Brasil
País pode ser principal player para investimentos verdes, diz ministra
Tereza Cristina participou do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio

Por Pedro Peduzzi
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse hoje (2) que o Brasil pode ser o principal player para investimentos verdes no mundo e que sua pasta está trabalhando por esse objetivo. Segundo a ministra, a análise dos dados declarados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), ao ajudar na implementação do Código Florestal, tem potencial para fazer o país a aumentar recursos na gestão de títulos verdes. 

“Atualmente, estima-se R$ 30 bilhões em gestão de títulos verdes no país, com grande potencial de crescimento, frente a US$ 1 trilhão de recursos investidos em fundos sustentáveis internacionais. O Brasil pode ser o principal player para investimentos verdes no mundo, e o ministério está trabalhando e apoiando isso”, destacou a ministra, ao participar do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio.
A ministra disse que o Brasil tem conseguido conciliar produtividade com sustentabilidade, no modelo agropecuário que vem desenvolvendo. Ela lembrou que o Serviço Florestal Brasileiro está sob seu “guarda-chuva” e que o avanço na implementação do código florestal está entre as prioridades da pasta.
De acordo com ela, a legislação será fundamental para que o país se torne líder na agenda global da sustentabilidade, conciliando produção agropecuária com conservação ambiental.
“Para isso lançamos a ferramenta AnalisaCAR. Com tecnologia de geoprocessamento, poderemos avançar na análise automatizada de cadastro ambiental, trazendo segurança jurídica e celeridade nesse processo.”
Tereza Cristina destacou que o Plano Safra deste ano está mais “verde”, com a ampliação tanto do plano de agricultura de baixa emissão de carbono (o Plano ABC), como do financiamento para restauração florestal. Ela destacou ações visando a geração de energia renovável a partir de biogás e biometano.
“É importante ressaltar que o Brasil desenvolveu um modelo agropecuário tropical. Ao passo em que se torna mais produtivo, torna-se também mais sustentável. Nos últimos 10 anos intensificamos em torno de 50 milhões de hectares de áreas degradadas com tecnologias promovidas pelo plano de agricultura de baixa emissão de carbono, o nosso Plano ABC”, disse a ministra.
Infraestrutura
Em mensagem enviada aos participantes do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que a infraestrutura deve caminhar para “atender às necessidades do agro”, e que é fundamental aos investidores em agronegócio e infraestrutura que atendam aos padrões de governança socioambiental.
“Por isso, temos investido na matriz de diversificação de transporte por meio do fomento ao transporte de cabotagem, do fomento ao transporte hidroviário, e de um amplo programa ferroviário que já contratou cerca de R$ 30 bilhões em investimento com a iniciativa privada.
Além disso, estamos trazendo a noção de sustentabilidade para a estruturação de nossos projetos. Entendemos que os fluxos financeiros estarão cada vez mais atrelados aos padrões ambientais”, disse Freitas.
Cúpula de Sistemas Alimentares
Recém-chegada de Roma, capital italiana, onde participou de encontro preliminar da Cúpula dos Sistemas Alimentares, que ocorrerá em setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, Tereza Cristina disse que “pela primeira vez há uma política única defendida por todos os países da América do Sul e Caribe”, e que esse posicionamento está materializado em 16 mensagens-chave a serem apresentadas no evento organizado pelas Nações Unidas.
“Nossa união foi muito importante para que a agenda a ser debatida e lançada em setembro possa ter os 16 pontos comuns”, disse a ministra. As mensagens abordam temas como transformação dos sistemas agroalimentares, demanda dos consumidores e aspectos nutricionais, estratégias de produção e assuntos ambientais e o papel das Américas nesse contexto.
Para conhecer detalhadamente as 16 pontos comuns, clique aqui.
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Brasil
Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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