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‘Um feito histórico’, diz professor do interior do Acre que levou alunos para conhecer Shopping e viver uma tarde de Rock and Roll
Para o professor, a maior recompensa foi ver o brilho nos olhos dos alunos. “Alguns jamais tinham assistido a uma banda ao vivo ou ido ao shopping. Isso não tem preço. Proporcionar momentos de entretenimento ficará para sempre na memória deles

Alunos puderam conhecer bandas locais e o universo do rock. Foto: Tácita Muniz/Secom
Entre solos de guitarra e olhares atentos ao movimento, 68 alunos de três turmas da Escola Pedro de Castro Meirelles, do município de Acrelândia, participaram de um passeio cultural que uniu música e lazer. A iniciativa partiu de um projeto extracurricular do professor de língua Portuguesa, Estevão de Souza Ferreira, e, segundo ele, representou a concretização de um sonho. No último sábado, 6, estudantes e professores puderam curtir uma tarde de rock e conhecer o shopping da capital.
O professor explica que a ideia surgiu a partir do projeto O Grande Desafio, que promoveu debates entre os alunos sobre temas como armamento e uso das redes sociais. “Resolvi premiar os alunos com um passeio para Rio Branco, para conhecerem o shopping e, ao mesmo tempo, proporcionar um momento musical com estilos que não fazem parte do cotidiano da maioria. Muitos não sabiam que no Acre existiam grandes músicos e bandas que tocam ‘igual às da televisão’, como eles mesmos disseram”, contou.
A atividade teve como objetivo ampliar a integração entre os estudantes e oferecer novas alternativas de estilo musical. Para viabilizar o projeto, Ferreira contou com o apoio da Fundação Elias Mansour (FEM), da prefeitura de Acrelândia e de empresários locais. “Muitos alunos vêm de famílias de baixo poder aquisitivo. Precisei pedir ajuda para alimentação, roupas e calçados, garantindo que todos pudessem participar. Sou muito grato a quem colaborou”, destacou.
Para o professor, a maior recompensa foi ver o brilho nos olhos dos alunos. “Alguns jamais tinham assistido a uma banda ao vivo ou ido ao shopping. Isso não tem preço. Proporcionar momentos de entretenimento ficará para sempre na memória deles. Recebo diariamente depoimentos emocionantes”, relatou.

Muitos alunos puderam visitar o shopping pela primeira vez. Foto: cedida
A viagem contou com o apoio de outros professores: Daniele Dias, Alessandra Silva, Salomão Moura, Débora Helaine e Edinéia Sales, além da contratação de seguranças para garantir a tranquilidade do passeio. “No início houve preocupação da escola, afinal nunca ninguém tinha feito algo parecido, ainda mais envolvendo alunos tão jovens, do sexto ano. Levar quase 70 crianças a um shopping e a um show de rock parecia loucura, mas deu tudo certo. O que parecia impossível se tornou um feito histórico”, disse.
Filho de professora e vindo de uma família de educadores, Ferreira afirma que o magistério está em sua essência. “O papel da música é fundamental na vida do ser humano, especialmente na formação dos alunos. Ter contato com um gênero de qualidade como o rock não é para quem quer, é para quem merece, e meus alunos mereceram”, avaliou.
A escolha do estilo musical também teve caráter pedagógico. “O rock é liberdade, superação, desafio, um estilo de vida universal. Eu queria que meus alunos conhecessem as melhores bandas do Acre. Foi um sonho realizado vê-los vibrando ao som da Fire Angel, The Roses, Semblanty e Death Silenc. Mais do que música, quis transmitir valores: integração, respeito, trabalho em grupo e inspiração para enfrentar desafios. Só vence quem não desiste”, concluiu.

Estudantes falam que experiência foi inesquecível. Foto: cedida
‘Experiência nova e divertida’
Durante o passeio promovido pelas turmas da escola, os alunos compartilharam impressões que revelam o impacto da atividade.
Para Ana Gabrielly Matos, do 8º E, o ponto alto foi a apresentação das bandas de rock. “Foi tudo muito bem organizado, com muito talento e animação. A energia do som e o repertório deixaram tudo ainda mais especial. Foi uma experiência nova e super divertida”, afirmou.
A colega Maria Eduarda Ferreira, também do 8º E, destacou a novidade de ouvir rock pela primeira vez. “Nunca tinha escutado, mas confesso que gostei da minha primeira experiência. Foi uma viagem muito legal e incrível. Agradeço a todos que ajudaram a realizar esse passeio”,* disse.
Já Amanda Cassimiro, do 6º D, ressaltou a diversidade das atividades. “Gostei muito da ida ao shopping e das bandas que cantaram super bem. O show de rock foi maravilhoso, uma experiência única que nunca esquecerei. O pessoal do rock é super gente boa. Eu amei e iria mais vezes”, contou.
A estudante Daniele Ester Nery, do 8º E, fez questão de narrar em detalhes a expectativa e a vivência da viagem. Ela lembrou da animação durante o trajeto de ônibus e da emoção ao conhecer o shopping.
“Havia brinquedos, decorações natalinas lindas e cinema. Foi tudo diferente do que imaginei. Depois seguimos para o Studio Beer. Foi uma das melhores viagens que já fiz, cheia de alegria, risos e nostalgia. Levo boas lembranças e agradeço ao professor Estevão por essa oportunidade”, relatou.

Bandas se apresentaram durante a tarde e alunos curtiram o evento. Foto: cedida
O impacto das ações de inclusão
O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara, destacou que a principal missão da instituição tem sido promover a inclusão por meio da cultura. Segundo ele, ao longo de 2025 foram firmadas diversas parcerias com escolas do interior do Acre, possibilitando que estudantes da rede pública visitassem a capital e conhecessem espaços culturais como museus, bibliotecas e a Usina de Arte.
“É fundamental que nossos jovens tenham acesso à história e à cultura do estado. Como eles vão valorizar e ter orgulho da nossa identidade se não conhecem?”, afirmou Kinpara, ressaltando o caráter educacional das iniciativas.
Além das escolas, a FEM também tem trabalhado em conjunto com associações de moradores e lideranças comunitárias, levando atividades artísticas e culturais, como teatro, música, dança e cinema, para diferentes regiões. Em sessões de cinema promovidas pela Fundação, em parceria com outras instituições, foram registradas experiências marcantes: “Encontramos pessoas com 70, 80 anos que nunca haviam ido ao cinema e ficaram encantadas”, relatou.
Kinpara reforçou que a cultura deve ter como objetivo incluir e transformar vidas. Ele afirmou que a FEM pretende ampliar as ações para os 22 municípios acreanos, citando Cruzeiro do Sul e Sena Madureira como exemplos de integração bem-sucedida entre educação e cultura.
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Ampliação do número de carteiras assinadas é sustentada, diz IBGE
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do Brasil cresceu 2,6%, com a inclusão de 1 milhão de trabalhadores, no trimestre encerrado em novembro, número recorde, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE.

Com o resultado, que não inclui trabalhadores domésticos, são 39,4 milhões de empregados nesta condição. Desse total, 13,1 milhões são do setor público, também um número recorde, com avanço de 1,9% ou mais 250 mil pessoas no trimestre e de 3,8% no ano com mais 484 mil pessoas.
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Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, apesar de especificamente não ter sido uma variação estatisticamente significativa, a trajetória por si só, garantiu chegar ao fim deste trimestre com o contingente de 39,4 milhões de pessoas, o que representa um número recorde para a série carteira assinada no setor privado.
“Embora não significativa, sempre vem acrescentando carteira no cômputo geral, ou seja, é um movimento que foi sustentado ao longo de 2024 e agora para 2025”, comentou entrevista virtual à imprensa para apresentação dos dados da Pnad Contínua.
No mesmo trimestre, o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também mostrou estabilidade no trimestre e atingiu 13,6 milhões. O total representa recuo de 3,4% ou menos 486 mil pessoas no ano.
Já os trabalhadores por conta própria alcançaram 26 milhões, o que é novo recorde da série histórica. Se comparado ao trimestre anterior, embora tenha ficado estável, o contingente aumentou 2,9% ou mais 734 mil pessoas no ano.
“O trabalho por conta própria chega à marca inédita de 26 milhões, a maior estimativa da série histórica da pesquisa. A despeito da variação trimestral não ter ocorrido e ter ficado no campo da estabilidade, a expansão continuada assegurou o atingimento desse volume de trabalhadores por conta própria”, disse.
Informalidade
O recorde no número de trabalhadores com carteira assinada no trimestre encerrado em novembro foi motivo para a variação negativa da taxa de proporção de trabalhadores informais na população ocupada.
O número de pessoas nesta situação ficou em 37,7% da população ocupada ou 38,8 milhões de trabalhadores informais. No período anterior terminado em agosto tinha ficado em 38,0 % ou 38,9 milhões. É também menor que os 38,8 % ou 39,5 milhões, registrados no trimestre encerrado em novembro de 2024.
A coordenadora ressaltou, o que classificou de quadro interessante, ao verificar o quanto a população ocupada total cresceu e quanto dessa parcela da população está na informalidade. “O ramo informal não apenas não cresceu como retraiu. Isso faz um movimento de perda de força do ramo informal, pontuou.
Adriana Beringuy destacou que parte expressiva dos 601 mil trabalhadores que entraram para a população ocupada no trimestre foi justamente no segmento da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que cresceu 2,6%, ou 492 mil pessoas ocupadas a mais. Neste segmento, ainda que tenha contratos temporários, o da educação não é considerado informal e tem legalidade constituída e assegurada, explicou a coordenadora.
Ela disse também que os segmentos informais são compostos por emprego sem carteira no setor privado, trabalho doméstico sem carteira assinada, conta própria e empregador sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar. “Quando a gente soma todas essas parcelas populacionais, chega ao valor de 38 milhões 817 mil pessoas consideradas ocupadas e formais, antes eram 38.878, ficou praticamente estável”.
No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desocupação ficou em 5,2% da força de trabalho do país, ou 5,6 milhões de pessoas em busca de trabalho, sendo a menor desde 2012, quando começou a série histórica da Pnad Contínua. Desde o trimestre encerrado em junho de 2025, que o indicador vem mostrando, sucessivamente, menores taxas da série.
Rendimentos
Outro recorde no trimestre terminado em novembro, foi no rendimento médio real habitual da população ocupada do Brasil que atingiu R$ 3.574, com alta de 1,8% no trimestre e de 4,5% em relação ao mesmo trimestre móvel de 2024, já descontados os efeitos da inflação.
O avanço de 5,4% no rendimento médio dos trabalhadores em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas puxou este recorde. Conforme a Pnad Contínua, se comparado anualmente, houve ganhos em cinco atividades: Agricultura e pecuária (7,3%), Construção (6,7%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras (6,3%), Administração pública (4,2%) e Serviços domésticos (5,5%).
Com o desempenho do rendimento médio e do número de trabalhadores, a massa de rendimento real habitual também atingiu novo recorde. “R$ 363,7 bilhões, com altas de 2,5% (mais R$ 9,0 bilhões) no trimestre e de 5,8% (mais R$ 19,9 bilhões) no ano”, informou o IBGE.
Pesquisa
De acordo com o IBGE, a Pnad Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil e abrange 211 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios e visitados a cada trimestre. “Cerca de dois mil entrevistadores trabalham nesta pesquisa, integrados às mais de 500 agências do IBGE em todo o país”.
Fonte: Conteúdo republicado de AGENCIA BRASIL - NOTÍCIAS
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Idoso de 61 anos é resgatado de dentro de caminhonete trancada sob calor intenso e passando mal em Rio Branco
Homem que se apresentou como tutor foi preso em flagrante por suspeita de abandono de incapaz. Bombeiros arrombaram vidro para salvar vítima, que estava com pressão alta

Um homem que se apresentou como tutor do idoso e dono do veículo foi preso em flagrante pela Polícia Militar, sob suspeita de abandono de incapaz. Foto: captada
Um idoso de 61 anos foi resgatado por bombeiros de dentro de uma caminhonete trancada na Rua Isaura Parente, em Rio Branco, na tarde de segunda-feira (29). O homem havia ficado mais de uma hora no veículo sob calor intenso até que pedestres perceberam que ele passava mal e acionaram a polícia.
O major Ocimar Farias, do Corpo de Bombeiros, explicou que, após tentativas frustradas da RBTrans e de um chaveiro, a equipe arrombou o vidro traseiro para retirar a vítima, que estava com pressão alta e debilitada. Um homem que se apresentou como tutor do idoso e dono do veículo foi preso em flagrante pela Polícia Militar, sob suspeita de abandono de incapaz.
O idoso recebeu os primeiros socorros no local e foi encaminhado para atendimento médico. A PM confirmou indícios de abandono, uma vez que ele permaneceu trancado sem os cuidados necessários.
O major Ocimar Farias explicou que os bombeiros quebraram o vidro de uma das janelas para ter acesso ao idoso.
“Ele faz uso de remédios e estava com o carro trancado no calor. Quando chegamos ao local já tinha uma equipe da RBTrans tentando abrir, mas não conseguiu. Nossa única alternativa foi fazer o arrombamento do vidro traseiro”, reforçou.
O bombeiro confirmou que o idoso estava com a pressão alta e debilitado. Ele recebeu os primeiros socorros ainda no local. A PM-AC confirmou que ‘foi constatado que o idoso se encontrava em situação de vulnerabilidade, havendo indícios de abandono de incapaz, uma vez que permaneceu trancado no veículo sem os cuidados necessários’.
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Moradores de Manoel Urbano enfrentam ruas intransitáveis e lama em pleno fim de ano
Reportagem flagrou acesso apenas por tábuas improvisadas e quadriciclos na Baixada do Porto Atual. População cobra ações da prefeitura para infraestrutura local

A situação atinge de forma mais severa idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida, que precisam procurar os pontos menos alagados para conseguir se deslocar, muitas vezes correndo riscos. Foto: captada
Na Baixada do Porto Atual, em Manoel Urbano, ruas completamente tomadas pela lama dificultam o tráfego de pedestres e veículos em pleno período de festas de fim de ano. A situação, flagrada pela reportagem do jornalista Gilmar Mendes Lima nesta terça-feira (30), revela problemas crônicos de infraestrutura que seguem sem solução, afetando principalmente idosos, crianças e pessoas com mobilidade reduzida.
Moradores relataram que a única forma de acesso em vários trechos é por tábuas improvisadas sobre a lama ou por quadriciclos — os únicos veículos capazes de trafegar no local. Eles afirmam que a área está entre as mais negligenciadas pela Prefeitura de Manoel Urbano, sem serviços regulares de recuperação das vias ou drenagem, situação que piora com as chuvas.
A população cobra ações emergenciais para garantir condições mínimas de acesso e evitar que o abandono persista, impactando a rotina e a segurança das famílias que residem na localidade.


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