Brasil
Real digital começa fase de testes, mas sem previsão de lançamento
A primeira etapa do processo de criação da moeda foi concluída neste mês, com o desenvolvimento de nove propostas
A primeira etapa do processo de criação do real digital, a futura moeda digital do Brasil, foi concluída neste mês, conforme estava estabelecido no cronograma inicial, de 2021. A próxima fase, que é o projeto-piloto, começa logo na sequência e não tem um prazo definido de duração. Também não há, ainda, uma previsão para a data de lançamento do real digital, produto que está sob a responsabilidade do BC (Banco Central).
Em fevereiro, chegou ao fim o Lift Challenge, um desafio lançado em 30 de novembro de 2021 pelo Lift Lab (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), unidade virtual de inovação financeira e tecnológica coordenada pelo BC e pela Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central).
O Lift Challenge reuniu participantes do mercado interessados em desenvolver produtos inovadores viáveis ao SFN (Sistema Financeiro Nacional) e que trouxessem benefícios para a sociedade brasileira.
Entre janeiro e fevereiro do ano passado, os interessados em participar do desafio enviaram suas propostas, que foram analisadas no mês seguinte. Nove projetos foram selecionados, das seguintes empresas ou entidades: Aave, Banco Santander Brasil, Febraban, Giesecke + Devrient, Itaú Unibanco, Mercado Bitcoin, Tecban, Vert e Visa do Brasil.
O desenvolvimento dos projetos, finalizados agora, teve início em setembro e contou com o apoio das empresas de tecnologia Microsoft , IBM, Amazon AWS (Web Services), Cielo, R3 e Multiledgers. Participaram dos trabalhos mais de 200 pessoas e 30 empresas e instituições financeiras.
Segundo a coordenação do Lift Lab, as bases para o desenho da moeda digital brasileira já estão criadas. As propostas apresentadas desenvolveram aplicações em digitalização de operações, transações programadas e transações financeiras ligadas à internet das coisas, o que permite explorar formas de aplicar o real digital com benefícios como maior transparência, controle e eficiência. O período de desenvolvimento foi importante, portanto, para entender melhor e delimitar com maior precisão os casos em que o uso da moeda digital será mais adequado.
Em um evento que aconteceu nesta semana, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou oficialmente que o projeto-piloto do real digital “vai começar já”. Em outras ocasiões, ele já havia afirmado que o real digital era uma de suas prioridades.
O mandato de Campos Neto no BC se encerra no fim de 2023, e ele declarou ainda que sua intenção é deixar o cargo tendo cumprido algumas das principais metas da autarquia, entre elas a integração do Pix com o real digital.
“No mundo digital, a gente tinha três grandes blocos, e eu gostaria de conectar esses blocos, o Pix com Open Finance e com a moeda digital. A gente já tem o piloto da moeda digital, que vai começar a rodar em breve. Eu acho que essas três coisas podem mudar a história da intermediação financeira no Brasil”, disse o presidente do BC, em entrevista recente.
Não é criptomoeda
O real digital vai ser um produto que o mercado conhece como CBDC (Central Bank Digital Currency), uma moeda digital emitida por um banco central. Trata-se de uma moeda alternativa, que tem o mesmo valor do dinheiro tradicional, mas não poderá ser convertida em cédulas.
Seu uso deve ser voltado apenas ao atacado, ou seja, empresas. A população terá contato com essa modalidade de moeda via depósitos digitais, em instituições aprovadas pelo BC.
O dinheiro é representado unicamente por códigos digitais, que indicam seu valor. Não se trata de uma criptomoeda, que é uma moeda privada, tem característica de investimento e não é regulada pelo BC.
Segundo o Banco Central, a criação do real digital não tem o objetivo de acabar com o dinheiro físico. Mesmo porque, atualmente, apenas 3% do dinheiro que está disponível para operação no país é na forma de papel, e a tendência é que ainda haja alguma diminuição da quantidade de papel-moeda em circulação.
O propósito da nova moeda é ligar o sistema financeiro atual com o que está em construção, que terá mais operações descentralizadas e, portanto, maior eficiência e sustentabilidade. Além disso, com o real digital vai ser possível reduzir custos e ter maior transparência nos processos, já que a moeda virtual é rastreável.
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Procon desenvolve ações para garantir direitos dos consumidores em compras para Dia dos Namorados
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial

Fiscais verificam produtos e atuação do comércio com foco no Dia dos Namorados: Foto: cedida
O Procon/AC, em parceria com a Vigilância Sanitária, realiza neste período de 2 a 11 de junho, a Operação Afrodite, uma ação especial voltada para o Dia dos Namorados, comemorado na próxima quinta-feira, 12. A iniciativa abrange todo o Acre, incluindo hotéis, motéis e estabelecimentos comerciais, com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação vigente e orientar empresários sobre as regras na oferta de produtos e serviços aos consumidores.
As ações incluem a verificação da correta sinalização de preços, formas de pagamento, presença do Código de Defesa do Consumidor (CDC) disponível para consulta e políticas de troca adotadas pelas empresas, além de aspectos relacionados à validade, qualidade dos produtos e condições sanitárias, incluindo a emissão de alvarás.

Atividade faz parte do calendário anual do setor de fiscalização do Procon. Foto: Emely Azevedo/Procon
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial, como o período que precede o Dia dos Namorados. “É uma operação já prevista no calendário anual do Procon e tem como objetivo harmonizar as relações de consumo”, enfatiza.
Dicas do Procon/AC
No Dia dos Namorados, muitos casais vão às compras, reservam hotéis, motéis e planejam surpresas e jantares. Para garantir uma comemoração tranquila, o Procon/AC recomenda alguns procedimentos.
Compras de presente
Exija nota fiscal e informe-se sobre a troca. A loja só é obrigada a trocar o produto se o item estiver com defeito. Para troca por gosto ou tamanho, é preciso verificar a política da loja.
Hotéis e motéis
Em caso de reserva em hotéis ou motéis, os preços e condições devem estar claros antes da contratação. Promoções devem ser cumpridas conforme o anúncio. Importante: discriminação de qualquer tipo é crime.
Restaurantes e bares
Ao planejar um jantar romântico, verifique os preços no cardápio e pergunte sobre taxas extras. A cobrança da taxa de 10% é opcional. Exija sempre o comprovante de pagamento.
Compras online
Nas compras fora do estabelecimento (via internet ou telefone), o consumidor tem até 7 dias após o recebimento para desistir, mesmo sem justificativa.
Promoções e combos
Promoção não pode ser “pegadinha”. Todo desconto ou combo anunciado deve ser cumprido. Se houver restrições, devem estar claras. É importante verificar os valores antes e depois da suposta promoção.
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“Estudo revela que 33% das pastagens do Acre têm manejo inadequado, comprometendo produtividade”
Pesquisa da Embrapa em 246 propriedades mostra que superlotação e falta de planejamento financeiro elevam custos da pecuária de cria; diversificação de capins aparece como ponto positivo
Estudo com 246 propriedades nos Vales do Acre e Sena Madureira revela que más práticas geram bezerros mais leves e custos maiores; baixa escolaridade dos produtores agrava o problema.
Pesquisadores da Embrapa identificaram que cerca de 33% das pastagens do Acre estão com taxas de ocupação acima do ideal, comprometendo a produtividade da pecuária de cria. O problema foi mapeado em 246 propriedades nas regiões dos Vales do Acre e Sena Madureira, que concentram mais de 80% das atividades agropecuárias do estado. Os resultados serão apresentados no 1º Simpósio sobre Pecuária de Cria no Acre, dias 25 e 26 de junho na Ufac.
Impactos do manejo inadequado
Segundo Carlos Maurício Soares de Andrade, um dos autores do estudo, a superlotação provoca:
Redução do “score corporal” (condição física do gado);
Bezerros desmamados mais leves;
Carcaças de animais adultos menos desenvolvidas;
Aumento nos custos de produção.
“Sem um bom manejo, o produtor perde em todas as etapas”, alerta Andrade.
Falta de gestão agrava o cenário
O estudo revela ainda que:
- 75% dos produtores não controlam as finanças da propriedade;
- Nenhum calcula indicadores técnicos de desempenho do rebanho;
- Baixa escolaridade dificulta a adoção de tecnologias.
“Decisões são tomadas sem planejamento, o que compromete os resultados”, explica Vitor Hugo Maués Macêdo, coautor da pesquisa.
Pontos positivos: diversidade e leguminosas
Apesar dos problemas, houve avanços:
- Apenas 6,1% usam um único tipo de capim (ante 90% nas décadas de 1990/2000);
- 29,3% já plantam 3 variedades e 26,8%, 4;
- 21% utilizam leguminosas (como puerária e amendoim forrageiro), que melhoram a fertilidade do solo.
Diversidade
Um aspecto positivo na pecuária de cria é a diversidade da pastagem. Depois do susto ocorrido nas décadas de 1990 e 2000, quando o Acre enfrentou uma séria crise de degradação de pastagens (a maior parte dos produtores só usava o brizantão ou braquiarão), os produtores seguiram as orientações da Embrapa. E deu certo.
Atualmente, o estudo mostra que apenas 6,1% dos criadores insistem em usar apenas um tipo de capim na pastagem. A maior parte ou planta três tipos (29,3%) ou planta 4 tipos (26,8%). Cinco tipos de capim nas pastagens são plantados por 12,2% dos produtores. Plantam 6 tipos 2,8% e 1,6% dos produtores plantam 7 tipos de capim.
“As pequenas propriedades de cria têm enfrentado maior dificuldade para investir na reforma de suas pastagens degradadas, de modo que esse processo de substituição ainda levará muitos anos para ser concluído”, assinala o estudo da Embrapa.
Leguminosas
Outro fator positivo é que 21% das propriedades usam leguminosas. Isso é fundamental para fixação do nitrogênio no solo. De acordo com o estudo, 13,8% das fazendas de cria utilizam a puerária como leguminosa forrageira; 6,1% usam o amendoim forrageiro e 2% usam o calopogônio. “Essa leguminosa, de ocorrência espontânea nas pastagens do Acre, possui boa capacidade de fixação biológica de nitrogênio e tem seu uso recomendado pela pesquisa por contribuir para a manutenção da disponibilidade de nitrogênio no solo da pastagem, importante para sua produtividade”, afirma a pesquisa, lembrando estudo do professor Judson Valentim, também da Embrapa.
“Pequenas propriedades ainda enfrentam dificuldades para reformar pastagens degradadas, mas a diversificação é um caminho promissor”, destaca Maykel Franklin Lima Sales, outro pesquisador envolvido.
“Não fazer um bom manejo gera uma série de fatores negativos”, afirmou Carlos Soares de Andrade, um dos pesquisadores que assina o trabalho. O animal não terá uma alimentação adequada e isso compromete o que os técnicos chamam de “score corporal”. Outro fator negativo é que o bezerro vai sair da desmama mais leve. Isso pode provocar um animal adulto com a carcaça com desenvolvimento comprometido. “No fim do processo, aumentam os custos de produção”.
O simpósio na Ufac debaterá soluções para:
Capacitação técnica dos produtores;
Gestão financeira das propriedades;
Incentivos para renovação de pastagens.
“O Acre tem potencial, mas precisa superar esses gargalos para crescer na pecuária”, concluem os especialistas.
Com fontes da assessoria Embrapa
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Acre segue com o custo mais alto da construção civil do país, aponta IBGE
O Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região

O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Foto: ilustrativa
O Acre registrou, em maio de 2025, o maior custo médio da construção civil do país no cenário nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 10, por meio do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). Já é o terceiro mês seguido que o Acre fica em primeiro lugar.
Com a desoneração da folha de pagamento, o custo por metro quadrado no estado chegou a R$ 2.073,21, o maior entre os estados da federação. Já sem a desoneração, o custo saltou para R$ 2.200,88 colocando o Acre na segunda posição entre todos os estados brasileiros, atrás apenas de Santa Catarina, cujo valor chegou a R$ 2.212,82.
O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Apesar de ser uma alta mais moderada que a média nacional, que ficou em 0,43%, o estado acumulou, nos últimos 12 meses, um aumento de 7,10% no custo da construção, acima da média brasileira de 5,01%.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2025, o Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região. A variação mensal da construção no Acre foi de 0,15%, próxima à registrada em Rondônia (0,17%) e abaixo da variação da Região Norte, que fechou em 0,25%. Enquanto o Nordeste registrou a maior variação mensal em maio (0,77%), puxada por estados como Pernambuco (2,88%).
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