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​FPM: primeiro repasse de novembro será repassado nesta quinta às prefeituras acreanas

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As prefeituras brasileiras receberão nesta quinta-feira, 10 de novembro, o primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) deste mês. O montante será de R$ 6,70 bilhões, já descontada a retenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Se incluída nos cálculos, o repasse totaliza R$ 8,38 bilhões. Para as prefeituras acreanas serão repassados R$ 19 milhões.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra os gestores que o repasse desse decêndio traz acrescido os recursos da repatriação de ativos brasileiros no exterior.

No comparativo com o primeiro decêndio do ano anterior, a Confederação nota que o repasse do FPM de novembro teve uma queda nominal de 3,14%. Em 2015, os Municípios receberam R$ 3,81 bilhões, e neste ano, o valor recebido será de R$ 3,68 bilhões. Ao ponderar os efeitos da inflação, o decêndio apresenta uma diminuição ainda mais acentuada: 9,07%.

O FPM acumulado deste ano totaliza R$ 77,324 bilhões, frente aos R$ 70,748 bilhões repassados aos Municípios no mesmo período do ano anterior – de janeiro a novembro. Em termos nominais, sem considerar os efeitos da inflação, a CNM pontua um crescimento de 9,3% do repasse. No montante acumulado não estão inclusos os valores de 0,5% de 2015 e o 0,75% do FPM deste ano, decorrentes da Emenda Constitucional (EC) 84/2014.

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Polícia Militar do Acre promove 1ª Corrida BPTran em alusão ao Maio Amarelo

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A Polícia Militar do Acre (PMAC), por meio do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC), realizou na manhã deste domingo, 5, a 1ª Corrida BPTran, em alusão à campanha de conscientização para a redução de acidentes de trânsito, Maio Amarelo.

Corrida contou com a participação da sociedade. Foto: Andréia Nobre/Secom

Com 250 inscritos, entre civis e militares, a 1ª Corrida BPTran teve como ponto de partida a sede do Batalhão, em Rio Branco. Os percursos foram de 10 e 5 km nas categorias feminino e masculino e foi organizada pela empresa Acre Running Eventos. A corrida marcou a abertura oficial das atividades alusivas do movimento Maio Amarelo do órgão de trânsito.

Efetivo do Batalhão de Trânsito que participou da corrida. Foto: Andréia Nobre/Secom

O comandante da PMAC, coronel Luciano Dias, fez questão de participar da corrida e disse que o evento chama a atenção da sociedade para a parte mais frágil do trânsito, o pedestre.

“A regra mais antiga do trânsito, que o pedestre tem a preferência sobre todos os demais usuários. Então a corrida significa muito para o Batalhão de Trânsito, pois, além de ser um incentivo à atividade física, também é um estimulo para o uso consciente da via pública, respeito à faixa de pedestre e aos usuários”, declarou o comandante da PMAC.

Comandante da PMAC, Luciano Dias, fez questão de fazer o percurso. Foto: Andréia Nobre/Secom

Segundo a comandante do BPTran, tenente-coronel Eliana Maia, a corrida mobilizou a sociedade a aderir à campanha Maio Amarelo.  “Queremos agregar pessoas para que possamos juntos trabalhar a educação de trânsito e, que cada um possa contribuir de forma positiva para um trânsito mais seguro”, ressaltou.

Tenente-coronel Eliana Maia, foi a coordenadora do evento. Foto: Andréia Nobre/Secom

A presidente do Detran/AC, Taynara Martins, reafirmou a parceria da autarquia com o BPTran. “O governo vem realizando várias ações de conscientização em alusão ao Maio Amarelo. Em Cruzeiro do Sul, também faremos uma corrida onde, em apenas uma hora, tivemos mais de 300 inscrições. Isso significa que o atletismo, o esporte e, principalmente, o respeito ao pedestre vai ser lembrado em nossas ações. Certamente, unidos iremos reduzir acidentes de trânsito”, destacou.

Taynara Martins acredita que a união entre as instituições fortalece a campanha Maio Amarelo. Foto: Andréia Nobre/Secom

A soldado Caroline Arruda, que ficou em 3º lugar na categoria feminino militar 5 km, estava muito feliz com o resultado do evento. “Para mim, como policial militar, do efetivo do BPTram, participar dessa corrida foi muito especial. A gente, desde o ano passado, vem planejando tudo e hoje ver que a sociedade comprou a ideia foi muito gratificante”, declarou Caroline.

Caroline Arruda estava muito feliz com o resultado corrida. Foto: Andréia Nobre/Secom

Foram parceiros do evento o Grupo Star, a Minerale, Federação Acreana de Atletismo (Facat), Corpo de Bombeiros  Militar do Acre (CBMAC), Associação dos Militares do Acre (Ameac), Coordenadoria de Fiscalização de Trânsito (Ciftran).

Fonte: Governo AC

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O mapa do trabalho, emprego e renda no Acre

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Por Assurbanípal Mesquita*

Estar trabalhando é uma condição que fortalece o interior das pessoas, melhora a autoestima e contribui com uma melhor qualidade de vida para as nossas famílias. Assim, gerar mais oportunidades de emprego e renda é uma das melhores medidas que qualquer nação ou localidade necessita para o desenvolvimento humano.

O estado do Acre vem prosperando de maneira significativa na geração de trabalho e renda nos últimos anos. Com uma população oficial de 830 mil habitantes, de acordo com os dados da PNAD/IBGE, dispomos de uma força de trabalho de aproximadamente 340 mil pessoas, sendo que destes, 319 mil encontram-se trabalhando, dos quais 224 mil como funcionários e 95 mil por conta própria. São aproximadamente 93 mil trabalhadores com carteira assinada pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Analisando o histórico destes dados oficiais, podemos constatar um avanço no crescimento do emprego formal em nosso estado. Somente nos últimos dois anos, o estoque de emprego cresceu quase 15%, fechamos 2023 com a menor taxa de desemprego dos últimos 11 anos, chegando a 6,2%, indicando que ainda permanecem 21 mil pessoas desempregadas, e já iniciamos o ano registrando um crescimento expressivo nos empregos com carteira assinada em 13,1%, sendo um dos estados que mais avançou neste aspecto.

Assim, mais uma vez, felizmente, podemos afirmar que os números apontam que as oportunidades de emprego, trabalho e renda estão avançando em nosso estado.

O crescimento do número de trabalhadores empregados está intimamente ligado ao crescimento da economia, bem como ao engajamento dos setores empresariais que, quando estão em plena operação ou investindo na ampliação de suas atividades ou na implantação de novos negócios, necessitam de mais capital humano, e é o que temos testemunhado acontecer em nosso estado.

Em nossos registros, são mais de 40 mil pessoas jurídicas existentes, que complementam o papel do Poder Público na oferta de trabalho.

Assim, a dinâmica que tem feito o Acre prosperar no incremento das oportunidades de trabalho é fruto de um árduo trabalho de organização e melhoria do ambiente de negócios, da confiança e engajamento do setor empresarial e dos nossos empreendedores, bem como do nosso capital humano.

No que tange ao ambiente de negócios, o governo do Estado do Acre, juntamente com nossas bancadas e as diversas instituições de apoio empresarial possuem papel preponderante, estabelecendo inicialmente um trabalho de base que criou um ambiente favorável, como a criação de novos incentivos, como a elevação do sublimite do Simples, um novo modelo de inventivo fiscal para indústria, a agilidade no licenciamento, a redução do tempo de abertura de empresas, a manutenção do pagamento do servidor público em dia e a liberdade para produzir.

Somente com estas medidas, já no terceiro ano do primeiro mandato do governador Gladson Cameli, já pudemos registrar o crescimento de alguns setores estratégicos em nosso estado, como a produção agrícola e pecuária de larga escala envolvendo a soja, o milho e o café, dentre outros, o ressurgimento dos manejos florestais e o ressurgimento da indústria florestal madeireira, a indústria da carne bovina e carne suína, a ampliação do comércio local, em especial os atacadistas e supermercados, dentre outros negócios.

Os resultados destas medidas refletiram muito bem nos números oficiais da nossa economia, uma vez que o IBGE mensurou um crescimento de 6,9% em nosso PIB de 2021, demonstrando que obtivemos uma real efetividade no crescimento, o que nos consolidou como o estado que teve o quinto maior crescimento do país.

Além das medidas já adotadas, outras propostas foram vêm sendo implementadas, como a introdução do Programa de Compras Governamentais (Comprac), que valoriza a indústria acreana, a regularização dos polos moveleiros nos municípios, a melhoria no Parque Industrial de Rio Branco, os investimentos na construção civil e infraestrutura, a promoção e apoio de eventos nos municípios, são exemplos de iniciativas que incrementam ainda mais a economia e como consequência a oferta de trabalho, e assim contribuíram sobremaneira para a redução da taxa de desemprego no nosso estado.

Outra medida de grande relevância tem sido a postura do governador Gladson Cameli de possibilitar que os órgãos do governo atuem em união com o setor produtivo, em especial com as entidades de representação empresariais, que vêm possibilitando um ambiente de união e parceria que potencializa a confiança dos empresários.

Para estimular ainda mais as oportunidades de emprego e renda, o governo Estado do Acre já dispõe de um plano de longo prazo, para o desenvolvimento econômico e social, que projeta nosso estado para os próximos dez anos, a “Agenda Acre 10 anos”, que já vem sendo executada.

Assim, já estão sendo desenvolvidas iniciativas que certamente irão acelerar a oferta de trabalho no campo, nas comunidades florestais e nas cidades, oportunizando mais oferta de trabalho para nossa população.

Dentre estas iniciativas, podemos destacar a manutenção e ampliação das iniciativas já implementadas, a ampliação do apoio para a agricultura familiar, a ampliação da cadeia produtiva do café e do suíno, o turismo, em especial o de base comunitária e o etnoturismo, o estímulo para a ciência, tecnologia e inovação, com a implementação de um parque tecnológico, bem como para a criação e aceleração de novas empresas inovadoras, as startups, o estímulo ao comércio exterior pelo Acre, com as ações de fortalecimento do nosso Corredor Interoceânico, a implementação do Programa de Habitação e melhoria da infraestrutura produtiva, dentre outras.

Visando ampliar a implantação de novos negócios de médio e grande porte, podemos ainda citar os projetos da Zona de Processamento e Exportações, que passou por uma reformulação em seu marco legal, facilitando o acesso por parte de novas empresas e a implantação do Polo Logístico de Rio Branco, estruturas estas que se configurarão como espaços relevantes para a geração de novos empregos.

Importante destacar, ainda, a aceleração da cadeia produtiva da bioeconomia e da tecnologia da informação, que possui interface com quase todas as outras ações já elencadas, mas que tem um reflexo especial em termos de oportunidades para as comunidades tradicionais e para nossos universitários que se formam a cada ano.

Assim, as ações e estímulos para gerar mais oportunidades estão sendo trabalhadas e certamente irão proporcionar cada vez mais inclusão de pessoas no mundo do trabalho.

Com relação ao setor empresarial, também podemos testemunhar o engajamento dos nossos empreendedores, que estão mais confiantes, investindo mais, introduzindo tecnologia e inovações, buscando novos mercados, incluindo o comércio exterior como alternativa, aproveitando nossa nova posição estratégica. Enfim, os nossos empresários estão dando respostas aos estímulos e melhoria do nosso ambiente de negócios e, assim, merecem nosso reconhecimento.

Com relação ao nosso capital humano, podemos, inicialmente, registrar que milhares de jovens estão se formando nas diversas universidades e cursos técnicos a cada ano, e para potencializar estes jovens qualificados, estão sendo adotadas medidas para canalizar esta força de trabalho para o empreendedorismo e para o campo da inovação, estimulando a criação de novas empresas e startps, preferencialmente com ideias inovadoras que agreguem mais valor aos seus trabalhos, além das iniciativas tradicionais de especialização e qualificação profissional.

Assim, o governo do Estado do Acre, por meio de suas diversas secretarias e órgãos e, unido com os diversos órgãos públicos e privados, tem trabalhado intensamente para a implementação gradativa e cadenciada das medidas de forma assertiva, o que irá fazer com que o nosso estado tenha uma aceleração no crescimento da nossa economia e, consequentemente, mais oportunidades de trabalho e renda para nossa população.

*Assurbanipal Mesquita é engenheiro eletricista, coordenador da Câmara Técnica de Comércio Exterior do Fórum de Inovação e Desenvolvimento do Estado do Acre, atualmente, secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia

Fonte: Governo AC

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Núcleo especializado em potencializar mentes brilhantes na educação de superdotados atende 200 alunos no Acre

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“Mentes brilhantes não devem ser desperdiçadas, e sim potencializadas”, diz a frase que se destaca entre as artes no hall de entrada do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), ligado à Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE), e que atende 200 alunos com empenho acima da média em algumas áreas específicas. Ao mesmo tempo em que o espaço faz o trabalho de investigação da superdotação, também acolhe, direciona e, principalmente, cria possibilidades para esses jovens.

Lavínia escreveu dois livros e segue produzindo literatura e ilustrando seus trabalhos. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Um prédio que transborda criatividade e é guardião da engenhosidade de cada aluno que por ali passa, deixando sua marca, seja nos traços de um desenho, na resolução de um problema matemático, nas notas musicais ou até mesmo se tornando professor do núcleo, o NAAH/S guarda histórias e funciona como orientador de jovens mentes brilhantes que estão com a cabeça “fervendo” de ideias.

O retorno desse trabalho se dá com a revelação de muitos talentos e, mais ainda, com o fortalecimento da educação como mudança de vida e de espaço.

De observador a escritor

Foi bem cedo que Rodrigo Padula Brasil, de 11 anos, passou a observar aves e se apaixonar por elas. Mas ele queria mais conhecimento, entender as espécies, poder registrá-las e também falar com estudiosos. O movimento das asas e os hábitos dessas aves prendem a atenção do pequeno, que as olha, atento aos detalhes, enquanto segura firme sua câmera fotográfica.

O pai dele, Thiago Brasil, conta que o menino sempre foi apaixonado pela ciência. Começou apresentando interesse por dinossauros, depois por répteis e anfíbios, mas as aves se tornaram o principal foco de Rodrigo, que passou pela investigação e já tem o parecer pedagógico de superdotação.

“Há aproximadamente três anos, ele passou a se interessar mais pelos pássaros e estudar profundamente o assunto. Pedia livros especializados sobre o tema, queria conhecer profissionais que fossem referência e teve a grande felicidade de, por coincidência, encontrar a maior autoridade científica na área de ornitologia do Acre, que é o professor Edson Guilherme. Depois de conhecê-lo e termos uma conversa, [o especialista] passou a orientar o Rodrigo, indicando biografias e dando outras dicas”, relembra o pai.

Aos 11 anos, Rodrigo lançou livro onde cataloga mais de 100 espécies de aves. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Edson Guilherme da Silva, que o pai menciona, é doutor em Zoologia com ênfase em Ornitologia e Paleontologia de Vertebrados, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Aves da Amazônia, aves do Acre e fósseis do terciário e quaternário da Amazônia Ocidental. Atualmente, ele também é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com tantas referências, a cabeça de Rodrigo “fervilhou” de ideias e ele conseguiu, aos nove anos, identificar que poderia contribuir para estudos de aves. Tudo isso sem sair de casa, com uma câmera e orientação de quem conhece bem o assunto. E foi com essa idade que ele revelou aos pais o desejo de escrever um livro catalogando aves da cidade.

“A primeira ideia dele era fazer uma coisa bem técnica e ampla, mas foi orientado pelo próprio professor Guilherme a focar no local onde a gente mora, porque ia ser mais fácil de fazer essa catalogação. Então, ele fez esse recorte e passou a se aprofundar, estudar, fazer os registros e, após o projeto concluído, submetemos ao Fundo Municipal de Cultura e foi uma grata surpresa para nós a boa recepção que o trabalho teve”, disse.

Em 27 de janeiro deste ano, com lançamento no Sesc-Centro, Rodrigo expôs o trabalho feito por cerca de um ano. São mais de 100 espécies catalogadas pelo próprio estudante e que agora estão reunidas no livro “Aves do Condomínio Chácara Ipê”.

Enquanto exibe orgulhoso o trabalho que fez, Rodrigo conta que a ideia do livro surgiu justamente porque queria mais literaturas que abordassem as espécies da cidade onde mora:

“Existem pouquíssimos estudos de aves aqui no estado, então tive a ideia de eu mesmo fazer esse estudo. A primeira ave que me chamou a atenção foi o príncipe, que é um pássaro bem vermelho, parente do bem-te-vi, que, inclusive, está na capa do meu livro.”

Rodrigo pensa em fazer um segundo livro sobre as espécies de aves na capital. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O amor pela fotografia ele herdou da mãe, Fernanda Brasil, que alimenta um perfil no Instagram em colaboração com o pequeno. E os planos dele não param por aí, pois já está pensando em um segundo livro.

“Meu próximo livro será sobre as aves da zona urbana de Rio Branco. Vou começar fazendo a parte escrita para depois começar a fazer as fotos”, revela. Sobre a técnica para registrar os pássaros, ele diz que é preciso conhecer o local de estudo e a ave que vai ser fotografada:

“Vou andando pelo condomínio e já sei que tem algumas áreas mais específicas para encontrar certas espécies com mais facilidade. Aprendi a fotografar com a minha mãe. Já a foto depende da ave, porque tem umas que ficam paradas por mais tempo e outras que são mais ágeis, como o beija-flor.”

“É algo que gosto, não é pesado”

Também com parecer de superdotação em linguagens, Lavínia Vasconcelos dos Santos, de 16 anos, já terminou o segundo livro e está escrevendo o terceiro. Começou o quarto e ainda está iniciando uma série secundária. Haja fôlego e criatividade, mas nada disso é empecilho para ela, que conta que sempre foi apaixonada pela leitura, escrita e linguagem.

O primeiro livro “A Giant World” aborda a luta de sete adolescentes para sobreviver a uma síndrome fictícia que ela chamou de síndrome de Kösen, que é o nome de Sultan Kösen, considerado o homem mais alto do mundo nos registros da história.

“Essa síndrome deixa todos os animais gigantes, e esse grupo precisa sobreviver a tudo isso sozinho. Estou escrevendo muita coisa, mas é algo que eu gosto e que não é pesado. É muito bom ver as pessoas gostando das minhas histórias. Um dia perguntei ao meu amigo qual era o livro preferido dele e ele respondeu que era o meu, então fiquei muito feliz e orgulhosa”, contou.

Estudante faz as ilustrações de seus livros. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mesmo com o parecer para a linguagem, Lavínia tem outras áreas de interesse, como escrita, leitura e desenho, que também são acompanhadas pela equipe. Inclusive, foi ela quem fez as ilustrações do livro.

“Criei essas outras habilidades a partir da minha primordial, que é a escrita e leitura. Aprendi a ler e falar inglês para ler livros que não estavam traduzidos ainda. Aprendi a desenhar e aprimorei meus desenhos para ilustrar minhas histórias”, disse.

Possibilidades

Já Lecenky Araújo Camargo, de 17 anos, tem altas habilidades com os números. Ele disse que foi indicado durante o atendimento do NAAH/S na escola em que estudava.

“Meu interesse maior é trabalhar na área de finanças e economia, e aqui trabalho com o professor a questão de explorar ideias, examinar conceitos. Foi também aqui que tive o suporte para treinar para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Não só treinei, como também ajudei uma das alunas que conseguiu o que eu nunca consegui: a medalha de ouro da olimpíada”, conta.

O jovem já ganhou quatro medalhas da competição, sendo três de bronze e uma de prata. Já Isadora Cordeiro Tufic, aluna que ele ajudou, foi ouro na edição do ano passado da OBMEP.

Lecenky diz que o NAAH/S na vida dele foi crucial para seu desenvolvimento. O núcleo, nas palavras dele, cria um espaço de possibilidades e ajuda o aluno a entender melhor aquela área que o fez receber a indicação de superdotação.

“O NAAH/S acolhe e oferece um ambiente favorável e propício para que esse aluno venha desenvolver o potencial pleno dele, toda capacidade que ele pode lapidar para ter no futuro, um arsenal de recursos e conseguir disputar no mercado de trabalho. Esse trabalho é importante para que essa pessoa possa contribuir muito mais do que a gente consegue mensurar hoje, porque temos uma visão muito superficial das coisas, mas com a estrutura oferecida aqui, no futuro, os jovens poderão contribuir de maneira muito mais ampla. Então, é totalmente gratificante fazer parte desta família”, destaca.

Lecenky, superdotado na área de exatas, reforça que o núcleo cria um ambiente de possibilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mais do que esse local de apoio, o núcleo também é um ambiente onde os alunos se identificam com outros jovens, o que é importante para o autoconhecimento e também vem como resposta para muitas dúvidas.

“É como se a gente fosse anônimo, até que aparece alguém dizendo que a gente tem possibilidades. E o NAAH/S faz isso. Muitos jovens têm talentos, extrema habilidade, mas não tem possibilidades, e aqui eles direcionam a gente. Se não tivesse essa estrutura, eu jamais conseguiria”, pontua.

Eliel Santos Reis, de 12 anos, com superdotação em artes, escuta atento o colega e confirma que segue aprendendo muito com a equipe que se dedica ao núcleo. “Aqui eu aprendo muito e consigo compartilhar minha paixão com outros colegas”, completa.

Artes, literatura, música, liderança, são diversas as áreas em que jovens podem ter altas habilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

De aluno a professor

Lá em 2008, Marco Melo entrou no NAAH/S como aluno e hoje é professor de inglês e artes. Em 2009, ele foi para o quadro da equipe em um contrato que exigia apenas o nível médio. Agora, formado, ele atribuiu ao local a desenvoltura que conseguiu ter por conta do atendimento no núcleo.

“Me formei e estou dando aula até hoje. Eu sempre falo que o núcleo foi um presente de Deus para mim, assim como a superdotação. Enquanto muitos estavam terminando o ensino médio, quando terminei estava praticamente empregado. Para mim, desenhar e aprender inglês sozinho era normal, mas depois que conheci o NAAH/S tive um norte e muitas portas se abriram para mim”, conta.

Marco é um professor jovem que entende a condição de seus alunos e estabelece uma relação de confiança sólida. Esse tipo de acolhimento ultrapassa as paredes do prédio e impacta positivamente no comportamento desse aluno atendido ao longo da vida.

“Uso uma linguagem mais jovem, que eles gostam bastante. Outro dia um aluno se abriu comigo ao contar que tinha dislexia. Ele nunca tinha contado isso pra ninguém, mas se sentiu acolhido no núcleo ao ponto de conseguir se abrir”, lembrou.

Marco Melo foi aluno do NAAH/S e hoje é professor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Superdotação, números e ações

Para entender o trabalho do núcleo são necessários alguns esclarecimentos. Quando se fala em superdotação – também chamada de altas habilidades – a primeira coisa que vem à cabeça de muitas pessoas é a genialidade. Erroneamente, tal condição é tratada de forma fantasiosa por causa da desinformação e isso cria estereótipos que tornam a vida dessas pessoas ainda mais difícil.

A superdotação caracteriza-se por um desenvolvimento intelectual acima da média, podendo representar especificidades em diversos campos do conhecimento, como intelectual, acadêmico, liderança, psicomotricidade e artes. Esse leque é amplo. Ao mesmo tempo, exigir perfeição em tudo é humanamente impossível.

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no país, em 2013. Naquele ano, foi promulgada a Lei nº 12.796, que altera a LDB e estabelece “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Dois anos depois, em 2015, a Lei n° 13.234 foi promulgada para tornar obrigatório identificar, cadastrar e atender estudantes com estas características.

Dados do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a quantidade de estudantes matriculados em 2022 na educação básica no Brasil foi de 47,4 milhões.

Núcleo investiga superdotação e oferece educação especializada para esses jovens. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Considera-se que cerca de 2,37 milhões (5%) de estudantes da educação básica devem compor o grupo de superdotados. Entretanto, há 26.815 (0,06%) estudantes com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial.

No Acre, o NAAH/S foi implantado em 2007, mas até 2018 funcionava dentro das escolas de ensino convencional, identificando e dando suporte a esses alunos. Em 2019, foi para um prédio próprio, onde foi montada a estrutura física, com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e emendas parlamentares, para atender os alunos de todas as cidades do estado. Além do núcleo em Rio Branco, há um polo em Cruzeiro do Sul.

Entre as atividades estão o processo de identificação e/ou atendimento de alunos com características de superdotação indicados pelas famílias e escolas; oferta de atividades de suplementação curricular e extracurricular para os alunos identificados e formação e orientação para os profissionais da educação e para a comunidade.

Segundo dados do núcleo no Acre, de 2007 ao primeiro semestre de 2023 – último levantamento – mais de 750 alunos foram atendidos, sendo 162 alunos identificados, ou seja, com parecer pedagógico de superdotação. Atualmente, 200 estão sendo atendidos.

Jeane Machado destaca a importância do núcleo na formação desses alunos e no processo de se identificar. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Jeane Machado, chefe do NAAH/S no estado, explica como é feito esse trabalho, que envolve uma equipe focada em atender, da melhor maneira, esses jovens. O ingresso desses alunos é feito por meio de indicação e, de acordo com a disponibilidade de vagas, esses alunos vão sendo inseridos no núcleo.

“O tempo dessa investigação vai depender de cada aluno, porque cada caso é único. Porém, a gente estima a duração desse processo entre seis meses a um ano e meio, para que esse aluno faça testes naquela área que ele tem aptidão. Depois disso, ele pode, inclusive, desenvolver interesse em outras áreas e ter acesso a tudo isso aqui”, explica.

Prioritariamente, as vagas são destinadas a alunos de escolas públicas, porém atendem também a demanda das instituições privadas, pois é o único no estado que faz esse tipo de investigação. Jeane destaca, ainda, que é preciso muita informação para que estereótipos sejam quebrados, pois há ainda muitos mitos sobre a superdotação.

“Os alunos de altas habilidades e superdotação estão na educação especial porque é necessário um atendimento educacional especializado. Se trata de um comportamento, não é apenas o intelecto que está acima da média. É todo um contexto entre a parte social, emocional, afetiva e intelectual, e é uma atividade cerebral atípica”, esclarece.

O fato de estarem em um ambiente em que se reconhecem em outras pessoas é primordial para que esses alunos consigam se sentir parte de um grupo, que entendam que há outras pessoas semelhantes a eles.

“Aqui eles se sentem contemplados porque encontram coisas comuns uns nos outros,  conseguem dividir o que sentem. Então, eles se reúnem e conseguem encontrar respostas para muitas dúvidas que desenvolvem. A gente precisa entender que a parte cerebral é diferenciada, é neuroatípica”, frisa.

Há muitos mitos sobre a superdotação, o que pode gerar incompreensão desse aluno na escola convencional. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Ela também reforça que as altas habilidades têm um leque de oportunidades. O aluno pode ser superdotado em uma área específica, mas ter interesses em outras áreas, o que não vai eliminar as dificuldades em determinados assuntos que não tenha aptidão.

“Há muitos mitos sobre altas habilidades e superdotação, um deles é de que aquele aluno tem que ser bom em tudo, mas isso não existe de maneira alguma. Ainda existem muitas ideias erradas. Quem convive com eles sabe como precisam de atendimento para que esse potencial seja alimentado, elevado, porque se não for potencializado ele morre. Não é que ele não tinha esse potencial, mas não trabalhou de maneira correta e morreu”, esclarece Jeane.

O NAAH/S atende apenas jovens até o ensino médio. Após isso, o aluno pode continuar sendo um parceiro do núcleo, mas não passa mais a ser atendido por ele. A indicação para que um aluno possa ser investigado é feita de forma online e qualquer pessoa pode fazê-la. O núcleo fica localizado na Estrada Albert Torres, 825 – Conjunto Mariana, em Rio Branco.

Fonte: Governo AC

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