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Temendo cheia em RO, empresários querem estocar alimentos no AC

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Donos de supermercados negociam aluguel de galpões em Rio Branco. Em 2014, cheia do Rio Madeira causou o isolamento do Acre via terrestre.

Presidente da Asas, Luiz Deliberato Filho, diz que donos de supermercados querem alugar galpões para estoque de alimentos (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Presidente da Asas, Luiz Deliberato Filho, diz que donos de supermercados querem alugar galpões para estoque de alimentos (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Os empresários do ramo de supermercados estão negociando a locação de galpões, em Rio Branco, para o estoque de maiores quantidades de alimentos não perecíveis, de acordo com a Associação Acreana de Supermercados (Asas). O motivo, segundo o presidente Luiz Deliberato Filho, é a possibilidade de uma nova cheia nas águas do Rio Madeira, em Rondônia, que no início de 2014, deixou o Acre isolado por terra, causando problemas no abastecimento.

Nesta quinta-feira (15), o Rio Madeira está em 13,24 metros, segundo medição do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Nesse mesmo dia do ano passado, durante a enchente, as águas atingiram a marca de 14,82 metros. De acordo com a coordenadora do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Ana Cristina Strava, o rio estava em queda nos últimos dois dias, mas existe a expectativa de chuvas.

“O rio deve permanecer em queda até quinta-feira [15], porque a chuva do Mamoré demora um pouco a chegar. Estamos na expectativa de receber uma chuva mais forte também, nesta semana. Então, deve voltar a subir”, explicou a coordenadora.

O presidente da Asas explica que, atualmente, os supermercados trabalham com estoque de, em média, 60 dias. Com o fim das negociações e o aluguel dos novos espaços, a associação estima estocar alimentos para um período superior a 90 dias.

“Este ano, ante as incertezas se haverá ou não enchente, estamos buscando a alternativa de locar galpões ‘lonados’ para que possamos nos precaver com um volume maior de estoque, a fim de evitar qualquer problema de desabastecimento, como tivemos no ano passado. Fora opções junto ao Peru e alternativas como sair pelo Mato Grosso, Chile e Bolívia, por exemplo”, explica.

Em 2014, Acre sofreu com o desabastecimento de alimentos por causa da cheia (Foto: Rayssa Natani/G1)

Em 2014, Acre sofreu com o desabastecimento de alimentos por causa da cheia (Foto: Rayssa Natani/G1)

O presidente diz também que a medida deve atender todos os municípios acreanos, mesmo que os galpões se localizem na capital. “Como as grandes empresas estão sediadas em Rio Branco, precisamos ter esse pólo aqui, para atender o restante do estado”, fala.

Segundo Deliberato, as negociações, feitas em parceria com a Associação dos Atacadistas e Distribuidores, estão ocorrendo entre quatro empresas de grande porte que têm capacidade de atender ao ramo. Cada galpão deve medir em média 4000 m², o que torna o custo alto.

Em 2014, Rio Madeira atingiu a marca história de 19,74 metros, deixando o Acre isolado por terra (Foto: (Agência de Notícias do Acre/Divulgação)

Em 2014, Rio Madeira atingiu a marca história de
19,74 metros, deixando o Acre isolado por terra
(Foto: (Agência de Notícias do Acre/Divulgação)

“Estamos negociando porque é um custo elevadíssimo. São galpões com média de 4000 m² cada um e tem que locar de 10 a 30. Fazer essa locação por um período pequeno é caríssimo e quanto maior o prazo, mais barata é a locação”, acrescenta.

Se preparar com antecedência é fundamental, de acordo com Deliberato. Ele afirma que a categoria tem acompanhado a situação do Rio Madeira e da BR-364, única via terrestre que liga o Acre ao restante do país,  com preocupação.

“Temos feito o acompanhamento da situação da BR [364] com uma certa preocupação. Recentemente, em torno de 15 dias, quando menos se esperou, a água chegou a subir ao leito da estrada. Pelo que temos visto, o volume de chuva pode não ser igual ao do ano passado, mas estamos com uma certa preocupação”, afirma.

O presidente da Asas esclarece ainda que, devido à experiência adquirida no ano passado, os consumidores podem ficar tranquilos e evitar a prática da estocagem em casa. “O que gostaria de deixar claro é que os consumidores, de um modo geral, não precisam ficar com aquela consciência de ter que estocar em casa. As áreas mais críticas que tivemos, que foi de combustível e gás, estão já se precavendo e buscando alternativas. Estamos todos trilhando o mesmo caminho”, finaliza.

Cheia história do Madeira e isolamento do Acre
Em 2014, o Rio Madeira registrou sua cheia história, atingindo a marca de 19,74 metros. Por isso, o Acre ficou isolado via terrestre, uma vez que a BR-364 é o único acesso para os outros estados do país. Em abril daquele ano, o governo acreano chegou a decretar calamidade pública.

Na época, os acreanos enfrentaram o racionamento de diversos alimentos nas prateleiras, além de gás de cozinha e combustíveis, o que gerou grandes filas de veículos nos postos.

Já no dia 8 de janeiro deste ano, o governo do estado se reuniu com representantes do Ministério da Integração Nacional para debater a criação de um plano de contingência para uma possível nova enchente.

Na ocasião, o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Luis Alves, disse que a expectativa é que não ocorra este ano uma cheia na mesma proporção da anterior. “Aguardamos uma nova cheia, mas não com a mesma magnitude do ano passado”, falou.


As informações são do G1/Ac

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Prefeitura de Rio Branco intensifica ações de emergência para famílias afetadas por fortes chuvas

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Diante da situação crítica, a administração municipal, em conjunto com a Defesa Civil estadual, está concentrando esforços nos 19 bairros mais atingidos pelos alagamentos

O volume acumulado de água em razão das fortes chuvas, fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade. Foto: captada 

A Prefeitura de Rio Branco mobilizou, nas primeiras horas deste sábado (27), uma força-tarefa para atendimento às famílias afetadas pelas fortes chuvas registradas nas últimas 48 horas na capital.

O volume acumulado de água fez o nível do Rio Acre subir rapidamente e provocou o transbordamento de igarapés que cortam a cidade, atingindo diversas áreas urbanas. Diante da situação, o prefeito Tião Bocalom convocou uma reunião de emergência em seu gabinete, reunindo todos os secretários municipais para alinhar ações imediatas de resposta e assistência.

Logo após o encontro, o prefeito visitou a Escola Álvaro Vieira da Rocha, no bairro Conquista, onde 10 famílias — totalizando 36 pessoas — já estão abrigadas pela Defesa Civil Municipal e pela Secretaria de Assistência Social.

Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências.

“Não é com prazer, é com tristeza. Mas fazer o quê? Infelizmente, as chuvas chegaram e as inundações começaram a aparecer. Desde ontem, nossas equipes da Defesa Civil, apoiadas por todas as secretarias, estão em campo até duas horas da manhã para retirar famílias. Aqui nesta escola estão 10 famílias, 36 pessoas, e estamos tomando todas as providências possíveis. A prefeitura está fazendo a sua parte, como sempre fizemos, junto ao governo do Estado e à Defesa Civil. Tanto é que em 2021 ganhamos o prêmio de melhor acolhimento da Defesa Civil Nacional. Fazemos tudo com dor no coração, porque sabemos o quanto é difícil para as famílias, mas seguimos firmes para garantir apoio a quem mais precisa.” ressaltou o prefeito de Río Branco

Tião Bocalom destacou o trabalho integrado das equipes municipais e reforçou que todas as providências vêm sendo adotadas desde o início das ocorrências. Foto: capadas 

Após visitar as famílias abrigadas, o gestor seguiu para o Parque de Exposições, onde equipes já iniciam a preparação para novas ações de acolhimento e prevenção, caso o nível das águas continue subindo.

A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas.

A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que está de prontidão para atender novas ocorrências decorrentes das chuvas. Foto: assessoria

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Com 40 bairros atingidos pela cheia do Rio Acre e enxurradas, Prefeitura de Rio Branco já abrigou mais de 70 famílias

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 Chuvas intensas deixam famílias desalojadas e mobilizam força-tarefa da Prefeitura de Rio Branco

A rápida elevação no nível das águas do Rio Acre, principal manancial da capital acreana e a enxurrada provocada pelas fortes chuvas que atingiram Rio Branco nos últimos dias têm causado alagamentos em vários bairros, quarenta no total, de acordo com a última atualização da Coordenadoria Municipal da Defesa Civil (Comdec).

A enxurrada provocada pelas fortes chuvas que atingiram Rio Branco nos últimos dias têm causado alagamentos em vários bairros, quarenta no total. (Foto: Marcos Araújo/Secom)

De acordo com o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil municipal, dos 40 bairros atingidos, 19 estão recebendo ações das equipes municipais, justamente aqueles em situação mais crítica.

“Estamos em constante monitoramento, inclusive com acompanhamento em tempo real desses 40 bairros. Temos 19 bairros com situação mais preocupante”, explicou o coordenador Cláudio Falcão. (Fotos: Marcos Araújo/Secom)

“Estamos em constante monitoramento, inclusive com acompanhamento em tempo real desses 40 bairros. Temos 19 bairros com situação mais preocupante e, por conta disso, estamos com equipes realizando ações nessas localidades. Já abrigamos 35 famílias desses bairros, totalizando 115 pessoas, e outras 39 famílias, ou 122 pessoas, foram levadas para a casa de familiares”, explicou o coordenador.

Já abrigamos 35 famílias desses bairros, totalizando 115 pessoas, e outras 39 famílias, ou 122 pessoas, foram levadas para a casa de familiares”, explicou o coordenador.(Foto: Val Fernandes/Secom)

Duas comunidades rurais já sofrem com os efeitos da alagação do Rio Acre: as comunidades do Panorama e do Catuaba, na região do Belo Jardim. Essas comunidades também estão recebendo auxílio da Prefeitura de Rio Branco.

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Vídeo: Cheia do Rio Acre vira cenário de lazer para donos de jet-skis e lanchas em Rio Branco

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Calçadão da Gameleira e bairro da Base reuniram banhistas, famílias e embarcações recreativas durante a tarde de domingo

A cheia do Rio Acre em Rio Branco, que tem causado transtornos a dezenas de famílias ribeirinhas, também acabou se transformando em cenário de lazer para proprietários de veículos aquáticos, como jet-skis e lanchas, que aproveitaram o nível elevado do rio para se divertir neste domingo.

As regiões da Gameleira e do bairro da Base concentraram a maior movimentação. Em meio à descida de balseiros e à água barrenta, diversos condutores colocaram suas embarcações na água para realizar passeios e manobras, atraindo a atenção de quem acompanhava tudo do calçadão.

No calçadão da Gameleira, centenas de pessoas — entre adultos, crianças e até animais de estimação — aproveitaram a tarde ensolarada para caminhar, socializar e observar a movimentação no rio, transformando o local em um ponto de encontro informal.

Apesar de algumas manobras consideradas arriscadas, não houve registro de acidentes envolvendo jet-skis ou lanchas ao longo do dia, segundo informações apuradas.

As autoridades, no entanto, reforçam o alerta para que os condutores mantenham cautela, especialmente durante o período de cheia, quando há aumento do fluxo de balseiros, troncos e outros obstáculos que podem representar riscos à navegação recreativa.

 

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