O secretário estadual de Meio Ambiente, Edegard de Deus, e outros sete servidores foram mantidos reféns por mais de 8 horas durante um protesto na reserva extrativista do Rio Liberdade, em Cruzeiro do Sul.
Os moradores do Ramal da Branca reivindicaram, nesta quarta-feira (12), a substituição de uma máquina que era utilizada na abertura do ramal que teve início em 2016 e ainda não foi concluída.
De acordo com a polícia, a situação foi tensa e os servidores teriam sido ameaçados de morte. Um grupo de mais de 40 pessoas fez parte do protesto que começou pela parte da manhã, no momento em que o secretário e mais sete servidores se dirigiam para a comunidade com o objetivo de dar continuidade aos serviços de abertura da estrada.
Revoltados com a demora por conta de defeitos constantes apresentados na máquina utilizada nos trabalhos, os moradores decidiram deter o mecânico, o motorista, e a comitiva do secretário.
Os servidores teriam permanecido no local sob ameaças. O líder do protesto por várias vezes teria ameaçado de atear fogo no trator e nos servidores se a secretaria não substituísse a máquina por outra em melhores condições para executar os serviços.
Depois de mais de 4 horas de negociação, o secretário e o gerente da Sema em Cruzeiro do Sul, Isaac Ibernon, foram liberados com uma comissão dos moradores para ir à cidade em busca de uma nova máquina. Os outros servidores só foram liberados no final da tarde.
A abertura do ramal da Branca teve início em 2016 e até o ano passado foram construídos 10 quilômetros. Em julho, a Sema reiniciou os serviços para abrir mais 15 quilômetros da estrada. De acordo com o secretário, por ter ficado parado por muito tempo, o equipamento apresentou defeito e teve que ser recuperado o que atrasou os serviços e deixou os moradores revoltados.
“Esse é um trator novo, mas que estava muito tempo parado e fizemos os reparos que tinham necessidades de serem feitos e colocamos lá. Aí esse trator quebrou pelo menos umas três vezes e uma das vezes quebrou o motor e tivemos que mandar para Rio Branco. Quando tudo estava pronto para voltar a funcionar, esse grupo de comunitários já estava muito irritado. Estava uma crise instalada lá”, justificou o secretário.
Uma equipe de policiais militares ainda foi deslocada para a comunidade, mas já encontrou o secretário seguindo para a cidade. De acordo com Edegard de Deus, a situação foi contornada com a garantia de que as reivindicações dos moradores serão atendidas.
“Foi uma dificuldade muito grande para conseguirmos outro trator, porque os que não estão sendo usados em outras comunidades, estão em manutenção, mas hoje [quinta,13] pela manhã, finalmente, conseguimos outro trator e estamos mandando pra lá”, garantiu.
O secretário disse ainda que não deve prestar queixa contra os moradores. O G1 também não conseguiu contato com os moradores do ramal.