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Planta parasita rara no Brasil é encontrada no Parque Nacional da Serra do Divisor, no interior do AC

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Planta parasita rara no Brasil é encontrada no parque nacional da Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Mayara Pastore/Arquivo pessoal

Planta parasita rara no Brasil é encontrada no parque nacional da Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Mayara Pastore/Arquivo pessoal

Por Murilo Lima, Acre Rural

Fincada na raiz de uma árvore e com formas estranhas que mais parecem casulos, uma planta parasita rara teve o registro mais recente no ano passado, no Parque Nacional da Serra do Divisor, próximo ao Rio Môa, no Vale do Juruá, no interior do Acre.

A espécie foi registrada de forma inédita na flora brasileira em 2015, identificada como lophophytum weddellii pelo biólogo Leandro Jorge Telles Cardoso, durante revisão da família das plantas no Brasil.

“Durante o congresso nacional de botânica em 2010 que aconteceu em Manaus, fiz uma visita ao herbário no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e vi um material na coleção. Era um material coletado em 1976 durante o projeto Radam na Serra do Divisor, fiz a identificação taxonômica do material, quer dizer, a qual espécie ele pertence e ele pertencia a essa espécie que já era conhecida para a Colômbia e para o Peru”, contou Cardoso.

Exemplar achado em 1996 por botânico da Ufac na Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Marcos Silveira/Arquivo pessoal

Exemplar achado em 1996 por botânico da Ufac na Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Marcos Silveira/Arquivo pessoal

O nome foi dado em homenagem ao botânico inglês Hugh Algernon Weddell, que descobriu a espécie pela primeira vez, no fim do século 19. O biólogo tinha acesso à primeira amostra, que já evidenciava o registro inédito da espécie para o Brasil.

Mas, a imagem de uma outra coleta chamou a atenção do pesquisador. Foi, até aquela época, o único registro em fotos da planta viva feito pelo botânico Marcos Silveira, da Universidade Federal do Acre (Ufac). O registro também foi feito na Serra do Divisor, em 1996, durante estudos sobre o plano de manejo do parque nacional.

“Já na saída da atividade, numa parada para a gente almoçar eu encontrei a planta no chão, achei que era uma espiga de milho enterrada no chão e, na verdade, era uma planta parasita, cuja a amostra que coletamos se perdeu, deteriorou. Um estudante que passou aqui pelo Acre e estagiou no nosso laboratório viu a imagem e disse que havia um amigo dele que estava trabalhando a família, que era o Leandro. Ele então entrou em contato com o pesquisador e ele ficou estupefato com a notícia da existência de uma foto com a planta fresca, porque ele já estava trabalhando no mestrado dele com uma revisão do grupo e solicitou o uso da imagem e eu cedi. A partir de então, ele pode ter segurança na identificação precisa, porque a planta tinha sido identificada equivocadamente e ele corrigiu a identificação e verificou que era um novo registro para o Brasil”, contou o botânico da Ufac.

Em 2015, o biólogo Leandro Cardoso publicou um artigo comunicando essa nova ocorrência, que aconteceu 39 anos do primeiro registro, em 1976, e cerca de 160 anos depois da descrição da espécie.

Registro mais recente da planta foi feito no ano passado no parque nacional, próximo ao Rio Môa — Foto: Mayara Pastore/Arquivo pessoal

Registro mais recente da planta foi feito no ano passado no parque nacional, próximo ao Rio Môa — Foto: Mayara Pastore/Arquivo pessoal

Novo achado

Mas, houve um novo registro da espécie no Acre em 2021. Uma equipe de pesquisadores encontrou novos indivíduos da espécie, também na Serra do Divisor, próximo ao Rio Môa. A bióloga e botânica da Ufra-PA, Mayara Pastore, que desenvolve um doutorado no museu Emílio Goeldi, no Pará, foi até a região acreana com a equipe para fazer o levantamento de dados sobre algumas plantas e foi quando se depararam com a lophophytum weddellii.

“Quando estávamos em busca das nossas plantas, nós também registramos outras plantas que encontramos e foi onde encontramos o lophophytum weddellii. É uma segunda coleta do primeiro registro dessa planta para o Brasil”, disse Mayara.

Com essa nova coleta, agora as pesquisas no Rio de Janeiro sobre a espécie contam com evidências materiais que podem ajudar nos estudos sobre a planta.

“É uma rede de colaboração que a gente tem, porque estudamos essas plantas nos museus, nas coleções, muitas vezes vamos atrás delas no campo, mas também estudamos amostras que já foram coletas anteriormente por diversos outros botânicos. Então, nosso papel como botânico de ir ao campo e também fazer o registro de outras plantas que futuramente outros cientistas podem colaborar”, explicou Mayara.

Planta parasita rara no Brasil é registrada no parque nacional da Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Mayara Pastore

Planta parasita rara no Brasil é registrada no parque nacional da Serra do Divisor, no interior do Acre — Foto: Mayara Pastore

Planta parasita

Ao contrário de outras plantas parasitas, as plantas da família balanophoraceae são parasitas subterrâneos que se ligam às raízes das árvores, característica que é fundamental para a sobrevivência das espécies dessa família.

“Elas não produzem absolutamente nada do seu próprio alimento, elas pegam tudo do hospedeiro. Então, elas são parasitas obrigatórias, ou seja, obrigatoriamente para sobreviver elas precisam estar buscando esse alimento, tanto compostos minerais como compostos orgânicos de seu hospedeiro”, explicou Cardoso.

Segundo os pesquisadores, a espécie é rara, mas ela não é a única da família presente no Brasil. Existem outras espécies registradas em outras regiões no país. No Acre, a lophophytum weddelli não é a única espécie existente da família balanophoraceae, também existe a espécie ombrophytum microlepis, que esta que está disponível no laboratório de botânica da Ufac. Agora, os pesquisadores seguem os estudos sobre a lophophytum para descobrir novas informações, entre elas, a forma de polinização da planta.

Ainda não há respostas completas sobre os efeitos causados pela parasita em outras árvores ou de espécies preferenciais da planta neotrópica, mas Cardoso garante que a espécie não tem possibilidade de se proliferar e, por isso, ela não ameaça formas de produção arbóreas, como a fruticultura e o extrativismo vegetal, portanto, ela não é considerada uma praga. Mas, para responder a essas e outras perguntas, o biólogo deixa clara a necessidade de mais registros e estudos sobre a espécie.

“O lophophytum weddelli tem inflorescência masculina e feminina separadas, então nesse sentido, não se sabe ainda como ocorre essa reprodução. Expandir os estudos de ecologia para entender todas essas questões que a gente hoje não entende, entender o sistema reprodutivo, o que ela causa em seus hospedeiros, identificar os hospedeiros de modo que a gente também conheça melhor as interações ecológicas que essas plantas têm no ecossistema, coletar material para incluir no estudo que busca entender como essa espécie se relacionam evolutivamente com outras e vários outros estudos. Enfim, tem um mundo ainda para se descobrir”, concluiu o biólogo.

Planta rara é uma planta obrigatoriamente parasita que se aloja nas raízes das árvores

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“Zé-Galinha” é absolvido por homicídio, mas condenado por envolvimento com organização criminosa

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Airton Goes da Silva foi julgado nesta quinta-feira (15) e pegou quase 5 anos de prisão por ligação com grupo criminoso, apesar de absolvido por assassinato de colono em Rio Branco.

O presidiário Airton Goes da Silva, conhecido como “Zé-Galinha”, foi julgado nesta quinta-feira (15) pelo Conselho de Sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco. Ele respondia por envolvimento na execução do colono José Vaz da Silva, de 37 anos, conhecido como “Zezão”, ocorrida no final de 2023.

José Vaz da Silva

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o crime ocorreu na noite de 29 de dezembro de 2023, por volta das 21h30, no Ramal da Judia, no bairro Belo Jardim I, região do Segundo Distrito da capital. José Vaz caminhava pela via quando foi surpreendido por criminosos armados que chegaram em um carro e efetuaram cerca de 12 disparos contra a vítima.

Embora não tenha participado diretamente do assassinato, Airton Goes foi apontado como o responsável por fornecer o veículo usado no crime. Ainda assim, o Conselho de Sentença decidiu pela absolvição do réu em relação ao homicídio, mas o condenou por integrar organização criminosa.

A pena determinada foi de 4 anos, 11 meses e 20 dias de prisão. Tanto o Ministério Público quanto a defesa ainda podem recorrer da decisão.

O caso segue como mais um episódio ligado à atuação de facções criminosas no estado, que têm sido foco das autoridades de segurança e do Judiciário acreano.

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Polícia Civil do Acre cumpre três mandados de prisão por crimes sexuais contra crianças e adolescentes durante operação Caminhos Seguros

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Com essas três prisões, a Delegacia de Capturas (DECAV) contabiliza agora 11 mandados de prisão cumpridos desde o início da Operação Caminhos Seguros

Polícia Civil do Acre cumpre três mandados de prisão por crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Fotos cedidas. Foto: cedida 

Nesta quinta-feira, 15, a Polícia Civil do Acre realizou o Dia ‘D’ da Operação Caminhos Seguros, ação estratégica que visa o combate a crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes. Como resultado, foram cumpridos três mandados de prisão contra indivíduos envolvidos em crimes de estupro de vulnerável, reforçando o compromisso da instituição com a proteção dos grupos mais vulneráveis da sociedade.

O primeiro caso refere-se ao idoso A.V.A., de 75 anos, condenado a 14 anos de prisão por abusar sexualmente da neta de sua companheira, quando a vítima tinha 10 anos de idade. Ele foi preso na manhã de hoje em sua residência, situada na Rua Castanheira, nº 225, bairro Santa Inês, em Rio Branco. O caso foi denunciado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em julho de 2021, quando a vítima já tinha 20 anos, e investigado por meio do Inquérito Policial nº 551/21 – DEAM.

A segunda prisão ocorreu na Escola de Música do Acre, localizada na Avenida Central, nº 92, Conjunto Tucumã, também na capital. O capturado, E.C., foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão por estupro de vulnerável cometido contra sua prima de 9 anos. Os abusos consistiam na prática de atos libidinosos, com introdução de dedo na vagina da criança. Os crimes ocorreram em 2011, foram noticiados em novembro de 2012 e apurados pelo NUCRIA por meio do IPL nº 231/12.

O terceiro mandado foi cumprido em uma propriedade rural no Km 98 da BR-364, no município de Acrelândia, onde foi preso A.C.T., condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável. Os crimes foram cometidos contra a sobrinha de sua esposa, de 9 anos, em setembro de 2016, na região do Ramal da Castanheira, em Rio Branco. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), por meio do Inquérito Policial nº 36/2017.

Com essas três prisões, a Delegacia de Capturas (DECAV) contabiliza agora 11 mandados de prisão cumpridos desde o início da Operação Caminhos Seguros, todos relacionados a crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

A delegada Juliana De Angelis Drachenberg, coordenadora estadual do Programa Bem-Me-Quer e representante institucional de Políticas Públicas de Proteção a Grupos Vulneráveis da Polícia Civil do Acre, destacou a importância da operação:

“Essas prisões representam o compromisso da Polícia Civil em garantir justiça às vítimas de violência sexual, mesmo que os crimes tenham ocorrido anos atrás. Nenhuma denúncia é ignorada. A operação Caminhos Seguros reforça o trabalho integrado das delegacias especializadas e a responsabilidade institucional de proteger nossas crianças e adolescentes, assegurando que os autores desses atos bárbaros sejam punidos na forma da lei”, afirmou a delegada.

A Polícia Civil orienta que vítimas e testemunhas de crimes contra crianças e adolescentes denunciem por meio dos canais oficiais. O sigilo e a proteção das vítimas são garantidos.

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Justiça nega habeas corpus a mulher presa com 7 kg de maconha escondidos em sacos de farinha no Acre

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Aluandra Souza continuará detida no presídio Manoel Neri; defesa alegava falta de fundamentação na prisão preventiva

A Justiça do Acre negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Aluandra Souza da Conceição, presa em flagrante no último dia 24 de abril com sete quilos de maconha escondidos em sacos de farinha em Cruzeiro do Sul. A decisão foi tomada pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do estado.

A defesa pedia a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, como prisão domiciliar, sob alegação de ausência de fundamentação na decisão judicial. No entanto, o relator do caso entendeu que não houve constrangimento ilegal e que o mérito do pedido ainda será analisado em colegiado. Com isso, Aluandra seguirá presa no presídio Manoel Neri, onde está detida desde a audiência de custódia.

A prisão da suspeita ocorreu após uma investigação conduzida pelo Núcleo Especializado em Investigação Criminal (NEIC) da Polícia Civil de Cruzeiro do Sul. Segundo a polícia, Aluandra vinha sendo monitorada por suspeita de envolvimento em um esquema de tráfico de drogas entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco, utilizando carregamentos de farinha para transportar entorpecentes.

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, os agentes localizaram sete quilos de maconha do tipo “premium”, acondicionados em meio aos sacos de farinha. Ela foi autuada por tráfico de drogas qualificado, com base no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006.

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