Brasil
Por que o aplicativo de mensagens Signal está em alta e o WhatsApp em baixa
“Atualmente, estamos tendo um nível recorde de downloads do aplicativo Signal em todo o mundo”, disse a equipe do Signal em um post no Reddit
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Chamada de vídeo em aplicativo de mensagens Signal Foto: Divulgação/Signal
Clare Duffy, da CNN Business, em Nova York
Nos últimos dias, usuários migraram aos milhões para o aplicativo de mensagens criptografadas Signal, levando-o ao primeiro lugar na lista de aplicativos gratuitos do Google Play e da Apple Store nesta semana.
O Signal teve cerca de 7,5 milhões de downloads da App Store e do Google Play no mundo entre quinta-feira (7) e domingo (10), mais de 43 vezes o número da semana anterior, de acordo com a empresa de inteligência de mercado Sensor Tower.
Serviços de mensagens criptografadas como o Signal ganharam popularidade nos últimos anos, com pessoas cada vez mais preocupadas em proteger suas informações privadas. No entanto, esse aumento específico na popularidade do Signal surge na esteira da confusão sobre os novos termos de serviço do aplicativo de mensagens criptografadas do Facebook, o WhatsApp.
Na semana passada, o Signal também recebeu o apoio de vários dos maiores nomes do Vale do Silício, inclusive do CEO da Tesla, Elon Musk.
O aumento de novos downloads do Signal também aconteceu após os tumultos em Washington, DC, e as ações da Amazon, Apple e Google para cortar relações com o Parler, serviço de redes sociais favorito de muitos membros da extrema direita. O Telegram, outro aplicativo de mensagens criptografadas, disse na terça-feira (12) que atraiu 25 milhões de novos usuários de todo o mundo nas 72 horas anteriores, elevando sua base total de usuários ativos para 500 milhões.
O pico no tráfego do Signal causou algumas falhas. Na quinta-feira (7), o Signal tuitou que os códigos de verificação para novas inscrições podem atrasar “porque muitos usuários novos estão querendo fazer parte do Signal (mal podemos conter nosso entusiasmo)”. O problema foi resolvido no fim de semana.
“Atualmente, estamos tendo um nível recorde de downloads do aplicativo Signal em todo o mundo”, disse a equipe do Signal em um post no Reddit na sexta-feira (8).
E o WhatsApp?
O WhatsApp começou a notificar os usuários no mês passado sobre uma atualização em seus termos de serviço e política de privacidade, com os quais as pessoas devem concordar para continuar usando o aplicativo após 8 de fevereiro.
Muitos usuários expressaram preocupação sobre uma seção da política de privacidade do WhatsApp que detalha quais dados do usuário são coletados e compartilhados com a empresa controladora, o Facebook, que tem uma reputação problemática quando se trata de proteger dados dos usuários.
Todas as mensagens privadas entre indivíduos e a maioria das empresas no WhatsApp são protegidas por criptografia de ponta a ponta, o que significa que o aplicativo não pode vê-las ou compartilhá-las com o Facebook (os usuários serão notificados antes de conversar com uma empresa cujas mensagens não são criptografadas de ponta a ponta).
No entanto, o WhatsApp coleta outras informações do usuário, sobre quando e como alguém usa o aplicativo, e informações do dispositivo do usuário, como endereços de IP.
A política de privacidade do WhatsApp declara que as informações coletadas do usuário podem ser compartilhadas com outras empresas do Facebook “para ajudar a operar, fornecer, melhorar, compreender, personalizar, oferecer suporte e comercializar nossos serviços e suas ofertas”.
Contudo, essas práticas de compartilhamento de dados não são novas, de acordo com a empresa.
O que mudou? A política de privacidade do WhatsApp foi atualizada mundialmente pela última vez em 2016. Na época, ela oferecia aos usuários do WhatsApp a possibilidade de cancelar o compartilhamento de dados com o Facebook, opção que ficou disponível por pouco tempo. Nesta última atualização, a referência a essa opção de cancelamento foi removida.
A atualização mais significativa da política está relacionada aos usuários corporativos do WhatsApp. Ela revela que empresas que usam o WhatsApp para conversar com seus clientes podem optar por armazenar registros de suas conversas nos serviços de hospedagem do Facebook.
“A atualização não muda as práticas de compartilhamento de dados do WhatsApp com o Facebook e não afeta a forma como as pessoas se comunicam em particular com amigos ou familiares onde quer que estejam no mundo”, disse um porta-voz do WhatsApp em um comunicado, acrescentando que a empresa continua “profundamente comprometida com a proteção da privacidade das pessoas”.
Resumindo: nenhum dado a mais do que já era compartilhado em termos de dados dos usuários do WhatsApp será compartilhado com o Facebook depois do aceite dos novos termos. Quer dizer, a não ser que se tenha optado pelo cancelamento do compartilhamento em 2016.
O WhatsApp tem tentado dissipar a confusão sobre a atualização de suas políticas, inclusive com a publicação de uma sessão de perguntas frequentes (FAQ) sobre suas práticas de privacidade.
Por que o Signal?
Embora a política não seja nova, a discussão chamou a atenção para as práticas de compartilhamento de dados do WhatsApp com o Facebook, que muitas pessoas podem não ter lido antes de clicar em “concordar”. Isso pode estar motivando os usuários a abandonar o navio, com o Signal provando ser a alternativa mais popular.
O Signal é outro aplicativo gratuito que oferece mensagens criptografadas, chamadas de áudio e de vídeo. “Criptografado” significa que o conteúdo das mensagens é codificado até chegar ao destinatário, e nenhum intermediário pode visualizá-lo.
O aplicativo é administrado pela Signal Foundation, uma organização sem fins lucrativos, que foi lançada em 2018 com a ajuda do cofundador do WhatsApp, Brian Acton, que deixou o WhatsApp e o Facebook no ano anterior.
Acton disse em um comunicado em 2018, quando anunciou o lançamento da fundação, que o Signal tem como objetivo construir uma “tecnologia sustentável que respeite os usuários e não dependa da comoditização de dados pessoais”.
Em meio à onda de novas inscrições, o Signal está lançando novos recursos semelhantes aos do WhatsApp, como opções de papel de parede para conversas e uma seção “sobre” para perfis de usuário.
Além disso, uma nova política da Apple exigindo que os aplicativos forneçam um rótulo detalhando suas práticas de privacidade na App Store pode tornar mais fácil para os usuários compararem diversas políticas dos aplicativos de mensagens.
O Signal não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre a onda de novas inscrições.
O aplicativo recebeu mensagens de apoio de alto nível. Elon Musk da Tesla (TSLA) tuitou no dia 7 de janeiro: “Usem o Signal”. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, retuitou e, mais tarde, postou uma imagem do Signal no topo da tabela da App Store, com uma legenda com um coração.
O ex-técnico da NSA, Edward Snowden, também retuitou o post de Musk, acrescentando a mensagem: “Este é o @signalapp, para aqueles que não entenderam o Elon”.
Embora os tuítes não tenham mencionado o Facebook ou o WhatsApp, tanto Musk quanto Dorsey já haviam criticado o gigante das redes sociais.
Algumas pessoas aparentemente ficaram confusas com o conselho de Musk. As ações da Signal Advance (SIGL) (uma pequena empresa de tecnologia com sede no Texas, nada relacionada ao aplicativo de mensagens) subiram mais de 6.000% nos dias seguintes ao tuíte de Musk, antes de caírem na terça-feira (12).
O Signal, ou “sinal” em inglês, o aplicativo de mensagens, postou um tuíte ousado sobre a confusão, dizendo: “É isso que os analistas de ações querem dizer quando afirmam que o mercado está enviado Sinais mistos?”
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Brasil
Governo lança ações para enfrentar temperaturas extremas no Brasil
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima
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Ministério do Meio Ambiente adota medidas para reduzir impacto das altas temperaturas. Imagem: YouTube
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima articula com os ministérios da Educação e da Saúde o enfrentamento das ondas de calor que atingem o país. O objetivo é alertar a população sobre os cuidados necessários para lidar com a elevação das temperaturas e viabilizar ações para minimizar seus impactos, principalmente nas escolas.
Em janeiro, a média de temperatura global esteve 1,75ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com o Copernicus, observatório climático da União Europeia.
O Brasil sofre os efeitos do aquecimento global, entre eles, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor severas. Há previsão de temperaturas intensas para as próximas semanas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em especial para o Sul do país. Em alguns municípios, os termômetros devem registrar mais de 40°C.
Para enfrentar as altas temperaturas, uma das ações é o Programa Cidades Verdes Resilientes, que tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e preparar os municípios para lidar com a mudança do clima.
O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável e gestão de resíduos urbanos.
No guarda-chuva do programa, está a iniciativa AdaptaCidades, que fornecerá apoio técnico para que estados e municípios desenvolvam planos locais e regionais de adaptação. Ao aderir ao projeto, os governos estaduais devem indicar dez municípios com alto índice de risco climático para receber a capacitação. Também podem ser beneficiados consórcios intermunicipais e associações de municípios em caráter excepcional. A aprovação das indicações será feita pelo MMA com base em critérios técnicos, considerando o risco climático e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, 21 estados já participam da iniciativa.
Cidades Verdes Resilientes e AdaptaCidades estão alinhados ao Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Em elaboração por 23 ministérios, sob a presidência da Casa Civil e a coordenação do MMA, o plano tem um dos eixos voltados à adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima. O segundo pilar é dedicado às reduções de emissões de gases de efeito estufa (mitigação), cujas altas concentrações na atmosfera causam o aquecimento do planeta.
Além das Estratégias Nacionais de Mitigação e Adaptação, o Plano Clima será composto por planos setoriais: são sete para mitigação e 16 para adaptação. Traz ainda Estratégias Transversais para a Ação Climática, que definirão meios de implementação (como financiamento, governança e capacitação) e medidas para a transição justa, entre outros pontos.
O MEC tem retomado as atas de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que oferecem ganhos de escala, produtos padronizados e de qualidade aos entes federados, que ficam desobrigados a realizar processos licitatórios próprios (podendo aderir a ata da Autarquia). Já está disponível ata de registro de preços para compra de ventiladores escolares e está prevista ata para aparelhos de ar-condicionado ainda no primeiro semestre de 2025.
Além das ações coordenadas pelo governo federal, planos de contingência para período de extremo calor devem ser desenvolvidos por cada rede de ensino, considerando o princípio constitucional da autonomia federativa e as realidades locais.
Cuidados e dicas
As ondas de calor são caracterizados por temperaturas extremamente altas, que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas e são exacerbados pelo aquecimento global, que tem aumentado tanto a frequência quanto a intensidade do calor em várias partes do mundo.
Esses episódios são potencializados em áreas urbanas devido ao efeito das ilhas de calor, fenômeno em que a concentração de edifícios, concreto e asfalto retém mais calor e aumenta ainda mais as temperaturas.
A saúde de toda a população pode ser afetada nessas situações, em especial os mais vulneráveis — como idosos; crianças; pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação; diabéticos; gestantes; e população em situação de rua. O calor excessivo pode causar tontura; fraqueza; dor de cabeça; náuseas; suor excessivo; e alterações na pele. Ao notar esses sintomas, é essencial buscar ajuda médica.
Entre os cuidados para se proteger, é recomendável beber água regularmente, ainda que sem estar com sede; evitar exposição ao sol das 10h às 16h; usar roupas leves, chapéu e óculos escuros; refrescar-se com banhos frios e utilizar toalhas úmidas; e nunca deixar pessoas ou animais em veículos fechados.
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Lentidão do Estado, geografia e clima dificultam internet na Amazônia
As antenas móveis estão presentes em 96% dos municípios na Amazônia Legal. Das 772 localidades na região, 743 têm antenas da Starlink, segundo dados da Anatel
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Indígena marubo instala antena Starlink em aldeia: fim do isolamento. Imagem: TikTok/Reprodução
Com Atual
Apesar das iniciativas como o Programa Norte Conectado, que instala cabos de fibra óptica subfluviais nos rios da Amazônia, e o avanço da conexão de internet via satélite com domínio da Starlink, a instalação da rede física ainda esbarra em obstáculos geográficos, climáticos e de infraestrutura na região, diz Jesaías Arruda, vice-presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet).
“Segundo dados do Nic.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), 15% do território nacional ainda não tem nenhum tipo de conectividade, isto é, não tem internet via satélite nem via fibra ótica. E para a Região Norte esse número é maior devido aos desafios”, disse Arruda.
Os 15% mencionados equivalem a 29 milhões de brasileiros que não têm acesso à internet, mostra pesquisa do Nic.br realizada ano passado e compartilhada no “Seminário Internet e Meio Ambiente: Caminhos Sustentáveis na Amazônia”, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), na Ufam (Universidade Federal do Amazonas) em Manaus.
No Amazonas, segundo Arruda, só 17% da população do estado têm uma “conectividade significativa” de internet, o que significa dizer um acesso de qualidade a um custo acessível. Em número é equivalente a 728 mil usuários. De acordo com o IBGE, a população do Amazonas em 1º de julho de 2024 era de 4,2 milhões de habitantes.
“Isso é um número muito pequeno diante da demanda da população. Há um déficit de conectividade na região amazônica”, diz.
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Antenas em garimpo no Rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami: conexão por satélite de baixa altitude. Foto: Divulgação/Ibama
Outro desafio, segundo o representante da Abranet, é a geografia do Amazonas que tem uma vasta extensão territorial com áreas de difícil acesso, especialmente comunidades ribeirinhas e indígenas.
“A densa floresta amazônica dificulta a construção de infraestruturas como torres de telecomunicação e redes de fibra óptica. Além disso, muitas cidades e comunidades não possuem estradas e energia elétrica confiáveis, o que impacta a instalação e manutenção da internet. Também a baixa densidade populacional em algumas áreas remotas torna o investimento em infraestrutura de telecomunicações pouco atrativo para empresas privadas”, diz Arruda.
Outras dificuldades são as condições climáticas e a logística. “Chuvas intensas e a alta umidade podem danificar equipamentos e dificultar a manutenção da rede. Além disso, a floresta densa pode interferir no sinal de satélites e dificultar a instalação de cabos de fibra óptica. O transporte de equipamentos para áreas remotas é caro e complicado, pois muitas localidades só são acessíveis por barco ou avião e a manutenção da rede exige mão de obra especializada, que nem sempre está disponível localmente”, diz o vice-presidente da Abranet.
Em muitas áreas, diz Arruda, a internet depende de satélites que oferecem conexão mais lenta e instável em comparação à fibra óptica, e algumas cidades contam com redes de rádio ou conexão via cabo subfluvial, que também podem sofrer interrupções devido às condições climáticas.
“São soluções que atendem à região. Quando você fala de defesa e segurança, saúde e educação, todas essas entidades utilizam conexões vias satélites, porque não é somente uma questão de conexão, mas de segurança nacional”, diz.
Para Fernando Soares, diretor de Regulação e Inovação da Conexis Brasil Digital, e que representa as principais operadoras de internet no Brasil, até 2029 os 62 municípios do Amazonas terão internet 5G, mas para alcançar a meta é preciso criar estruturas de conexão nas localidades.
“A Amazônia precisa de conectividade. Não podemos pensar na Amazônia como um lugar intocável. Aqui tem gente, tem povo que precisa de cidadania. Temos de preservar a floresta, mas isso não significa ausência de conectividade. Temos de trazer estruturas e qualidade de vida, sem ferir as questões ambientais”, diz Soares, que representa as maiores operadoras de telecomunicações do país.
A telefonia 5G é a quinta geração de tecnologia celular sem fio, que oferece maior velocidade e mais conectividade, e nos municípios do Amazonas vão chegar por meio de fibra ótica.
“Não há concorrência entre conexão por fibra ótica e a conexão por satélite, são bens complementares. Não vejo uma competição. A Amazônia precisa de conectividade. Então, eu vejo que em umas localidades a fibra ótica é mais apta e em outras localidades seria o satélite, mas a fibra ótica vai ser levada a todos os municípios (do Amazonas)”, diz Soares.
O espaço entre a lentidão do poder público e a falta de atrativo comercial para as empresas de telefonia é dominado pela SpaceX, do bilionário Elon Musk, com as antenas da Starlink. As antenas móveis estão presentes em 96% dos municípios na Amazônia Legal. Das 772 localidades na região, 743 têm antenas da Starlink, segundo dados da Anatel.
A mobilidade do equipamento, a facilidade de instalação e o baixo custo conquistaram até comunidades indígenas. Também seduziu garimpeiros que usam a Starlink nas atividades ilegais na Amazônia. Na ausência, ou lentidão do Estado em conectar a Amazônia, Elon Musk foi mais rápido. Com faro aguçado para negócios e disposição de não se submeter a leis dos países, Musk pode tornar a Amazônia dependente de sua tecnologia.
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Cabos de fibra ótica são instalados pelos rios: serviço lento para conectar a Amazônia. Foto: Agência Pará Fotos Públicas
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Prefeitos devem abrir conta bancária exclusiva para Fundeb, diz MPF
O dinheiro pode ser usado para, entre outras finalidades, compra de materiais de escolas e remuneração de profissionais da educação
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Dinheiro do Fundeb é usado para o financiamento da educação pública. Foto Jonas Pereira/Agência Senado
Os municípios amazonenses devem abrir uma conta específica para movimentar o dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), recomendou o procurador da República Gustavo Galvão Borner, na última sexta-feira (28). Apenas os secretários de Educação do município devem fazer transferências desses valores.
As recomendações foram enviadas aos municípios de Amaturá, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Jutaí e Atalaia do Norte. As prefeituras terão 30 dias para comprovar que estão atendendo as orientações do MPF (Ministério Público Federal), que são baseadas em diretrizes do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
“Requisita-se, desde logo, aos recomendados, na forma do art. 6º, XX, e do art. 8º, §5º, da Lei Complementar nº 75/93, que no prazo de 15 (quinze) dias úteis, manifestem-se sobre o acatamento da presente recomendação, indicando as medidas que tenham sido ou que serão adotadas”, diz trecho do documento do MPF.
A medida busca garantir transparência e rastreabilidade do dinheiro público. Em 2024, segundo dados do Tesouro Nacional, os municípios amazonenses receberam R$ 818 milhões do governo federal referente ao Fundeb. O dinheiro pode ser usado para, entre outras finalidades, compra de materiais de escolas e remuneração de profissionais da educação.
De acordo com a recomendação, as contas abertas para movimentar o dinheiro do Fundeb não poderão receber dinheiro de outras fontes. Além disso, a movimentação deve ser eletrônica, diretamente na conta corrente dos fornecedores, prestadores de serviços e profissionais da educação, devidamente identificados.
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