Situação no Acre era deplorável, diz haitiana que hoje enfrenta frio em Santa Catarina

“Era deplorável, todos dormindo no chão, num colchãozinho, no banheiro feminino entrava homem, não tinha privacidade”, contou.

Uma haitiana que passou pelo Acre rumo à região Sul do país para tentar refazer sua vida conversou com o site Diário Catarinense e falou sobre suas experiências. Yrlene Pharisma, 28 anos, trabalha hoje numa agroindústria de Chapecó.

Ela conversou com o site durante um ato que lembrou os cinco anos do terremoto no Haiti, que aconteceu neste domingo (11). Após o terremoto, conta, ela viajou de avião desde a República Dominicana, país vizinho do Haiti, até o Equador. De lá, pagou mil dólares para chegar ao Acre, em abril de 2012, onde esperava uma vida melhor.

Porém, ela classifica o início como desanimador.

“Era deplorável, todos dormindo no chão, num colchãozinho, no banheiro feminino entrava homem, não tinha privacidade”, contou Yrlene

“Era deplorável, todos dormindo no chão, num colchãozinho, no banheiro feminino entrava homem, não tinha privacidade”, contou.

Depois de um mês, ela conseguiu um ônibus para trabalhar em Chapecó. Foram seis dias de viagem. Na chegada, enfrentou um inverno que foi um dos mais frios dos últimos anos, com temperaturas próximas de zero grau, bem diferente do clima entre 20 e 30 graus do mar do Caribe.

“Cheguei no terminal e era muito frio, depois teve até neve, eu queria voar mas, como não tenho asas, fiquei”, disse Yrlene.

Yrlene disse que não sofreu nenhum preconceito mas tem dificuldades com o baixo salário de cerca de R$ 900.

Alugar um quarto para quatro pessoas, além de despesas com alimentação, internet, água e luz faz com que a situação de Yrlene seja complicada. Não sobra para fazer uma reserva. Além disso, ela não consegue abrir crédito no banco por ser estrangeira.

Apesar de gostar dos brasileiros, a haitiana sente saudade de seu país e ainda não conseguiu a vida melhor que tanto buscava ao sair de casa.


Da ContilNet

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Publicado por
Alexandre Lima