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O dólar está quase voltando para a casa dos R$ 4 – vai cair ainda mais?
As previsões para o câmbio são tão díspares. O banco Santander, por exemplo, acredita que a moeda americana pode variar entre R$ 4,60 e R$ 6,70 em 2021 cenário com e sem reformas fiscais.
Mariangela Castro, do CNN Brasil Business
O dólar parecia cada vez mais próximo de voltar para a casa dos R$ 4 no pregão de ontem segunda-feira (7). Seria uma queda simbólica após seis meses ininterruptos com o dólar valendo mais do que R$ 5. A moeda americana chegou a cair quase 2% e alcançou os R$ 5,05. Mas aí, veio a realidade.
Notícias de que congressistas começaram a pensar em novos formatos para driblar o Teto de Gastos foram o suficiente para todo esse otimismo se resultar em uma recuperação do valor da moeda americana. No fim do dia, a moeda americana fechou estável em R$ 5,12.
Mesmo assim, não dá para dizer que o movimento nos últimos tempos não é positivo. O dólar caiu quase 7% em novembro, o que representou a maior queda mensal nos últimos dois anos. Mas, no ano, a desvalorização do real é de quase 28%. É possível imaginar uma volta aos patamares de janeiro, por volta de R$ 4,01?
Impossível não é, mas depende de uma série de fatores. O primeiro deles ajuda nessa valorização do real: há uma onda de otimismo global, que faz os investidores deixarem de apostar apenas em ativos mais seguros (como o dólar e o ouro) e partir para mercados com maior risco (o que também pode significar maior retorno). Com isso, o dólar não se desvalorizou apenas frente ao real, como em comparação a uma série de moedas emergentes.
Para a economista Cristiane Quarteroli, da corretora Ourinvest, a perspectiva mundial de que a pandemia do novo coronavírus pode estar chegando ao fim é a principal razão deste recuo. “Este ânimo geral por conta das vacinas aumenta a liquidez no mercado, uma melhora importante para as moedas emergentes”, diz.
Exemplos desta perspectiva foram noticiados hoje. O Reino Unido anunciou que começa a vacinação nesta terça-feira em seu território e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP), afirmou nesta manhã que a vacina começará no estado a ser distribuída no dia 25 de janeiro. É bom lembrar, no entanto, que é necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“É fundamental acompanharmos nas próximas semanas quais serão os avanços do calendário interno de vacinação”, afirma Quarteroli. A economista acredita que só teremos certeza se o dólar continuará a recuar a longo prazo quando recebermos mais informações a respeito da evolução da pandemia.
Problemas dentro de casa
Mas, como dito, não basta apenas torcer para que a pandemia passe. Existem diversos problemas no país em que não se enxergam soluções em um horizonte próximo. A questão fiscal no Brasil é o que mais preocupa os especialistas.
Emerson Marcal, professor da escola de economia da Fundação Getulio Vargas, reforça que o Brasil segue em um cenário difícil e incerto. “Temos de tentar entrar nos eixos o mais rápido possível. A parada das reformas fiscais é uma interrogação que atrapalha bastante a valorização de nossa moeda”, afirma.
“Estamos saindo de uma bolha de pessimismo mundial e caminhando em direção a uma realidade de menor risco global. Porém, no Brasil, a realidade fiscal ainda é muito arriscada, e isso pode nos prejudicar”, explica Marcal.
Não por acaso, as previsões para o câmbio são tão díspares. O banco Santander, por exemplo, acredita que a moeda americana pode variar entre R$ 4,60 e R$ 6,70 em 2021 – cenário com e sem reformas fiscais.
Atrapalha ainda mais a relação tumultuada entre o governo e o Congresso Nacional. Com a definição do Supremo Tribunal Federal de que Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) não poderão concorrer à reeleição das presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, azedou ainda mais o clima entre uma ala dos congressistas e o governo.
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A definição dos próximos presidentes do Congresso, marcada para 1º de fevereiro, é aguardada com ansiedade por especialistas. Como são eles que têm o poder de pautar o andamento das reformas, são peças essenciais para o dólar voltar a um valor mais equilibrado.
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Quarteroli completa que neste sentido a definição do Banco Central sobre que rumo será tomado em relação a inflação no país, que, segundo o Boletim Focus, pode ficar acima do centro da meta do governo em 2021.
Uma alta dos juros pode atrair a vinda de mais investidores, o que influencia diretamente na valorização da moeda. E a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que tem o poder de definir isso, começa nesta terça-feira (8).
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Mega-Sena sorteia nesta terça-feira prêmio acumulado em R$ 33 milhões

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
As seis dezenas do concurso 2.891 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.
O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 33 milhões.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 6.
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Justiça Federal torna réu suposto mandante da morte de Bruno Pereira e Dom Phillips
Rubén Dario Villar, o “Colômbia”, é acusado de liderar esquema de pesca ilegal e tráfico na tríplice fronteira. Ele é o nono denunciado pelo duplo homicídio no Vale do Javari.
A Justiça Federal do Amazonas aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu Rubén Dario Villar, conhecido como “Colômbia”, apontado como o mandante do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 2022, no Vale do Javari. De nacionalidade peruana, Colômbia já havia sido indiciado pela Polícia Federal no fim do ano passado e está preso preventivamente.
Segundo o MPF, o acusado é o líder de uma quadrilha envolvida com pesca ilegal e tráfico de drogas na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele também responde a outros processos por uso de documentos falsos.
A denúncia foi apresentada pelo procurador da República Guilherme Leal, com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ). A investigação aponta que Bruno e Dom foram assassinados por atuarem em defesa de comunidades indígenas e promoverem ações de educação ambiental que contrariavam interesses de grupos criminosos da região.
Com a nova decisão, Colômbia se torna o nono réu no processo. Em 2022, três homens — Amarildo da Costa Oliveira (Pelado), Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima (Pelado da Dinha) — foram denunciados como os executores do duplo homicídio e da ocultação dos corpos. Em junho de 2024, outras cinco pessoas também viraram rés por participação na ocultação dos cadáveres.
O MPF solicitou que os três principais acusados sejam julgados por júri popular. A Justiça Federal atendeu ao pedido, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) excluiu Oseney da pronúncia. O Ministério Público recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de reverter a decisão.
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Eduardo diz que taxação ao Brasil foi mostrada a ele antes de anúncio

Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) • Pedro França/Agência Senado
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo reconheceram nesta segunda-feira (21) que a possibilidade dos Estados Unidos impor tarifas comerciais ao Brasil foi discutida em reuniões que eles estiveram com autoridades do governo norte-americano antes do presidente Donald Trump anunciar a medida.
O reconhecimento vai na contramão da fala do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou mais cedo nesta segunda que não tem qualquer relação com a tarifa.
“Quando essa opção foi discutida com o deputado Eduardo Bolsonaro e nós, nós demos a nossa opinião. Na nossa opinião, esta medida não era a melhor a ser aplicada naquele momento. Nós advogamos na direção de sanções direcionadas aos agentes principais da ditadura”, disse Figueiredo no “podcast Inteligência Ltda”.
“A gente não imaginou que no início fosse decretada a tarifa. Mas como o Paulo bem falou, nós não somos o presidente dos Estados Unidos. Não temos o poder da caneta”, Eduardo completou.
Em seguida, Figueiredo disse que, embora tenha advogado contra as tarifas no primeiro momento, atualmente ele considera que Trump acertou na medida e que está “100% convencido” que as tarifas foram o movimento correto pro Brasil.
“Eu concordo”, disse Eduardo ao ser questionado sobre a resposta do influenciador. “Tanto que chamo de Tarifa-Moraes. Foram tarifas de 50%, a maior dessa última leva, devido à crise institucional que o Moraes está fazendo”, continuou.
O deputado exemplificou sua posição ao citar o caso hipotético de quem faz entregas por aplicativo e é taxado em 50%.
“Quando ele quiser reclamar, talvez ele vai ser calado. Antes de qualquer tipo de questão comercial, vem a liberdade. Se não puder falar, dar a sua opinião, você vai ser um escravo, um cubano. Queremos preservar as liberdades da nossa democracia”, declarou.
Fonte: CNN
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