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O que é Ação Palestina, grupo ligado a centenas de prisões no Reino Unido?

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Cerca de 150 pessoas foram detidas neste sábado (6) em protesto em Londres

Pessoas participam de um protesto da Ação Palestina em 6 de setembro de 2025 em Edimburgo, Reino Unido • Foto de Annabelle Chih/Getty Images

Centenas de pessoas se reuniram na Praça do Parlamento, em Londres, neste sábado (6) para protestar contra a decisão do governo britânico de proibir o grupo Ação Palestina, designado como organização terrorista em julho.

O Serviço de Polícia Metropolitana de Londres disse à CNN que não poderia fornecer um número oficial, mas estimou de 1.000 a 1.400 manifestantes, contagem alinhada com a dos organizadores do protesto.

Cerca de 150 prisões foram feitas na manifestação por uma série de crimes, incluindo agressão a um policial e expressão de apoio a uma organização proibida.

Policiais abriram caminho no meio da multidão para fazer as prisões, enquanto outros manifestantes gritavam “vergonha”. Os organizadores acusaram a polícia de “tentar deliberadamente se esquivar da própria violência, culpando os manifestantes”.

O que é a Ação Palestina?

A Ação Palestina é uma organização sediada no Reino Unido que visa interromper as operações de fabricantes de armas ligados ao governo israelense.

Foi fundado por Huda Ammori e pelo ativista climático Richard Barnard em 2020, quando o grupo tomou a sua primeira ação para encerrar as operações da Elbit Systems no Reino Unido – o maior fabricante de armas de Israel – e declarou o seu compromisso em “acabar com a participação global no regime genocida e de apartheid de Israel”.

A Elbit Systems UK – que está concorrendo a um contrato de 2 bilhões de libras com o Ministério da Defesa britânico – não respondeu às perguntas da CNN sobre a Ação Palestina, mas afirmou em um comunicado que “a segurança nacional é a prioridade” e que estão “orgulhosos da parceria com as forças armadas britânicas”.

Desde sua fundação, a Ação Palestina ocupou, bloqueou, pintou com spray e interferiu na empresa franco-israelense de drones UAV Tactical Systems e na gigante mundial de armas Leonardo.

O grupo também danificou um retrato do antigo secretário das Relações Exteriores britânico, Arthur Balfour – quem em 1917 declarou o apoio de Londres ao estabelecimento de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina sob mandato britânico.

Além disso, a Ação Palestina roubou dois bustos do primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, da Universidade de Manchester.

No entanto, foi uma ação do grupo no final de junho deste ano – quando ativistas invadiram a maior base aérea do Reino Unido, a RAF Brize Norton, e vandalizaram dois aviões de reabastecimento Airbus Voyager com tinta e pés de cabra – que levou o governo a proibir a organização.

Dias depois, a então secretária do Interior do Reino Unido, Yvette Cooper designou a Ação Palestina como um grupo terrorista, mesma condição imposta a organizações como o Hamas, a Al Qaeda e o  Estado Islâmico. A medida foi condenada por especialistas das Nações Unidas, grupos de direitos humanos e políticos.

Por que o governo britânico baniu a Ação Palestina?

O governo do Reino Unido, citando um relatório do Centro Conjunto de Avaliação do Terrorismo do país, disse que a Ação Palestina ultrapassou a linha de protesto e agora é sabotagem. A então secretária do Interior disse que a medida era necessária para proteger a segurança nacional, afirmando que a Ação Palestina “não é uma organização pacífica” e tem um histórico de “danos criminais inaceitáveis”.

Mas as autoridades britânicas estão de olho no grupo há algum tempo.

Em maio de 2024, uma análise governamental independente sobre violência política comparou a Ação Palestina e o grupo de ativistas climáticos Just Stop Oil a “grupos terroristas” e recomendou que as suas ações fossem proibidas.

“A proibição de grupos terroristas tornou mais difícil para os seus ativistas planejarem crimes – essa abordagem também deveria ser ampliada aos grupos de protesto extremistas”, disse John Woodcock, o autor análise.

Em uma entrevista à CNN, Woodcock disse que a designação era “justificada e proporcional”.

“Eu discordo da ideia de que seja um protesto pacífico”, disse ele. “A definição de terrorismo abrange absolutamente o tipo de dano econômico para uma causa política que a Ação Palestina tem realizado sistematicamente”, afirmou.

Woodcock era consultor remunerado de grupos de lobby que representam fabricantes de armas e empresas de combustíveis fósseis. Também ex-presidente dos Amigos Trabalhistas de Israel, ele ignorou qualquer possibilidade conflito de interesses, dizendo à CNN que “deveríamos poder dizer que não é certo infringir a lei e aterrorizar os trabalhadores”.

Acredita-se que a Ação Palestina seja o primeiro grupo de ação direta a ser designado como organização terrorista no Reino Unido. A proibição significa que mostrar apoio à organização acarreta uma pena máxima de até 14 anos de prisão.

Embora o grupo tenha promovido “táticas disruptivas”, afirmou que as suas ações visam propriedades e não pessoas. O Ministério do Interior do Reino Unido não apresentou provas das suas alegações de que a Ação Palestina utilizou armas e causou ferimentos graves.

Quem critica a proibição?

Defensores das liberdades civis em todo o Reino Unido e em outros países condenaram a designação da Ação Palestina como grupo terrorista, alertando que a aplicação de leis contra o terrorismo a um grupo deste tipo corre o risco de prejudicar a liberdade de expressão e de manifestação, ao mesmo tempo que estabelece um precedente perigoso para os direitos de protesto.

A Amnesty UK classificou a medida como “um exagero jurídico perturbador”, argumentando que as leis penais existentes poderiam abordar os danos materiais sem invocar o terrorismo.

A Amnesty UK também argumenta que a proibição suprime a expressão de todo o movimento pró-palestino, uma afirmação que o governo nega.

Em julho, o chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, pediu o fim da proibição, dizendo que a medida levanta preocupações de que as leis antiterrorismo do Reino Unido “estejam sendo aplicadas a condutas que não são de natureza terrorista e correm o risco de impedir o exercício legítimo das liberdades fundamentais”.

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Homem de 79 anos procura noiva e divulga lista de requisitos absurdos

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Aristocrata abre campanha para encontrar noiva, oferecendo salário e benefícios. As exigências vão do signo até a nacionalidade

Para as pessoas que estão buscando um par romântico, umas das maneiras de se conectar com alguém é usar aplicativos de namoro. No caso deste aristocrata britânico, de 79 anos, essa foi uma das opções, mas não a última. Sir Benjamin Slade lançou uma campanha anunciando que está em busca de uma noiva e que possui certas exigências — até demais.

O homem falou sobre o assunto no programa “Millionaire Age Gap Love” do Channel 5 — rede de televisão britânica — e comentou que procura por uma noiva que seja uma “boa reprodutora” para lhe dar um herdeiro. Mas não para por aí: os requisitos se estendem até a idade e ao signo do zodíaco da “sortuda”.

Será que é fácil cumprir os requisitos?

As condições do barão descendente de Carlos II envolvem que a nova namorada seja, pelo menos, 20 anos mais jovem. Além disso, é preciso saber dançar dança de salão, jogar bridge e gamão e ainda fazer palavras cruzadas.

A lista possui 11 requisitos

De acordo com informações do jornal Daily Star, Benjamin mencionou algumas outras coisas que restringem ainda mais a lista. As mulheres não podem ser escorpianas e nem ter qualquer tipo de dependência química, seja em substâncias psicoativas ou álcool.

Ele também exige fatores relacionados à nacionalidade. Sua companheira não pode ser de países que comecem com a letra “I” ou que tenham a cor verdenas bandeiras. Escocesas também estão proibidas de se candidatarem a essa “oportunidade imperdível”.

“Não me importo com canadenses, americanas, alemãs e pessoas do norte da Europa, como gosto de chamar pessoas semelhantes. Acho que casar com uma esquimó não é para mim. O que eu preciso é de uma moça simples e simpática do interior, que saiba e entenda as coisas”, disse.

Há recompensas

Com esses inúmeros requisitos, é de se esperar que o aristocrata teria que oferecer algo. Segundo ele, a pretendente escolhida será recompensada com 50 mil libras esterlinas por ano, o que corresponde a mais de R$ 270 mil. O objetivo é que com o dinheiro a mulher administre sua propriedade em Somerset, na Inglaterra.

Essa é uma das propriedades da família Slade

Além disso, a namorada também terá direito a carro, casa, despesas pagas, alimentação e até férias. Não é como se fosse incomum que homens procurem por mulheres bem mais jovens para ter relacionamentos, mas Benjamin quis explicar o motivo.

“O imposto sobre herança é de 40% e a única maneira de eu transferir ela e a coleção de arte é deixá-la para minha esposa, livre de impostos, para que distribua aos meus parentes distantes. Ela também precisaria estar segurada, por isso precisamos de uma senhora pelo menos 20 anos mais jovem do que eu, pois não posso segurar uma esposa mais velha, então quanto mais jovem, melhor. Esta é a única maneira que resta para contornar o imposto sobre herança”, comentou.

O homem já colocou anúncios em jornais, criou perfis em aplicativos de relacionamento e até congelou seu esperma, mantendo a esperança de ter um filho homem

Aos 79 anos, o homem não está a procura somente do amor. Apesar de já ter uma filha com sua ex-esposa, Sahara Sunday Spain, o aristocrata britânico deixou claro que ainda quer ter um herdeiro do sexo masculino. Nesse caso, a exigência é que “tenha semelhança genética com um de seus ancestrais paternos”.

Confira a lista completa

  • Deve ser uma “boa reprodutora”
  • Pelo menos 20 anos mais jovem
  • Nenhuma mulher escocesa
  • Deve ser capaz de ter filhos homens (ele quer dois, “um herdeiro e um reserva”)
  • Nada de comunistas ou lésbicas
  • Nada de mulheres com dependência química
  • Nada de mulheres do signo de escorpião
  • Precisa ter licença para usar espingarda e para dirigir; licença de helicóptero é um bônus
  • Capaz de administrar uma propriedade de 1.300 acres (cerca de 5,2 milhões de m²) e 2 castelos
  • Mais de 1,68 m de altura
  • Nenhuma mulher de países que começam com a letra I ou que tenham verde na bandeira

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Papa Leão XIV divulga nova orientação para sexo no casamento

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Papa Leão na FAO em Roma • 16/10/2025 REUTERS/Remo Casilli

Em um novo decreto assinado pelo papa Leão XIV, o Vaticano divulgou orientações para fiéis sobre a prática sexual no casamento, reconhecendo que o sexo não se limita apenas à procriação, mas contribui para “enriquecer e fortalecer” a “união exclusiva do matrimônio”.

A questão está intimamente ligada à finalidade unitiva da sexualidade, que não se limita a assegurar a procriação, mas contribui para enriquecer e fortalecer a união única e exclusiva e o sentimento de pertencimento mútuo.

O documento assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé cita o Código de Direito Canônico e diz que uma visão integral da caridade conjugal é aquela que “não nega sua fecundidade”, ainda que deva “naturalmente permanecer aberta à comunicação de vida”.

O texto também prevê o conceito de consentimento livre” e “pertencimento mútuo”, assegurando a mesma dignidade e direitos ao casal.

“Um cônjuge é suficiente”

No decreto publicano em italiano, o Vaticano orientou 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa para a vida toda e a não manterem relações sexuais múltiplas, estabelecendo que o casamento é um vínculo perpétuo e “exclusivo”.

Criticando a prática da poligamia na África, inclusive entre membros da Igreja, o decreto reiterou a crença de que o casamento é um compromisso para toda a vida entre um homem e uma mulher.

“Sobre a unidade do matrimônio – o matrimônio entendido, isto é, como uma união única e exclusiva entre um homem e uma mulher – encontra-se, ao contrário, um desenvolvimento de reflexão menos extenso do que sobre o tema da indissolubilidade, tanto no Magistério quanto nos manuais dedicados ao assunto”, diz o documento.

“Embora cada união conjugal seja uma realidade única, encarnada dentro das limitações humanas, todo matrimônio autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e abrangente que não pode ser compartilhada com outros”, enfatizou a Santa Sé.

 

Fonte: CNN

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PF afasta delegado e policial em operação contra esquema de ouro ilegal no Amapá

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Operação Cartucho de Midas apreende mais de R$ 1 milhão, € 25 mil e prende suspeito com arma restrita; movimentações acima de R$ 4,5 milhões reforçam indícios de lavagem de dinheiro.

Como resultado da ação, o delegado Charles Corrêa e o policial Daniel Lima das Neves foram afastados cautelarmente de suas funções. Em um dos endereços alvo, a PF apreendeu mais de R$ 1 milhão em espécie e cerca de € 25 mil. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse de arma de uso restrito.

As investigações tiveram início após a identificação de movimentações bancárias suspeitas, incompatíveis com os rendimentos declarados pelos investigados. Segundo a PF, empresários e agentes públicos atuantes na região de fronteira estariam envolvidos na ocultação de recursos provenientes do comércio ilegal de ouro.

A corporação identificou ainda que joalherias de diversos estados transferiam valores para um posto de combustíveis em Oiapoque. O estabelecimento, por sua vez, repassava o dinheiro a um agente público local, reforçando os indícios de lavagem de capitais.

A PF também apurou movimentações superiores a R$ 4,5 milhões feitas por servidores públicos sem justificativa econômica. Para disfarçar a origem ilícita dos recursos, teriam sido usadas empresas de fachada.

Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato — somadas, as penas ultrapassam 60 anos de prisão.

A operação contou com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Amapá no cumprimento das medidas judiciais.

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