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Sob PT, polícia da Bahia matou em um ano mais que todas as polícias dos EUA

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As polícias da Bahia, estado comandado pelo PT há 16 anos, mataram mais pessoas em supostos confrontos do que todas as forças policiais dos Estados Unidos juntas no ano de 2022. O UOL comparou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Mapping Police Violence, dos EUA.

O que aconteceu?

As polícias da Bahia mataram 1.464 pessoas em intervenções em 2022. Nessa estatística, o estado não diferencia a Polícia Civil da Militar. Já nos Estados Unidos, as forças de segurança mataram 1.201 pessoas.

Os dados da letalidade baiana são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enquanto os números dos EUA foram extraídos do Mapping Police Violence, uma organização que reúne e publica as estatísticas dos mortos pelas polícias norte-americanas, que contam com aproximadamente 18 mil corporações em todo o país. Os dados do Mapping Police Violence do ano passado foram divulgados pelo jornal britânico The Guardian.

Ao UOL, a professora e pesquisadora de Harvard Yanilda Gonzales ressalta a confiança no levantamento das duas instituições e indica um cenário assustador no Brasil.

Em declaração após a chacina, o governo da Bahia classificou os mortos por policiais de bandidos. Procurada pela reportagem na sexta, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia defendeu que as mortes causadas por PMs têm sido reduzidas em 2023. (leia mais abaixo).

Famílias denunciam abusos. Neste ano ainda não há levantamento fechado do primeiro semestre, mas só nas últimas duas semanas pelo menos 29 pessoas foram mortas pela polícia na Bahia.

O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) se opõe, com isso, às promessas da gestão Lula (PT), embora não haja plano concreto do governo federal para solucionar a questão.

Cenário assustador

Yanilda Gonzales diz que a situação da Bahia deveria entrar no radar das autoridades internacionais por ter uma taxa de letalidade comparável à de um país de 330 milhões de habitantes, embora a população baiana fique em torno de 15 milhões de moradores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Deveria ser declarada uma emergência nacional. Um estado do tamanho da Bahia matou mais pessoas que as 18 mil polícias dos Estados Unidos. Um país que tem 330 milhoes de habitantes. Onde está o debate no Brasil sobre essas mortes? Como pode ser possível ter essa magnitude tão grande num estado só? Yanilda Gonzales, pesquisadora de Harvard (EUA)

Ao UOL, o fundador do Mapping Police Violence, Samuel Sinyangwe, ressaltou o componente racial no perfil das vítimas das polícias.

Embora as taxas de violência policial nos EUA sejam extraordinariamente altas entre as democracias ricas, nações como Brasil, Venezuela e Filipinas apresentam taxas ainda mais altas. A pesquisa comparativa sugere que nações com histórico de dominação colonial, escravidão e desigualdade racial persistente têm taxas mais altas de violência policial. Expor e erradicar esses sistemas de opressão é a chave para resolver esse problema. Samuel Sinyangwe, especialista em segurança pública

Sob qualquer critério de uso da força, estamos falando de uma força policial que produz muita morte, com letalidade muito alta. A mensagem é o quanto é absurdo o que está acontecendo na Bahia.Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Críticas após governador e Lula falarem do tema

Tanto Lula quanto o governo da Bahia, quando comentaram o assunto, foram criticados pelas declarações problemáticas.

Após semanas em silêncio, Lula disse que a polícia tem de saber “diferenciar pobre de bandido”A prerrogativa das polícias militares, no entanto, é entrar em confronto armado apenas em situações extremas contra criminosos.

Já o governo da Bahia, primeiramente, chamou os suspeitos que foram mortos por policiais de “homicidas, traficantes, estupradores, assaltantes, entre outros criminosos“.

Segundo o governador, ele e o goveno federal estão em “diálogo permanente” e ele “apura eventuais excessos cometidos pelas corporações”. Por enquanto, foi o que falaram sobre o assunto. Foram procurados pelo UOL para comentar sobre a comparação com os EUA, mas ainda não enviaram resposta.

Chacina mata jovens e destrói famílias

A letalidade policial deixa pelo caminho famílias destruídas. No ano passado, a chacina da Gamboa, na Bahia, matou Alexandre dos Reis, 20, filho de Silvana dos Santos, 42.

Ela conta que o filho foi levado para uma casa abandonada antes de ser morto.

A polícia já tinha matado outros dois e levou meu filho ainda vivo. Eu cheguei lá e me apresentei como mãe dele. Eles me destrataram e apontaram a arma para a minha cabeça. Quando virei, eles dispararam três tiros contra meu filho.Silvana dos Santos, mãe de jovem morto pela polícia da Bahia

Ela e outras mães e moradores da comunidade lutam até hoje por Justiça. O caso está ainda na fase judicial, à espera do julgamento dos PMs envolvidos.

Eu me sinto até hoje desprotegida. O policial é uma pessoa que deveria me proteger, não me matar. Se a polícia matou meu filho, ela me matou também.

Herança de Rui Costa, hoje ministro

A gestão de Rui Costa (PT) como governador ficou marcada pela explosão de mortes praticadas por policiais na Bahia.

Chefe do Executivo entre 2015 e 2022, ele viu as mortes por membros das forças de segurança saltarem 313% e baterem recorde no ano passado. Hoje, ele é ministro da Casa Civil e um dos mais próximos interlocutores de Lula.

Durante sua gestão na Bahia, Costa deu declarações defendendo as polícias em episódios de morte.

Há na Bahia uma articulação político-jurídica de não deixar responsabilizar a Polícia Militar. Eles têm um acordo de letalidade, que vem apresentando um resultado que, para nós, é de um genocídio.Wagner Moreira, coordenador do grupo Ideas e articulador do Fórum Popular de Segurança Pública do Nordeste

Segundo ele, os movimentos sociais que lutam contra a violência policial denunciaram em várias ocasiões Rui e sua gestão pela falta de ações para reduzir a letalidade e pela falta de transparência dos dados.

O governo Rui Costa implementou um controle social da população preta por meio da força. Não existe política pública de segurança na Bahia. A polícia está solta, matando para dar uma falsa proteção à elite, mas ela não encontra respostas positivas nos resultados.

Promessa do governo Lula

Em seu plano de governo, Lula prometeu “amplo conjunto de políticas públicas” para combater, entre outros problemas, “a política atual de genocídio e perseguição à juventude negra, com superencarceramento, e que combatam a violência policial”.

É imprescindível a implementação de um amplo conjunto de políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural, indissociáveis do enfrentamento da pobreza, da fome e das desigualdades, que garantam ações afirmativas para a população negra e o seu desenvolvimento integral nas mais diversas áreas. Construiremos políticas que combatam e revertam a política atual de genocídio e a perseguição à juventude negra.Proposta de governo apresentada em 2022 pela chapa de Lula e Alckmin

Procurado, o Palácio do Planalto não se manifestou até a publicação da reportagem. Caso um posicionamento seja enviado, o texto será atualizado.

Bahia aponta diminuição de mortes

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que mortes por intervenção policial reduziram 5,8% em 2023. O governo não informou os números usados para o levantamento.

A pasta ressaltou trabalhos positivos da corporação, como apreensão de armas de fogo e de toneladas de drogas, além de ações contra o tráfico de drogas.

Ressalta ainda que são constantes os investimentos em capacitação, tecnologia e inteligência para as forças de segurança do estado, buscando sempre, como principal objetivo, a preservação de vidas, bem como a legalidade das ações policiais. Secretaria da Segurança Pública da Bahia, em nota.

 

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MC Daniel vira ‘KFC Daniel’ em campanha para promover os novos ‘Cubinhos de Frango’

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MC Daniel vira ‘KFC Daniel’ em campanha para promover os novos ‘Cubinhos de Frango’
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MC Daniel vira ‘KFC Daniel’ em campanha para promover os novos ‘Cubinhos de Frango’

Para lançar seu novo produto, “Cubinhos de Frango”, o KFC Brasil , parte do Grupo IMC, traz o icônico MC Daniel, popularmente conhecido como ‘Falcão do Funk’, como rosto de sua nova campanha.

“Sou apaixonado por frango frito desde pequeno, por isso, fechar parceria com uma marca mundialmente conhecida e com tanta credibilidade, como o KFC, é a realização de um sonho e o match perfeito! Estou super feliz porque sei que vamos entregar ao público algo realmente único, marcante e especial”, conta o artista e empresário.

Daniel Amorim Nicola tem 25 anos e nasceu em Taboão da Serra (SP). O MC, que despontou em 2022 e se tornou uma das sensações do funk muito além de São Paulo, é famoso por hits como ‘Revoada’ e ‘Tubarão Te Amo’, que também viralizaram no TikTok. Com uma personalidade única, alegre, divertida e sempre bem humorada, ele conquistou o carinho de uma legião de fãs. Atualmente, conta com mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais, tem feito muitas participações em programas de TV, e também atuado como empresário para apoiar e emergir artistas do Trap e do Funk.

“O KFC é uma marca criativa e inovadora, muito alinhada à irreverência e ao carisma do MC Daniel. E o fato de o frango ser uma de suas comidas favoritas torna essa conexão ainda mais autêntica. A campanha digital é uma maximização do lançamento dos Cubinhos de Frango, que veio para suprir uma nova ocasião de consumo junto ao público mais jovem”, destaca Willy Campos, diretor de Marketing do KFC no Grupo IMC.

KFC muda nome de MC Daniel

De olho nas tendências da GenZ, a rede acaba de lançar uma campanha digital com o cantor MC Daniel, em um viés divertido e provocador, ligado ao lançamento “Cubinhos de Frango”, feito 100% de peito de frango e empanado com a Receita Secreta do Coronel Sanders.

Essa é a primeira campanha publicitária com uma marca global de fast food na qual MC Daniel protagoniza.

O filme ‘KFC-Daniel’ destaca de maneira bem humorada e intensa a paixão do MC por frango frito, especialmente pelos novos “Cubinhos”. Após receber os lançamentos pelo delivery, MC Daniel prova o produto e imediatamente se apaixona pelo sabor e pela crocância, entrando em um transe que o leva ao êxtase. Nessa jornada, ele tem insights e muda seu nome de ‘MC Daniel’ para ‘KFC Daniel’, sacada genial e criativa da marca para provocar um concorrente.

“Nosso mantra é fazer uma marca pensar e agir como um creator, mesmo em uma ação pontual. Para apoiar o lançamento dos Cubinhos de Frango do KFC, criamos uma ação com o MC Daniel que carrega todos os elementos de linguagem nativa do social. Fizemos uma provocação que tem o humor e a irreverência presente nas redes. Falar a língua do público é a condição essencial para ser entendido e adotado”, explica Nelson Botega, Co-CEO & Partner da Snack Content, agência que assina o conceito e a criação da campanha digital.

Ficha técnica

KFC

Marketing: Alexsandro BX Pinto, Willy Cravo Campos, Nayara Dauer, Mariana Moreale, Gabriela Nakasima, Willian Crug Santos, Laura Vieira Amaral

Agência: Snack Content

Concepção Criativa: Leo Prestes e Nelson Botega

Head de Planejamento: Leo prestes

Head de inteligência: Natalia Brune

Head New Business: Raissa Machado

Diretora de contas: Mariana Pierry

Atendimento/Projetos: Felipe Sapatini

Casting: Gabriel Maran

Head de Conteúdo: Patricia Calil

Diretora de Conteúdo: Lívia Sarno

Diretor de Conteúdo: Roberto Coutinho

Roteirista: Aderlei Braga

Community Manager: Clara Amorim

Head de Edição: Dreiky Fraga

Montagem e Finalização: Camila Mie

Pós e Motion: Rebeca Alves

Head de Produção: Ordilei Haine

Coordenador de Produção: Alcides Rocha

Produtor: Igor Ribeiro

Estagiária de Produção: Ana Guerra

Produção Artística: Marjorie Vetorazo

Cassiano Geraldo – Diretor de Fotografia

Victoria Elizabeth Tena – Produção

Fernando Vilanova Sant Anna – Making Of

Jéssica Murta Araújo – Assistente de Camera

Ana Paula Ferraresi – Assistente de Camera / Logger

Andre Hirae – Operador de Áudio

Robson Silva Almeida – Gaffer

Ana Carolina Gomes Sannini – Foodstyling

Mariana Moore Ribeiro Santos – Ass. Foodstyling

Mariana Fernanda Sanção – Diretora de Arte

Olívia Ribeiro – Assistente de Arte

Arlindo Trevizam – Assistente de Arte

Marvin Campos – Produção Executiva Bemloc Filmes

PR e imprensa – FSB Comunicação

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Fonte: Nacional

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Incertezas em momentos de desastre favorecem desinformação

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A quebra da normalidade, a desordem momentânea e as incertezas geradas por desastres proporcionam ambiente favorável para a disseminação das chamadas fake news (notícias falsas). E as redes sociais são terreno fértil para a desinformação, segundo o pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) Fabio Malini.

Malini coordena o Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da UFES, cuja equipe tem analisado o conteúdo de mensagens veiculadas nessas redes sobre o desastre climático do Rio Grande do Sul.

“Existe um processo de desordem informacional que acontece porque esse é um evento que produz desordem no nosso equilíbrio social. As pessoas viviam numa rua, deixaram de viver ali e agora estão no abrigo. A pessoa não sabe para onde ir, por exemplo. Essas coisas acontecem até se organizarem com o tempo”, afirma Malini. “Esse é um padrão corriqueiro em desastres, terrorismo, eventos climáticos extremos, quando o grau de incerteza aumenta no campo da opinião”.

Em um levantamento realizado em postagens da rede social X (antigo Twitter), na última semana, por exemplo, o Labic constatou que há muita mobilização em torno do auxílio as afetados pela tragédia, com o objetivo de arrecadar donativos para as vítimas das chuvas no estado. E isso é positivo.

Por outro lado, no entanto, há muitas postagens que disseminam fake news, criando confusão e prejudicando os esforços de ajuda à população gaúcha gerados na própria rede social.

“Não há dúvida que o campo da mobilização é muito maior [que o da desinformação]. O tom da rede é muito mais intenso no sentido de chamar para a realização de doações, para a ação política etc. O problema é que uma coisa [fake news] pode reduzir a outra [mobilização positiva]. Pode haver uma hesitação em fazer a doação. As pessoas não sabem se devem doar porque não sabem se aquilo vai chegar lá na ponta [a quem precisa]”, destaca Malini.

O pesquisador usa como exemplo o caso da notícia falsa sobre a suposta retenção, pelas autoridades governamentais, de caminhões com doações até que fossem pagos impostos sobre a carga. O boato de que os veículos estavam impedidos de seguir pelo estado repercutiu nas redes por meio de influenciadores digitais.

Segundo Malini, a desinformação pode assumir a forma de um boato, puro e simples, mas também aparecer de maneira mais sutil, como nos casos das generalizações. “Isso tem sido muito corriqueiro também nessas situações. Às vezes acontece caso de violência sexual em um abrigo particular e isso é generalizado, como se ocorresse em todos. E [há o risco de] as pessoas não procurarem abrigo nesses lugares. Ou então a generalização de que estão roubando todas as casas e as pessoas quererem voltar para suas casas, quando elas ainda não podem voltar. Isso pode resultar em dano e até morte”.

O levantamento do Labic mostra também que as fake news podem ser moldadas pela lente da radicalização política. Ou seja, influenciadores e políticos de oposição aos governos estadual e federal criam desinformação de forma a desacreditar as autoridades governamentais.

“Em momentos de estresse emocional muito grande, é padrão nesses acontecimentos que a culpabilização de autoridades ocorra”, afirma Malini. “[E a desinformação contra govermos] muitas vezes articula, e aí está o perigo, a desautorização da ação estatal, ou seja, como se o Estado estivesse atrapalhando o movimento das pessoas a se organizar”, acrescentou..

Fonte: EBC GERAL

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Fake news prejudicam tomada de decisão por afetados em catástrofe

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As redes sociais têm sido usadas como um instrumento de disseminação de fake news (notícias falsas) diversas sobre a tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Desde teorias da conspiração sobre o motivo do desastre, até boatos estapafúrdios, de cunho fundamentalista religioso, relacionando a apresentação de uma cantora pop internacional no Rio de Janeiro à perda de vidas nas enchentes de várias cidades gaúchas.

Mas alguns dos principais alvos da campanha de desinformação promovida nas redes sociais são as instituições públicas. São notícias falsas que, desde os primeiros momentos da tragédia, buscam desacreditar governos e órgãos públicos.

São fake news sobre caminhões sendo impedidos de entrar no estado com donativos às vítimas, sobre a demora do governo federal em agir no RS e sobre alguns empresários estarem atuando mais que governos em prol dos gaúchos.

A pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Thaiane Moreira de Oliveira é parte de um grupo de pesquisadores dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) que acompanha a divulgação de mensagens sobre o desastre climático do Rio Grande do Sul nas redes sociais.

O levantamento ainda não foi concluído, mas já é possível perceber um padrão nas fake news sobre a tragédia. “[Nesta tragédia] a desinformação diz respeito sobretudo a discussões políticas, acusações contra o governo federal, contra o governo estadual. Principalmente, e aí eu acho que é um ponto extremamente preocupante, a questão da contestação da eficácia e da atuação das instituições. A gente tem visto o quanto as instituições, que têm sido muito atuantes, estão sendo descredibilizadas nesse processo”, afirma Thaiane.

De acordo com a pesquisadora, as redes sociais permitiram que qualquer pessoa se tornasse uma “autoridade” em qualquer assunto e opiniões baseadas apenas no achismo passassem a ser valorizadas pelo público.

“Antes das redes sociais, a gente tinha alguns atores que eram legitimados para apresentar uma informação que fosse considerada de credibilidade. Eram jornalistas, comunicadores públicos, divulgadores científicos, agentes públicos. Com as mídias sociais e a reconfiguração da forma como nos comunicamos, hoje em dia, emitir uma opinião é motivo de autoridade. Qualquer um que tenha uma certa visibilidade nas redes sociais ganha uma certa autoridade, emitindo sua opinião apenas baseado nas suas experiências pessoais e no achismo”, destaca a pesquisadora.

Com a credibilidade das instituições públicas sendo questionadas por notícias falsas, as pessoas afetadas pelo desastre ficam sem referência para tomar decisões.

“Se a gente vê um conjunto de desconfianças nas instituições e uma população amedrontada, sem saber em quem confiar e acionar, isso é um problema muito grave para nossa sociedade. A gente sabe que quando uma um cidadão está assustado, ele pode tomar algumas decisões que não sejam necessariamente racionais”, explica Thaiane.

Não há apenas um risco para a democracia, segundo a pesquisadora, mas também para a própria segurança e saúde das vítimas.

“Há um conjunto de influenciadores digitais indicando tratamentos médicos, quimioterápicos por exemplo, para poder se prevenir de doenças como leptospirose, então é um risco para a saúde pública. E a gente está num momento em que a população está muito vulnerável”, afirmou a pesquisadora.

Fonte: EBC GERAL

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