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Na mata ou pelo rio, venezuelanos chegam em massa a cidade do Acre na fronteira

Secretária de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres afirma que situação de migrantes em Assis Brasil é acompanhada de perto pelas autoridades Foto: Prefeitura de Assis Brasil/Divulgação
João Renato Jácome, especial para o Estadão
A chegada em massa de quase 250 homens, mulheres e crianças estrangeiros, em sua maioria venezuelanos, ao município de Assis Brasil, no interior do Acre, na segunda-feira, 26, tem preocupado as autoridades da cidade e do Estado. O local, de pouco mais de 7 mil habitantes, fica na fronteira do Brasil com o Peru, e é banhado pelo Rio Acre, que separa os dois países. A chegada diária de estrangeiros passou de cinco para até 30 pessoas e o custo para manter o grupo passa de R$ 1 milhão, conforme autoridades locais.
Apesar de a fronteira estar fechada para o trânsito de pessoas, isso não tem impedido o acesso de estrangeiros ao território brasileiro. Para isso, os imigrantes têm se arriscado durante a madrugada na travessia do Rio Acre a pé, ou ainda por meio dos chamados “varadouros” – trilhas abertas na mata para a passagem ilegal.
Com pouco efetivo policial na faixa de fronteira, torna-se quase impossível represar essas pessoas no lado peruano. Com os serviços de assistência social e de saúde precários, o prefeito da cidade brasileira, Antônio Zum (PSDB), pediu auxílio imediato do governador Gladson Cameli (Progressistas) para dar conta da demanda exigida pelo número de estrangeiros que chega à cidade todos os dias.
Além da alimentação, o prefeito relata que também é preciso oferecer acomodações para os imigrantes, incluindo água potável, equipe multidisciplinar para entrevistá-los e catalogar o perfil de cada um, para onde vão e por que estão acessando o Brasil pelo município. “Antes eram pessoas que estavam saindo do Brasil em busca de outros países. Chegamos a reter aqui mais de 300 pessoas, alojar em escolas. Agora um novo fluxo traz essas pessoas para Assis Brasil. Estão enchendo as escolas, e não conseguimos dar conta disso. São 700 refeições, incluindo café, almoço e janta. Não tenho como dar conta disso lá”, afirma.

Dentre os 250 migrante que chegaram ao Brasil na última semana, maioria veio da Venezuela Foto: Prefeitura de Assis Brasil/Divulgação
Segundo Zum, os venezuelanos são maioria entre os que chegaram à cidade e o custo para mantê-los já ultrapassa R$ 1 milhão. A chegada diária de estrangeiros passou de cinco para até 30 pessoas. Quadro crítico que promete piorar ainda mais em novembro. “Estou pedindo apoio, ajuda. Não tenho como suportar isso num momento em que as receitas caíram. Dependemos quase que exclusivamente das verbas constitucionais. A gente está sofrendo bastante com isso, é uma situação muito difícil, delicada, e não sabemos mais a quem recorrer a partir daqui”.
A secretária nacional da Família, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Angela Vidal Gandra, em visita ao Acre semana passada, participou de uma reunião com equipes do governo estadual e da seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para discutir a situação dos venezuelanos. “Aqui no Acre nos chamou atenção a saúde básica. É necessário viabilizar vacinas e outras questões que amparem o bem-estar dos imigrantes. Estamos aqui exatamente para saber no que podemos ajudar”, destacou ela, no encontro.
ONDE FICA:

A situação, conforme a secretária de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres, Ana Paula Lima, é acompanhada de perto pelas autoridades, seguindo determinação do governador. Ela alerta que, apesar de os venezuelanos entrarem no País pelo Acre, Roraima ainda é referência para a maioria. “Quanto à rota, os migrantes vindos diretamente da Venezuela continuam adentrando ao Brasil por Roraima. A maioria que chega diretamente pelo Acre, já vem de outros locais, como o Peru. O Estado assegura acolhimento temporário em condições dignas e de segurança aos migrantes”, afirmou.
Ana Paula ressalta também que foi criado um grupo de trabalho responsável por avaliar a situação dos imigrantes e viabilizar auxílio a todos eles por meio das secretarias locais. “Seguindo o fluxo, os migrantes são acolhidos nos abrigos provisórios. Ainda como suporte ao município, o Estado repassou ajuda no valor de R$ 120 mil, incluindo fraldas, colchões e 650 cestas básicas”, disse ela, ao destacar que estrangeiros de outras nacionalidades também têm chegado.
“De 2010 até hoje, o Acre recebeu 44.259 imigrantes de 36 nacionalidades. A parceria entre Estado, governo federal e entidades, é fundamental para gerir o fluxo migratório”, disse. Os números somam todos que já passaram pela fronteira e se legalizaram, passando pelo crivo das autoridades acreanas, e são atualizados diariamente.
Barrados pela pandemia
Os migrantes que chegaram ao Acre nos últimos dias estão sendo obrigados a permanecer em Assis Brasil por causa da pandemia da covid-19, e estão sem data para seguir viagem. Com as medidas restritivas em razão da crise sanitária, a Polícia Federal suspendeu a emissão de registro de entrada desses estrangeiros.
Os venezuelanos que estão chegando ao Brasil pelo Acre se deslocaram por cerca de 20 dias e passaram pela Colômbia. Apesar de mais longa, a rota é considerada mais barata, mas não mais fácil: é preciso fazer caminhada, atravessar rios de barco e ainda contar com as caronas nas estradas de barro por onde passam. É a tentativa de não ser pego pela polícia.
A psicóloga Ivanete Cunha Alves, que acompanha o êxodo desde o início, avalia como crítica a situação dos migrantes na cidade. Apesar da tentativa de manter essas pessoas em condições adequadas, o número de estrangeiros dificulta a manutenção dos serviços e aumenta a tensão entre os que chegam e os que já estão abrigados.
“Como a fronteira está fechada, a Polícia Federal não deixa eles seguirem viagem. Quando eles chegam na polícia, são deportados porque estão ilegais. Quando eles chegam aqui, a prefeitura dá a alimentação para eles não ficarem com fome. Nós temos aqui pessoas doentes, uma idosa cega, crianças autistas e até um idoso com bolsa de colostomia”, revela a psicóloga.
A tentativa diária da equipe multidisciplinar é de controlar os ânimos entre os estrangeiros. A psicóloga diz que apesar de estar com os documentos pessoais em mãos, o impedimento para seguir viagem deixa o ambiente ainda mais instável. “Isso não permite que eles entrem no município. Eles não têm refúgio e nem residência, estão ilegais”, destaca.
Ivanete Alves destaca que a justificativa dos estrangeiros para virem ao Brasil é basicamente a mesma, e inclui perseguição política, fome e a falta de emprego na Venezuela. O medo de que o novo coronavírus se espalhe no abrigo é contínuo e tem exigido atenção das autoridades do setor de saúde.
“A gente sempre verifica a temperatura do pessoal que chega aqui na cidade. Quando a equipe médica vai para o abrigo, tendo a suspeita de estar com covid-19, a gente já faz o teste rapidamente e isola essas pessoas se for preciso. Dentro das condições, está sendo dada a assistência para proteger a eles e à população da cidade”, afirma a psicóloga.
País vizinho vive crise econômica e êxodo crônico
Há quase duas décadas a Venezuela vive um cenário de crise econômica, social e política. Com o colapso nacional, o cenário humanitário do País foi duramente castigado. Além disso, a inflação passa de 1.000.000%, pressionando milhares de famílias a buscarem uma nova vida em outros países da América Latina.

‘Estão enchendo as escolas, e não conseguimos dar conta disso’, afirma o prefeito de Assis Brasil, Antônio Zum (PSDB) Foto: Prefeitura de Assis Brasil/Divulgação
O chamado “êxodo venezuelano” se destacou após os imigrantes fugirem e começarem a entrar no Brasil por Roraima. Com a crise cada dia mais acentuada, as autoridades brasileiras entraram em estado de atenção e manifestaram preocupação com a entrada dos estrangeiros.
O êxodo, que pode atingir até 5 milhões de pessoas, segundo previsão da Organização das Nações Unidas (ONU), fez aumentar a pressão, reforçando os anseios por novas políticas de Estado para receber e dar assistência aos imigrantes que buscam refúgio nas cidades brasileiras. No cenário econômico, o país vizinho sofreu ainda mais após as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos. Com isso, aumentou a onda de críticas ao governo e de denúncias de corrupção na gestão Nicolás Maduro.
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Gladson e Mailza reforçam investimentos em segurança, formam 45 militares da Rotam e elevam qualificação da PM a 90%
Ao participarem da formatura do 2º Curso de Operações Rondas Ostensivas Tático Móvel (2º COR/2025), o governador Gladson Camelí e a vice-governadora Mailza Assis reafirmaram o compromisso do Governo do Acre com o fortalecimento da Segurança Pública, uma das áreas prioritárias da gestão. A capacitação de 45 militares representa um investimento de R$ 4,3 milhões e consolida o avanço estrutural da Polícia Militar do Acre, que encerra o ano com cerca de 90% da tropa qualificada.
Durante 82 dias, os formandos enfrentaram uma rotina intensa de treinamentos técnicos e operacionais para integrar a Rotam, unidade especializada da PM-AC. O curso reuniu 40 policiais militares do Acre, dois do Mato Grosso e três policiais penais acreanos, com instruções que incluíram sobrevivência na selva, operações ribeirinhas e aéreas, patrulhamento de fronteira, abordagem tática, legislação policial e técnicas de tiro.
A Companhia Rotam, que completou sete anos de fundação em setembro, consolidou-se como referência no policiamento tático móvel no estado.
Para o governador Gladson Camelí, a iniciativa representa um avanço concreto na política de segurança pública. “A segurança é uma das áreas mais sensíveis para qualquer gestão pública. Por isso, nosso governo tem priorizado estruturar as forças policiais com preparo técnico, equipamentos e valorização profissional, garantindo mais proteção às famílias acreanas”, afirmou.
Durante a solenidade, o governador também anunciou a entrega de 1.055 pistolas Glock e 3.622 uniformes, com investimento de R$ 4,3 milhões, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AC).
Gladson Camelí destacou ainda o apoio da bancada federal e dos deputados estaduais na viabilização de recursos e na aprovação de legislações estratégicas para o setor, além de reconhecer a atuação da vice-governadora Mailza Assis. “Agradeço à vice-governadora pela lealdade, competência e compromisso com o Acre, sempre presente nas decisões estratégicas do governo”, frisou.
A vice-governadora e secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, ressaltou que os investimentos em segurança pública refletem diretamente na proteção de vidas e no cuidado com os mais vulneráveis. “Investir em segurança é proteger famílias, mulheres vítimas de violência e pessoas em situação de vulnerabilidade. Esse trabalho é amplo, integrado e beneficia toda a sociedade. Parabenizo cada formando pelo compromisso diário de servir e proteger a população acreana”, destacou.
90% da tropa capacitada
Segundo a comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marta Renata Freitas, a corporação encerra 2025 com cerca de 2 mil policiais capacitados, o que corresponde a aproximadamente 90% do efetivo. “Foram formações em áreas operacionais, administrativas, licitações, inteligência e até inteligência artificial, tanto na capital quanto no interior. Investir em qualificação significa melhorar o serviço prestado à sociedade”, afirmou.
A comandante também destacou a evolução do orçamento da PM desde o início da atual gestão. Em 2019, o orçamento da corporação era de R$ 5 milhões; atualmente, ultrapassa R$ 22 milhões, refletindo a prioridade dada à segurança pública.
Durante a solenidade, o governador Gladson Camelí assinou ainda a autorização para que 28 candidatos aprovados em concurso público ingressem no curso de formação da Polícia Militar a partir de janeiro do próximo ano, reforçando o efetivo da corporação.
Reconhecimento e representatividade
Em reconhecimento à gestão que priorizou o fortalecimento do Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), o governador e a vice-governadora foram homenageados pela nova turma da Rotam. Os formandos realizaram uma apresentação operacional durante a cerimônia, acompanhados por autoridades e familiares.
Entre os destaques da turma está a soldado Jucyellen Lima do Nascimento, única mulher a concluir o curso nesta edição. Após 82 dias de treinamento intenso, ela destacou o sentimento de superação. “Essa conquista representa não só uma vitória pessoal, mas também um incentivo para outras mulheres que desejam seguir a carreira operacional. Foi um período desafiador, mas marcado pelo apoio dos colegas e da família”, afirmou.
Atualmente, dos 1.963 policiais capacitados da PM, cerca de 1,7 mil receberam formação no próprio Acre, enquanto os demais participaram de cursos em parceria com outras forças de segurança.
O diretor de Ensino da Polícia Militar, coronel Manoel Jorge da Silva, classificou o curso da Rotam como um dos mais elevados níveis de capacitação policial. “Não se trata apenas de técnica, mas de mentalidade, disciplina, coragem e responsabilidade. A Rotam é sinônimo de pronta resposta e atuação precisa diante do crime violento, garantindo a presença firme e legal do Estado”, concluiu.
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PREFEITURA MUNICIPAL DE EPITACIOLÂNDIA – AVISO DE LICITAÇÃO
ESTADO DO ACRE
PREFEITURA MUNICIPAL DE EPITACIOLÂNDIA
COMISSÃO MUNICIPAL PERMANENTE DE LICITAÇÃO – CMPL
AVISO DE LICITAÇÃO
CONCORRENCIA N.º 002/2025.
DATA PARA RETIRADA DO EDITAL: 16/12/2025 à 02/01/2026.
TIPO DE LICITAÇÃO: Menor Preço Global.
DATA DA ABERTURA: 05 de janeiro de 2026.
HORARIO: 09h00min (nove horas).
LOCAL: Rua Capitão Pedro de Vasconcelos n° 257 – Sede da Prefeitura Municipal de Epitaciolândia.
OBJETO: Contratação de Serviços de Engenharia, para realização da reforma da UBS JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO, conforme contrato de repasse n° 19023.2490001/23-011, para atender as necessidades do Município de Epitaciolândia/AC.
01 – As pastas contendo condições e especificações relativas ao presente Edital, encontram-se à disposição dos interessados para consulta na Secretaria da Comissão de Contratação, no endereço acima.
02 – A Prefeitura Municipal de Epitaciolândia reserva-se ao direito de o todo e qualquer tempo, desistir, revogar adiar ou mesmo anular total ou parcialmente esta Licitação, sem que isto represente direito dos interessados a qualquer pedido de indenização, reembolso ou compensação dos valores.
Epitaciolândia – Acre, 16 de dezembro de 2026.
Agleison Rodrigues dos Santos
Agente de Contratação
Decreto n° 072/2025
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Idoso morre em colisão frontal entre motocicletas no Ramal do Polo, em Brasiléia
Acidente ocorreu na manhã desta terça-feira; mulher e filha adolescente ficaram feridas e foram socorridas
Um grave acidente envolvendo duas motocicletas resultou na morte de um idoso de 76 anos na manhã desta terça-feira (16), no Ramal do Polo, com acesso no km 5 da BR-317 – Estrada do Pacífico, no município de Brasiléia, interior do Acre. A vítima foi identificada como Felipe Berkembrock, natural de Santa Catarina, mas morador do Acre há várias décadas.
De acordo com as primeiras informações, a colisão ocorreu por volta das 6h40 e envolveu outra motocicleta conduzida por Vanderleia Silva Rodrigues, de 30 anos, que transportava a filha adolescente, de 14 anos, na garupa. As circunstâncias do acidente ainda estão sendo apuradas pelas autoridades, já que, segundo relatos iniciais, as motos trafegavam praticamente em linha reta quando houve o choque frontal.
Com o impacto, Vanderleia ficou desacordada no local e foi amparada pela filha até a chegada do socorro. O estado de saúde da condutora ainda não havia sido divulgado até o fechamento desta matéria. Ela foi encaminhada ao Hospital Raimundo Chaar, em Brasiléia, onde recebeu atendimento médico e passaria por uma série de exames. A adolescente também foi avaliada pela equipe de saúde.
Felipe Berkembrock, conhecido na comunidade como “Seu Felipe”, não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu ainda no local do acidente. Equipes da Polícia Técnica foram acionadas e realizaram os procedimentos de praxe. O corpo foi encaminhado ao Hospital Raimundo Chaar, onde será avaliada a necessidade de remoção para o Instituto Médico Legal (IML), em Rio Branco, para exames forenses.
As autoridades seguem coletando informações no local para a elaboração do laudo técnico que deverá esclarecer a dinâmica e as causas do acidente.




















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