10), Isaka passou por audiência de custódia e foi liberado para responder ao processo em liberdade, conforme decisão da Justiça. Durante o interrogatório, o líder indígena afirmou que desconhecia a denúncia até deixar a aldeia, após o encerramento de uma vivência com turistas. Segundo a polícia, ele alegou que procurou advogados assim que foi informado do caso e negociou sua apresentação às autoridades.
Isaka confirmou que esteve com a vítima em uma área isolada da aldeia, mas negou qualquer ato de violência. Ele disse que a turista teria tentado se aproximar e que recusou. A esposa do líder indígena teria tomado conhecimento da situação e a tensão gerada causou tumulto entre os presentes. “Segundo ele, a esposa não chegou a agredir a turista, pois foi contida por outras pessoas. O exame de corpo de delito, no entanto, apontou vermelhidões no corpo da vítima”, disse o delegado.
A denúncia foi registrada por Loreto no dia 23 de junho. Ela relatou ter sofrido ao menos três episódios de abuso sexual, sendo o último no dia 17 do mesmo mês. A chilena chegou à comunidade em 15 de maio, após adquirir um pacote de vivência espiritual na floresta por cerca de R$ 5,5 mil.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, ela afirmou que resolveu falar sobre o caso para evitar que outras mulheres passem pela mesma situação. “Não quero difamar ninguém, mas quero que outras pessoas não passem pelo que passei. Acho que tive coragem e força espiritual para enfrentar isso. Que outras mulheres também possam levantar a voz”, afirmou.
O caso segue sob investigação. Segundo informações, cinco pessoas já foram ouvidas, entre elas o próprio suspeito e turistas que estavam na aldeia. O celular de Loreto segue desaparecido. A Polícia Civil informou que tenta rastrear o aparelho por meio do iCloud, mas ainda aguarda informações da vítima para avançar.
Loreto também recebeu atendimento no hospital de Feijó e passou por exames, como avaliação sexológica e de lesão corporal. Além disso, foi acolhida pelo Departamento Bem Me Quer e pelo Organismo de Políticas Públicas para Mulheres (OPM), que oferecem suporte a mulheres vítimas de violência no estado.
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Acre
Estado do Acre é condenado a indenizar família por morte em ação policial em Brasileia
Justiça considerou desproporcional uso de força letal contra homem em crise, mesmo com relatos de agressividade; indenização por danos morais é fixada em R$ 50 mi

O Estado do Acre afirmou que o ato não foi ilícito, pois a guarnição agiu em legítima defesa para o estrito cumprimento do dever legal. Foto: captada
A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre responsabilizou o Estado pela morte de um homem durante uma intervenção policial em Brasileia, determinando o pagamento de R$ 50 mil em danos morais à mãe da vítima. O caso ocorreu quando a Polícia Militar atirou contra o homem, que estava em crise psicológica e portando um terçado em via pública.
O homem portava um terçado em via pública. A testemunha ocular que chamou a polícia, afirmou que ele estava em evidente estado de perturbação mental, munido com o terçado e que chegou a golpear o capô de um veículo que transitava na rua. A versão policial relatou que a situação era de alta periculosidade, representando uma ameaça aos populares e aos próprios agentes públicos.
Na abordagem, a Polícia Militar realizou disparo com arma de fogo. O Estado do Acre afirmou que o ato não foi ilícito, pois a guarnição agiu em legítima defesa para o estrito cumprimento do dever legal.
Ao analisar a questão, o relator do processo, desembargador Roberto Barros, afirmou que embora a intervenção policial fosse necessária, a escolha pela medida letal, diante da possibilidade de técnicas menos agressivas, rompeu com o requisito da proporcionalidade da legítima defesa, portanto não está configurada a excludente de ilicitude.
A pessoa em crise de saúde mental necessita de auxílio. São opções de menor potencial ofensivo: espargidores de pimenta ou armas de eletrochoque, logo o disparo na região torácica revelou-se como uma solução drástica. “Mesmo motivada por uma situação de perigo real, foi desproporcional à ameaça, considerando-se a condição de saúde mental da vítima e o dever do Estado de proteger a vida”, ratificou Barros.

A versão policial relatou que a situação era de alta periculosidade, representando uma ameaça aos populares e aos próprios agentes públicos. Foto: captada
Em seu voto, o relator discorreu ainda sobre a dor da mãe que perdeu o filho de forma trágica e violenta, o que justifica o dano moral e a imposição do dever de indenizar. A decisão foi publicada na edição n.° 7.814 do Diário da Justiça (pág. 1), desta quarta-feira, 9.
Com Ascom TJAC
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Morre o radialista acreano Sales Júnior, aos 64 anos
Faleceu na manhã desta quinta-feira, 10, o radialista acreano João Batista Sales Filho, mais conhecido como Sales Júnior, aos 64 anos, em Rio Branco. Ele havia passado por uma cirurgia neurológica e, após o procedimento, apresentou complicações no pós-operatório.
Com uma carreira marcante no rádio acreano, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, Sales Júnior conquistou o público com sua voz. Atuou em emissoras como a Rádio Difusora Acreana, 94 FM, além de participar de canais televisivos e integrar o Programa Beth Passos. Nos últimos anos, esteve à frente de programas na Rádio Flora, localizada no Terminal Urbano de Rio Branco.
O velório ocorre nesta quinta-feira, 10, a partir das 12h, e o sepultamento está marcado para sexta-feira, 11, às 9h30, no cemitério Morada da Paz, em Rio Branco.
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