Flash
‘A gente só escutou o barulho da flecha no peito dele’, diz testemunha sobre morte de coordenador da Funai flechado no peito por isolados de Rondônia
O sertanista estava monitorando um grupo de indígenas que se aproximou desde o mês de junho de uma comunidade rural em Seringueiras (RO)

Rieli Franciscato foi morto por indígenas isolados de Seringueiras. — Foto: Arquivo pessoal
Com G1
O policial Paulo Ricardo Bressa, amigo de Rieli Franciscato, sertanista que morreu após levar uma flechada de indígenas isolados em Rondônia, na quarta-feira (9), narrou os momentos que antecederam a morte do coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Flecha que matou o sertanista Rieli Franciscato (Foto divulgação)
Segundo ele, os indígenas não contactados apareceram próximos a um acesso viário conhecido como ‘linha 6’ em Seringueiras. Bressa e outra colega da corporação estavam de plantão e acompanharam a ocorrência de averiguação.

“O Rieli chegou aqui, pediu apoio pro sargento, se a gente poderia ir com ele lá, porque lá é uma área de conflito. O sargento liberou a gente pra ir, a gente foi. Quando a gente chegou lá onde eles apareceram, ele entrou em contato com a senhora dona da terra e perguntou se podia dar uma olhada por onde eles tinham vindo”.
Os policiais e Rieli adentraram a região seguindo as pegadas dos indígenas. Quando chegaram na divisa, segundo o relato, viram a placa da reserva com aviso de entrada proibida. Então Rieli começou a subir um morro. A intenção era fazer um trabalho, à distancia, de monitoramento, para averiguar a migração dos povos isolados.
“A soldado Luciana estava atrás dele e eu um pouquinho atrás dela. A gente só escutou o barulho da flecha, que pegou no peito dele. Aí ele deu um grito, arrancou a flecha e voltou pra trás correndo. Ele conseguiu correr de 50 a 60 metros e já caiu praticamente morto . Nosso amigo se foi, infelizmente”, disse Bressa.

Flecha de 1,5 metro que matou o indigenista Rieli Franciscato em Rondônia, é feita de bambu e penas de aves — Foto: Divulgação
Flechada no tórax
Rieli Franciscato, de 56 anos, morreu na quarta-feira (9) após ser atingido no tórax por uma flecha de bambu, de 1,5 metro, disparada por indígenas isolados em Rondônia. Logo que foi atingido, houve uma tentativa de socorro, mas o sertanista chegou morto ao hospital.
Ele era uma das grandes referências nos trabalhos de proteção aos indígenas isolados da Amazônia. O coordenador defendia o não contato com o grupo e atuava para evitar um conflito com a população local. Também fez parte da equipe que demarcou a primeira terra exclusiva para indígenas isolados.
Funai
A Funai declarou em nota imenso pesar com falecimento e informou que que acompanha o caso.
“Rieli dedicou a vida à causa indígena. Com mais de três décadas de serviços prestados na área, deixa um imenso legado para a política de proteção desses povos”, comunicou por nota o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, Ricardo Lopes Dias.
Como foi o ataque?

Flecha que matou o sertanista Rieli Franciscato (Foto divulgação)
O indígena Moisés Campé, de 35 anos, era parceiro do sertanista da Funai há cinco anos e estava com Rieli no momento do ataque por flechas dos isolados. Campé disse que fazendeiros tinham visto os isolados na zona rural do município de Seringueiras e comunicaram o caso à Funai. Ele, Rieli e dois policiais militares foram até a região para conversar com os fazendeiros e orientá-los caso os indígenas aparecessem novamente. Eles deixaram a base Bananeira, de proteção aos isolados, por volta das 13 horas, e após conversar com os moradores partiram para buscar por vestígios dos isolados.
Por volta das 17 horas entraram na mata, no limite da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau. Andaram cerca de 30 metros, e quando subiam um morro uma flecha foi disparada, atingindo Rieli direto no peito. Campé afirma que eles não viram os isolados, apenas ouviram depois o barulho deles correndo. “A gente não esperava isso porque não são indígenas de conflito. Alguma coisa está diferente. Perdemos um grande parceiro”, lamentou.
Um dos policiais militares que acompanhava o sertanista Rieli Franciscato nesta quarta-feira contou em mensagem pelo WhatsApp como foi o ataque. O policial não se identificou.
“Quando a gente chegou na beira da divisa [da Terra Uru-Eu-Wau-Wau], que a gente viu a placa da reserva da Funai, que era proibida entrada. O Rieli começou a subir um morrinho assim, o índio tava um pouquinho atrás dele. A gente que levou lá do Rio Branco, a soldada Luciana estava atrás dele e eu e um pouquinho atrás dela. Aí a gente só escutou o barulho da flecha, pegou no peito dele, aí ele deu um grito, arrancou a flecha e voltou pra trás correndo. Ele conseguiu correr de cinquenta a sessenta metros e já caiu praticamente morto, a gente ainda carregou um pedaço ele ainda. Conseguimos deslocar até na viatura que estava na estrada e até viemos trazer ele no hospital aqui, só que ele já chegou sem vida e nosso amigo se foi infelizmente.”
A amiga Ivaneide Cardozo comentou ainda da dificuldade que Rieli enfrentava em seu trabalho. “Não tinha muita gente para ir com ele, porque, infelizmente, essa Funai não dá condições para os funcionários. Ele era um dos maiores defensores dos índios isolados e morreu dando a vida pelo que sempre defendeu”, disse. “Sua maior preocupação era que esse pessoal que está na Funai quer fazer o contato, e que ele faria de tudo para isso não acontecer.”
Rieli Franciscato era de uma família de agricultores que migraram do Paraná, onde nasceu, para Mato Grosso e Rondônia. Foi nesse último Estado que ele teve contato, pela primeira vez, com indígenas, da TI Rio Branco. Em entrevista para a Revista Brasileira de Linguística Antropológica, o sertanista confidenciou que em meados dos anos 1980 ele tinha uma visão preconceituosa.
“E eu, de índio, sabia aquilo que aprendemos na escola! Não sabia nada, ou seja, sabia que o índio era sujo e que comia comidas diferentes, estranhas”, comentou.
Mas sua proximidade e a forma como passou a compreender a dificuldade dos vizinhos indígenas o tornou um “especialista”, sendo convidado pela Funai, do Núcleo em Ji-Paraná, a integrar uma expedição em 1988: a Equipe de Localização dos Índios Isolados da Reserva Biológica do Guaporé. Desde então, nunca mais parou e Rieli se tornou uma das maiores referências do movimento indigenista no Brasil.
Comentários
Flash
Operação da PM prende suspeitos armados e apreende drogas em Assis Brasil
Ação do GIRO do 5º BPM ocorreu após denúncias de crimes graves e resultou na apreensão de armas, entorpecentes e dinheiro
A Polícia Militar do Estado do Acre, por meio da equipe do GIRO do 5º Batalhão, com apoio de uma guarnição da Radiopatrulha da Operação Bioma, intensificou o policiamento no município de Assis Brasil após levantamento de informações que apontavam a recorrência de crimes graves na região.
Segundo a PM, havia registros de homicídios consumados e tentados, disparos de arma de fogo em via pública e tráfico de drogas, o que levou ao reforço das ações ostensivas em áreas consideradas sensíveis.
Durante o patrulhamento, os policiais visualizaram indivíduos em frente a um imóvel. Ao perceberem a aproximação das viaturas, um dos suspeitos tentou se desfazer de uma arma de fogo, o que motivou a abordagem.
Na ação, foram apreendidas substâncias entorpecentes, uma balança de precisão, certa quantia em dinheiro, duas armas de fogo e munições.
Os envolvidos foram presos e apreendidos e encaminhados à Delegacia de Polícia Civil, onde foram autuados pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, corrupção de menores e organização criminosa.
A Polícia Militar informou que as operações continuam no município com o objetivo de coibir a criminalidade, preservar a ordem pública e garantir a segurança da população.
bb2da7e5-4c83-4774-a40a-7de82761a1e9
Comentários
Flash
Prefeitura de Assis Brasil confirma Festa da Virada na praça central da cidade
A Prefeitura de Assis Brasil confirmou a realização da já tradicional Festa da Virada, que acontecerá na praça SD Marinho Gonzaga de Lima, no centro da cidade. O evento marca a chegada do Ano Novo e promete reunir moradores e visitantes em uma grande celebração de confraternização e alegria.
Como já é tradição, a festa contará com a queima de fogos, iluminando o céu de Assis Brasil à meia-noite. Além disso, a programação terá muita música ao vivo, com apresentações de artistas locais e da regional do Alto Acre, valorizando a cultura e os talentos da região.
o prefeito Jerry Correia destaca que a Festa da Virada é um momento especial para fortalecer os laços da comunidade, celebrar conquistas e renovar as esperanças para o novo ano que se inicia. A Prefeitura também reforça o compromisso com a organização e segurança do evento, para que todos possam aproveitar a festa com tranquilidade.
A programação completa, incluindo horários das atrações, será divulgada nos próximos dias pelos canais oficiais da Prefeitura de Assis Brasil.
Comentários
Flash
Ação Humanitária: Prefeitura de Brasiléia, através da Defesa Civil, encerra o ano entregando mais de 3 mil cestas alimentícias para comunidades rurais, pescadores e povos originários
A Prefeitura de Brasiléia encerra o ano de 2025 reforçando seu compromisso social com uma grande ação humanitária coordenada pela Defesa Civil Municipal, voltada ao atendimento das famílias impactadas pela estiagem severa durante o verão amazônico.
Ao todo, serão distribuídas 3.210 cestas básicas, beneficiando diretamente 1.070 famílias, garantindo segurança alimentar e apoio emergencial às populações em situação de maior vulnerabilidade social.
A iniciativa contemplou comunidades rurais, ribeirinhas, pescadores artesanais e povos originários, fortalecendo a política de proteção social do município diante dos impactos provocados pelo período de seca prolongada.
A ação integra o Plano de Contingência da Defesa Civil Municipal, coordenado pelo major Emerson Sandro, do Corpo de Bombeiros, e aprovado pela Defesa Civil Nacional.
Ao todo, dez comunidades rurais foram contempladas, incluindo áreas da Reserva Extrativista Chico Mendes.Paralelamente, uma ação complementar contou com o apoio do ICMBio, que realizou a entrega de cestas a moradores que não haviam sido alcançados na primeira etapa coordenada pela Prefeitura.
Somente para a Colônia de Pescadores, foram distribuídas mais de 1.500 cestas básicas. Cada família recebe três cestas, totalizando mais de 70 quilos de alimentos por beneficiário.
As entregas foram destinadas exclusivamente a pescadores e pescadoras devidamente cadastrados pela associação da categoria e realizadas na sede da Defesa Civil Municipal.
Nesta sexta-feira (26), ocorreu a entrega aos associados da Colônia de Pescadores, na quadra do bairro Ferreira Silva, com a presença de representantes da gestão municipal, lideranças comunitárias e equipes técnicas envolvidas na operação.
O prefeito Carlinhos do Pelado destacou o compromisso da gestão com a proteção social e a dignidade das famílias afetadas pela estiagem.
“Encerramos o ano com uma ação humanitária que demonstra o cuidado da nossa gestão com quem mais precisa. Trabalhamos com planejamento, responsabilidade e parceria para garantir que nenhuma família fique desassistida desde o período crítico até agora. A Defesa Civil de Brasiléia está preparada e atuante”, afirmou o prefeito.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, major Sandro, ressaltou a importância do trabalho integrado entre os órgãos. “Esse plano foi construído com base em dados técnicos e aprovado pela Defesa Civil Nacional do Governo Federal. Atuamos de forma preventiva e emergencial, garantindo que o apoio chegue com transparência e organização. A parceria com outras secretarias e instituições da Prefeitura foi fundamental para o sucesso da operação”, destacou.
O presidente da Colônia de Pescadores, Sebastião Roneli, agradeceu o apoio recebido. “Essa ajuda chega em um momento muito importante para os pescadores, que sofreram diretamente com a estiagem. A Prefeitura e a Defesa Civil olharam com sensibilidade para nossa categoria, garantindo alimento e dignidade às famílias. O momento é de muita alegria para todos nesta sexta-feira da gratidão”, afirmou.
A ação contou ainda com o apoio de diversas secretarias municipais, incluindo Assistência Social, Obras, Agricultura, Gabinete do Prefeito e Comunicação.
A próxima etapa do plano prevê a entrega de cestas alimentícias às comunidades dos povos originários no município.
Atualmente, Brasiléia conta com uma estrutura de Defesa Civil organizada e equipada, com sala de situação, comando e monitoramento permanente do nível do Rio Acre e dos principais igarapés, interligada à Agência Nacional de Águas (ANA), ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM), ao CEMADEN e às Defesas Civis estadual e federal, fortalecendo a capacidade de resposta a eventos climáticos extremos, tanto em períodos de estiagem quanto de cheias e inundações.






















Você precisa fazer login para comentar.