Número de haitianos em São Paulo volta a crescer, Acre é tratado como responsável

“Sem nenhum tipo de aviso prévio”. É este o termo que predomina nos sites paulistas.

Da ContilNet

A problemática dos haitianos que viajam para São Paulo (SP) financiados pelo governo do Acre parece não ter fim. De acordo com uma publicação do site Rede Brasil Atual, o número de imigrantes que chegam à maior cidade do país só aumenta e a cidade está com dificuldades para recebê-los.

“Sem nenhum tipo de aviso prévio”. É este o termo que predomina nos sites paulistas para falar sobre a forma como os haitianos chegam à cidade, após viajar desde Rio Branco em ônibus, geralmente, entre quinta e domingo. São veículos fretados pelo governo do Acre, com verba de um convênio com o Ministério da Justiça para ações relacionadas à migração, como alojamento, emissão de documentos e transporte.

Imigrantes haitianos em São Paulo/Foto: Laura Daudén/ Conectas.org

 

“Só em 2014, o estado recebeu R$ 3,385 milhões pelo convênio”, diz um trecho da publicação do site.

Segundo informações do site, a capital paulista tem apenas 220 vagas para abrigar imigrantes temporariamente, somando as 110 vagas do Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (Crai), inaugurado pela prefeitura em agosto do ano passado, e mais 110 vagas na Casa do Migrante, na organização católica Missão Paz, um dos principais destinos de quem chega à cidade.

O governo do Estado oferece 50 vagas de acolhida, porém, apenas para imigrantes vítimas de tráfico de pessoas, trabalho escravo e homofobia.

“O número é aquém do necessário. A cidade precisaria de pelo menos 400 vagas para abrigar imigrantes”, afirma o padre Paolo Parise, diretor da Missão Paz.

Entre a segunda quinzena de janeiro e esta quarta-feira (11), o número de ônibus com haitianos vindos do Acre para São Paulo passou de três por semana para pelo menos cinco. Só no dia anterior (10), 70 haitianos tiveram que dormir no chão do salão da entidade, em colchões improvisados com cobertores, devido à falta de vagas.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo informou, via assessoria de imprensa, que a alternativa oferecida é encaminhá-los para a rede de albergues da cidade, que geralmente acolhe moradores de rua e que somam 10 mil vagas.

“O problema é que são locais apenas para passar a noite. De manhã, os imigrantes teriam que sair, com toda a bagagem, e ficar na rua”, critica padre Parise. No momento, não há perspectiva de construir mais um local público de acolhida de imigrantes, segundo a secretaria.

O secretário de Direitos Humanos do Acre, Nílson Mourão, afirmou que a cidade de São Paulo é escolhida como destino pelos próprios haitianos.

Outra crítica envolvendo o Acre é no que diz respeito às carteiras de trabalho dos imigrantes que chegam a São Paulo: a publicação afirma que os haitianos já deveriam sair do Acre com as carteiras de trabalho em mãos, inclusive, para reduzir o tempo de permanência nos abrigos em São Paulo.

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Publicado por
Alexandre Lima