Conecte-se conosco

Brasil

Seca extrema na Amazônia revela gravuras rupestres

Publicado

em

Desenhos pré-coloniais esculpidos em pedras há cerca de 2.000 anos estão sendo vistos na praia das Lajes

Antigas gravuras rupestres que reapareceram na região do Sítio Arqueológico das Lajes devido à forte seca que atinge os rios da região
Michael Dantas/AFP – 21.10.2023

A seca extrema na Amazônia voltou a revelar, nas últimas semanas, dezenas de gravuras pré-coloniais esculpidas em pedras há cerca de 2.000 anos e desconhecidas da maioria, em uma área da capital do Amazonas conhecida como praia das Lajes.

Lívia Ribeiro quis comprovar se era verdade o que conhecidos de Manaus estavam comentado: uma aparição inesperada de dezenas de gravuras rupestres com formas humanas às margens de um rio amazônico.

“Achava que fosse mentira. Nunca havia presenciado isso, vivo em Manaus há 27 anos”, disse a administradora, logo após se deslumbrar com as gravuras, que a fizeram pensar em seus antepassados.

O registro arqueológico costuma ficar coberto pelas águas do rio Negro, cujo caudal registrou na última terça-feira (17) o nível mais baixo em 121 anos.

A aparição das gravuras, que encanta tanto cientistas quanto o público em geral, contrasta com a emergência que enfrentam centenas de milhares de pessoas na região.

“A gente pode vir, olhar, achar bonito, mas muitas pessoas passam necessidade neste momento, e a gente pensa nelas. Também imagino se daqui a 50, 100 anos, esse rio vai existir”, diz Lívia.

Ação do El Niño

A seca na Amazônia reduziu drasticamente o nível dos rios nas últimas semanas, afetando sensivelmente uma região que depende de um labirinto de vias fluviais para o seu transporte e abastecimento.

O governo enviou ajuda de emergência à região, onde as margens dos rios, normalmente movimentadas, tornaram-se terras acidentadas, pontilhadas de barcos parados.

Segundo especialistas, a estação seca na Amazônia se agravou neste ano devido à ação do El Niño, somada ao efeito das mudanças climáticas.

Sítio arqueológico de grande relevância

As gravuras da praia das Lajes, um sítio arqueológico de grande relevância, segundo Jaime Oliveira, arqueólogo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), foram descobertas em 2010, durante outro período de seca, não tão severo quanto o atual.

O conjunto de rochas onde aparecem os registros é cercado por uma floresta densa, de um lado, e pelas águas baixas do rio Negro, do outro.

Em sua maioria, as gravuras remetem a rostos humanos, alguns de formato retangular e outros ovais, com sorrisos ou gestos mais sérios. “O sítio expressa emoções, sentimentos. É um registro rupestre, mas tem algo em comum com as obras de arte atuais”, descreveu Oliveira.

Para Beatriz Carneiro, historiadora e membro do Iphan, a praia das Lajes tem um “valor inestimável” para que a ciência compreenda os primeiros povos que habitaram a região, um campo ainda pouco explorado.

“Infelizmente, a gente está tratando da pior estiagem do Amazonas nesses últimos 121 anos”, ponderou Beatriz. “O que ajuda a preservar as gravuras é a gente poder ter de volta os nossos rios e manter esse processo submerso na natureza. Ela cuida dessa preservação mais do que a nossa incidência na área.”

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Brasil

Dono do Banco Master e ex-presidente do BRB depõem à PF nesta terça

Publicado

em

• Imagem gerada por IA

A investigação sobre fraude bilionária envolvendo o Banco Master colhe, nesta terça-feira (30), os depoimentos do dono do Master, o banqueiro Daniel Vorcaro, do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e do diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino.

Os depoimentos à Polícia Federal (PF) serão tomados no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), a partir das 14h.

As oitivas são parte de inquérito, no STF, que apura as negociações sobre a venda do Banco Master ao BRB, banco público do Distrito Federal (DF).

O BRB tentou comprar o Master pouco antes do Banco Central (BC) decretar a falência extrajudicial da instituição, e apesar de suspeitas sobre a sustentabilidade do negócio.

Paulo Henrique Costa foi afastado da presidência da instituição por decisão judicial.

Em novembro, o ex-presidente do BRB e Daniel Vorcaro foram alvos da Operação Compliance Zero, que investiga a concessão de créditos falsos. As fraudes podem chegar a R$ 17 bilhões em títulos forjados.  

As oitivas dos investigados foram determinadas pelo ministro Dias Toffoli e serão realizadas individualmente. Inicialmente, o ministro do STF queria uma acareação entre os envolvidos. Porém, Toffoli definiu, dias depois, que a acareação só deve ocorrer caso a PF ache necessária. Acareação é quando os envolvidos ficam frente a frente para confrontar versões contraditórias.

Apesar do diretor do Banco Central não ser investigado, seu depoimento foi considerado pelo ministro Toffoli de “especial relevância” para esclarecer os fatos, uma vez que o BC é a instituição que fiscaliza a integridade das operações do mercado financeiro.

A defesa do banqueiro Vorcaro informou à Agência Brasil que não vai se manifestar sobre o depoimento porque o processo corre em sigilo.

A defesa do ex-chefe do BRB, Paulo Henrique Costa, por sua vez, informou que não se manifesta antes do depoimento.

O Banco Central também não se manifestou em relação ao depoimento do diretor de fiscalização da instituição.

BRB quis comprar Master

Em março deste ano, o BRB anunciou a intenção de comprar o Master por R$ 2 bilhões – valor que, segundo o banco, equivaleria a 75% do patrimônio consolidado do Master.

A negociação chamou a atenção de todo o mercado, da imprensa e do meio político, pois, já na época a atuação do banco de Daniel Vorcaro causava desconfiança entre analistas do setor financeiro.

No início de setembro, o Banco Central (BC) rejeitou a compra do Master pelo BRB. Em novembro, foi decretada falência da instituição financeira.

Compliance Zero

A Operação Compliance Zero é fruto das investigações que a PF iniciou em 2024, para apurar e combater a emissão de títulos de créditos falsos.

As instituições investigadas são suspeitas de criar falsas operações de créditos, simulando empréstimos e outros valores a receber. Estas mesmas instituições negociavam estas carteiras de crédito com outros bancos.

Após o Banco Central aprovar a contabilidade, as instituições substituíam estes créditos fraudulentos e títulos de dívida por outros ativos, sem a avaliação técnica adequada.

O Banco Master é o principal alvo da investigação instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Na nota, o BRB afirmou que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando, regularmente, informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas [às negociações de compra do] Banco Master”.

Fonte: Conteúdo republicado de AGENCIA BRASIL - NOTÍCIAS

Comentários

Continue lendo

Brasil

Acre terá R$ 5,7 bilhões em obras e 3 mil casas pelo Minha Casa, Minha Vida até 2027

Publicado

em

Investimentos do Novo PAC vão da nova Maternidade de Rio Branco ao linhão elétrico entre Feijó e Cruzeiro do Sul; transferências federais ao estado cresceram 29% em relação a 2022

Serão investidos R$5,7 bilhões para acelerar a saúde, a educação, a cultura, a sustentabilidade, o transporte e a infraestrutura do Acre, segundo publicação. Foto: captada 

O Acre terá R$ 5,7 bilhões em investimentos até 2030 por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), abrangendo setores como saúde, educação, cultura, sustentabilidade, transporte e infraestrutura. Além disso, até 2027, a expectativa é de que 3 mil acreanos recebam a chave da casa própria por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.

Entre as principais obras previstas estão a construção da nova Maternidade de Rio Branco, no Segundo Distrito; o linhão de transmissão de energia entre Feijó e Cruzeiro do Sul, com 277 quilômetros de extensão; e a restauração da BR-364. Até 2030, serão 250 empreendimentos em todo o estado.

Em 2024, o governo federal transferiu R$ 9,9 bilhões para complementar o orçamento do estado e das prefeituras acreanas, valor 29% maior que o repassado em 2022, último ano do governo Bolsonaro.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Acre cria sistema e centro integrado para monitoramento ambiental e combate ao desmatamento

Publicado

em

Lei sancionada pela governadora em exercício Mailza Assis formaliza estruturas já existentes na Secretaria de Meio Ambiente; governo garante que não gerará aumento de despesas

A publicação, assinada pela governadora em exercício Mailza Assis (PP) foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). Foto: captada 

Foi sancionada nesta terça-feira (30) a lei que cria o Sistema Integrado de Meio Ambiente e Mudança do Clima (SIMAMC) e o Centro Integrado de Inteligência, Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (CIGMA) no Acre. A publicação, assinada pela governadora em exercício Mailza Assis (PP), também institui o Grupo Operacional de Comando, Controle e Gestão Territorial, com foco no fortalecimento do combate ao desmatamento e às queimadas.

Segundo o governo, a medida não implica aumento de despesas, uma vez que o CIGMA já está em funcionamento dentro da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), carecendo apenas de institucionalização legal. A lei visa integrar e otimizar ações de monitoramento, inteligência e gestão territorial no estado, ampliando a capacidade de resposta a crimes ambientais.

A publicação ocorreu no Diário Oficial do Estado (DOE) e representa mais um passo na estruturação da política ambiental acreana, em meio a discussões nacionais sobre clima e preservação.

Comentários

Continue lendo