Brasil
Suspeito de matar chilena com mais de 20 facadas é indiciado por feminicídio no AC
Homem de 46 anos foi preso no dia 14 de fevereiro na zona rural de Feijó. Segundo delegado, laudo descartou que chilena tenha sido vítima de violência sexual.

Karina Constanza Bobadilha Chat foi morta com mais de 20 facadas no Acre — Foto: Arquivo pessoal
Por Iryá Rodrigues, G1 AC
O homem de 46 anos que foi preso suspeito de matar a chilena Karina Constanza Bobadilha Chat, de 22 anos, no dia 1º de fevereiro foi indiciado por feminicídio. Ele está detido no Complexo Penitenciário de Rio Branco desde a última sexta-feira (14).
A chilena foi encontrada ferida com mais de 20 facadas na Avenida Amadeo Barbosa, em Rio Branco, e morreu no pronto-socorro no dia seguinte.
O delegado responsável pelo caso, Cristiano Bastos, disse que o suspeito deve responder por homicídio qualificado com agravante de feminicídio, além das qualificadoras por motivo fútil e meio cruel no emprego do assassinato.
“As informações caracterizam que de fato foi um feminicídio, tendo em vista esse relacionamento pequeno, mas próximo de afetividade que ele manteve por ela. Vai responder sim por homicídio qualificado e pode chegar a pena máxima de 30 anos”, afirmou o delegado.
Dois dias após o crime, a polícia chegou a levar o suspeito para Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde ele confessou o crime. Mas, acabou sendo liberado porque já havia saído do período de flagrante.
Após a Justiça expedir o mandando de prisão, o homem foi preso no último dia 14. Ele estava escondido na zona rural da cidade de Feijó, interior do Acre.
Após a liberação da Justiça, o corpo da chilena foi levado, na terça-feira (11), para a cidade de São Paulo, onde foi cremado e as cinzas foram levadas para Santiago, capital chilena. A família informou a reportagem que ainda não recebeu os restos mortais da jovem.
Laudo descarta violência sexual
Como o suspeito afirmou que tentava um relacionamento com a vítima e, como ela se negou, acabou desferindo os golpes de faca, a polícia chegou a investigar se a chilena tinha sido vítima de violência sexual.
O delegado informou que o resultado do laudo já saiu e descartou que Karina tenha sido vítima desse tipo de violência.
“Foi colhido material genético dela, foi feito o exame no Instituto Médico Legal de Rio Branco e está descartada essa hipótese”, afirmou Bastos.
No dia do crime, a chilena tinha almoçado com o suspeito na casa dele e, segundo a versão do homem dada à polícia, à noite ocorreu uma discussão, que resultou na morte da vítima.
“Ela conheceu o rapaz na região da Gameleira, onde ele trabalhava e, a partir daí, ele começou uma aproximação, prestando pequenos apoios, inclusive fornecendo alimentação. Tendo em vista a vontade dela de ir embora para o estado vizinho Rondônia, ele tentou evitar, houve esse desentendimento, ele a perseguiu e veio a matá-la”, relatou o delegado.

Avó fez homenagem para chilena morta em Rio Branco — Foto: Reprodução/Facebook
‘Família impactada’
A tia de Karina, Kary Chatt, contou que a menina era malabarista e havia saído do Chile em abril do ano passado. Ela disse que a família está aguardando a ordem do juiz para que o corpo da vítima seja cremado e levado ao país em que morou.
Revoltada, ela pede por justiça. “Minha Karinita foi assassinada por um animal maldito do Brasil. Exijo justiça. A família está muito mal, estamos impactados e tristes. Chega de abusos e assassinatos. Ela era alegre, bela, terna e solidária. Um amor. Não entendo”, lamenta.
No Facebook, a avó da chilena, Silvia Irturra usou o perfil no Facebook para lamentar a morte da neta e fez um texto se despedindo.
“Em direção à luz, você está viajando para o paraíso, já não estás neste plano, estás no plano celestial. Pedimos a Deus que a encha de mais luz dando a felicidade celestial e a paz eterna hoje a nossa imensa dor. Abriremos as nossas mãos e os nossos corações e te deixaremos ir. Você merece viver longe da dor viver sem mágoas nem lágrimas. Te deixamos ir, mas nunca te esqueceremos”, escreveu.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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