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Brasil

OMS anuncia descoberta de vírus da pólio no Brasil

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Doença está erradicada no país desde 1989; caso pode ter vindo da Guiné Equatorial

por O GLOBO

Uma amostra do vírus da poliomelite tipo 1 foi encontrada durante uma inspeção de rotina, realizada em março, no Aeroporto Internacional de Campinas, em São Paulo. O alerta é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou ontem o comunicado ressaltando, no entanto, que nenhum caso foi constatado em humanos.

Pela análise genética do material, a cepa (do poliovírus selvagem tipo 1) é semelhante à recentemente isolada na Guiné Equatorial, país da África Ocidental. Mais estudos são necessários, mas a OMS acredita que esse seja um caso de importação do vírus. No país africano, a taxa de vacinação é baixa e a de exportação, alta.

A situação é contrária à do Brasil, que erradicou a doença em 1989. Já na América Latina, não há casos registrados desde 1991. Atualmente, mais de 95% da população brasileira está vacinada contra a poliomelite, inclusive em Campinas.

Propagação é improvável

Isso, segundo a OMS, preveniria uma possível transmissão do vírus, ou seja, mesmo com a descoberta da amostra, dificilmente ele se propagaria. “O sistema de vigilância conseguiu detectar o poliovírus em amostras de esgoto, e a imunidade alta parece ter impedido a transmissão”, avaliou. Por isso, o órgão afirmou no documento que o risco de transmissão aqui “é muito baixo”.

Mesmo assim, a OMS diz que “autoridades de saúde brasileiras aumentaram as atividades de vigilância com o objetivo de detectar a transmissão do poliovírus selvagem tipo 1 e potenciais casos de poliomelite paralítica, assim como pessoas sem imunização”.

A última campanha nacional de vacinação ocorreu em junho de 2013, e a próxima está marcada para novembro deste ano, com foco em crianças de 6 meses a 5 anos.

Emergência em dez países

Em maio, a OMS já tinha decretado estado de emergência contra a poliomelite depois de notar o aumento no número de casos em uma dezena de países, entre eles a Guiné Equatorial. Dos países com maior risco de propagação estavam Paquistão, Camarões e Síria. Outros países que figuraram na lista foram Afeganistão, Etiópia, Israel, Nigéria e Somália.

Pelo menos 60% dos casos ocorreram por intercâmbio cultural, segundo a OMS, que chegou a afirmar que se nada fosse feito, isto poderia prejudicar o processo de erradicação mundial da doença. Na ocasião, Artur Couto, diretor de Bio-Manguinhos, unidade produtora de vacinas da Fiocruz, ponderou em entrevista ao GLOBO sobre a preocupação com a chegada de estrangeiros neste período: “Teremos a Copa, com a chegada de turistas, e há uma preocupação de não importar casos de países onde a doença foi identificada”, afirmou.

Em Campinas, não há jogos da Copa do Mundo, mas a seleção de Portugal treina na cidade. O Ministério da Saúde não controla o trânsito de viajantes. A OMS apenas recomenda que todos os que transitem em áreas afetadas pela poliomelite sejam vacinados.

A doença afeta principalmente crianças abaixo dos 5 anos. Elas podem sofrer paralisia irreversível, e até 10% dos pacientes morrem quando seus músculos respiratórios ficam imobilizados. O vírus é transmitido por água e comida contaminados e se multiplica no intestino, de onde pode seguir para o sistema nervoso.

 

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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