Planalto e PT torciam por um cenário sem Marina

Por Gerson Camarotti  – G1

Apesar de já ser esperada, a posição da maioria do Tribunal Superior Eleitoral contra a criação da Rede – o partido da ex-senadora Marina Silva – foi discretamente comemorada por integrantes da cúpula do PT e do Palácio do Planalto. Avaliação pragmática é de que o ideal para a presidente Dilma Rousseff em 2014 é uma disputa com poucas candidaturas para polarizar a eleição com o candidato tucano Aécio Neves.

Nas palavras de petistas ouvidos agora pelo Blog, a insistência de Marina em negar um plano B deve inviabilizar a possibilidade da ex-senadora entrar em outro partido para disputar as eleições presidenciais do próximo ano. Até mesmo integrantes da Rede reconhecem que Marina radicalizou no discurso de recusar a filiação em partidos tradicionais. E que, agora, ela teria dificuldade para construir um novo discurso neste sentido.

Para o PT, esse cenário pode ajudar numa definição da sucessão presidencial ainda no primeiro turno. Mas apesar da avaliação petista, integrantes do PSB que apoiaram a criação frustrada do partido de Marina Silva querem ser os herdeiros deste eleitorado, caso a ex-senadora decida que não vai concorrer por outra legenda. A estratégia é que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) consiga atrair parte dos eleitores jovens e de esquerda que estavam no projeto de Marina. O tucano Aécio Neves também tentará fazer o mesmo. O que pode complicar os planos do PT num cenário eleitoral sem Marina.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima