Cotidiano
Paciente que morreu na UPA com coronavírus não foi transferida para o PS porque UTI não estava pronta, diz médico; Sesacre nega
Um profissional médico que trabalha no Pronto-Socorro da capital acreana contou com exclusividade a reportagem como foi a correria para receber a aposentada Antônia Virgílio de Holanda, 79 anos, que foi a primeira vítima de coronavírus no Acre.
A paciente morreu nesta segunda-feira, 6, sem ser levada à UTI do PS.
De acordo com o relato do profissional, que pede para não ser identificado, a paciente começou a ficar ruim, precisou ser entubada e o SAMU não pode transferir porque a UTI ainda não estava pronta.
“A saga começou aproximadamente as 10 horas da manhã. Fomos todos avisados, mas o leito da UTI não estava disponível. Com o teste positivo para covid, a paciente foi entubada na UPA, ficou sendo assistida, esperando a resolução do leito. Acabou tendo 10 paradas cardíacas e foi à óbito já no início da tarde. A equipe do SAMU assistiu a paciente junto com os profissionais da UPA”, diz.
Perguntado o motivo de tanta demora, já que o governo, anunciou que tem leitos de UTI preparados para receber pacientes que necessitem desse tipo de atendimento, a resposta é que o problema também são as equipes necessárias para atuar nesses leitos. “Os leitos da UTI para atendimento de Covid-19 do Huerb estão lá, mas não tem equipe necessária para os 10 leitos. Saímos correndo para montar tudo, mas não deu para transferir porque a paciente ficou instável e morre. Meu desabafo é pra ver se o povo acorda. Qualquer dia pode ser um de nós”, afirma.

O outro lado
A reportagem procurou a Sesacre para que se posicionasse em relação a denúncia de demora para deixar pronta a UTI e receber a paciente.
Em nota, a secretaria nega a falta de equipe e diz que a paciente não foi transferida por causa do seu gravo estado de saúde e diz que as declarações do profissional médico foram precipitadas.
Leia a nota:
Nota Sesacre
Idosa não foi transferida por falta de equipe na UTI do Pronto-Socorro
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio da secretária-adjunta, Paula Mariano, informa que a paciente de 79 anos, primeiro caso de morte por Covid-19 no Acre, não foi transferida da UPA do Segundo Distrito para a UTI do Pronto-Socorro de Rio Branco por não haver equipe médica de plantão na unidade.
A verdade é que a paciente não foi transferida porque estava muito grave, em estado muito crítico, inviabilizando o procedimento, esclarece Paula Mariano.
Segundo a secretária, que também é médica, pela gravidade do estado da senhora, a transferência dela era praticamente impossível, tanto que no momento da remoção teve de voltar da ambulância, porque não apresentava condições.
A paciente foi entubada nesta segunda-feira, 6, e, na UPA do Segundo Distrito contou com todos os equipamentos necessários para a sua estabilização, entres eles os respiradores mecânicos.
Dessa forma, a Sesacre acredita que as declarações do profissional de saúde foram precipitadas, por ser a doença grave e agressiva, e que nesses casos, enfatiza que, o mínimo que se requer para uma transferência, seria uma segurança para o paciente e a sua estabilidade clínica.
Rio Branco, AC, 7 de abril de 2020.
Secretaria de Estado de Saúde do Acre – Sesacre
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Defesa Civil do Acre emite alerta de alto risco para transbordamento do Rio Acre e inundações
Rio Acre já está meio metro acima da cota de transbordamento em Rio Branco; bairros são atingidos e abrigos começam a ser montados. Alerta vale até segunda-feira (29)

Os dados meteorológicos reforçam a gravidade da situação. Em Rio Branco, o volume de chuvas acumulado em dezembro chegou a 483 milímetros, quase o dobro da média histórica para o mês. Foto: assessoria
A Defesa Civil do Acre emitiu um alerta de alto risco hidrológico para este domingo com segunda-feira, 29, diante da previsão de fortes chuvas em Rio Branco e em outras regiões do estado. O aviso aponta alta possibilidade de transbordamento do Rio Acre e de seus principais afluentes, o que pode provocar inundações em áreas urbanas e rurais para a capital.
De acordo com o órgão, o cenário é de atenção máxima, especialmente nas localidades ribeirinhas e em áreas historicamente atingidas por cheias. A previsão indica volumes elevados de chuva, capazes de provocar elevação rápida dos níveis dos rios com as vazante em Assis Brasil, como também em Brasiléia e Xapuri.
Em Rio Branco, a situação já é considerada crítica. O Rio Acre encontra-se aproximadamente meio metro acima da cota de transbordamento, medindo 14,40m ao meio-dia, com vários bairros atingidos e os abrigos começaram a ser montados no Parque de Exposições Wildy Viana.
A Defesa Civil reforça que a população dessas áreas deve permanecer atenta aos comunicados oficiais e seguir as orientações de segurança.
O alerta permanece válido enquanto persistirem as condições de chuvas intensas previstas para o estado.

Os dados de chuvas reforçam a gravidade do cenário na capital, o acumulado de dezembro já soma 483 milímetros, quase o dobro da média esperada para o mês. Foto: captada
Cidades do Acreanas
A situação de emergência hídrica no Acre se agravou no interior do estado. Em Tarauacá, o Rio Tarauacá transbordou, obrigando a retirada de famílias ribeirinhas. Em Santa Rosa do Purus, o Rio Purus também extravasou, afetando aproximadamente 60 famílias. Em Plácido de Castro, a elevação dos igarapés causou alagamentos e a remoção de moradores de áreas de risco.
Os dados meteorológicos reforçam a gravidade da situação. Em Rio Branco, o volume de chuvas acumulado em dezembro chegou a 483 milímetros, quase o dobro da média histórica para o mês. Em Brasileia, foram registrados 436,8 milímetros, 82% acima da média.
A resposta do estado ocorre de forma integrada, com Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias trabalhando em monitoramento hidrológico, ações preventivas e assistência humanitária. A população é orientada a evitar áreas alagadas e a buscar informações apenas por canais oficiais. Em caso de emergência, os contatos são o Corpo de Bombeiros (193) e a Polícia Militar (190).
Veja vídeo assessoria da prefeitura de Rio Branco:
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Dnit libera passagem de carros e ônibus em trecho crítico da BR-364, mas mantém restrição para caminhões carregados
Obras emergenciais com colchão de pedra e bueiro provisório são iniciadas no igarapé Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. Medida visa conter avanço da água que ameaça romper a pista

Os carros pequenos, ônibus e caminhões vazios podem passar mas os caminhões com cargas vão ter que esperar até que um serviço seja executado no local. Foto: captadas
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou obras emergenciais e liberou parcialmente o tráfego no trecho crítico da BR-364 no igarapé Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. Carros de passeio, ônibus e caminhões vazios já podem passar, mas caminhões com carga continuam proibidos de trafegar até a conclusão de um serviço de contenção.
De acordo com o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, a intervenção consiste na criação de um “colchão de pedra” e na instalação de um bueiro provisório, em um sistema de “pare e siga”. Ele atribuiu o problema ao aumento repentino do volume do igarapé, agravado por aterros irregulares e à presença de açudes próximos à rodovia, que sobrecarregam a capacidade de vazão da estrutura existente. A previsão é que o tráfego pleno seja restabelecido após a conclusão da obra.

O superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, afirmou estar ciente da situação e já mobilizou equipes técnicas para atuar no local. Foto: captada
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PRF interdita BR-364 em Cruzeiro do Sul após avanço de igarapé abrir buraco na pista
Avanço do igarapé Santa Luzia comprometeu estrutura da pista; PRF e Dnit trabalham no local sem previsão de liberação

Trecho próximo à Vila Santa Luzia está interrompido; isolamento do Vale do Juruá pode ocorrer sem data para liberação. Dnit mobiliza equipes de emergência. Foto: cedida
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interditou a BR-364 no final da tarde deste domingo (29) em Cruzeiro do Sul, após o avanço do igarapé Santa Luzia abrir um buraco na pista e comprometer a segurança da via. A interdição ocorreu nas proximidades da Vila Santa Luzia e foi determinada devido ao risco iminente de rompimento da estrutura.
Com a paralisação do tráfego, Cruzeiro do Sul e toda a região do Vale do Juruá ficam isoladas por terra do restante do Acre, uma vez que a BR-364 é a única ligação terrestre da região. O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Acre, Ricardo Araújo, confirmou que equipes técnicas já foram mobilizadas para atuar no local.

As fortes chuvas registradas neste domingo (28) provocaram a abertura de um buraco no meio da pista. Foto: captada
Autoridades monitoram a situação e orientam os motoristas a evitar o trecho. Equipes da PRF e do Dnit trabalham para avaliar os danos e definir as medidas para restabelecer a circulação, sem previsão de liberação.

O superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, afirmou estar ciente da situação e já mobilizou equipes técnicas para atuar no local. Foto: captada


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