Acre
Petecão reúne lideranças da oposição em convenção no Boi Cagão
Nelson Liano Jr
O PSD do Acre conseguiu trazer para o Sítio Boi Cagão, na Capital, em torno de mil militantes do partido de todo o Estado. Mas o feito maior da Convenção que aconteceu neste sábado, 21, foi atrair algumas das principais lideranças dos partidos de oposição ao PT acreano. Os diretórios do PSD dos 22 municípios enviaram representantes para o evento no sítio de propriedade do presidente regional do PSD, senador Sérgio Petecão (PSD). Os filiados discursaram durante a convenção prestando contas das articulações de cada uma das regionais do PSD para as próximas eleições municipais. As duas principais pré-candidatas da oposição à prefeitura de Rio Branco, deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB) e professora Socorro Nery (PSDB), também estiveram presentes e discursaram. Já o presidente do DEM Bocalom, não apareceu por motivos familiares, mas os seus representantes reafirmaram a sua pré-candidatura na Capital.
Assista ao vídeo com imagens da Convenção do PSD e as entrevistas do senador Petecão, do vereador de Santa Rosa, Paulo Kaxinawa (PSD) e o eterno talismã do PSD, Montana Jack cantando.
A profecia
O ex-deputado federal João Correia (PMDB) falou durante a convenção do PSD. E mais uma vez ressaltou que na Capital os partidos de oposição devem apresentar os seus candidatos à prefeitura. João acha que o adversário comum é o PT e que se houver mais de uma candidatura a união verdadeira acontecerá no segundo turno.
Clima de coligação
As possibilidade de que o PSD indique a suplente de deputada federal Marfisa Galvão (PSD) como vice de Sinhasique são reais. A militância da Capital parece contar com essa possibilidade. A própria Marfisa, esposa do Petecão, também já demonstra estar se acostumando com a ideia.
Tirar do PT
Pelos discursos dos militantes do PSD a luta é para tirar filiados do PT e de outros partidos da FPA. A maioria acredita que enfraquecendo o partido adversário nas suas lideranças os resultados eleitorais no Estado começarão a mudar.
Casos emblemáticos
O atual vice prefeito de Rodrigues Alves, Jailson Freitas, saiu recentemente do PC do B para o PSD. O ex-petista André Maia também aproveitou a ocasião de “casa cheia” para assinar a sua ficha no PSD. Jailson deve ser vice em alguma chapa e André já é o pré-candidato do partido no Quinari.
A força do Petecão
O senador do PSD mostrou que ao contrário do que se imagina ainda está muito forte politicamente. Não é fácil juntar tanta gente numa convenção partidária. Ainda mais de muitos lugares diferentes. O PSD realmente cresceu no Acre com lideranças significativas em todos os municípios.
Projeção de 2018
A conversa entre as forças de oposição não é mais conseguir eleger apenas um senador em 2018, mas dois. O alvo preferencial quando se entoa esse discurso é o senador Jorge Viana (PT). O desgaste do PT nos últimos tempos está fazendo muita gente sonhar.
Nada de besta
Mas Jorge Viana, mesmo com o desgaste do seu partido, não é uma presa fácil. Espertamente tem se afastado da impopularidade de alguns nichos petistas acreanos ligado ao Governo do Estado. E no plano nacional sempre soma a sua voz ao coro dos descontentes.
A metralhadora do Rocha
O deputado federal Major Rocha (PSDB) me disse que o PT é quem está segurando o Eduardo Cunha (PMDB) na presidência da Câmara. “Eles atacam publicamente, mas defendem com unhas e dentes no reservado,” ironizou.
Troca de favores
Na realidade não precisa ser um analista político para entender o que está acontecendo. O PT quer Cunha combalido e desmoralizado dirigindo a mesa da Câmara para o impeachment da presidente Dilma (PT) não entrar em pauta. Então vai mantendo o “homem dos milhões na Suíça” no cabresto.
O Acre tem um voto no Conselho de Ética
Se Cunha será cassado ou não ninguém sabe. Mas conversei com o deputado federal Léo Brito (PT) que é membro do Conselho de Ética da Câmara e, portanto, dará o seu voto na questão. Até mesmo por ser advogado e professor universitário de direito, Léo me garantiu que vai votar conforme o andamento do processo baseado nas acusações e na defesa.
Sem acordo
Outra coisa, Léo já avisou que não participará e nem se influenciará por acordos políticos de bastidores para salvar ou degolar Cunha. Vai usar a sua experiência de jurista e votar de acordo com a sua consciência. Obviamente não pode adiantar o seu voto. Mesmo porque só conhece as acusações e a defesa pela imprensa.
Sem fuga
Léo me garantiu ainda que não fugiu da reunião do Conselho de Ética na quinta, 19, para ajudar a não ter quórum. Ele explicou que a reunião originalmente estava marcada para a quarta, 18. E ele já tinha assumido compromisso de acompanhar o ministro do Turismo, Henrique Alves, ao Acre, na quinta, 19.
Informações aos taxistas de Rio Branco
Realmente será preciso os motoristas fazerem o curso de capacitação que está sendo ministrado pelo Senac na Capital. A informação é da assessoria de imprensa da prefeitura. Na realidade o município está operando uma lei nacional do CONTRAN através da RBTRANS. A qualificação de 50 horas de curso é uma exigência para todos os taxistas do país e não só de Rio Branco. As renovações de autonomia em 2016 dependem dos profissionais passarem por esse processo de aulas. Mas aprender nunca é demais.
Comentários
Acre
Brasileia: MPAC instaura procedimento para acompanhar revogação de edital da Educação
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar a exoneração e eventual nova contratação de profissionais da educação no município de Brasileia, especialmente aqueles que atuam no atendimento de crianças e adolescentes com deficiências, como alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A medida foi adotada após informações de que a prefeitura teria revogado o Edital nº 001/2025 de contratação temporária de professores e pessoal de apoio pedagógico da rede municipal, além da comunicação, em 19 de dezembro de 2025, da rescisão contratual e demissão de diversos servidores da área da educação, incluindo monitores de alunos, auxiliares de sala, professores, mediadores, psicólogos, assistente social e nutricionista.
No procedimento, assinado pelo promotor de Justiça plantonista, Daisson Teles, o MPAC destaca que, parte desses profissionais havia sido contratada por meio de processo seletivo simplificado, com previsão de vigência contratual de 24 meses, o que gerou expectativa legítima de continuidade do vínculo.
O procedimento também considera a necessidade de garantir a continuidade do serviço público de educação, sobretudo o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que exige formação específica e continuada dos profissionais.
Como providência inicial, o Ministério Público requisitou à Secretaria Municipal de Educação e à Prefeitura de Brasiléia que, no prazo de até dez dias, prestem informações detalhadas sobre os fatos, incluindo cópia do edital, dos contratos, do ato que determinou as rescisões, relação dos servidores atingidos, estudo de impacto financeiro, pagamento de verbas rescisórias e previsão de lançamento de novo edital.
O procedimento tem caráter administrativo e não possui finalidade investigatória criminal, tendo como objetivo o acompanhamento da regularidade administrativa e a garantia dos direitos dos usuários da rede municipal de ensino.
Marcelina Freire – Agência de Notícias do MPAC
Comentários
Acre
Governador Gladson Camelí entrega obra de reforma do Núcleo de Qualidade de Vida da Polícia Civil
O governador do Acre, Gladson Camelí, entregou oficialmente, na tarde desta segunda-feira, 22, as obras de reforma e adequação do Núcleo de Qualidade de Vida dos Servidores da Polícia Civil (Qualivida). O espaço passou por melhorias estruturais com o objetivo de fortalecer as ações voltadas ao cuidado integral dos servidores da instituição.

Núcleo Qualivida reforça o compromisso da instituição com a saúde e a qualidade de vida dos policiais civis. Foto: José Caminha/Secom
A obra contemplou a reforma e adequação da estrutura física do Qualivida, garantindo melhores condições de atendimento e funcionamento do núcleo. O investimento total foi de mais de R$ 595 mil, sendo R$ 70 mil aplicados na aquisição de equipamentos e mobiliário e o restante destinado às obras.

Unidade é localizada no centro da cidade e contou com recursos de emenda parlamentar e do Estado. Foto: José Caminha/Secom
Os recursos utilizados tiveram como origem R$ 200 mil de emenda parlamentar federal, destinada pelo deputado federal Coronel Ulysses, além de mais de R$ 95 mil de recursos próprios do Estado. O parlamentar participou da solenidade de entrega e parabenizou o empenho da Polícia Civil em entregar a edificação com agilidade, prezando pela qualidade de vida dos agentes de segurança.
O governador Camelí ressaltou: “Essa ação reafirma o nosso compromisso com políticas públicas voltadas à valorização do servidor, reconhecendo que cuidar de quem cuida da segurança da população é essencial para um serviço público mais eficiente e humanizado. Vamos sempre para frente valorizando os nossos servidores”, destacou.
O Núcleo Qualivida tem como missão cuidar da saúde mental, emocional e social dos servidores da Polícia Civil. Com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da psicologia, assistência social e outras áreas, o núcleo desenvolve ações de prevenção, escuta qualificada, acolhimento e apoio psicossocial, contribuindo para o bem-estar e para a melhoria do desempenho profissional dos policiais civis.

Unidade conta com atendimento psicológico essencial para melhor apoio aos agentes. Foto: José Caminha/Secom
Entre os principais benefícios proporcionados aos servidores estão a promoção do bem-estar integral, com prevenção de doenças físicas e emocionais; a melhoria do clima organizacional, com relações interpessoais mais saudáveis; maior motivação e comprometimento no exercício das funções; oportunidades de desenvolvimento pessoal; além do fortalecimento da resiliência para enfrentar os desafios diários da profissão.
Durante a solenidade, o delegado-geral da Polícia Civil, José Henrique Maciel, destacou a importância do investimento para a valorização dos servidores. “Seguindo o que o governador Camelí preza, estamos empenhados em cuidar de pessoas. Queremos que nossos profissionais estejam psicologicamente bem para devolver para a sociedade um trabalho de qualidade e com todos em segurança”, disse.
Comentários
Acre
Conselheira do CFM defende exame de proficiência e alerta para riscos da má formação médica
A defesa da criação de um exame nacional de proficiência médica – frequentemente comparado ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – foi o ponto central da entrevista concedida pela médica pediatra e doutora em bioética Dra. Dilza Teresinha Ambros Ribeiro ao programa Médico 24 Horas, apresentado pelo médico Fabrício Lemos e exibido nesta segunda-feira (22) no ac24horas.com e nas redes sociais oficiais do jornal. Conselheira federal do Conselho Federal de Medicina (CFM) pelo Acre, a médica afirmou que a medida é necessária diante da expansão desordenada de cursos de medicina e da queda na qualidade da formação profissional.
Durante a entrevista, Dra. Dilza explicou que o Conselho passou a defender a prova de proficiência após constatar que muitos cursos foram autorizados sem critérios técnicos adequados. “Com o aumento exagerado de cursos de medicina, com abertura sem critérios, porque hoje os critérios são muito mais políticos do que técnicos, o Conselho se viu na obrigação de fazer alguma coisa”, afirmou. Segundo ela, a ausência de infraestrutura mínima compromete a formação e coloca em risco a assistência à população.
A conselheira detalhou que o exame não tem caráter punitivo nem objetivo de proibir faculdades, mas sim de garantir um padrão mínimo de competência profissional. “Não se trata de proibir faculdade de medicina, nem de prejudicar ninguém. É uma forma de selecionar, de melhorar a qualidade do médico no Brasil, porque estão formando profissionais sem condições adequadas de atuação”, destacou. Para ela, o exame seria uma ferramenta de proteção tanto para o paciente quanto para o próprio médico recém-formado.
Ao comparar a proposta com o exame da OAB, Dra. Dilza afirmou que a medicina chegou a um ponto semelhante ao vivido pelo Direito no passado. “Assim como aconteceu no Direito, que precisou criar uma prova para controlar a atuação profissional, infelizmente na medicina vai ter que ser a mesma situação”, declarou. Segundo a médica, a proliferação de cursos sem estrutura levou a uma formação desigual, em que alguns egressos chegam ao mercado sem prática clínica suficiente.
A conselheira trouxe exemplos concretos da realidade encontrada pelo CFM em diferentes regiões do país. “Tem faculdade que não tem hospital, não tem posto de saúde, não tem preceptor. Às vezes, nem médico existe na cidade para dar aula, e quem está formando o aluno são outras profissões que não têm conhecimento da medicina”, relatou. Ela ressaltou que, nessas condições, o estudante não desenvolve as competências mínimas exigidas para o exercício seguro da profissão.
Segundo Dra. Dilza, o debate sobre o exame de proficiência está em andamento no Congresso Nacional, mas enfrenta entraves políticos. “A gente participa de todas as reuniões no Senado, muitas vezes ganha na votação, mas quando ganha pedem vistas, tiram de pauta. Mesmo assim, eu acredito que a gente vai conseguir”, afirmou. Para ela, a resistência não anula a urgência da medida, já que o impacto da má formação recai diretamente sobre a população.
A médica também chamou atenção para o fato de que o recém-formado acaba sendo vítima desse modelo de ensino. “Esse médico pagou para a faculdade por um serviço e não recebeu a formação adequada. Ele não tem culpa, mas vai sofrer depois no mercado de trabalho e quem mais sofre é o paciente”, disse. Segundo ela, a prova de proficiência também funcionaria como um mecanismo de valorização do profissional bem formado.
Ao final da entrevista, Dra. Dilza reforçou que a defesa do exame é uma questão ética e de responsabilidade social. “Quem está sofrendo com essa formação sem qualidade é a população, e é obrigação do Conselho controlar isso. O que nós queremos é qualidade, dignidade humana e segurança na assistência médica”, concluiu.
Dilza Ribeiro é membro da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação e da Academia Acreana de Medicina, doutora em Bioética pela Universidade do Porto, especialista em pediatria e administração hospitalar, assessora técnica do Hospital Regional do Juruá e médica da Universidade Federal do Acre. No Conselho Federal de Medicina, ela é secretária-geral, coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira, membro da Câmara Técnica de Pediatria e das Comissões de Humanidades Médicas e de Bioética.





Você precisa fazer login para comentar.