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Brasil

Quase 70% dos residentes em terras indígenas tem menos de 30 anos

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Dados do Censo 2022 indicam que 56,1% dos indígenas do país tem menos de 30 anos. Quando considerados apenas os residentes em Terras Indígenas, esse percentual sobe para 68,9%.

Informações relacionadas à idade e ao sexo dessas populações foram divulgadas nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas indicam um perfil populacional bem mais jovem do que o registrado pela população total do Brasil.

De acordo com os resultados gerais do Censo 2022, publicados no ano passado, 1.694.836 indígenas vivem dentro das fronteiras brasileiras, o que representa 0,83% de todos os residentes no país. Desse total, 36,73% vivem dentro de Terras Indígenas.

Os dados também mostraram que essas populações estão distribuídas por 4.833 municípios em todas as regiões do país. Duas delas, no entanto, registram maior concentração de indígenas: a Região Norte, com 44% deles, e a Região Nordeste, com 31%.

O órgão responsável pela demarcação das Terras Indígenas é a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Em sua coleta de dados, o Censo 2022 considerou todos os territórios com situação fundiária declarada, homologada, regularizada e encaminhada como reserva indígena até a data de julho de 2022, data de referência da pesquisa, quando havia 573 terras nesta situação.

Idade

As estatísticas sobre idade e sexo foram apresentadas pelo IBGE como mais uma etapa do detalhamento de dados do Censo 2022. Um dos dados que revelam o perfil mais jovem das populações indígenas é a idade mediana. Ela divide ao meio a população: quanto mais baixa, significa que há uma maior proporção de jovens.

No caso da população geral do país, o Censo 2022 mostrou uma mediana de 35 anos. Já entre os indígenas, ela foi de 25 anos. Quando se considera apenas os residentes em terras certificadas, a mediana cai para 19, o que indica um perfil populacional ainda mais jovem.

A comparação também é possível pelo índice de envelhecimento, que indica quantos idosos com 60 anos ou mais existem para cada grupo de 100 pessoas de 0 a 14 anos. Considerando toda a população do Brasil, essa taxa é de 80. Já entre os indígenas, ela é de 35,55. Especificamente nas terras indígenas, ela cai para 14,52.

Entre fatores que contribuiriam para esse cenário, segundo pesquisadores do IBGE, está a vida comunitária, que permitiria, por exemplo, um maior apoio no cuidado com os filhos.

Apesar do perfil mais jovem, quando a comparação é realizada com o Censo 2010, nota-se uma redução da base da pirâmide ao longo da última década. De acordo com os pesquisadores, isso sugere uma ligeira redução da fecundidade dessas populações.

De acordo com Fernando Damasco, pesquisador do IBGE, é preciso considerar também que há especificidades envolvendo as dinâmicas territoriais de diferentes etnias e também nas variadas regiões.

“As terras indígenas da Região Nordeste têm índices de envelhecimento bastante superiores às das terras indígenas da Amazônia Legal. Isso indica dinâmicas muito próprias dos indígenas do Nordeste. Há maior proximidade com centros urbanos, fluxos mais intensos de saída e circulação para diferentes finalidades da vida cotidiana”, pontua.

Sexo

As estatísticas indicam que a população indígena é mais masculina na comparação com a população geral do país. Isso ocorre sobretudo dentro das terras indígenas, onde todas as faixas etárias até os 69 anos registram predomínio de homens.

O Brasil possui 94,25 homens para cada 100 mulheres. Mas quando se observa o recorte apenas da população indígena, há 97,07 homens para cada 100 mulheres. Considerando apenas os residentes em Terras Indígenas, esse proporção aumenta ainda mais: 104,9 homens para cada 100 mulheres.

Chama atenção que, ao fazer o recorte apenas com indígenas que vivem fora de áreas demarcadas, a situação se inverte. Entre eles, há 92,79 homens para cada 100 mulheres. Além disso, nesta população, há predomínio masculino apenas nas faixas etárias até os 14 anos.

Os pesquisadores levantam algumas hipóteses, mas destacam a necessidade de se realizar estudos complementares. Entre uma das possíveis explicações está a menor mortalidade masculina, devido a uma maior segurança dentro de terras indígenas demarcadas.

Outra hipótese envolve uma maior migração de mulheres. “Vão em busca de trabalho em centros urbanos próximos às terras indígenas como complementação ao trabalho feito pelos homens em termos de produção e articulação dentro dos territórios. As mulheres migram muito também por conta do acompanhamento dos filhos na etapa de escolarização”, indica Damasco.

Marta Antunes, pesquisadora do IBGE, destaca uma possível maior mortalidade materna. “Temos alguns estudos no campo da demografia da saúde, levando em consideração a localização das terras indígenas às vezes mais afastadas do atendimento de saúde mais completo. A gente pode ter esse efeito atuando sobre a mortalidade materna. E também pelo fato das mulheres indígenas terem filhos até mais tarde. A partir das últimas gestações, começar a ter uma sobremortalidade materna principalmente devido a hemorragias durante os partos”.

Fonte: EBC GERAL

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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