Acre
Para fundador do PT, “Dilma merece o impeachment”
O ex-ministro da Cultura Francisco Weffort afirma que o fato de Eduardo Cunha, réu por corrupção, conduzir o impedimento não contamina o processo
Veja

Para o ex-ministro da Cultura Francisco Weffort, “há uma banalização do crime na elite política”(Marcos Michael/VEJA)
Fundador do Partido dos Trabalhadores, o cientista político e ex-ministro da Cultura Francisco Weffort se afastou do partido muito antes da eclosão dos escândalos do mensalão e do petrolão. Derrotado nas eleições para deputado constituinte em 1986, ele já havia percebido que o PT estava “se tornando mais do mesmo”, principalmente em tempos eleitorais, quando cada candidato se preocupa apenas consigo próprio. Para Weffort, depois do envolvimento em inúmeros casos de corrupção o PT “não tem mais como se defender” e “Dilma merece o impeachment”. De seu apartamento, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, falou com VEJA pelo telefone.
O senhor é a favor do impeachment?
Acredito que Dilma merece o impeachment. O impeachment é uma tentativa de corrigir algo que está errado. Ela não tem nenhuma competência para a atividade política e detesta o contato com os outros políticos. Trata-se de uma administradora incompetente politicamente. Em segundo lugar, ela claramente mentiu sobre a política econômica. Na campanha, aplicou um golpe de propaganda na população ao dizer que adversários fariam uma série de coisas que ela própria passou a fazer depois de eleita. As pedaladas fiscais também não são uma coisa tão simples. É muito dinheiro. Não se pode passar por cima de bilhões como se fossem dez reais. Além do mais, ela tomou decisões de gastos que não estavam previstos na lei e que comprometiam o orçamento. Isto é mais do que suficiente para afastá-la. Pedalada é errado. Não pode. O Brasil melhorou razoavelmente depois da aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas ainda assim há muito erro no cumprimento da lei. Isso tem que ser punido. Não se pode aceitar esta complacência dos governantes que acham que mesmo infringindo a lei estão fazendo algo para o bem da população. Este é o argumento mais característico dos ditadores – e deu em desastre sempre. Precisamos começar a corrigir o que está errado.
Um impeachment tocado por um presidente da Câmara dos Deputados que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro ainda assim tem legitimidade?
O que você quer que eu faça? Há uma banalização do crime na elite política. Nós deixamos que a coisa afundasse de tal maneira na corrupção que até um dos responsáveis por conduzir o processo é um fulano incriminado. Mala suerte. A lei tem que ser cumprida. Se ele estiver seguindo a lei, nos limites e atribuições de seu cargo, a proposta é legítima. Na França, depois da Segunda Guerra Mundial, houve alguns poucos casos de fuzilamento de intelectuais pró-fascistas ou nazistas. Eles foram condenados por juízes que integraram o regime de Vichy. Alguém poderia perguntar se um juiz que fez parte do regime colaboracionista teria legitimidade para realizar este julgamento. Ora, é claro que teria. Ele estava cumprindo a lei francesa, assim como o nosso presidente da Câmara está seguindo a lei na tramitação do impeachment, por mais criminoso que ele possa ser em face da mesma lei.
O senhor imaginou algum dia ver um empreiteiro bilionário, um banqueiro e até um líder de governo no Senado presos?
Nunca. Não imaginava sequer ver o ex-senador Luiz Estevão preso. De 40 recursos impetrados, ele passaria para 70 até que o crime prescrevesse. Era assim que a coisa funcionava. Havia também o caso clássico do político que prestes a ser condenados pelo Supremo Tribunal Federal, renunciava para que o processo voltasse à primeira instância e assim, toda aquela instrução de anos voltava à estaca à zero. As instituições estão mais maduras, a opinião pública está muito mais exigente e uma parte importante da imprensa continua cumprindo seu papel de fiscalizar. Estamos finalmente entrando na democracia, que é frágil, muito frágil. O presidente americano Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, dizia que o preço da liberdade é a eterna vigilância. Espero que depois de todo este processo de depuração, tenhamos uma democracia mais vigilante.
Nas últimas semanas, o ex-presidente Lula negociou cargos de segundo e terceiro escalão com partidos nanicos para tentar impedir o impeachment. Por que o Brasil possui 35 partidos políticos?
Nossa lei eleitoral tem uma origem democrática pura. Ela nasceu sob o espírito da Revolução de 1930 e dá chance à oposição de minoria. Isto porque na República Velha tínhamos muita corrupção eleitoral e o controle das eleições era feito sempre pelo partido dominante. A lei, na origem, foi extremamente benéfica. Ocorre que o Brasil mudou, cresceu e a legislação não acompanhou e foi gerando distorções. O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), por exemplo, se tornou um expert em criar legendas. É muito fácil criar e manter partidos pela nossa lei. Estes nossos partidos já não se comportam mais por nenhuma ideologia imaginável, fazem apenas o que tem que ser feito: ganhar eleições.
Por que as pessoas estão tão polarizadas a ponto de brigar com amigos ou parentes por política? Isto já aconteceu antes?
É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas este processo não é inteiramente ruim. Isto significa que as pessoas estão tomando a sério as suas próprias convicções. Vai chegar um momento em que elas vão ter que se convencer que na democracia é preciso conviver com a opinião do outro e, portanto, não adianta ficar histérico quando se tem uma opinião diversa. Ora, jogue uma água no rosto, vai tomar banho frio para aprender a respeitar a opinião alheia. Isto denota um grau de amadurecimento da democracia.
Comentários
Acre
Acre tem 152 obras federais paradas, com R$ 1,2 bilhão paralisados durante governo Lula, aponta TCU
Dados atualizados até abril de 2025 mostram que saúde e educação concentram maior número de obras interrompidas; causas das paralisações não são detalhadas no painel do tribunal

O Ministério das Cidades reúne 31 obras suspensas, impactando projetos de habitação e urbanização. O DNIT contabiliza 12 interrupções em frentes relacionadas à malha viária e logística estadual. Foto: captada
O Acre convive com 152 obras federais paralisadas, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos represados, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU) atualizados até abril de 2025. As áreas de saúde e educação são as mais afetadas, com 50 e 32 obras interrompidas, respectivamente.
O levantamento, foi consultado na última quarta-feira (3), não detalha os motivos das paralisações, mas revela um cenário crítico para a infraestrutura e os serviços públicos no estado. No Ministério da Saúde, as obras paradas incluem unidades básicas, estruturas intermediárias e equipamentos que, se concluídos, ajudariam a desafogar o sistema hospitalar e ampliar o acesso à população.
Já o Ministério da Educação tem paralisadas 32 obras, como escolas, creches e outros equipamentos essenciais para regiões com carência de vagas e infraestrutura limitada.
Outros órgãos também aparecem com números expressivos: o Ministério das Cidades tem 31 obras suspensas (habitação e urbanização), e o DNIT contabiliza 12 paralisias que afetam a malha viária e a logística estadual. Completam a lista o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (11 obras), Ministério do Esporte (9), Funasa (3), Ministério da Agricultura e Pecuária (2), além do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos e o Ministério do Turismo, com 1 obra cada.
A falta de detalhamento sobre as causas — que podem incluir entraves administrativos, questões jurídicas, falhas de execução ou falta de repasse de recursos — dificulta a análise e a busca por soluções para retomar investimentos essenciais ao desenvolvimento do estado.

A leitura das informações revela que os setores de saúde e educação, pilares essenciais do atendimento direto à população, concentram o maior número de obras interrompidas no estado. Foto: captada
O Ministério da Educação, com 32 obras que incluem escolas, creches e outros equipamentos educacionais. A interrupção desses projetos impacta diretamente a expansão da oferta de ensino e o atendimento a crianças e jovens em regiões onde a carência por infraestrutura permanece elevada.
O levantamento do TCU também aponta paralisações em outras pastas relevantes. O Ministério das Cidades acumula 31 obras interrompidas, incluindo projetos de urbanização e habitação. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aparece com 12 obras, afetando frentes ligadas à malha viária e logística do estado.
Distribuição por pasta ministerial
- Saúde: 50 obras paralisadas (unidades básicas, estruturas intermediárias)
- Educação: 32 obras (escolas, creches, equipamentos de suporte)
- Cidades: 31 obras (habitação e urbanização)
- DNIT: 12 obras (malha viária e logística)
- Integração Regional: 11 obras
- Esporte: 9 obras
Impactos diretos
- Saúde: Sistema hospitalar não é desafogado
- Educação: Déficit de vagas e infraestrutura permanece
- Logística: Transporte de insumos e atendimento a municípios isolados comprometido
Falta de transparência
- Causas: Painel não detalha motivos das paralisações
- Entraves: Dificuldade em identificar problemas administrativos, jurídicos ou financeiros
Apesar do impacto econômico e social gerado pela interrupção dos investimentos, o painel do TCU não detalha os motivos que levaram cada projeto à condição de paralisação, deixando abertas questões sobre problemas contratuais, falhas de execução, falta de repasses ou entraves administrativos.
As paralisações refletem um problema crônico na execução de obras públicas no Acre, estado historicamente dependente de investimentos federais. A falta de explicações oficiais sobre as causas das interrupções dificulta a busca por soluções e prolonga o sofrimento da população que aguarda por serviços essenciais.
Comentários
Acre
Prefeito de Rio Branco anuncia Natal com árvore maior, drone show e iluminação em LED em todas as regionais
Tião Bocalom apresentou as novidades do “Acender das Luzes do Natal de Vida, Esperança e Dignidade 2025” e garantiu decoração em bairros e programação cultural intensa, com Festival de Drones marcado para 20 de dezembro

Bocalom também adiantou que o município prepara atividades especiais para o Réveillon, mantendo o padrão dos anos anteriores. Foto: captada
O prefeito Tião Bocalom apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (5) na Praça da Revolução, as principais novidades da decoração e programação natalina de Rio Branco para 2025. Com o tema “Natal de Vida, Esperança e Dignidade”, o evento trará iluminação em LED e uma árvore de Natal 4 metros maior que a do ano passado.
— Agora trabalhando com muito LED. A nossa árvore de Natal esse ano tem 4 metros a mais do que o ano passado. A população vai ver, vai ficar muito bonito — afirmou Bocalom.
A iluminação não se restringirá ao Centro: todas as dez regionais da cidade receberão itens decorativos reutilizados de anos anteriores, e avenidas importantes serão embelezadas com novos equipamentos. O prefeito relacionou o investimento ao espírito natalino e ao compromisso da gestão com a população.
A programação cultural prevê cantatas, corais locais, artistas regionais e, como ponto alto, o Festival de Drones, marcado para o dia 20 de dezembro.
— Eu prefiro gastar o dinheiro com o Festival de Drones, que tem o quê? 3, 4 anos que o mundo conheceu esse trabalho, do que gastar com um artista só que sempre está vindo aqui para o Acre levando o nosso dinheiro embora — declarou Bocalom.
As luzes natalinas permanecerão acesas até 10 de janeiro, e o município prepara também atividades especiais para o Réveillon. Sobre o transporte público durante o período festivo, o prefeito adiantou que a gestão divulgará em breve os detalhes para garantir mobilidade e segurança.
Veja vídio assessoria:
Comentários
Acre
Assembleia Legislativa do Acre recebe prêmio nacional por excelência na transparência públi
A gestão da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Acre tem motivos de sobra para comemorar o trabalho realizado ao longo de 2025

A ALEAC foi premiada com o selo ouro de transparência pública em gestão pelo Programa Nacional de Transparência Publica( PNTP), durante o IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas (CITC), realizado em Florianópolis, SC.
A premiação aconteceu na tarde da última 5• feira. A ALEAC alcançou 93,02% de transparência, ficando entre os 1.082 órgãos públicos que alcançaram a mesma premiação, dentre mais de 10 mil portais de órgãos publicos avaliados.

Presente ao evento, representado a mesa diretora, o deputado Luiz Gonzaga, primeiro secretário da Casa, externou toda alegria por ver o trabalho coordenado pelo presidente Nicolau Júnior, sendo reconhecido nacionalmente.
“Ver a ALEAC reconhecida entre as instituições com os mais altos níveis de transparência, reforça o trabalho sério que estamos construindo sob a presidência do deputado Nicolau Júnior, que tem conduzido a casa com responsabilidade, diálogo e compromisso”, disse Gonzaga após a premiação.
O trabalho de análise dos portais envolveu mais de 10 mil pessoas, entre eles mais de 500 técnicos dos 33 Tribunais de Contas do País. Neste período, foi percebido que 49% dos portais foram aprimorados desde a última edição, em 2024.

De Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, onde participa da 28• Conferência da UNALE, o presidente Nicolau Júnior compartilhou com os demais deputados do Acre o feito alcançado e disse que o reconhecimento público atestado pelo Programa Nacional de Transparência Pública( PNTP), ratifica um trabalho de austeridade, cortes de gastos e seriedade no trato com a coisa pública.
“Compartilho esse reconhecimento nacional que alcançamos com todos os parlamentares e servidores da nossa casa. Estou particularmente feliz e diria que até realizado por estarmos sendo aprovados pelos órgãos de controle. Vamos continuar trabalho, todos unidos, para que o legislativo acreano continue avançando, sendo exemplo para outras casas de leis no país”, disse.

A entrega da certificação foi feita pelo presidente da Atricon, Edilson Silva; pelo presidente do Instituto Rui Barbosa (IRB), Edilberto Pontes; pelo presidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina, Herneus De Nadal; pelo presidente do Conselho Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC), Luiz Antônio Guaraná; e pelo coordenador-geral do PNTP, Antônio Joaquim.

Sobre o PNTP
O Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), liderado pela Atricon, é uma iniciativa voltada para promover e avaliar a transparência das informações públicas em Estados e municípios brasileiros. Ele se baseia em mais de 130 critérios de avaliação, que ajudam a medir o grau de transparência das entidades públicas, permitindo comparações e gerando indicadores de melhoria.
O Radar da Transparência Pública é uma ferramenta eletrônica que divulga os índices de transparência ativa de órgãos públicos de todo o País, apurados no levantamento realizado no PNTP desde 2022, executado pelos Tribunais de Contas, com o apoio dos controladores internos.
Além disso, ele evidencia o resultado da análise realizada nos órgãos públicos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito federal, estadual e municipal.


Você precisa fazer login para comentar.