Acre
Saiba quais os membros da bancada federal do Acre que destinaram mais recursos para os municípios
Ray Melo, da editoria de política do ac24horas
Uma equipe de assessores técnicos da Câmara dos Deputados e das prefeituras realizou um levantamento dos valores de recursos empenhados e pagos aos 22 municípios acreanos através dos 11 membros da bancada do Acre, em Brasília. A reportagem de ac24horas teve acesso, com exclusividade, aos números da planilha com o desempenho dos oito deputados federais e os três senadores, quanto aos dois últimos anos de atuação em busca de recursos. A surpresa ficou por conta da deputada federal Jéssica Sales (PMDB), que lidera no quesito empenho e pagamento de recursos para os municípios nos anos de 2015 e 2016 – se destacando entre experientes políticos que atuam no Estado.
O levantamento realizado revela que a deputada do PMDB é líder no empenho, liberação, apadrinhamento de emendas e destinação de recursos para os municípios acreanos nos dois últimos anos. A peemedebista deixa para trás políticos como Flaviano Melo (PMDB), Jorge Viana (PT), Sérgio Petecão (PSD), Gladson Cameli (PP), César Messias (PSD) e Sibá Machado (PT), que tiveram desempenho abaixo das expectativas e conseguiram menos recursos que a estreante do Vale do Juruá.
Segundo as planilhas, em 2015, a deputada Jéssica Sales empenhou mais de R$ 6,4 milhões de emendas individuais, chegando ao montante de R$ 12 milhões de recursos pagos pela União entre suas emendas e apadrinhamentos de emendas de parlamentares da legislatura anterior. Em 2016, ela empenhou mais de 31,8 milhões em emendas individuais e extraorçamentárias. O governo pagou R$ 3 milhões até o final do ano passado. Em dois anos de atuação, Jéssica Sales conseguiu empenhar mais de R$ 31,8 milhões e liberar o pagamento de mais de R$ 15 milhões.
Ela lidera com folga sobre o segundo colocado da bancada federal do Acre, o senador Gladson Cameli (PP), que em 2015 empenhou mais de R$ 10,6 milhões e liberou pouco mais de R$ 3,3 milhões. Em 2016, o senador progressista empenhou um valor superior a R$ 14,6 milhões e liberou o pagamento de pouco mais de R$ 3,7 milhões entre emendas individuais e apadrinhamento de parlamentares de outra legislatura. Em dois anos que ocupa o cargo de senador da República, Cameli empenhou mais de R$ 25,3 milhões. Deste valor R$ 7,1 milhões foram pagos pelo governo federal.
O terceiro colocado no levantamento, é o senador Jorge Viana (PT), que nos últimos dois anos empenhou pouco mais de R$ 18,1 milhões de recursos de emendas individuais, destinadas aos municípios do Acre. Em 2015, o valor empenhado pelo petista foi superior a R$ 6,3 milhões. Deste valor o governo federal pagou pouco mais de R$ 3 milhões. Já em 2016, Viana empenhou mais de 11,7 milhões, o governo pagou R$ 7,1 milhões, colocando Viana, que já foi prefeito e governador na posição de número três.
Logo em seguida aparece o deputado federal Flaviano Melo (PMDB), um dos políticos mais experientes da bancada federal do Acre. Ocupando a quarta colocação, o peemedebista empenhou em 2015, R$ 7,2 milhões. Deste valor, pouco mais de 1 milhão foi pago pela União. Em 2016, Flaviano Melo ampliou para R$ 10 milhões empenhados, conseguindo o pagamento de R$ 1,3 milhão. Em dois anos de atuação do seu terceiro mandato de deputado federal, Melo empenhou um total de mais de R$ 17,4 milhões e conseguiu o pagamento de R$ 2,4 milhões.
Na quinta colocação do ranking dos parlamentares que mais destinaram recursos para os municípios, aparece o senador Sérgio Petecão (PSD). De acordo com o levantamento, em 2015, ele empenhou mais de R$ 6,8 milhões. Deste valor, apenas R$ 1 milhão foi realizado o pagamento. Em 2016, o senador que se auto intitula 100% popular empenhou R$ 9,7 milhões de suas emendas individuais, mas conseguiu o pagamento de pouco mais de R$ 2 milhões dos recursos. Nos últimos dois anos, Petecão totaliza R$ 16,5 milhões empenhados e R$ 3 milhões pagos.
O sexto colocado na planilha, é Major Rocha (PSDB), o parlamentar da bancada do Acre mais presente na tribuna da Casa. O tucano empenhou mais de R$ 3,3 milhões, em 2015. Deste valor de emendas individuais, ele conseguiu pagamento de R$ 255,1 mil. Em 2016, com mais experiência nos trâmites da Casa, Rocha empenhou mais de 7,7 milhões e obteve o pagamento de R$ 1,7 milhão. Com pouca experiência, mas fazendo muito barulho no parlamento federal, o tucano chegou a um total de 11 milhões empenhados e pouco mais de R$ 2 milhões pagos em dois anos.
O folclórico deputado Sibá Machado (PT), que culpou a CIA pelos protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) é o sétimo colocado. Em 2015, o petista empenhou mais de R$ 4,7 milhões de recursos para destinar aos municípios, mas a União pagou pouco mais de R$ 1 milhão. Já em 2016, Machado apresentou pedidos de empenho no valor de R$ 5,8 milhões. Deste total nada ainda foi pago, segundo o levantamento. Antes de se afastar do mandato, em um ano e alguns meses de atuação na atual legislatura, Sibá totaliza R$ 10 milhões em empenhos e R$ 1 milhão pago.
No cargo de prefeito, Raimundo Angelim (PT) sempre foi bem avaliado. O mesmo não acontece no mandato de deputado federal. O petista é o oitavo colocado na planilha. Em 2015, Angelim empenhou mais de R$ 1,8 milhões, mas conseguiu liberar apenas R$ 475 mil. Em 2016, chegou ao total de R$ 8,3 milhões de recursos empenhados. Deste total conseguiu o pagamento de R$ 1,3 milhão. Em dois anos como deputado federal, Raimundo Angelim empenhou mais de R$ 10,2 milhões e liberou pouco mais de R$ 1,7 milhões junto ao governo federal.
O deputado federal Léo de Brito, mais conhecido como Léo do PT, de acordo com o levantamento, também apresentou um desempenho fraco na destinação de recursos aos municípios do Acre. Em 2015, o parlamentar empenhou mais de R$ 6,7 milhões. Conseguiu o pagamento de mais de R$ 1,1 milhão. Em 2016, ele apresentou pedidos de empenho no valor de mais de R$ 3,2 milhões. Deste total obteve o pagamento superior a R$ 1,7 milhão. Em dois anos de mandato, Léo do PT totaliza R$ 9,9 milhões em recursos empenhados e R$ 2,9 milhões pagos pela União. Brito é o nono.
Em décimo lugar aparece César Messias (PSB), o vice na chapa do ex-governador Binho Marques (PT) e no primeiro mandato de Sebastião Viana (PT), que após dois cargos de vice consecutivos, se elegeu deputado federal. Em 2015, Messias empenhou R$ 2,6 milhões e conseguiu o pagamento de R$ 1,4 milhões. Em 2016, César Messias apresentou pedidos de empenho que estariam em torno de R$ 4,9 milhões. Deste valor, o deputado conseguiu o pagamento de R$ 3,2 milhões. Em dois anos de mandato, ele empenhou R$ 7,6 milhões e conseguiu pagamento de R$ 4,6 milhões.
Segundo a planilha, na décima primeira colocação estaria o também estreante, Alan Rick Miranda (PRB), que se destacou por conseguir o controle de seu partido após ocupar a cadeira de deputado federal. Em 2015, Alan Rick empenhou pouco mais de R$ 1,6 milhão e obtendo o pagamento de R$ 550 mil. Em 2016, o desempenho melhorou, mas ainda ficou abaixo da média dos demais membros da bancada federal. Ele empenhou R$ 1,8 milhão. Não há dados sobre pagamento. Nos dois últimos anos, o deputado empenhou R$ 3,5 milhões e R$ 550 mil foi pago.
Alan Rick contesta planilhas encaminhas aos municípios
O deputado Alan Rick contesta as planilhas encaminhadas aos municípios. De acordo com ele, em 2015, foram liberados R$ 4,8 milhões de suas emendas e R$ 2,8 milhões de Restos a pagar de 2015 para as prefeituras. No Orçamento de 2016, Alan Rick afirma que assegurou empenhos de R$ 12,8 milhões, que incluem R$ 4 milhões para reforma e ampliação do Hospital João Câncio Fernandes em Sena Madureira (obra estadual), R$ 1,6 milhão para obras de saneamento rural no Bujari, R$ 600 mil para construção de um campo de futebol em Rio Branco, R$ 300 mil para a Biblioteca da Casa Ester Cameli, em Cruzeiro do Sul, entre outros recursos para Estado e instituições federais como IFAC e Funasa.
No tocante a recursos extraorçamentários, Alan Rick afirmar ter garantido a liberação de recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para saneamento nos municípios acreanos. Somente em 2016 foram concluídas obras no valor R$ 4.248.733,35, para sistema de abastecimento de água, melhoria de sanitários domiciliares, instalações hidrossanitárias em escola pública rural e Plano Municipal de Saneamento Básico nos municípios de Capixaba, Plácido de Castro, Mâncio Lima, Acrelândia, Rodrigues Alves, Santa Rosa do Purus, Bujari, Feijó e Marechal Thaumaturgo, além da construção da nova Estação de Tratamento de Água de Sena Madureira.
Jorge Viana questiona números apresentados em planilha
O senador Jorge Viana (PT) também questiona os números da planilha que ac24horas teve acesso. “De acordo com levantamento no próprio Orçamento da União, em 2015 foram empenhados por Jorge Viana R$ 7.762.855,00 em emendas. A informação vinculada no site apontou R$ 6.300.000,00. Os valores empenhados e pagos em 2016 foram de, respectivamente, R$ 12.678.275 e R$ 9.551.871. Foi publicado, equivocadamente, os valores a R$ 11,7 milhões e R$ 7,1 milhões. Em 2016, Jorge Viana liberou R$ 11.648.180,00, entre emendas individuais e emendas apadrinhadas de ex-parlamentares. De recursos já liberados, ou seja, pagos nos últimos dois anos, o valor é de 15.622.968,33. Esses são os verdadeiros números. Isso sem contar os recursos liberados pelo senador para o Shopping Popular, Encostas do Rio Acre e outras obras”.
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Acre
Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
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Acre
Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
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2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
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2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
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Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
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Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
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Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
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Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
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Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
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Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
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Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
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Financiamento de obras e infraestrutura
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Execução de programas governamentais
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Pagamento de servidores públicos
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Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.






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