Rocha pedirá ao Ministério Público de SP investigação contra o ex-presidente Lula

O deputado federal Major Rocha (PSDB) pedirá ao procurador geral de Justiça do Estado de São Paulo investigação de mais uma história nebulosa envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A representação tem como base reportagem de capa da última edição da revista “Veja”, que traz revelações supostamente feitas por Léo Pinheiro, ex-presidente da empresa OAS e amigo de longa data do petista.  De acordo com o tucano, que foi à tribuna nesta terça-feira (28) para anunciar a medida, as informações que vieram à tona pela imprensa podem configurar o crime de corrupção passiva, conforme o Código Penal.
Pinheiro é um empresários da construção civil presos no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga condutas delituosas de desvios de recursos da Petrobras. De acordo com a matéria, ele tinha acesso irrestrito aos palácios do Planalto e da Alvorada durante os mandatos do petista e “se orgulhava de jamais dizer não aos pedidos de Lula”.
A denúncia da revista destaca a reforma feita em um confortável sítio no interior de São Paulo onde o ex-presidente costuma passar os fins de semana desde sua saída do governo. “Em 2010, meses antes de terminar o mandato, Lula fez um daqueles pedidos a que Pinheiro tinha prazer em atender. Encomendou ao amigo da construtora uma reforma no sítio”, diz “Veja”, ao lembrar que esse pedido está registrado “cuidadosamente” nas memórias do cárcere que Pinheiro escreve.
As obras foram feitas “de forma estranhamente rápida” e “com um padrão de riqueza e ostentação acima dos padrões da área”, como aponta trecho da representação. O pagamento aos empregados também ocorreu fora dos valores convencionais – e tudo em dinheiro vivo, segundo relato dos funcionários.
Outros elementos também mostram a estranha ligação entre Lula e a OAS, como a construção da Arena Corinthians, clube de coração do ex-presidente, e a conclusão de um edifício residencial no Guarujá onde o petista tem um tríplex. A empreiteira tocou a obra após a quebra da Bancoop, que deixou outros cooperados seu seus apartamentos.
Ainda de acordo com revelações feitas pelo empresário Léo Pinheiro da cadeia, a OAS teve papel fundamental no episódio envolvendo Rosemary Noronha, prestando mais um favor a Lula. A ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo estaria ameaçando revelar “esquemas” que poderiam constranger o ex-presidente. Resultado: rapidamente o marido dela conseguiu um emprego.
“Essas são denúncias que se revestem de alta gravidade, seja pelo papel ocupado pelo representado, seja pelo poder econômico experimentado pela empresa capitaneada pelo Sr. Léo Pinheiro dentro do escopo empresarial brasileiro”, destaca Rocha.
De acordo com o tucano, se as informações da “Veja” se confirmarem, o ex-presidente feriu, de forma clara, os princípios republicanos que devem cercar o comportamento de um ex-presidente da República e chefe do partido que governa o país.
Na representação, o tucano pede a devida investigação criminal e, caso sejam confirmados os fatos, que seja promovida a ação penal pública contra o ex-presidente e quem mais estiver envolvido.

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Publicado por
Alexandre Lima