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Acre

Seis meses depois, caso de estudante que denunciou estupro após pegar carona em festa segue em investigação no Acre

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Caso foi denunciado pela estudante Bruna Silva, de 23 anos, que registrou boletim de ocorrência e expôs situação nas redes sociais em julho do ano passado. Após seis meses, Polícia Civil diz que caso segue em investigação porque ainda estão ouvindo testemunhas

Nos vídeos que foram postados por Bruna na época, ela aparece visivelmente abalada e chora durante o relato. Foto: Arquivo pessoal

A denúncia da estudante de odontologia Bruna Silva, de 23 anos, chegou aos seis meses neste domingo (26) sem uma resolução judicial. De acordo com a jovem, ela foi vítima de estupro em uma rua sem saída, em Rio Branco, após aceitar carona de um conhecido quando saía de uma boate no dia 28 de julho do ano passado. O suspeito é Higor Lima, de 23 anos, que afirmou à época que a relação foi consensual.

O delegado da Polícia Civil, Odilon Vinhadelli Neto, que está respondendo pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), explicou que ainda faltam ouvir testemunhas.

“O procedimento ainda está em investigação. Estamos buscando identificar e ouvir algumas testemunhas. Não é um caso simples de se investigar. É um caso grave, e o nosso objetivo é termos mais provas, para ao final decidir ou não pela representação”, declarou.

Odilon explicou que ainda não foi possível ter um resultado no caso da Bruna, pois também há outras situações para serem investigados pela delegacia. “Temos inúmeros procedimentos que precisam ser investigados também. A demanda é alta”, disse.

Apesar de o prazo já ter alcançado 152 dias, o delegado assegurou que a polícia civil está buscando finalizar a investigação o mais breve possível.

A legislação prevê o prazo de 30 dias para a conclusão dos inquéritos que não são iniciados por meio de prisão em flagrante. Caso esbarre em alguma complexidade, então é encaminhada uma solicitação ao Judiciário pedindo novo prazo para a realização das diligências que não foram possíveis concluir.

“Infelizmente, nos deparamos com situações que fogem do nosso controle, por exemplo, testemunhas que marcam e não comparecem, provas que ainda não estão prontas. Mas a intenção é que logo seja remetido com relatório final ao judiciário”, complementou.

Sobre as informações recebidas por Bruna à época, onde outras mulheres declaravam também terem sido vítimas de Higor, Odilon especificou que não foram recebidas formalmente, porém foram anexadas no caso da jovem.

“Foi divulgado para que denunciassem, mas não compareceram. Como forma de preservar a vítima e evitar sua revitimização, não insistimos. Mas deixamos claro que estamos sempre a disposição, caso queira formalizar a denúncia, oferecendo todas as orientações cabíveis, inclusive atendimento psicológico. Mas essas informações foram anexadas ao processo dela”, ressaltou.

‘Vivo com medo’

Bruna Silva disse que como o crime não teve testemunhas, as provas, tais como imagens de câmeras de segurança da rua onde teria ocorrido o crime, deveriam ser analisadas e periciadas para a comprovação do ocorrido. De acordo com ela, é lamentável que ainda não tenha havido uma resolução.

“Até hoje vivo com muito medo de acontecer alguma coisa comigo. No começo tive ajuda psicológica, mas depois tive medo até de voltar onde aconteciam os atendimentos, que eram na maternidade. Hoje eu tento só seguir com a minha vida e por isso me afastei do caso e deixei minha advogada cuidando de tudo”, esclareceu.

O caso

Durante o relato de Bruna nas redes sociais na época sobre o que aconteceu na madrugada do dia 28 de julho, ela afirma que já conhecia o homem que ofereceu a carona. Segundo Bruna, que é mãe de uma criança de 5 anos, ela estava com amigos da faculdade e resolveu ficar um pouco mais na boate.

“A pessoa que fez isso era uma pessoa que eu conhecia. Porém, ele não estava comigo ontem (28). Não era nenhuma das pessoas que estavam comigo. Mas eu já conhecia ele e eu encontrei ele no final da festa, quando eu estava indo pra casa, e por eu já conhecer, eu confiei em aceitar uma carona”, fala.

De acordo com a jovem, o homem teria dito que trabalhava na casa noturna. 

Jovem denuncia homem que a estuprou após sair de boate em Rio Branco. Foto: Arquivo pessoal

A vítima narrou que, durante a carona, disse para o suspeito que não queria ficar com ele, apesar da insistência do homem em vários momentos. Em determinado momento, Bruna afirmou que o homem a teria levado para uma rua sem saída e continuou insistindo em ficar com ela, chegando até a agredi-la fisicamente.

Bruna disse também que durante as duas horas, que ela descreveu como ‘as mais torturantes’ da vida dela, o homem gravou o ato que a mostrava desconfortável, com medo e chorando.

“Depois que ele terminou, eu fingi que estava tudo bem, eu expliquei isso na delegacia, porque eu só queria que ele me deixasse em casa. Eu fiquei com medo de falar alguma coisa e ele ficar irritado e me bater mais ainda ou fazer coisa pior, então eu pedi pra ele me deixar para que eu pudesse buscar meu filho, até porque era uma estratégia para que ele não soubesse meu endereço”, comentou.

Jovem mostra ferimento após o ocorrido na madrugada deste domingo (28). Foto: Arquivo pessoal

Bruna revelou que registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e já recebeu uma medida protetiva contra Higor.

“Eu não sou uma pessoa tão frágil quanto eu aparento ser. Eu tenho sangue nos olhos e eu tenho sede por justiça. E eu nunca vou deixar esse tipo de situação passar impune. Nunca vou me calar e nunca vou guardar pra mim. Porque eu quero justiça e é isso que eu estou em busca”, afirmou.

O outro lado

A reportagem procurou o acusado na época para que ele relatasse sua versão. Higor Lima contestou a acusação de Bruna, disse que estava sendo acusado injustamente e que a relação sexual ‘foi algo que os dois queriam’. Ele alegou ainda que desativou as redes sociais e que foi ameaçado de morte após ela publicar o endereço da casa dele.

“Aqueles hematomas nela não foi eu que fiz. Acho que ela mesma se machucou. Não sei porque ela está fazendo isso, mas acho que é para ficar conhecida nas redes sociais. Tenho prova que não fiz algo forçado e vou mostrar na justiça”, certifica.

Higor Lima, de 23 anos, disse que relação foi consensual e que está sendo ameaçado. Foto: Reprodução

Veja como denunciar casos de violência contra a mulher:
  • Polícia Militar – 190: quando a mulher está correndo risco imediato;
  • Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
  • Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
  • Qualquer delegacia de polícia;
  • Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420.Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
  • Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
  • Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
  • WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos:(61) 99656- 5008;
  • Ministério Público;
  • Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

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Acre

Ministério Público do Acre emite nota sobre morte de ativista Moisés Alencastro

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Recebemos com extrema cautela a informação veiculada pela mídia acerca da hipótese de que o homicídio de Moisés Alencastro tenha decorrido de latrocínio, especialmente diante do cenário do crime tal como descrito nas próprias reportagens.

As lesões constatadas na vítima, notadamente múltiplas perfurações por arma branca e indícios de tentativa de degolamento, não se mostram, em um primeiro exame, compatíveis com a dinâmica típica desse tipo de delito patrimonial, sugerindo, ao contrário, violência exacerbada e desnecessária ao fim de subtração de bens.
Trata-se de padrão de agressão que, com frequência, revela desprezo pela condição da vítima e se associa a crimes praticados por motivação de ódio, fenômeno que infelizmente se repete em contextos diversos, como nos assassinatos de mulheres e na eliminação violenta de pessoas homossexuais. Típica ação de homofobia.
Moisés Alencastro era servidor público comprometido com o enfrentamento dessas formas de violência, atuando no âmbito do Ministério Público do Estado do Acre, junto ao Centro de Atendimento à Vítima, justamente na defesa da dignidade humana e da responsabilização penal adequada dos agressores.
Sua morte não pode ser tratada como mais um episódio banal de violência. Ela expõe, de forma dolorosa, a realidade que ainda vivemos e reforça a necessidade de avanços concretos na construção de uma sociedade mais tolerante, livre de toda discriminação, preconceito e homofobia , fundada no respeito à condição humana de todos.
Espera-se que os fatos sejam rigorosamente apurados, com a correta definição jurídica do crime e a responsabilização penal proporcional à gravidade da conduta, para que essa morte não permaneça impune — como o próprio Moisés sempre defendeu em sua atuação institucional.

Destacamos, ainda, a plena confiança no rápido e eficiente trabalho desempenhado pela Polícia Civil na elucidação do caso, inclusive, com a devida qualificação a ser dada ao crime. Desde o primeiro momento, a instituição tem empenhado esforços grandiosos para o enfrentamento deste delito, de modo a dar à sociedade a pronta resposta que se espera.

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Acidente entre moto e caminhonete deixa casal ferido em Sena Madureira

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Um acidente de trânsito envolvendo uma motocicleta e uma caminhonete deixou um casal ferido na tarde desta terça-feira (23), no município de Sena Madureira, no interior do Acre.

A colisão aconteceu na rua Augusto Vasconcelos, esquina com a rua Maranhão, nas proximidades da 4ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). Conforme informações preliminares apuradas no local, o condutor da caminhonete teria avançado a via preferencial e atingido a motocicleta onde o casal trafegava.

Com o impacto, o condutor da moto, identificado inicialmente apenas como professor Fábio, foi arremessado e caiu dentro de um bueiro. A passageira, sua esposa — ainda não identificada oficialmente — caiu sobre a calçada e também ficou ferida.

Vídeos enviados à reportagem registram o momento exato da colisão e o atendimento prestado às vítimas logo após o acidente.

Policiais militares do setor de trânsito estiveram no local para isolar a área e controlar o fluxo de veículos, possibilitando o trabalho da perícia. O casal foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital João Câncio Fernandes para atendimento médico.

Até o fechamento desta matéria, não havia informações oficiais sobre o estado de saúde das vítimas. As circunstâncias do acidente serão apuradas pelas autoridades competentes.

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Acre

Governo do Acre antecipa salário dos servidores ativos para quinta-feira (25)

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Pagamento estava previsto para o dia 27; aposentados já receberam nesta terça (23). Medida busca facilitar compras de fim de ano e movimentar economia local

O crédito em conta estará disponível no próprio dia 25 para os servidores que recebem pelo Banco do Brasil. Nos demais bancos, o valor será creditado no dia seguinte, 26. Foto: cedida 

O governo do Acre antecipou o pagamento dos servidores públicos ativos para esta quinta-feira (25), três dias antes da data original, que seria 27 de dezembro. A medida segue a antecipação já concedida aos aposentados, que receberam nesta terça-feira (23). A decisão foi anunciada pelas Secretarias de Administração (Sead) e da Fazenda (Sefaz).

O valor será creditado no dia 25 para quem recebe pelo Banco do Brasil. Para os demais bancos, o depósito ocorrerá na sexta-feira (26). O governador Gladson Cameli afirmou que o objetivo é ajudar os servidores a se organizarem para as compras de fim de ano e fortalecer a economia local.

— A medida ajuda os servidores a se organizarem, comprarem os presentes, honrarem seus compromissos e celebrarem este período com mais tranquilidade — disse Cameli.

Os contracheques já estão disponíveis para consulta no site contracheque.ac.gov.br, no Portal de Serviços do Estado e no aplicativo MeuAC. A antecipação deve movimentar o comércio e os serviços no estado, especialmente nos setores de alimentação, vestuário e presentes, em um período tradicionalmente movimentado pelas festas de final de ano.

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