Conecte-se conosco

Brasil

Real digital começa fase de testes, mas sem previsão de lançamento

Publicado

em

O real digital está em processo de desenvolvimento pelo Banco Central
José Cruz/Agência Brasil

A primeira etapa do processo de criação da moeda foi concluída neste mês, com o desenvolvimento de nove propostas

A primeira etapa do processo de criação do real digital, a futura moeda digital do Brasil, foi concluída neste mês, conforme estava estabelecido no cronograma inicial, de 2021. A próxima fase, que é o projeto-piloto, começa logo na sequência e não tem um prazo definido de duração. Também não há, ainda, uma previsão para a data de lançamento do real digital, produto que está sob a responsabilidade do BC (Banco Central).

Em fevereiro, chegou ao fim o Lift Challenge, um desafio lançado em 30 de novembro de 2021 pelo Lift Lab (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), unidade virtual de inovação financeira e tecnológica coordenada pelo BC e pela Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central).

O Lift Challenge reuniu participantes do mercado interessados em desenvolver produtos inovadores viáveis ao SFN (Sistema Financeiro Nacional) e que trouxessem benefícios para a sociedade brasileira.

Entre janeiro e fevereiro do ano passado, os interessados em participar do desafio enviaram suas propostas, que foram analisadas no mês seguinte. Nove projetos foram selecionados, das seguintes empresas ou entidades: Aave, Banco Santander Brasil, Febraban, Giesecke + Devrient, Itaú Unibanco, Mercado Bitcoin, Tecban, Vert e Visa do Brasil.

O desenvolvimento dos projetos, finalizados agora, teve início em setembro e contou com o apoio das empresas de tecnologia Microsoft , IBM, Amazon AWS (Web Services), Cielo, R3 e Multiledgers. Participaram dos trabalhos mais de 200 pessoas e 30 empresas e instituições financeiras.

Segundo a coordenação do Lift Lab, as bases para o desenho da moeda digital brasileira já estão criadas. As propostas apresentadas desenvolveram aplicações em digitalização de operações, transações programadas e transações financeiras ligadas à internet das coisas, o que permite explorar formas de aplicar o real digital com benefícios como maior transparência, controle e eficiência. O período de desenvolvimento foi importante, portanto, para entender melhor e delimitar com maior precisão os casos em que o uso da moeda digital será mais adequado.

Em um evento que aconteceu nesta semana, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, anunciou oficialmente que o projeto-piloto do real digital “vai começar já”. Em outras ocasiões, ele já havia afirmado que o real digital era uma de suas prioridades.

O mandato de Campos Neto no BC se encerra no fim de 2023, e ele declarou ainda que sua intenção é deixar o cargo tendo cumprido algumas das principais metas da autarquia, entre elas a integração do Pix com o real digital.

“No mundo digital, a gente tinha três grandes blocos, e eu gostaria de conectar esses blocos, o Pix com Open Finance e com a moeda digital. A gente já tem o piloto da moeda digital, que vai começar a rodar em breve. Eu acho que essas três coisas podem mudar a história da intermediação financeira no Brasil”, disse o presidente do BC, em entrevista recente.

Não é criptomoeda

O real digital vai ser um produto que o mercado conhece como CBDC (Central Bank Digital Currency), uma moeda digital emitida por um banco central. Trata-se de uma moeda alternativa, que tem o mesmo valor do dinheiro tradicional, mas não poderá ser convertida em cédulas.

Seu uso deve ser voltado apenas ao atacado, ou seja, empresas. A população terá contato com essa modalidade de moeda via depósitos digitais, em instituições aprovadas pelo BC.

O dinheiro é representado unicamente por códigos digitais, que indicam seu valor. Não se trata de uma criptomoeda, que é uma moeda privada, tem característica de investimento e não é regulada pelo BC.

Segundo o Banco Central, a criação do real digital não tem o objetivo de acabar com o dinheiro físico. Mesmo porque, atualmente, apenas 3% do dinheiro que está disponível para operação no país é na forma de papel, e a tendência é que ainda haja alguma diminuição da quantidade de papel-moeda em circulação.

O propósito da nova moeda é ligar o sistema financeiro atual com o que está em construção, que terá mais operações descentralizadas e, portanto, maior eficiência e sustentabilidade. Além disso, com o real digital vai ser possível reduzir custos e ter maior transparência nos processos, já que a moeda virtual é rastreável.

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Brasil

Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

Publicado

em

Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

Publicado

em

Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

Publicado

em

Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

Comentários

Continue lendo