Acre
Vítima denuncia suposto estupro e tortura cometidos por ex-PM: “Fez tudo que queria”
Vítima era ex-namorada e relata que o algoz nunca respeitou a medida protetiva
Por ContilNet
Um ex-policial militar, identificado como Deusiane Melo de Alencar – conhecido como Deddy Alencar -, com diversas acusações de ameaças, violência doméstica, porte ilegal de armas e estupro, é acusado de mais um crime. Atuando como motorista de aplicativo, há aproximadamente dois meses, ele torturou e estuprou durante uma noite inteira, segundo relato de uma mulher, que preferiu não se identificar. O jornal online ContilNet teve acesso exclusivo ao depoimento da vítima e o traz na íntegra.
“Tudo começou com um relacionamento abusivo”, inicia o depoimento. A vítima conta que, após um histórico de violências e ameaças, ela precisou pedir uma medida protetiva, contudo, o acusado nunca respeitou.
“A medida protetiva, que no caso foi pedido em novembro, do ano passado, já fez um ano… E aí, ocorreu o pior”, conta.
Ela revela que estava saindo de uma aula e ele invadiu a recepção do local, tomou o celular de sua mão e exigiu que ela conversasse com ele. Caso ela se recusasse, ele não devolveria o aparelho. Ninguém a ajudou. Ela, então, decidiu fugir, mesmo sem seu telefone, porém, ele a ameaçou e insistiu para subir em sua moto. Até que ela cedeu.
“Eu subi e ele disse: ‘Agora nós vamos em um bar, que eu quero beber e tu vai!’. Eu já estava chorando. E [ele disse] ‘vai entrar calada, vai sentar na cadeira e eu vou beber, o tempo que eu quiser. Ele parou em frente de um barzinho e mandou descer e entrar quieta. Eu disse que não iria entrar e só queria ir embora. Ele me parou, me puxou e me jogou no chão”, relata sobre a situação.
A vítima continua, afirmando que o agressor pegou seu celular à força para ver suas mensagens:
“Ele disse: ‘Agora, tu vai desbloquear esse celular, nem que eu arranque a tua mão e ponha a tua digital aqui’. Ele puxou a minha mão, colocou na digital no celular e desbloqueou”, declara.
Ele investigou suas informações e começou a ficar mais agressivo, após ver que ela estava namorando outra pessoa. A partir deste momento, ele começou a agredir fisicamente.
Tortura por toda a noite
O acusado tem inquéritos abertos por conta de estupro de vulnerável, estupro, auto de prisão em flagrante crime do sistema nacional de armas e diversos ações penais sobre violência doméstica contra mulher
“Começou a me agredir na rua mesmo e a me dar chute. Eu tentava levantar, ele me jogava no chão, de novo, na calçada ao lado do bar”, descreve as agressões que foram seguidas de ameaças.
Segundo o acusado, bastava “qualquer R$20” para ela ser agredida por supostos criminosos que deviam favores a ele, no bairro em que estavam. A vítima conta que não obteve ajuda e ela continua descrevendo, o que o seu agressor afirmava, enquanto a violentava:
“Ele dizia que fazia aquilo na frente de todo mundo mesmo que fazia no local público com câmera. Porque ele ‘queria ser preso, porque caso fosse preso, iria ele só assistir o vídeo dos faccionados me torturando do jeito que ele pediu”, disse.
Após essas primeiras agressões, ele exigiu que ela subisse na moto novamente e eles foram em direção à casa do casal. Com toda a família do ex-companheiro presente, ela atravessou a casa chorando e foi trancada no quarto do ex-policial militar.
“Ele continuou usando o celular gravando vídeo meu chorando e mandando para as pessoas. Mandou o vídeo para o meu namorado, para minha amiga. Uma dessas pessoas que ele mandou um vídeo meu chorando, chamou a polícia, mandou uma policial na casa dele, dizendo que ele estava me prendendo”, revela.
Porém, ele saiu e falou com os policiais – segundo ela, o agressor afirmou que não aconteceu nada, pois estava com sua família. Depois disso, ele voltou a agredir. Um colega do indivíduo chegou até a ligar para ele e falar com a vítima. Após, ela chorar no telefone, ele chegou a aconselhar o amigo e assim como todas as outras testemunhas das agressões, apenas desligou a ligação.
Após isso, uma série de abusos sexuais começou:
“Ele tentava me enforcar, tentando me impedir de gritar, tirava o meu ar. Ele me xingando, disse que eu era ‘muito pu*a e já que eu era uma pu*a, eu ia chupar ele até ele go*ar’. Foi quando ele começou e me obrigou. Ele chegou até a gravar um vídeo, eu chorando e dizia assim : ‘Ajeita essa cara e para de chorar, que assim eu não go*o nunca!’. Foi assim que aconteceu, depois de ter feito tudo que ele queria, ele mandou eu dormir e disse que eu iria para casa no dia seguinte”, revela.
Impunidade e desespero
A vítima conta que após o estupro, passou a noite chorando e ele bebendo cerveja, a noite inteira. Na manhã, ele estava calmo e contou que fez tudo, “porque amava ela”.
“Para apagar o passado e voltar com ele, falando um monte de coisa, querendo me convencer a ficar, não ir embora e eu disse para ele que se ele me amasse, ele me deixaria ir. Ele disse que não queria me deixar em casa e que não queria que eu ficasse contra a minha vontade. Ele foi e buscou o café para mim, levou no quarto. Ainda não tinha deixado eu sair, foi no início da tarde que ele resolveu me liberar”, conclui.
Após chegar em casa e ser acolhida pela mãe, ela realizou mais um Boletim de Ocorrência, com a medida protetiva ainda em atividade. O B.O. foi anexado no inquérito. Ela não queria denunciar por medo de ser morta, porém, foi convencida pela mãe a realizar a denúncia. Entretanto, o dano psicológico para ela é irreversível:
“Me sinto tão horrível com as pessoas, suja, imunda e de pensar que ele pode fazer isso com outras pessoas também, fazer alguma coisa com a minha família, até comigo mesma. Precisei me mudar, mudei minha vida todinha, parei de fazer a aula que eu fazia, eu mudei para outro apartamento”, disse.
Ela conta que ele continuou a ameaçando por meio de outros números de telefone.
“Eu espero que com essa divulgação seja acelerado [o processo]. Eu não sei se ele está preso. Que ele possa pagar pelo que ele fez, porque ele já fez tanta coisa e não deu em nada até hoje. Uma demora, quero que tenha um fim”, finaliza.
O que diz a Polícia Militar
A reportagem, a Polícia Militar garante que “O ex-PM DEUSIANE MELO DE ALENCAR não faz parte dos nossos quadros desde 14 de março de 2024”.
Além disso, a corporação informou que ele ‘foi excluído justamente por não possuir requisitos éticos e morais para continuar nos nossos quadros’, afirma.
O acusado está preso no Pelotão Ambiental da PM desde o dia 22 de outubro de 2024, contudo, a corporação solicitou à juíza a transferência dele para outro lugar.
O ContilNet tentou contato com a advogada Helane Christina, que representou o policial na audiência de custódia. Contudo, ela declarou que não faz mais parte da defesa de Deusiane. Questionada sobre quem seria o novo advogado do ex-PM, ela não soube responder. O espaço segue aberto para a defesa se pronunciar.
Estupros no Acre
O Estado do Acre tem registrado altos índices de estupro, principalmente de vulnerável, nos últimos meses. Em 2024, já foram registrados 761 casos de estupro entre janeiro e setembro. Esse número significa que em 9 meses, o Acre já registrou 85% das ocorrências em 2023, que foi de 887 casos.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, em seu artigo 213 (na redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009), estupro é: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. O estupro é considerado um dos crimes mais violentos, sendo um crime hediondo, segundo o site jus.com.br.
No Código Penal Brasileiro, o crime de estupro está dentre os crimes contra a dignidade sexual. Segundo o texto, constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir com que ele pratique outro ato libidinoso, tem como pena reclusão de 6 a 10 anos.
Se a conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 anos ou maior de 14 anos, a pena é reclusão de 8 a 12 anos. Caso a conduta resulte em morte, a pena é de reclusão de 12 a 30 anos.
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Acre
Prefeito recebe convite para a coroação oficial da Miss Acre Universe 2025
A nova Miss Acre Universo 2025 será coroada nesta quinta-feira (30), às 19h30m, no Teatro Hélio Melo, anexo ao Memorial dos Autonomistas, em Rio Branco. A cerimônia de coroação deverá contar com a presença de autoridades estaduais e municipais de todo o Acre.
Na manhã desta quarta-feira, 29, o prefeito Maxsuel Maia, junto com a primeira-dama e secretária municipal da Mulher, Ana Carla Maia, recebeu das mãos do coordenador regional do Alto Acre e diretor administrativo do Miss Acre Universe, o missólogo Diego Nycollas, que esteve acompanhado do Mister Teen Acre, Nelson Eduardo, que é aluno do projeto Divos e Divas.
O evento será fechado para imprensa, influenciadores digitais e convidados. A nova miss já vai participar do Miss Universo Brasil, que começa dia 8 de fevereiro e terá a final dia 13 do mesmo mês.
Durante a conversa, Diego Nycollas narrou a importância do projeto, que por trás do glamour das passarelas tem cunho social, sendo agente transformador da vida de muitas jovens. Ele destacou a necessidade do apoio do poder público para iniciativas dessa natureza.
“Agradecemos imensamente a parceria com a prefeitura, que tem sido fundamental para esse trabalho. É um projeto vai além do desfile e das passarelas; ele está profundamente alinhado com as políticas públicas voltadas para as mulheres, promovendo a transformação social e oportunidades para muitas jovens,” disse Nycollas.
O prefeito Maxsuel Maia colocou a Prefeitura à disposição para colaborar com o Miss Acre Universe, por meio de parcerias, e destacou o trabalho social e educativo que existe além do que se vê nos desfiles.
“Eu tenho recebido neste começo de mandato aqui muitas entidades, sejam elas oficiais ou não oficiais, e a resposta é sempre que todo mundo que vier para Xapuri para nos ajudar a desenvolver a nossa cidade e a tornar a vida das pessoas mais digna vai ter a ajuda da Prefeitura”, garantiu o gestor.
Xapuri é uma cidade que tem revelado talentos no mundo dos concursos de beleza. Em dezembro de 2022, Joana Cunha se tornou Miss Brasil Juvenil 2022/2023.
Em 2024, a estudante Juliana Miranda conquistou o terceiro lugar no Miss Brasil Aqua Nature. Ela é a atual Miss Universe Xapuri.
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Motociclista de aplicativo e passageiro são presos com simulacro de arma de fogo em Rio Branco
Na tarde desta quinta-feira (30), o motociclista de aplicativo Eduardo Luiz de Paula Lima, de 28 anos, e o passageiro Isaque Mota de Carvalho, de 37 anos, foram presos pela Polícia Militar do Acre (PMAC) nas proximidades do Horto Florestal, em Rio Branco.
Durante patrulhamento no bairro Santa Quitéria, agentes do Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), do Bope, avistaram a dupla em uma motocicleta Yamaha Fazer 250 em atitude suspeita. Ao perceberem a aproximação da polícia, os dois tentaram fugir, mas foram interceptados na rua José Magalhães, no bairro Conquista.
Na revista pessoal, os policiais encontraram um simulacro de pistola Glock na cintura de Isaque, que resistiu à prisão e precisou ser contido. Ele já possui passagem por roubo.
Eduardo, que conduzia a motocicleta, afirmou que estava realizando transporte por aplicativo e desconhecia que o passageiro carregava um simulacro de arma de fogo.
Diante dos fatos, ambos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde a ocorrência foi registrada e as providências legais serão tomadas.
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Ponte sobre o Rio Caeté não será demolida e será transformada em estaiada, afirma superintendente do Dnit
O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas
Em uma reunião com empresários e políticos na noite dessa quarta-feira, 29, na sede da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a ponte sobre o Rio Caeté, na BR-364, não será mais demolida, como havia anunciado antes. Ele informou que os pilares, que estão em movimento, serão removidos e a estrutura será aproveitada, ampliada e terá o mesmo modelo de outras pontes da BR-364, chamada estaiada.
“Não vai ser demolida. Como tem um problema geológico entre o P2 e P5, então nós vamos remover esses pilares e vamos estaiar, como a ponte aqui de Cruzeiro do Sul, com um vão livre, ampliar essa ponte de 210 para 360 metros, levantar duas torres em cima da própria ponte. Nós vamos ter que fazer um tipo de licitação através da contratação integrada e quem ganhar vai ter que fazer o projeto básico, projeto executivo e a execução dessa obra e com isso, em julho, a gente provavelmente já esteja cavando os primeiros tubulões. Essa licitação vai acontecer ao nível de Brasil”, explicou Ricardo, que descartou o risco de haver desabastecimento em Cruzeiro do Sul e demais cidades que dependem da BR-364, onde está a ponte.
“Com nosso monitoramento, os ônibus e carros pequenos vão passar pela ponte e por baixo os caminhões, até o mês de abril, maio, quando o rio baixa. Já tendo a licitação da obra, a gente vai pedir também que a empresa que ganhar faça como foi feito na ponte de Tarauacá, onde nós estamos fazendo a ampliação com um desvio, passando normalmente sem nenhum problema. Então aqui nós estamos querendo reforçar o pilar até a construção definitiva dos estais. Não vai haver nenhum desabastecimento, o que vai ter é que no normal, os caminhões fariam o percurso em cima da ponte em 15, 20 segundos e ele agora vai gastar meia hora para passar“, relatou.
Apesar da preocupação, o presidente da Associação Comercial, Jairo Bandeira, acredita que a operação terá sucesso e as mercadorias continuarão chegando ao Vale do Juruá.
“A nossa preocupação é com a logística de translado das nossas mercadorias, porque já sofremos demais com o isolamento ao longo dos anos, e hoje tememos que isso venha trazer alguns ônus a mais para a nossa sociedade. Mas eu creio que não, porque os órgãos, tanto o Dnit quanto o governo, estão agindo para que não venha a ocasionar a falta e aumento do preço dos produtos”, declarou.
Para o prefeito Zequinha Lima, que articulou a reunião, os esclarecimentos foram importantes para os gestores das cidades do Vale do Juruá.
“Eu fiz o convite para que o Ricardo viesse aqui para esclarecer de fato que decisão foi tomada pelo Dnit porque qualquer bloqueio muda a vida das pessoas aqui, seja do cidadão comum, seja do empresariado. Colocamos nossos questionamentos e o superintendente esclareceu todas as medidas que estão sendo tomadas para que possa evitar o desabastecimento aqui da nossa região. A gente quer diminuir os problemas da região junto com o Ricardo, a população e os empresários e buscar solução para médio, curto e longo prazo”, destacou o gestor.
O deputado federal Zezinho Barbary, cita a necessidade de garantir recursos para viabilizar solução para o problema da ponte do Caeté.
“O Dnit já está tomando providência e nós temos que correr agora através do governo federal, via Denit, para que esse problema seja corrigido, para que a gente possa ter recursos para consertar, recuperar essa ponte e dar segurança às pessoas. Além da ligação, por onde chega a alimentação e tudo aqui para o Juruá, nós também temos que ter a preocupação de não colocar a vida das pessoas em risco”, concluiu o parlamentar.
Ponte estaiada
As estaiadas, como as de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, têm uma ou mais torres (ou postes), a partir das quais os cabos sustentam a ponte. Uma característica dessas pontes são os cabos ou estais, que correm diretamente da torre para o convés, formando um padrão semelhante a um leque ou uma série de linhas paralelas.
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