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Pequena cidade de Assis Brasil Acre, corre o risco de se tornar o novo epicentro da crise migratória na América Latina
Cidade de Assis Brasil, população, estimada em 2021 pelo (IBGE), é de 7 649 habitantes, que se tornou o epicentro desta nova rota improvisada em que mais migrantes se amontoam todas as semanas à espera de uma próxima mudança nas políticas dos EUA.

Migrantes venezuelanos chegam a pequena Assis Brasil na tríplice fronteira em 20 de junho de 2024, após cruzarem a fronteira do Peru. Foto Martín Mejía
As políticas de imigração dos Estados Unidos estão deixando milhares de migrantes retidos na pequena cidade de Assis Brasil – Acre, na tríplice fronteira, com apenas 7.000 habitantes. As autoridades pedem ajuda porque os recursos locais estão sobrecarregados pela crescente necessidade humanitária
A ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no início de junho, que modifica a política imigratória de seu país, também está repercutindo no Brasil. Num ano eleitoral, o governo de Washington divulgou em poucos dias o slogan de migração “segura, ordenada e humana” para um endurecimento das regras. Uma das medidas mais duras é a que permite agora aos Estados Unidos fechar a fronteira quando for ultrapassado o número de 2.500 entradas diárias Outra permite que a polícia deporte imediatamente qualquer pessoa que atravesse a fronteira ilegalmente.
Até agora, porém, era possível solicitar asilo ou refúgio uma vez em solo americano. Esta mudança drástica perturbou milhares de emigrantes que foram forçados a rever os seus planos enquanto esperavam, talvez, que os Estados Unidos revissem novamente os seus regulamentos. Muitos dos emigrantes param no meio do caminho, principalmente quando chegam no estado do Acre, no Brasil, na tríplice fronteira com o Peru e Bolívia.
São principalmente venezuelanos e cubanos, mas o risco é que este estado amazônico muito pobre se torne em breve um novo México, uma espécie de estacionamento para migrantes por tempo indeterminado. É a pequena cidade de Assis Brasil, população, estimada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 7 649 habitantes, que se tornou o epicentro desta nova rota improvisada em que mais migrantes se amontoam todas as semanas à espera de uma próxima mudança nas políticas dos EUA.
Fundada em 1958 por trabalhadores que queriam extrair borracha, Assis Brasil possui apenas uma rodovia, a BR-317, que a liga ao Peru. A tríplice fronteira, no estado do Acre, que faz fronteira com a Bolívia, tem 2.600 km e há apenas 40 agentes de plantão para patrulhar. Muitos migrantes – alguns, segundo a polícia, transportam drogas – também entram no Brasil pela selva. A cidade fronteiriça e muito pobre não tem muito a oferecer neste novo êxodo. Existem apenas dois pequenos hotéis, cinco restaurantes e uma rodoviária.
E a recuperação da responsabilidade política já começou. O prefeito da pequena Assis Brasil, Jerry Correia, pede mais ajuda.
Atualmente, a cidade oferece alimentação gratuita a cerca de sessenta imigrantes todos os dias. “Tudo depende de nós”, disse o prefeito Jair Correia, a reportagem, acrescentando que “deveria depender do governo federal”. O governador do Acre, Gladson Cameli, manifestou preocupação com um fluxo maior nas próximas semanas que será cada vez mais difícil de administrar. “Cumprimos a nossa parte de ajuda humanitária”, disse ele à agência de notícias aos repórteres da Associated Press .

Os venezuelanos Alexandra Villarreal (à esquerda) e Alexander Martínez seguram sua filha Alexandra nos braços em um abrigo para migrantes em Assis, Brasil. Foto Martín Mejía
A situação poderá tornar-se ainda mais explosiva se for cumprido o memorando de entendimento assinado no início de julho entre o Panamá e os Estados Unidos, no qual Washington concorda em apoiar os esforços do governo do novo presidente José Raúl Mulino para expulsar os imigrantes ilegais que arriscam suas vidas todos os dias para cruzar a inóspita selva de Darien. “A fronteira dos Estados Unidos, em vez de estar no Texas, foi transferida para o Panamá”, disse Mulino, como ministro da Segurança do ex-presidente Ricardo Martinelli expulsou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) daquela região.
“Vamos repatriar todas essas pessoas”, disse ele numa entrevista. Trata-se de uma espécie de “pré-acordo” entre os EUA e o Panamá que prevê a ajuda dos EUA em equipamentos, transporte e logística para deter “estrangeiros que participem em fluxos migratórios que contrariem as leis de imigração do Panamá e estarão sujeitos a medidas administrativas em acordo com a legislação local. Segundo a Casa Branca, a ação “reduzirá o número de migrantes que passam clandestinamente pela vasta selva do Darién, entre o Panamá e a Colômbia”.
Esta vasta e impenetrável selva entre o Panamá e a Colômbia tem sido até agora o coração da rota migratória para os Estados Unidos, uma rota difícil e perigosa com vários casos relatados de violência, roubos e até sequestros.
Quem controla a entrada de migrantes do lado colombiano na selva é o Clan del Golfo, um dos principais grupos criminosos do país que ganha milhões de dólares todos os anos com o tráfico de drogas e de pessoas. Só no ano passado, cerca de 520 mil pessoas cruzaram o Darién, segundo dados oficiais do governo panamiano.
Clan del Golfo é uma organização paramilitar na Colômbia envolvida no narcotráfico e no conflito armado que ocorre no país. Conhecida como Clan Úsuga ó Los Urabeños, é considerado o grupo neo-paramilitar mais poderoso da Colômbia, com cerca de 1.200 membros no círculo interno da organização; sua principal fonte de renda é o tráfico de drogas.
Um número recorde que reflete as diversas crises económicas e políticas dos países latino-americanos, especialmente a da Venezuela. Mais de 16 mil menores no Brasil, a maioria de nacionalidade haitiana, cruzaram esta selva desde 2019. O gigante latino-americano, recordemos, tem sido até agora uma das portas de entrada para migrantes africanos e asiáticos que se dirigem aos Estados Unidos, passando por através do Darien.
Se esta rota for efetivamente fechada nos próximos meses, todo o Brasil corre o risco de se tornar um novo México
Uma sala de espera para uma rota alternativa para os Estados Unidos. Na verdade, as leis de imigração brasileiras permitem que uma dezena de países vizinhos permaneçam por dois anos sem necessidade de visto. Além disso, quem chega de avião não precisa de visto se estiver apenas em trânsito. Durante meses, porém, os traficantes de seres humanos aproveitaram esta vantagem para enviar centenas de imigrantes que, uma vez desembarcados no gigante latino-americano, param aqui e pedem asilo ou estatuto de refugiado. Nos últimos meses, utilizaram este estratagema para centenas de vietnamitas, mas poderá em breve tornar-se num mecanismo comum para enviar milhares de migrantes da Ásia e de África para o continente latino-americano através do Brasil.

Migrantes venezuelanos conversam sentados em círculo em um abrigo em Rio Branco, no estado do Acre. Foto Martín Mejía
Por isso, a diplomacia brasileira enviou um recado ao Panamá, por meio da secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, que se reuniu na madrugada do último dia 26 de junho com o chanceler do Panamá, Javier Martínez Acha, na 54ª. Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos realizada em Assunção (Paraguai).
O Brasil declarou-se sensível ao problema e disposto a cooperar no combate ao tráfico de pessoas. Ao mesmo tempo, manifestou preocupação com a situação dos migrantes da vasta selva do Darién, entre o Panamá e a Colômbia que devem ser tratados com dignidade. Recentemente, uma menina brasileira, filha de mãe angolana, foi sequestrada pelo pai biológico, que atravessou a selva com ela. O homem desapareceu – não se sabe se morreu devido às dificuldades ou simplesmente fugiu – e a menina permaneceu sozinha durante cinco meses num abrigo para migrantes perto da Cidade do Panamá, até se reunir com a mãe em San Pablo.

Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, prometeu acabar com a imigração ilegal através da famosa rota migratória da selva de Darién e colaborar com os Estados Unidos. Foto Yader Guzmam
Um número recorde que espelha as várias crises económicas e políticas que atravessam os países da América Latina, nomeadamente a Venezuela, que obrigam as pessoas a deixarem os seus países de origem e a arriscarem a vida para tentarem chegarem aos Estados Unidos, com vários relatos de violência, roubos ou sequestros durante o percurso.

Brasil declarou-se sensível ao problema e disposto a cooperar no combate ao tráfico de pessoas. Ao mesmo tempo, manifestou preocupação com a situação dos migrantes da vasta selva do Darién, entre o Panamá e a Colômbia que devem ser tratados com dignidade.
O impacto das novas políticas de imigração dos EUA também foi sentido entre os migrantes ilegais brasileiros. No primeiro semestre de 2024, as autoridades dos EUA deportaram 516 pessoas. O último voo pago pelo governo dos EUA pousou em Confins, no estado de Minas Gerais, na semana passada. Vestidos com o uniforme branco dado aos migrantes detidos, desembarcaram às dezenas transportando os seus pertences pessoais em sacos plásticos.
Confins é o único aeroporto do Brasil onde pousam voos desse tipo, pois a maioria dos imigrantes ilegais vem desta região do Brasil. No voo da semana passada também estavam brasileiros de outros estados sem um centavo no bolso para pagar a viagem de volta para casa, depois de terem esgotado todas as suas economias com os coiotes, as redes criminosas que utilizam para cruzar a fronteira do México.
Outros brasileiros deportados a bordo do voo contaram que viviam ilegalmente nos Estados Unidos há anos e foram descobertos através de simples verificações nas ruas. “Não aconselho ninguém a viajar ilegalmente para os Estados Unidos”, disse um deles ao site de notícias.
“A vida de imigrante é muito difícil porque é preciso se esconder. Você tem um emprego, ganha um bom dinheiro, mas tem que se esconder, não tem vida. Quando você não trabalha tem que ficar em casa, porque sair pode ser arriscado. “Não quero voltar”, disse ele.
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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas / Sebrae – AVISO DE LICITAÇÃO
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas / Sebrae
AVISO DE LICITAÇÃO
Pregão Eletrônico SRP nº 08/2025
1. OBJETO
Registro de preços para a locação, montagem e desmontagem de estruturas metálicas e demais itens, para atender às necessidades do Órgão Gerenciador do registro de preços, na capital e no interior do Estado do Acre, conforme quantidades e especificações contidas neste edital e seus anexos
2. RECEBIMENTO E ABERTURA DAS PROPOSTAS.
Local da realização: www.redeempresas.com.br;
Início para envio de propostas: 14 de abril de 2025 às 13:00;
Início da sessão de disputa de preço: 28 de abril de 2025 às 11:00.
Será sempre considerado o horário de Brasília.
3. ESCLARECIMENTOS DE DÚVIDAS.
Questionamentos poderão ser encaminhados ao SEBRAE/AC, somente por escrito pelo e-mail: [email protected], aos cuidados da Comissão de Licitação, até 02 (dois) dias úteis antes da data de abertura da sessão pública.
Rio Branco-AC, 11 de abril de 2025.
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Ex-prefeito de Cobija, Gatty Ribeiro, é preso pela Polícia Federal em Epitaciolândia

Gatty Ribeiro se encontra na sede da delegacia da Polícia Federal em Epitaciolândia – Foto: Alexandre Lima/Arquivo
Político boliviano enfrenta processos por desvio de recursos públicos e aguarda extradição
EPITACIOLÂNDIA (AC) – O ex-prefeito da cidade de Cobija, capital do estado de Pando, na Bolívia, Gatty Ribeiro, foi detido pela Polícia Federal do Brasil na manhã desta sexta-feira, dia 11, e encontra-se sob custódia na sede da corporação em Epitaciolândia, município acreano que faz fronteira com o país vizinho.
As causas exatas da prisão ainda estão sendo apuradas, mas informações preliminares indicam que Ribeiro responde, desde 2021, a processos relacionados a possíveis desvios de verbas públicas e irregularidades na administração de recursos governamentais durante seu mandato como prefeito da capital pandina.
Após deixar o cargo, Gatty passou a residir em Epitaciolândia, aproveitando-se da dupla nacionalidade. Ele mantinha uma rotina discreta, mas vinha enfrentando episódios de tensão desde sua mudança de partido político. Em outubro de 2021, sua residência foi alvo de disparos e, posteriormente, ele chegou a ser agredido em público, supostamente em decorrência de desavenças políticas.
Figura popular na Bolívia, Gatty também é conhecido por sua trajetória como ex-jogador da seleção boliviana de futebol, com participação em partidas internacionais representando o país.
Neste momento, ele permanece detido na Delegacia da Polícia Federal de Epitaciolândia, à espera de uma possível extradição, que pode ser efetivada a qualquer instante, conforme trâmites legais entre os dois países. Autoridades ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
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Fazendo História: Carlinhos do Pelado dá largada ao 1º Campeonato Internacional de Pesca em Brasiléia
Mais de 280 competidores e R$ 25 mil em premiação
Promovendo a pesca esportiva, turismo e atrações culturais, a prefeitura de Brasileia realiza nesta sexta-feira (11), e sábado (12), um momento histórico no município com o início do 1º Campeonato Internacional de Pesca.
O evento reune mais de 280 pescadores de diferentes regiões e até da Bolívia e do Peru.No total são 72 equipes que participam, sendo 15 equipes da Bolívia, 02 do Peru (Puerto Maldonado), 05 equipes de Rondônia e demais locais.
Com uma premiação total de R$ 25 mil distribuídos do 1° ao 5° lugar ( 1° lugar R$ 12.000, 00, 2° lugar R$ 6.000, 00, 3° lugar R$ 4.000, 00, 4° lugar 3.000, 00 e 5° Lugar R$ 1.000, 00), atraindo assim os apaixonados pela pesca esportiva.
O evento está sendo prestigiado, pelo prefeito Carlinhos do Pelado, senador Petecão deputado estadual Tadeu Hassem, deputado estadual Wendy Lima, vereadores e a população em geral.
O prefeito Carlinhos do Pelado celebrou o momento histórico que o município vive durante abertura do evento,. “Então, estamos muito felizes em realizar esse campeonato que já começa fazer história e que valoriza a cultura da pesca no nosso município e eu sei a importância disso por que sou esportista da pesca também. Esse momento movimenta também a economia e coloca Brasileia no mapa do turismo esportivo. É só o começo de um projeto que veio pra ficar”, afirmou o prefeito.
O gerente de esportes Clebson Venâncio destacou a inovação e o esforço da equipe para garantir a organização e segurança do evento.” É mais uma iniciativa inovadora do esporte nesse trabalho conjunto com toda a prefeitura de Brasileia com os nossos parceiros planejando cada detalhe do evento. Agradecemos também a participação de todas as equipes e pescadores da Bolívia e do Peru que acreditaram e estão participando desse evento que é para todos com a participação da nossa população”, ressaltou.
Além da competição, o campeonato também conta com atrações culturais e gastronômicas e som ao vivo partir das 16h na praia do Adolfo promovendo assim encontro entre tradição, natureza e esporte.
A expectativa é de que o evento entre para o calendário anual de Brasileia, fortalecendo a identidade local e incentivando a prática esportiva no município e do todo o estado.
A largada oficial para a pescaria aconteceu às 7h, o retorno das embarcações está previsto para as 18h, seguido da pesagem. No sábado (12), a jornada começa às 6h, com retorno às 17h para a última pesagem em seguida terá a solenidade de entrega da premiação para os vencedores do Campeonato Internacional da Pesca em Brasileia.
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