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Tite assume o Flamengo após nove meses ‘desempregado’

Tite teria falado que no Brasil não trabalharia em 2023 –
NELSON ALMEIDA/AFP
O Rubro-Negro anunciou o terceiro treinador em 2023 nesta segunda (9); ele chega para substituir o argentino Jorge Sampaoli
Depois de nove meses “desempregado”, Tite volta a comandar um time de futebol. O escolhido pelo treinador foi o Flamengo. O Rubro-Negro confirmou o ex-técnico da seleção brasileira nesta segunda-feira (9), após a demissão de Jorge Sampaoli, no dia 28 de setembro.
Tite chega para um contrato até dezembro de 2024, quando termina a gestão de Rodolfo Landim na presidência do clube. Será a primeira vez que ele comanda um time do Rio de Janeiro, já que teve a carreira marcada por clubes do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
Entre os principais desafios do treinador está construir uma boa relação com Gabigol, que já falou mal do técnico por não ter sido convocado para a Copa do Mundo do Catar, e trazer a paz para o Rubro-Negro.
O Clube de Regatas do Flamengo informa que fechou acordo com o técnico Tite para comandar o elenco profissional. O treinador assinou contrato até dezembro de 2024 e inicia o trabalho no Rubro-Negro a partir de amanhã.
A comissão técnica do novo comandante contará com os… pic.twitter.com/2InjKMkoKt
— Flamengo (@Flamengo) October 9, 2023
Trajetória Tite
A trajetória do novo técnico do Flamengo é marcada por altos e baixos. Assim que se aposentou da carreira de jogador, o gaúcho começou a investir em tornar-se um treinador profissional. Ele se formou em educação física pela PUC-Campinas e, em meados de 1990, treinou a primeira equipe, o Guarany de Garibaldi.
Em seguida, assumiu outros times do Rio Grande do Sul, de menor porte, como o Veranópolis, em que ganhou o primeiro título da carreira, com a conquista da segunda divisão gaúcha, em 1993.
Tite começou a ganhar visibilidade no Caxias, em 2000. Naquele ano, o time fez uma campanha surpreendente no Campeonato Gaúcho e superou o Grêmio, de Ronaldinho Gaúcho, para vencer a competição. Por ter se tornado “sensação”, um ano depois, foi contratado pelo próprio Tricolor Gaúcho e se consagrou campeão gaúcho pelo segundo ano consecutivo.
Também em 2001, com o Grêmio, Tite levantou a taça da Copa do Brasil, ao bater o Corinthians na final, e permaneceu na equipe até 2003.
Depois de uma passagem de dois anos no São Caetano, o técnico desembarcou na capital paulista para treinar um dos maiores times do Brasil: o Corinthians.
Apesar da situação desfavorável do Timão, que lutava contra o rebaixamento, o profissional levou a equipe para o quinto lugar no Brasileiro. O trabalho “morno” do gaúcho fez com que a primeira passagem pelo clube durasse até 2005, quando ele pediu demissão, durante o Campeonato Paulista.
Logo em seguida, Tite assumiu o Atlético-MG para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2005 e teve um trabalho frustrado, ao ver o time mineiro ser rebaixado após 13 vitórias, oito empates e 22 derrotas.i
Em maio de 2006, foi a vez de outro time da elite ter Tite como técnico: o Palmeiras. Mas foi uma passagem rápida. Após resultados ruins, o então diretor de futebol alviverde, Salvador Hugo Palaia, mandou Tite “calar a boca”. Horas depois, o treinador pediu demissão.
Foi a hora de o técnico “dar um tempo” do trabalho no Brasil e, no fim de 2007, assinar com clubes internacionais. O escolhido foi o Al-Ain, dos Emirados Árabes, mas depois de seis meses Tite foi demitido por não concordar com um pedido dos dirigentes da equipe para relacionar um jogador da seleção do país.
Em 2008, Tite foi para o Internacional, o maior rival do Grêmio. No Colorado, conquistou diversos títulos, como a Copa Sul-Americana, o Campeonato Gaúcho de 2009, o vice-campeonato da Copa do Brasil e o vice da Recopa Sul-Americana.
No entanto, pelo baixo rendimento no Brasileirão 2009, o treinador foi demitido em outubro e voltou aos Emirados Árabes, em agosto de 2010, para treinar o Al-Wahda. A transferência durou apenas três dias, já que o cargo de técnico do Corinthians estava aberto pela demissão de Adílson Batista.
Tite, uma lenda do Corinthians
Confira alguns dos melhores momentos de Tite pelo Corinthians. O treinador entrou para a história do clube de Parque São Jorge ao conquistar todos os títulos possíveis entre os anos de 2010 e 2016.
Na segunda passagem de Tite pelo clube alvinegro, ele se tornou ídolo. Na reta final do Brasileirão daquele ano, ele fez com que o time vencesse cinco de oito jogos e conquistasse a vaga pré-Libertadores. Em 2011, foi vice-campeão paulista e campeão brasileiro, além de ter sido elogiado pela imprensa pelo bom trabalho.
O sucesso de 2011 seguiu em 2012, e o Corinthians de Tite foi campeão da Libertadores. No Mundial da Fifa daquele ano, o título também ficou para o Timão, depois da vitória contra o Chelsea, por 1 a 0.
Em 2013, o Corinthians não teve um bom desempenho na Libertadores nem na Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Grêmio, e Tite não teve o contrato renovado pela diretoria do clube paulista.
Em 2014, o gaúcho se manteve afastado da profissão, já que esperava ser convidado para comandar a seleção brasileira. A CBF, por outro lado, optou por Dunga. “Desempregado”, em dezembro de 2014, Tite foi anunciado como treinador do Corinthians pela terceira vez.
Na temporada de 2015, ele levou o Timão ao título do Brasileiro e, em 2016, chegou às semifinais do Paulistão, além de ter alcançado as oitavas de final da Libertadores, e foi anunciado como o novo treinador da seleção brasileira.
Com o Brasil, Tite conquistou uma série de vitórias e reergueu o moral do time. Em 2016, de forma antecipada, a seleção se classificou à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, que seria a primeira do técnico.
No Mundial, o time teve uma campanha ruim, ao ser eliminado de maneira precoce, nas quartas de final, pela Bélgica.
A CBF decidiu manter o treinador até o ciclo de Copa do Mundo seguinte, em 2022. Em 2019, o Brasil venceu o Peru por 3 a 1 e foi campeão da Copa América.
No entanto, no Mundial do Catar, a seleção brasileira teve outra campanha abaixo do esperado e foi eliminada pela Croácia nas quartas de final.
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Polícia Penal realiza operação integrada com forças de segurança em presídio de Senador Guiomard
A ação teve por objetivo realizar revista das celas e verificações estruturais, com objetivo de evitar fugas, retirada de ilícitos, e garantir a segurança dentro e fora da unidade prisional
O chefe da Divisão de Estabelecimento Penal de Senador Guiomard, Maycon Mendonça, destacou: “A retirada de ilícitos é uma das principais ferramentas que nós temos aqui dentro. E também está sendo realizada a operação de recâmbio de 25 presos da capital que nós temos integrado à unidade na data de hoje”.
Durante a revista nas celas, foi encontrado um aparelho de celular
Participaram da operação, além da Polícia Penal e as especializadas, Divisão Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), Divisão de Serviço de Operações e Escolta (DSOE), Divisão de Operações com Cães (DOC) e Divisão de Monitoramento Eletrônico (DME), o Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
A ação contou também com a participação de alunos do Curso de Formação de Agente de Polícia Penal (CFAPP), que estão na fase de estágio supervisionado.
O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), por meio da Polícia Penal, realizou uma operação integrada com as forças de Segurança do Acre, na Divisão de Estabelecimento Penal de Senador Guiomard, nesta segunda-feira, 16. A ação teve por objetivo realizar revista das celas e verificações estruturais, com objetivo de evitar fugas, retirada de ilícitos, e garantir a segurança dentro e fora da unidade prisional. Além disso, também houve a transferência de 25 pessoas privadas de liberdade do Complexo Penitenciário de Rio Branco, para a o presidio de Senador Guiomard.
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Câmara aprova projeto que aumenta pena para abandono de idoso ou pessoa com deficiência

Helio Lopes (E), autor do projeto, e Dr. Frederico (D), relator
Texto segue para sanção
A Câmara dos Deputados aprovou proposta que aumenta penas para abandono de idoso ou pessoa com deficiência. A pena geral, de reclusão de 6 meses a 3 anos e multa, subirá para 2 a 5 anos e multa.
Se do abandono resultar a morte da pessoa, a pena será de 8 a 14 anos de reclusão; se resultar em lesão grave, poderá haver reclusão de 3 a 7 anos. Ambas com multa.
De autoria do deputado Helio Lopes (PL-RJ) e outros, o Projeto de Lei 4626/20 foi aprovado nesta segunda-feira (16) com emendas do Senado e será enviado à sanção.
O projeto contou com parecer favorável do relator, deputado Dr. Frederico (PRD-MG). Ele concordou com as alterações do Senado para aumentar as penas e para excluir a competência dos juizados especiais na apreensão de crianças e adolescentes sem ordem judicial ou flagrante. “As alterações ampliam a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade e permanecem alinhadas ao espírito e aos objetivos originais da proposição”, afirmou.
Uma das emendas aprovadas altera o Estatuto da Criança e do Adolescente e proíbe o uso da lei de crimes de menor potencial ofensivo (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais) para o crime de privar a criança ou adolescente de sua liberdade, realizando sua apreensão se estar em flagrante de ato infracional ou sem ordem escrita do juiz. No estatuto, a pena prevista para esse crime é de detenção de 6 meses a 2 anos.
Abandono de idoso ou incapaz
O projeto original aprovado pela Câmara em 2021 prevê aumento de pena para o caso de abandono de idoso ou de incapaz ou de maus-tratos. Esses crimes estão previstos no Código Penal e abrangem qualquer pessoa sob os cuidados de alguém quando incapaz de se defender dos riscos resultantes do abandono.
A pena geral, que hoje é detenção, passa a ser de 2 a 5 anos de reclusão, com agravantes se do crime resultar lesão corporal de natureza grave (reclusão de 3 a 7 anos) ou morte (reclusão de 8 a 14 anos).
Maus-tratos
Já o crime de maus-tratos, punido atualmente com detenção, passa a ter a mesma pena geral. Nos agravantes de lesão corporal grave ou de morte, atualmente punidos com reclusão de 1 a 4 anos e reclusão de 4 a 12 anos, o projeto propõe o aumento para 3 a 7 anos e 8 a 14 anos, respectivamente.
Esse crime é caracterizado como expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância em ambiente de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer seja privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis ou abusando de meios de correção ou disciplina.
No Estatuto do Idoso, o texto atribui iguais penas a esse tipo penal caracterizado de maneira semelhante àquela constante do Código Penal.
O autor do projeto, deputado Helio Lopes, disse que a proposta é uma resposta aos crimes de maus-tratos. “Você que está maltratando os idosos, as crianças e os mais vulneráveis, os seus dias estão contados porque a lei vai apertar”, declarou.
Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), as emendas do Senado são justas porque agravam penas para quem atua contra os que são os mais vulneráveis na sociedade. “Mais respeito aos idosos e às crianças precisa ser praticado”, afirmou.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
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Ex-governadores do Acre analisam cenário político e Jorge Viana sinaliza candidatura ao Senado em 2026
Em entrevista, Viana defende união no PT e critica disputas internas; ex-governador é cotado para disputa a pedido de Lula

Binho Marques, que governou o Acre entre 2006 e 2011, também participou da entrevista e ressaltou que o problema central do estado passa pela questão econômica. Foto: captada
Os ex-governadores do Acre Jorge Viana (PT) e Binho Marques (PT) analisaram, nesta segunda-feira (16), o cenário político e econômico do estado durante participação no programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta, em Rio Branco. Além de discutirem os desafios do PT no Acre, Viana admitiu que deve concorrer a uma vaga no Senado em 2026, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Viana afirmou que o PT precisa de “serenidade, diálogo e união” para superar as divergências internas no estado. Segundo ele, embora debates sejam naturais, o momento exige coesão para reconquistar a confiança do eleitorado.
“Não é hora de brigar internamente. Não vou disputar nada dentro do partido, não quero saber de dinheiro de partido. Eu só queria um ambiente em paz”, declarou.
O ex-governador destacou a necessidade de o PT se reorganizar para retomar o diálogo com a sociedade acreana e se disse otimista sobre um possível acordo interno antes das eleições. Sua possível candidatura ao Senado em 2026 surge como uma tentativa de fortalecer o partido no estado.
A entrevista reforçou a movimentação política no Acre, onde o PT busca se reposicionar após derrotas recentes. A declaração de Viana sobre o Senado deve acirrar a disputa pela sucessão estadual no pleito de dois anos.
“Nosso problema não é interno. Mesmo resolvido, o PT ainda precisa disputar a confiança do povo. O Acre está indo ladeira abaixo, o povo está indo embora, isso significa que o modelo e esse desenho político que nós estamos vivendo hoje é uma tragédia”, afirmou Viana.
O ex-governador também comentou a possibilidade de concorrer ao Senado. “Se for senador, é para fazer o Acre ser respeitado novamente. Não é contra ninguém, mas a favor do Acre”, declarou.
Binho Marques, que governou o Acre entre 2006 e 2011, também participou da entrevista e ressaltou que o problema central do estado passa pela questão econômica. Para ele, o Brasil ainda não compreendeu o verdadeiro potencial da Amazônia. “A economia puxa tudo. O país ainda não conhece a Amazônia e não sabe o potencial que ela tem”, avaliou.
Durante a conversa, Jorge Viana relembrou realizações de sua gestão e criticou o abandono de obras e projetos iniciados durante os governos petistas. Citou avanços em áreas como saúde, infraestrutura, educação e segurança, como a pavimentação de aeroportos, construção de hospitais, maternidades, estradas e o fortalecimento da economia acreana.
“O Acre tinha emprego pleno. O PIB disparou de 1 bilhão para 7 bilhões no meu período, e depois com o Binho chegou perto de 10 bilhões”, destacou Jorge.
Ele também criticou o atual estado de abandono de patrimônios importantes da capital, como o Novo Mercado Velho, o Parque da Maternidade, a Biblioteca da Floresta e o Teatrão.
“Quando vejo a capital desse jeito, o patrimônio que nós fizemos fechado, o que falta mais fechar? Ontem foi 63 anos do Acre Estado mas fico triste. Ao invés de chorar, jogar pedra nos outros, eu vou oferecer meu nome para ajudar o Acre”, disse.
Viana reforçou seu compromisso com o estado e disse que, mesmo morando parte do tempo fora, nunca deixou de atuar em favor do Acre. Ele lembrou que o estado foi destaque em exportações nos últimos anos e defendeu a retomada do projeto de desenvolvimento sustentável iniciado pelos governos petistas.
“Não quero nada mais, só sonho com o Acre dando certo de novo. O Acre não sai de mim, e eu não saio do Acre”, concluiu.
Veja vídeo com TV Gazeta Entrevista:
Ao comentar a situação da Reserva Extrativista Chico Mendes, que atualmente enfrenta a retirada de gado de áreas embargadas por decisão judicial, os ex-governadores fizeram um resgate histórico das lutas socioambientais no estado.
Binho Marques lembrou o papel de liderança de Chico Mendes, assassinado em 1988, e destacou como ele foi capaz de unir movimentos sociais e a defesa da natureza em um contexto onde essa aproximação ainda era rara.
“Militantes de movimento social não queriam saber de natureza naquela época. Os sindicatos, os partidos, o próprio PT ainda não sabiam lidar com isso. O Chico juntou esses dois grupos. Era uma pessoa que unia. Eu chorei muito com a morte dele. Ele deixou um legado que, de qualquer forma, continuaria, mas eu queria que ele tivesse deixado vivo”, relembrou.
Sobre o atual conflito envolvendo criadores ilegais de gado na reserva, Binho Marques avaliou que o problema vai além da consciência ambiental. Para ele, a raiz da questão é econômica.
“O problema não é de consciência, é de economia. A economia puxa tudo. O país ainda não conhece a Amazônia, não sabe o potencial que tem aqui. E a economia está girando para um lado que não é o caminho correto para o futuro da humanidade, mas dá dinheiro”, destacou.
Jorge Viana também aproveitou a entrevista para fazer um balanço das conquistas dos governos da chamada “Floresta”, período em que ele e Binho estiveram à frente do estado.
“Na nossa época, o PIB do Acre saiu de um bilhão para quase dez. Tinha emprego, fizemos estradas, aeroportos, ampliamos o acesso à energia, educação, saúde. Hoje, o mundo está debatendo o que a gente já falava há anos”, disse.
Sem esconder a insatisfação com o cenário político e econômico atual do estado, Jorge declarou estar motivado a disputar uma vaga ao Senado nas próximas eleições.
Danniely Avlis/Tv Gazeta
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