Conecte-se conosco

Flash

Para proteger filha que trabalha no combate à Covid-19 no AC, costureira cria ‘armadura’ e looks viralizam na web

Publicado

em

Marinês de França é técnica de laboratório da UPA do Conjunto Habitacional Cidade do Povo e atende pacientes com sintomas de Covid-19.

Técnica de laboratório ganha proteção reforçada contra o novo coronavírus

Por Aline Nascimento

Amor, cuidado, atenção, carinho e muito TNT. Tudo isso foi usado pela mãe da técnica de laboratório Marinês de França Carneiro, de 43 anos, para criar uma “armadura” contra a Covid-19. Marinês trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, e atende diariamente pessoas com sintomas da doença.

Para tentar minimizar a exposição da filha ao coronavírus, mesmo ela usando os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) dados pela Saúde, a aposentada Maria de França, de 66 anos, criou uma roupa que cobre todo corpo e rosto de Marinês. Os looks viralizaram na internet pela forma, estampas, cores e criatividade da aposentada.

“Aquela roupa saiu devido ao medo e pavor que ela tem desse vírus chegar até mim. Então, fez essa roupa para eu vestir porque, segundo ela, o medo que eu passe a mão no rosto é constante. Desse jeito não vou passar a mão no rosto”, conta a profissional.

Marinês fez sucesso com a roupa criada pela mãe para enfrentar Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

Marinês falou que a costureira criou seis modelos para o uso. Dois deles têm capuz, que cobre todo o rosto deixando só os olhos de fora.

“Disse que ia fazer com o capuz e eu disse: ‘faça, mãe’. Sempre fui uma pessoa que gostei de coisas que outras pessoas não gostam, têm vergonha, mas eu não me importo, estando protegida é o que vale”, diz.

O Acre ultrapassou os 300 casos de Covid-19 na segunda-feira (27) e o número de mortos pela doença subiu de 11 para 15 também até esta terça-feira (28).

Na internet, os looks fizeram sucesso e foram bastante compartilhados — Foto: Reprodução

Proteção de mãe

Em entrevista à Rede Amazônica Acre, a costureira Maria de França explicou como teve a ideia criar o jaleco e reforçar a segurança da filha. Quando mostrou as produções, a aposentada disse que a Marinês ficou sem acreditar.

“Como a gente vive muito nervosa por conta do vírus e ela ali está na linha de frente, colhe sangue, então me preocupei. Disse que ia fazer uma roupa para ela e disse: ‘então tá’. Trouxe o pano, falei que queria um meio grosso e trouxe esse TNT do grosso. Fiz e, quando ela chegou, riu muito e questionou se ia aguentar. Falei que sim, que, abaixo de Deus, aquilo vai proteger”, recordou.

Costureira de mão cheia e mãe atenciosa, a aposentada contou que produz máscaras. Ela e o marido são do grupo de risco, precisam ficar em casa, mas, já que a filha tem que sair para trabalhar que seja bem protegida.

“Sabemos que não protege 100%, mas protege um pouco. Me preocupo muito porque sou eu e o pai dela e ela que cuida da gente. Nos leva para consultar e para tudo. Vai que chega a adoecer, o que vai ser de nós? Perguntou onde tinha arranjado a ideia e disse que Deus deu a ideia para vestir e proteger”, destacou.

Os looks de Marinês divertiram também os colegas de trabalho em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal

Cuidado e diversão

O look de Marinês não passou despercebido na unidade de saúde. Funcionários e pacientes se divertiram com a ‘armadura’ usada pela técnica. A farmacêutica Gabriela Curty afirmou que a colega de trabalho tem levado numa boa toda repercussão dos figurinos, inclusive na internet.

“Temos nossos EPIs que a Sesacre fornece, porém, como a mãe dela é costureira e resolveu personalizar, quando chegou aqui foi muito legal para todo mundo. É uma forma de se proteger e ficar bem diferente. Trazer um pouco de diversão para esse meio que está tão difícil”, revelou.

É com muito carisma e alegria que a Marinês vê toda atenção dada para a situação. Ela falou que sempre gostou muito de cores, estampas e roupas coloridas, então, usar os uniformes criados pela mãe não é nenhum problema.

“No primeiro dia foi muito divertido, tirou a tensão que está muito grande. Usamos a brincadeira para ficar mais leve, porque não está fácil. Adotei dois por dia. Tiro ele, coloco dentro de um saco, chego em casa e deixo de molho na água com desinfetante e sabão. Lavo e coloco no sol. No outro dia, uso outro. Assim, como o material é bom, dá para usar um mês, mas, a partir daí, tem que ser outro”, ressaltou.

Os figurinos com capuz, ela usa quando o movimento na UPA está maior — Foto: Arquivo pessoal

O figurino de maior sucesso, segundo a técnica, foi um vermelho com estampas em preto e branco. O look conta ainda com um capuz todo vermelho. Ela diz que usa o capuz quando sabe que vai ter um fluxo maior de pacientes.

“O azul e vermelho têm capuz e deu uma repercussão muito grande. Sempre gostei de bolinhas, cores alegres, rosa. É bem bacana com os colegas, nunca mais tinha rido tanto como ri hoje. A gente sente falta, vivemos com uma dinamite a todo tempo prestes a explodir em nosso colo e é terrível viver assim”, complementou.

Marinês explicou que o desejo da mãe é de que ela se afastasse do trabalho porque sofre de obesidade e pertence ao grupo de risco da doença, mas ela preferiu permanecer no trabalho para ajudar nesse momento de dificuldades e insegurança.

“Disse que se tiver que pegar vai ser aqui [no hospital], em casa, no mercado ou qualquer lugar que eu for. Eu amo o que faço, amo ajudar, quem me conhece sabe, e não ia ficar em paz em casa enquanto as pessoas necessitam. Na Cidade do Povo somos muito necessitados de profissionais. Necessita de alguém para ajudar, que seja quem ama a saúde porque se não amar atrapalha”, finalizou.

Colaborou Jefson Dourado, da Rede Amazônica Acre.

Mãe da servidora acredita que roupa protege mais contra o vírus — Foto: Arquivo pessoal

Comentários

Continue lendo
Publicidade

Flash

Cortes no orçamento das universidades federais ameaçam funcionamento da UFAC em 2026; redução será de quase R$ 400 milhões

Publicado

em

Por Dell Pinheiro

As universidades federais brasileiras enfrentarão um novo cenário de restrição financeira em 2026, com a redução de quase R$ 400 milhões no orçamento discricionário aprovada pelo Congresso Nacional. Entre as instituições impactadas está a Universidade Federal do Acre (UFAC), que já lida com limitações orçamentárias e vê agravadas as dificuldades para manter atividades essenciais.

O orçamento discricionário é responsável por custear despesas básicas do funcionamento universitário, como pagamento de água, energia elétrica, segurança patrimonial, limpeza, manutenção de prédios e apoio a atividades acadêmicas. Com o corte, a UFAC poderá ter comprometida a rotina dos campi de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, afetando diretamente o ensino, a pesquisa e as ações de extensão desenvolvidas junto à comunidade acreana.

Uma das áreas mais sensíveis é a assistência estudantil. Programas de auxílio permanência, moradia, alimentação e transporte, fundamentais para estudantes em situação de vulnerabilidade social, correm risco de sofrer redução. Na UFAC, esses auxílios são considerados estratégicos para garantir o acesso e a permanência de alunos do interior do estado, de comunidades indígenas, ribeirinhas e de baixa renda.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação com o cenário e alertou que o orçamento previsto para 2026 será inferior ao de 2025. Segundo a entidade, a queda ocorre em um contexto de inflação acumulada e de reajustes contratuais, o que reduz ainda mais a capacidade das universidades de manter seus compromissos financeiros.

Para a UFAC, os cortes representam um desafio adicional em um Estado onde a universidade federal desempenha papel central na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento regional. Gestores e a comunidade acadêmica alertam que a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade depende de um financiamento compatível com as demandas reais das instituições.

Comentários

Continue lendo

Flash

VÍDEO: Segundo envolvido no assassinato de Moisés Alencastro é preso pela DHPP em Rio Branco

Publicado

em

Nataniel Oliveira teve prisão preventiva decretada pela Justiça; outro suspeito já havia sido preso e confessado o crime

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, no fim da tarde desta quinta-feira (25), Nataniel Oliveira de Lima, apontado como o segundo envolvido no assassinato do colunista Moisés Alencastro, ocorrido no último domingo (22), em Rio Branco.

A prisão aconteceu em uma residência localizada na Rua Sete de Setembro, no bairro Eldorado, durante uma ação de investigadores da especializada. Contra Nataniel havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Estadual das Garantias, após representação feita pelo delegado Alcino Ferreira Júnior. No mesmo endereço, a polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão.

Ainda na madrugada desta quinta-feira, a DHPP já havia prendido Antônio de Souza Morães, de 22 anos, que confessou a autoria do crime. No entanto, os detalhes sobre a dinâmica e a motivação do homicídio não foram divulgados oficialmente.

Moisés Alencastro, que era servidor do Ministério Público do Acre e atuava como colunista, foi morto dentro do próprio apartamento, localizado no bairro Morada do Sol. O caso causou grande repercussão no meio jornalístico e institucional do estado.

Segundo a Polícia Civil, a principal linha de investigação aponta para um crime de natureza passional. As investigações continuam para esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato e a participação de cada envolvido.

Comentários

Continue lendo

Flash

PAA: Nova portaria libera R$ 4 milhões para compra direta de alimentos de produtores acreanos

Publicado

em

Por Wanglézio Braga

O Governo Federal destinou até R$ 4 milhões para o Acre executar a modalidade Compra com Doação Simultânea (CDS) do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltada à compra de produtos da agricultura familiar para doação a povos indígenas em situação de insegurança alimentar. A medida foi oficializada por portaria do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 23, e terá vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação.

Pela regra, o Estado deverá priorizar a compra direta de alimentos produzidos pelos próprios povos indígenas. Caso a oferta não seja suficiente, a aquisição poderá ocorrer junto a outras comunidades tradicionais e, em último caso, a agricultores familiares em geral. Os alimentos, in natura ou industrializados, deverão respeitar os hábitos alimentares locais e serão distribuídos diretamente nas aldeias ou em equipamentos públicos instalados nos territórios indígenas.

O pagamento aos fornecedores será feito diretamente pelo Governo Federal, por meio do MDS, garantindo mais segurança ao produtor e evitando atrasos. Para ter acesso aos recursos, o Acre precisa confirmar o interesse no programa em até 30 dias após a publicação da portaria, aceitando as metas no sistema do PAA. Caso o prazo não seja cumprido, o recurso poderá ser remanejado para outros estados.

O Estado terá até 90 dias para cadastrar a proposta no sistema e iniciar as operações, após aprovação do plano operacional e emissão dos cartões dos beneficiários fornecedores.

Comentários

Continue lendo