Brasil
Primeiro estudo brasileiro mostra os riscos da Covid-19 em obesos
No país, obesidade foi responsável por 1,33 vezes mais mortes e 1,31 vezes mais entradas de adultos nas UTIs

Foto: Reprodução/I yunmai/ Unsplash
Rayane Rocha
O estudo da Rede CoVida, uma parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Cidacs/Fiocruz Bahia) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), concluiu que pessoas com obesidade têm maior tendência a desenvolver um estágio avançado da Covid-19 se infectadas. Esta é a primeira produção científica com dados usados no Brasil a relacionar Covid-19 e obesidade e corrobora com outras pesquisas desenvolvidas no exterior.
Quando comparada a outras comorbidades, como diabetes ou problemas cardiovasculares, estar acima do peso figura como maior risco de morte para adultos e idosos. A condição foi responsável por 1,33 vezes mais mortes e 1,31 vezes mais entradas de adultos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Pesquisas parecidas já foram desenvolvidas em outros países, como Estados Unidos, China, França, Itália e México. Segundo Natanael de Jesus Silva, um dos autores do estudo, a obesidade já vinha sendo apontada como um grande fator de risco para consequências mais graves da Covid-19 por cientistas estrangeiros.
“Apesar disso, as evidências ainda não eram claras sobre o efeito combinado que a obesidade com outras doenças cardiometabólicas, como a diabetes e as doenças cardiovasculares, desempenham na gravidade da Covid-19. Em especial, em diferentes grupos etários”, explica. “Como se sabe, é muito comum que a obesidade esteja associada a uma série de outros problemas de saúde, principalmente à diabetes e a doenças cardiovasculares. Nossa análise avalia como a combinação dessas três enfermidades pode contribuir na evolução dos pacientes”, acrescentou.
Além de ter sido responsável, sozinho, por 1,33 vezes mais mortes e 1,31 vezes mais entradas de adultos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o excesso de peso também levou 2,69 vezes mais brasileiros adultos e idosos a precisarem de ventilação mecânica. Nos idosos, os números são ainda mais preocupantes. Pessoas obesas maiores de 60 anos foram 1,40 vezes mais admitidas em leitos de UTI e morreram 1,67 vezes mais do que as não obesas.
O grupo avaliou dados de mais de 8.848 adultos e 12.945 idosos no Sistema de Informação de Vigilância de Gripe (Sivep-Gripe). Ali, ficam registrados os casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Covid-19. As informações são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde e foram captadas pela Plataforma de Dados Integrados Sobre Covid-19 (PDI-COVID-19) da Rede CoVida.
Em casos em que, além da obesidade, os pacientes também eram diabéticos ou tinham alguma doença cardiovascular, o número de internações em UTI foi 1,6 vezes mais elevado. Já o de óbitos, chegou a ser 1,79 vezes maior.
Os pesquisadores explicam que alguns fatores podem explicar a relação entre a obesidade e o agravamento das condições dos pacientes infectados pelo coronavírus. O excesso de peso pode causar, por exemplo, descompensação glicêmica e reduzir a elasticidade do tórax. Esses danos dificultam o processo de respiração. Mais do que isso, a doença é associada à apneia do sono e à doença pulmonar obstrutiva. Tudo isso, impede o bom funcionamento dos mecanismos de ventilação.
O comprometimento da resposta imune também é uma das causas que justificam a ligação entre as duas enfermidades. Os cientistas afirmam que o indivíduo com excesso de peso se torna mais vulnerável a infecções. Além disso, o corpo dele produz menos respostas a medicamentos antivirais.
“Com estas evidências, é esperado que todas as pessoas obesas, independentemente do grau de severidade, idade, e existência de outras comorbidades, sejam incluídas no grupo prioritário para vacina contra o SARS-CoV-2. Mesmo os pacientes com níveis menores de obesidade já demonstraram vínculos elevados com o quadro grave de Covid”, destaca Natanael. Atualmente, o Plano Nacional de Imunizações (PNI) prevê como grupo prioritário apenas brasileiros com grau III ou obesidade mórbida. Assim, somente quem tem o IMC igual ou superior a 40 se encaixa nessa prioridade.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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