Presidente veta benefício a aposentados

Andréa Jubée Edna Simão, de Brasília

A presidente Dilma Rousseff  decidiu vetar a proposta que amplia a política de valorização do salário mínimo para todos os aposentados e pensionistas. O  veto será publicado na edição de hoje do “Diário Oficial da União”  e ainda pode ser revisto pelo da Congresso Nacional.

A fórmula de reajuste do salário mínimo em vigor baseia-se na correção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) relativa aos dois anos anteriores. Essa regra foi  prorrogada até 2019 pela Medida Provisória 672, aprovada pelos senadores no início do mês .Os parlamentares acrescentaram à MP uma emenda que amplia o benefí­cio aos aposentados que recebem dois ou mais salários mínimos.

Líderes governistas tentaram impedir a aprovação da emenda, já antevendo o veto que causa constrangimento à presidente diante dos aposentados. Em tem­pos de crise política e alta desapro­vação da Dilma, o Palácio do Pla­nalto receia que os parlamentares derrubem o veto presidencial ou pressionem para que o governo apresente uma proposta alternati­va para elevar os benefícios desse segmento de aposentados.

No passado, Dilma já vetou a in­dexação do mínimo às aposenta­dorias acima desse valor, sem apresentar uma proposta alterna­tiva. Os parlamentares, pressiona­dos por entidades que represen­tam os aposentados, aprovaram um artigo na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 garantindo um ganho real para as aposentadorias acima do mínimo. A manutenção do ve­to foi uma queda de braço, mas Dilma não tinha uma popularida­de tão baixa nem enfrentava gra­ve instabilidade política.

Recentemente o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, declarou que esse reajuste invia­biliza a Previdência, porque ge­raria R$ 9,2 bilhões em gastos ex­tras por ano  — sendo R$ 4,6 bi­lhões em 2015. Segundo Gabas, dos 32 milhões de beneficiários da instituição, 10 milhões rece­bem acima do mínimo. Cálculos de técnicos da Previdência apon­tam que o impacto de um reajus­te de 1% nos benefícios previdenciários acima do salário mínimo é de cerca de R$ 2 bilhões por ano. Atualmente, as aposentado­rias com valor acima do mínimo são corrigidas apenas pelo INPC, sem ganho real.

Fonte: Valor

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Publicado por
Alexandre Lima