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Saúde e nutrição com Clayton Camargos: bacon

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Saúde e nutrição com Clayton Camargos: bacon
Clayton Camargos

Saúde e nutrição com Clayton Camargos: bacon

Embora saibamos que bacon não é o alimento mais saudável do mundo, você pode questionar se realmente é tão ruim comê-lo ocasionalmente. Os habitantes das américas comem uma quantidade enorme todos os anos, apesar dos avisos de que está associado a inúmeras doenças e problemas de saúde. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), do nosso país, recomenda evitar completamente seu consumo, assim como de outras carnes processadas.

Comer qualquer tipo de carne vermelha está associado a maiores riscos à saúde, de todo modo, as carnes processadas são ainda piores. Esses alimentos foram preservados por cura, defumação, salga ou adição de conservantes químicos. Existem três agentes presentes no processamento desses itens que têm sido associados ao câncer.

Haem, que é um pigmento vermelho que ocorre naturalmente na maioria das carnes vermelhas processadas

Nitritos e nitratos, que são conservantes usados ​​para manter frescas as carnes processadas;

Aminas heterocíclicas e policíclicas, que são compostos químicos produzidos quando a carne é cozida em altas temperaturas;

Todas essas três substâncias podem danificar as células do seu intestino. O dano pode aumentar com o tempo e levar ao câncer.

O bacon contém 40% de gordura saturada, que é sólida à temperatura ambiente. A American Heart Association, dos EUA, recomenda que seu limite de consumo não ultrapasse mais do que 6% das calorias da dieta. Para um plano alimentar de 2.000 calorias, isso equivaleria a não mais que 120 calorias ou 13 gramas de gordura saturada diariamente. Apenas três fatias de bacon contêm quase 5 gramas desse tipo de ácido graxo.

A gordura saturada aumenta o colesterol “ruim” no sangue (LDL). Um estudo com mais de 114.000 pessoas durante mais de oito anos descobriu que comer 5% mais de gordura saturada de fontes de carne de vaca e porco se associou a um aumento de 19% nas doenças cardiovasculares e um aumento de 21% nos eventos cardíacos.

O bacon também é rico em sal. Cada fatia contém 137 miligramas de sódio. Cerca de 90% dos brasileiros têm muito sal em suas dietas. O excesso de sódio está associado ao aumento da pressão arterial. No Brasil, o desenvolvimento da hipertensão é frequentemente visto como uma parte normal do envelhecimento. No entanto, em países onde as pessoas seguem uma dieta equilibrada no consumo desse nutriente, a hipertensão não está conectada ao envelhecimento.

A hipertensão aumenta o risco de desenvolver doenças cardíacas e acidentes cerebrovasculares. Reduzir a ingestão de sódio pode ajudar a diminuir a pressão arterial e mitigar esse risco.

As carnes curadas com sal, como bacon, podem aumentar o risco de câncer de estômago. O sal pode danificar o revestimento desse órgão e causar lesões que podem se transformar em câncer. A Helicobacter pylori é um tipo de bactéria que pode causar infecções no estômago e danificar seu revestimento. O sal pode piorar as infecções por essa bactéria, que também pode causar lesões estomacais com potencial de se transformarem em neoplasias malignas.

As carnes processadas geralmente contêm conservantes químicos. Comê-los está associado a um risco aumentado de desenvolver câncer de cólon e estômago. A Organização Mundial da Saúde classificou o bacon como cancerígeno do Grupo 1, o que significa que é conhecido por causar câncer. Um dos maiores riscos deste alimento está associado aos dois conservantes retrocitados, nitratos e nitritos, que podem formar compostos causadores de neoplasias malignas.

Além de aumentar o risco de câncer de cólon e estômago, comer carne processada aumenta as chances de outras neoplasias, como de próstata e pâncreas. Um estudo sugeriu que as mulheres que comiam 50 g de carne processada por dia tinham um risco 21% maior de apresentarem câncer de mama.

Comer carne processada, como bacon, também está associado a um risco aumentado de doenças neurodegenerativas. Um estudo realizado com quase meio milhão de pessoas acompanhadas por mais de oito anos mostrou que comer 100 g por dia de carne processada estava associado a um risco 44% maior de desenvolver todos os tipos de demência e 52% de Alzheimer.

Acredita-se que o nitrito presente na carne processada contribui para o estresse oxidativo e a inflamação, que é um fator de risco para demência. O sal da carne processada também contribui para a hipertensão, que aumenta as chances para a abertura de doenças neurodegenerativas.

Seguem links de estudos publicados que pautaram o conteúdo da coluna de hoje e que podem trazer ainda mais informações para reflexões:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30949921/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27597529/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26633248/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36860687/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29949327/

Você tem alguma dúvida sobre saúde, alimentação e nutrição? Envie um e-mail para [email protected] e poderei responder sua pergunta futuramente.

Nenhum conteúdo desta coluna, independentemente da data, deve ser usado como substituto de uma consulta com um profissional de saúde qualificado e devidamente registrado no seu Conselho de Categoria correspondente.

Informação é prevenção!

* Clayton Camargos é sanitarista pós graduado pela Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/Fiocruz. Desde 2002, ex gerente da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) do Ministério da Saúde. Subsecretário de Planejamento em Saúde (SUPLAN) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Consultor técnico para Coordenação-Geral de Fomento à Pesquisa Em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. Coordenador Nacional de Promoção da Saúde (COPROM) da Diretoria de Serviços (DISER) da Fundação de Seguridade Social. Docente das graduações de Medicina, Nutrição e Educação Física, e coordenador dos estágios supervisionados em nutrição clínica e em nutrição esportiva do Departamento de Nutrição, e diretor do curso sequencial de Vigilância Sanitária da Universidade Católica de Brasília (UCB). Atualmente é proprietário da clínica Metafísicos.

CRN-1 2970.

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Fonte: Nacional

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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