Cotidiano
No Acre, líder comunitária vira ‘prefeita informal’
Ela ainda era uma menina quando aprendeu que política é, sim, coisa de mulher e que não é preciso ter um cargo público para participar de decisões de governo. Tinha 12 anos e foi levada pelos pais à sua primeira manifestação de rua. Desde então, sabe que tem voz e trabalha para que ela seja ouvida.
Aos 41, Joana Rodrigues Bandeira dos Anjos é atualmente presidente ou vice-presidente de sete conselhos municipais, além de duas associações da sociedade civil. A líder comunitária de Brasileia, no interior do Acre, leva a sério o exercício da cidadania e atua quase como uma “prefeita informal”.
Joana nasceu em Cobija, na Bolívia, mas a fronteira, no sul do Acre, é só uma marcação geográfica. Filha de mãe brasileira e pai boliviano, ela sempre se dividiu entre os dois lados e, em 1990, passou de vez para a margem de cá. Hoje, dá conta de quase tudo o que interessa à população do município de 26 mil habitantes.
Em 20 anos de atuação pública, já ajudou a aprovar o plano municipal de saneamento básico, a instalar energia elétrica e asfalto nos bairros mais afastados, a criar a primeira biblioteca da cidade e, recentemente, dedicou-se ao desenvolvimento do primeiro centro municipal de atendimento a crianças com autismo.
“Muita gente ainda não entendeu, mas os conselhos são os locais onde nossa voz pode ser ouvida. E o lugar da mulher é onde ela quiser. Na política, por exemplo. E, olha, quando tem mulher envolvida, as coisas se resolvem. A gente arregaça as mãos e vai atrás mesmo”, afirmou Joana.
Casada há 19 anos e mãe de dois filhos, Joana reconheceu que a família reclama de tanto ativismo político. “O marido tem ciúmes, diz que nessas coisas da política só tem homem. Mas eu explico para ele e para todo mundo que é assim que eu sou. Eu luto para que todo mundo entenda a força dos conselhos e sua função.”.
MOBILIZAÇÃO
A veia política de Joana foi despertada com a ajuda da comunidade. “Eu morava em Epitaciolândia, que era uma vila de Brasileia que tentava se emancipar, virar uma cidade. Lembro-me de ir a um ato nas ruas pedindo por isso aos 12 anos. Foi quando percebi a força de um pleito público. Foi um momento de luta, de libertação. O governador sobrevoou o protesto até, dando ênfase ao movimento, que acabou vitorioso.”.
E foi logo depois disso – e de Epitaciolândia se tornar mesmo um município – que a vida de Joana mudou completamente. Adotada por uma família de militares, a boliviana foi viver em Brasília, onde passou a ter contato direto com a política nacional. “Tive um professor de geografia que nos levava para acompanhar as sessões do Congresso quando a matéria era geopolítica. Comecei a me interessar cada vez mais, e esse professor até me mudou de lugar na sala. Dizia que não era para eu ficar no fundo, mas na frente, para que pudesse ser vista”, contou.
Com o fim do ensino médio e a chegada da maioridade, Joana voltou no início dos anos 2000 ao Acre, onde fez sua vida e seguiu sua luta comunitária. A primeira ação nesse sentido ocorreu na Secretaria da Assistência Social. Depois, já mais conhecida, foi convidada a compor o Conselho da Criança e do Adolescente e a disputar uma vaga no Conselho Tutelar. “Essa foi a única eleição que disputei e a única vez em que fui remunerada.”.
RECONHECIMENTO
A atuação firme e resiliente de Joana acabou ganhando fama em outras cidades e a fez ser convidada para participar da rede Urban95. A iniciativa internacional visa a incluir a perspectiva de bebês, crianças pequenas e seus cuidadores no planejamento urbano, nas estratégias de mobilidade e nos programas e serviços destinados a esses grupos.
“É fundamental termos conhecimento para ajudar a coletividade. Moramos numa área de fronteira, o índice de prostituição infantil é enorme. Fora os casos de tráfico de crianças”, disse Joana. De acordo com ela, o Conselho Tutelar, por exemplo, evita que as questões da infância “acabem na polícia”. “Nós orientamos os pais, ajudamos a proteger os direitos das crianças. Hoje eu passo para a minha irmã, para a minha família e para a comunidade os conhecimentos que não tive como mãe.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Cotidiano
Bióloga morre após ser atingida por linha com cerol no bairro João Alves, em Cruzeiro do Sul
Vítima teve o pescoço cortado ao descer ladeira de bicicleta; caso reacende alerta sobre perigo do cerol

A vítima, que ainda não teve a identidade oficialmente confirmada, foi atingida no pescoço pela linha cortante e morreu ainda no local. Foto: captada
Na tarde deste sábado (19), uma mulher, identificada como Jéssica Santos, perdeu a vida de forma trágica no bairro João Alves, em Cruzeiro do Sul. Jéssica, bióloga e esposa de um policial militar, foi atingida no pescoço por uma linha com cerol enquanto descia uma ladeira da região.
Testemunhas relataram que a mulher sangrou muito e morreu no local antes da chegada do SAMU. A Polícia Militar isolou a área e acionou o IML para remoção do corpo e investigação.
O caso reacende o debate sobre os riscos do cerol, mistura cortante proibida por lei, mas ainda usada por pipeteiros. Com a chegada de temporadas mais ventosas, acidentes como este se tornam frequentes, colocando em risco principalmente motociclistas e ciclistas.

O impacto foi fatal. Jéssica não resistiu ao ferimento e faleceu ainda no local, antes que pudesse receber atendimento. Foto: cedida
Jéssica era uma profissional respeitada na área da biologia e muito querida por todos que a conheciam. Ela deixa um legado de dedicação à ciência e à família. O velório e o sepultamento devem ocorrer neste domingo (20), com detalhes ainda a serem divulgados pela família.
A Polícia Civil abrirá inquérito para investigar o caso e tentar identificar o responsável pela linha com cerol que provocou a tragédia. A expectativa da comunidade é de que o caso não fique impune e sirva como alerta para evitar que outras vidas sejam perdidas da mesma forma.
Cerol mata:
Material proibido no Acre (Lei 4.394, de 13 de agosto de 2024)
Corta como uma lâmina em alta velocidade

A mulher morreu após ser atingida por uma linha com cerol enquanto trafegava pela descida de uma ladeira no bairro João Alves. Foto: captada
O governo do Acre publicou em agosto do ano passado, 2024, no Diário Oficial do Estado (DOE), a Lei nº 4.394, de 13 de agosto de 2024, que estabelece critérios rigorosos para a prática recreativa de soltura de pipas e proíbe o uso de cerol e outros produtos cortantes no estado. A nova legislação visa à segurança pública e à proteção dos praticantes e da comunidade, ao regulamentar o uso de linhas cortantes e determinar penalidades para o descumprimento das normas.
De acordo com a lei, fica proibida a fabricação, posse, comercialização e uso de linhas cortantes, como o cerol e a chamada linha chilena, a não ser em casos específicos, para uso esportivo em áreas regulamentadas. Apenas praticantes devidamente cadastrados em associações esportivas e maiores de 16 anos poderão utilizar essas linhas, restritas a pipódromos e locais autorizados.
A legislação também prevê sanções para infratores, incluindo multas que variam de R$ 500 a R$ 30 mil, dependendo da gravidade e reincidência da infração. Na lei, os valores arrecadados com as multas deverão ser revertidos em programas de conscientização e segurança pública.
A medida substitui a Lei nº 4.180, de 2023, reforçando a necessidade de controle sobre a prática de soltar pipas com materiais perigosos e buscando fomentar a atividade de maneira segura no Acre. O projeto de lei que originou a Lei nº 4.394 é de autoria do deputado Fagner Calegário.

A vítima, que ainda não teve a identidade oficialmente confirmada, seguia no sentido ao Comercial Conquista quando foi atingida no pescoço pela linha cortante. Foto: captada
Veja vídeo:
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Humaitá e Andirá decidem quem será o 2º semifinalista do Estadual

Foto Glauber Lima: Humaitá entra no confronto com total favoritismo
Humaitá e Andirá entram em campo neste sábado, 19, a partir das 18 horas, no Florestão, para decidir quem será o segundo semifinalista do Campeonato Estadual Sub-20. O Humaitá terminou a fase de classificação em 2º e o Andirá foi o 7º.
Força máxima
O Humaitá vai para o confronto com força máxima. Contudo, o técnico Kinho Brito não antecipou a escalação do Tourão para o duelo eliminatório.
“Temos um elenco com muita qualidade e tomamos todos os cuidados para a partida. É um jogo onde não podemos cometer erros”, comentou o treinador.
Apostar na marcação
O Andirá deve apostar na marcação forte para tentar surpreender o favorito Humaitá.
“Teremos uma atenção especial na marcação, mas não podemos deixar de jogar. É fundamental jogar com inteligência”, afirmou o técnico João Paulo Lourenço.
No apito
Divanilson Martins vai apitar Humaitá e Andirá. Os auxiliares serão Carlos Alberto e Ruan Santo.
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Mailza Assis participa do lançamento oficial da 50ª Expoacre com promessa de “a maior edição de todos os tempos”
Evento no Parque Wildy Viana terá 9 noites de shows, 500 expositores e expectativa de público recorde; governo projeta repetir sucesso da edição do Juruá

A expectativa do governo do Acre é de que a edição comemorativa aos 50 anos da feira, considerada a maior vitrine de agronegócios e cultura do estado. Foto: captada
A vice-governadora Mailza Assis (PP) participou neste sábado (19) do lançamento oficial da 50ª Expoacre, no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco. A edição comemorativa de meio século promete ser a maior da história, com uma programação reforçada por shows nacionais e novidades para o público.
Ao lado do governador Gladson Cameli, Mailza destacou o papel da feira como impulsionadora da economia, cultura e inclusão social no Acre. “Estamos prontos para celebrar meio século com inovação e desenvolvimento. Que venha a melhor Expoacre de todos os tempos!”, declarou.
Mailza Assis aproveitou o momento para convidar toda a população para participar das atrações, principalmente dos shows nacionais, que devem garantir alimentos para população em vulnerabilidade social.
É disse mais. “Vamos torcer para uma ExpoAcre segura e movimentada, levando a nossa cultura, a nossa produção… Toda a iniciativa privada estará presente nessa festa e também os órgãos de governo, apresentando seus serviços e seus trabalhos. Esperamos também grandes negócios, que é o objetivo da feira”, afirmou Assis.
A edição de 2025 terá nove noites de programação, mais de 500 expositores e a expectativa de um público recorde. O governo estadual espera repetir o êxito da recente edição no Vale do Juruá, considerada um marco na história do evento.
A ExpoAcre 2025 começa dia 26 de julho com a tradicional Cavalgada e finaliza em 3 de agosto, prometendo várias atrações e apresentações de artistas nacionais, como Gusttavo Lima, Fernanda Brum, Zezé Di Camargo, Jorge e Matheus, entre outros. Consolida-se como a principal vitrine do agronegócio e da cultura acreana, atraindo investidores e turistas de todo o país. A abertura oficial está marcada para julho de 2025.

Mailza convida população para a Expoacre 2025 e fala do sucesso da Feira: “É a nossa cultura”. Foto: captada
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