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Terceiro voo de Israel com repatriados chega a São Paulo
Avião da FAB trouxe 69 brasileiros que moravam em Israel

São Paulo SP 13/10/2023 Operação Voltando em Paz – Aeronave KC-390 Millennium, pousa na Base Aerea de Guarulhos com 64 brasileiros retirados da área de conflito em Israel . Pai Luciano recebe o filho Rafael. Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil
A angústia foi grande. Por uma longa semana, a mulher do engenheiro civil Luciano Graicer, 61 anos, não conseguiu dormir. A insônia foi provocada pela preocupação com o filho, Rafael Graicer (foto), que estava em Israel e que, na manhã de hoje (13), retornou ao Brasil.
Rafael estava em Israel há três meses, vivendo na cidade de Ra’anana. Foi para lá estudar e trabalhava em um hotel, quando tudo aconteceu: a intensificação do conflito entre Israel e o grupo político e militar Hamas, que teve início no último sábado (7) e já contabiliza mais de três mil mortes.
“Foi difícil convencê-lo a voltar. Só convencemos o Rafael a retornar porque eu e a mãe dele pedimos. A mãe não estava desesperada. Ela estava fora de si. Ela não conseguia mais fazer absolutamente nada. E ela o convenceu a voltar”, contou o pai a jornalistas hoje (13), na Base Aérea de Guarulhos, em São Paulo. “Ele viu nosso desespero e conseguimos convencê-lo a retornar”, acrescentou.
Naquele dia 7, quando começou o conflito, Rafael queria ter ido a uma festa rave, chamada Universo Paralello, realizada em Israel, perto da Faixa de Gaza. Mas não foi porque acabou sendo chamado para trabalhar num hotel.
Mais tarde, Rafael soube que militantes do Hamas entraram em território israelense e mataram várias pessoas. Entre elas, mais de 260 que estavam na festa rave. Entre os feridos estava um amigo dele.
“Uns dias antes ele me disse: ‘pai, eu vou em uma festa. Tem uma turma de brasileiros bem grande, mais de 100 pessoas. E eles iriam à festa. No sábado de manhã, ele ligou e me acordou dizendo: ‘eu não fui na festa’. Eu nem sabia o que estava acontecendo. E ele me falou para ligar a TV para ver o que estava ocorrendo [a guerra]. Havia mais de 50 amigos dele, todos brasileiros, que estavam nessa festa. Um dos amigos, que dormia no mesmo quarto, ficou ferido por granadas”, relatou o pai.
Emoção na chegada
A emoção bateu para a família de Rafael quando ele finalmente desembarcou no Brasil e eles puderam vê-lo a distância, separados por uma grade. E eles não foram os únicos a se emocionar. O desembarque foi marcado por acenos de passageiros, choro e abraços com parentes, entre as grades, sob muita emoção. Houve também uma salva de palmas.
Antes de um contato mais forte, os passageiros tiveram que passar pela alfândega na Base Aérea, enquanto os parentes ainda aguardavam do lado de fora.
O terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel chegou na Base Aérea de Guarulhos às 11h30 de hoje (13). Esse voo faz parte de uma missão do governo federal para trazer de volta ao país brasileiros que desejaram deixar a região de confronto entre o Hamas – grupo político e militar que controla a Faixa de Gaza – e Israel.
O mesmo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) é parte da Operação Voltando em Paz. Ele trouxe 69 brasileiros de volta ao país, sendo que cinco deles desembarcaram no Recife mais cedo, às 6h07 da manhã. Por volta das 8h33, o avião saiu do Recife com 64 passageiros a bordo, com destino a São Paulo. Entre os passageiros, duas mulheres grávidas.
Todos esses passageiros decolaram de Tel Aviv, em Israel, ontem (12), às 11h55 (horário de Brasília). A aeronave – um KC-390 Millennium da FAB – fez pousos técnicos em Lisboa, em Portugal, e em Cabo Verde, antes de chegar ao Recife na manhã de hoje.
Dos passageiros a bordo, 29 são de São Paulo. O restante é de outros estados que seguirão viagem depois. A FAB disponibilizou um ônibus para levá-los da Base Aérea para o aeroporto de Guarulhos.
Segundo a FAB, até o momento, todas as aeronaves empregadas na Operação Voltando em Paz já foram responsáveis pelo retorno seguro de 494 passageiros. A primeira aeronave trouxe ao Brasil 211 deles. A segunda, outros 214.
A violência em Israel e na Palestina chegou ao sétimo dia nesta sexta-feira, com a continuidade de intensos bombardeios na Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos.
Autoridades locais já contabilizam 1,2 mil mortes e mais de cinco mil feridos. Há pelo menos 180 mil desabrigados. Em Israel, segundo a emissora pública Kan, o total de mortos havia aumentado para 1,3 mil desde o último sábado, quando começaram os ataques violentos do grupo islâmico Hamas.
Outros voos
A FAB informou, também, que há ainda outras aeronaves se preparando para repatriar brasileiros. Um avião KC-30 (Airbus A330) já decolou de Roma, na Itália, às 10h18, no horário local (5h18 em Brasília), com destino a Tel Aviv, onde fica o Aeroporto Internacional Ben Gurion. A previsão é de que esse voo chegue na noite de amanhã (14) ao Rio de Janeiro. Um outro avião deve chegar ao Rio na noite de domingo (15). A FAB também se prepara para fazer a primeira repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
Uma aeronave VC-2 (Embraer 190), utilizada pela Presidência da República, está pronta, no Aeroporto de Roma, na Itália, aguardando autorização das autoridades egípcias para a operação.
Esse avião deve pousar no Egito, já que a expectativa é que os brasileiros saiam pelo posto de fronteira de Rafah, que conecta Gaza com a Península do Sinai, no território egípcio.
Ontem (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou ter conversado por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e disse ter agradecido pelo apoio para a retirada de brasileiros do Oriente Médio.
“Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas. Solicitei ao presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra”, escreveu Lula.
Ele disse ainda ter feito um apelo para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança e se colocou à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz.
Edição: Kleber Sampaio
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Ex-deputado Daniel Silveira pede ‘saidinha’ de Páscoa a Alexandre de Moraes
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar

Ex-deputado Daniel Silveira pediu para deixar a prisão na Páscoa. Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a “saidinha”.
A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena – um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.
“Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização”, diz o pedido.
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.
O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.
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Projeto de lei torna crime a perturbação da paz com pena de até 2 anos de prisão
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população

Deputado Kim Kataguiri alega que projeto torna mais claro identificar perturbação da paz. Foto: Pablo Valadare/Agência Câmara
Da Agência Câmara
O Projeto de Lei 4315/24 transforma em crime a perturbação da paz, que hoje é uma contravenção penal. A proposta define o crime da seguinte forma: organizar, promover ou executar evento não autorizado pelo poder público, em via pública ou em prédio particular, que cause transtorno à vizinhança pelo uso de som elevado ou aglomeração que impeça ou dificulte o trânsito de pessoas ou veículos.
A pena prevista é detenção de 6 meses a 2 anos, podendo aumentar em 1/3 até a metade se:
– o evento for realizado à noite;
– o evento for realizado em sábado, domingo ou feriado;
– houver a presença de crianças ou adolescentes no evento;
– o evento for organizado por associação criminosa ou milícia privada;
– o evento atrapalhar as atividades de escola ou hospital e outras consideradas essenciais.
Conforme a proposta, incorre nas mesmas penas:
– o artista de qualquer espécie que se apresenta no evento;
– a pessoa que cede, a título gratuito ou oneroso, equipamento sonoro para a realização do evento;
– a pessoa que participa, de qualquer modo, desse tipo de evento.
Contravenção penal
Atualmente, a Lei das Contravenções Penais pune com 15 dias a três meses de prisão e multa quem perturbar o trabalho ou o sossego alheios:
– com gritaria ou algazarra;
– exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com a lei;
– abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
– provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda.
Atualização necessária
O autor da proposta, deputado Kim Kataguiri (União-SP), afirma que a atualização da norma é necessária para as autoridades agirem de forma eficaz contra eventos que causam transtornos à população.
“Ao estabelecer penalidades claras e proporcionais, o projeto visa a reprimir a realização de eventos irregulares, promovendo um ambiente urbano mais seguro e harmonioso”, argumenta. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.
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Governo lança ações para enfrentar temperaturas extremas no Brasil
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima

Ministério do Meio Ambiente adota medidas para reduzir impacto das altas temperaturas. Imagem: YouTube
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima articula com os ministérios da Educação e da Saúde o enfrentamento das ondas de calor que atingem o país. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados necessários para lidar com a elevação das temperaturas e viabilizar ações para minimizar seus impactos, principalmente nas escolas.
Em janeiro, a média de temperatura global esteve 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com o Copernicus, observatório climático da União Europeia.
O Brasil sofre os efeitos do aquecimento global, entre eles, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor severas. Há previsão de temperaturas intensas para as próximas semanas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em especial para o Sul do país. Em alguns municípios, os termômetros devem registrar mais de 40°C.
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima.
O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável e gestão de resíduos urbanos.
No guarda-chuva do programa, está a iniciativa AdaptaCidades, que fornecerá apoio técnico para que estados e municípios desenvolvam planos locais e regionais de adaptação. Ao aderir ao projeto, os governos estaduais devem indicar dez municípios com alto índice de risco climático para receber a capacitação. Também podem ser beneficiados consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, 21 estados já participam da iniciativa.
Cidades Verdes Resilientes e AdaptaCidades estão alinhados ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Em elaboração por 23 ministérios, sob a presidência da Casa Civil e a coordenação do MMA, o plano tem um dos eixos voltados à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. O segundo pilar é dedicado às reduções de emissões de gases de efeito estufa (mitigação), cujas altas concentrações na atmosfera causam o aquecimento do planeta.
Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, o Plano Clima será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. Traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.
O MEC tem retomado as atas de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que oferecem ganhos de escala, produtos padronizados e de qualidade aos entes federados, que ficam desobrigados a realizar processos licitatórios próprios (podendo aderir a ata da Autarquia). Já está disponível ata de registro de preços para compra de ventiladores escolares e está prevista ata para aparelhos de ar-condicionado ainda no primeiro semestre de 2025.
Além das ações coordenadas pelo governo federal, planos de contingência para período de extremo calor devem ser desenvolvidos por cada rede de ensino, considerando o princípio constitucional da autonomia federativa e as realidades locais.
Cuidados e dicas
As ondas de calor são caracterizados por temperaturas extremamente altas, que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas e são exacerbados pelo aquecimento global, que tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade do calor em várias partes do mundo.
Esses episódios são potencializados em áreas urbanas devido ao efeito das ilhas de calor, fenômeno em que a concentração de edifícios, concreto e asfalto retém mais calor e aumenta ainda mais as temperaturas.
A saúde de toda a população pode ser afetada nessas situações, em especial os mais vulneráveis — como idosos; crianças; pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; diabéticos; gestantes; e população em situação de rua. O calor excessivo pode causar tontura; fraqueza; dor de cabeça; náuseas; suor excessivo; e alterações na pele. Ao notar esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica.
Entre os cuidados para se proteger, é recomendável beber água regularmente, ainda que sem estar com sede; evitar exposição ao sol das 10h às 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e utilizar toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados.
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