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Mundo não está preparado para primo da Covid-19, avalia Kalil

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Médicos durante a pandemia de Covid-19 — Foto: AFP

O médico cardiologista e apresentador do CNN Sinais Vitais, Roberto Kalil Filho, falou sobre a pandemia da Covid-19 durante entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, desta segunda-feira (24).

Para ele, as pessoas não aprenderam a se proteger de novas doenças altamente transmissíveis. Neste mês de março, completa cinco anos desde que a pandemia foi decretada pelo Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O mundo não está preparado [para uma nova pandemia]. Em um aspecto, sim, na urgência da doença que estava matando as pessoas, o desenvolvimento das vacinas foi muito mais rápido”, avaliou. Por outro lado, segundo o médico, “de uma maneira geral, as pessoas esquecem das tragédias. Eu não vejo o mundo preparado para um primo da Covid, por exemplo”.

Ele se justificou dizendo que vê pessoas tossindo em restaurantes e outros lugares sem máscara, o que ajuda na proliferação de doenças como a Covid-19. “Então cadê a cultura disso? O que aprendemos? Nada“, ressaltou o cardiologista.

Aumento de doença em jovens

Roberto Kalil Filho foi questionado sobre o aumento de doenças cardiovasculares em jovens. O médico relacionou a crescente de infartos, por exemplo, à falta de cuidados que os jovens mantém com a saúde.

“O infarto mata qualquer idade, então aproveitando sua pergunta, o jovem também infarta. (…) Infelizmente, os jovens muitas vezes não se cuidam”, opinou. O especialista destacou que o aumento de doenças cardiovasculares em pessoas mais novas está ligado a poucas práticas saudáveis e ao abuso de bebidas alcoólicas e cigarros.

A incidência de infarto, segundo o médico, continua sendo maior em homens de mais de 55 anos.

Capacitação de médicos

Durante a entrevista, Kalil falou sobre o aumento de faculdades de medicina e avaliou que essa crescente pode impactar negativamente a capacitação dos médicos.

“O Brasil precisa de mais médicos? Sim. Mas o grande problema é que, atualmente, cerca de 45 mil novos médicos se formam por ano, e muitos deles saem com uma formação aquém do ideal. Esse é o verdadeiro desafio: garantir qualidade e capacitação adequadas ao médico recém-formado”, disse.

O cardiologista também debateu sobre o Exame Nacional de Proficiência em Medicina (ENPM), conhecido como a “OAB da Medicina”.

“Sou a favor de avaliações periódicas: no segundo, no quarto e no sexto ano do curso de medicina. Além disso, o Ministério da Educação deveria aplicar critérios mais rigorosos na fiscalização das faculdades. Com essas medidas, a qualidade dos médicos formados certamente melhoraria”, acrescentou.

“Eu sou favorável a uma melhor formação dos médicos das faculdades desse país, pois, muitas vezes, fica aquém do que é necessário para cuidar de um paciente”, conclui.

Saúde de Lula

Roberto Kalil também foi questionado sobre o atual estado de saúde do presidente Lula, que passou por uma cirurgia em dezembro. De acordo com o médico, o chefe do Executivo está “totalmente liberado” para viagens e compromissos de seu cargo.

“Neste momento, o presidente se encontra liberado para qualquer atividade. Ele está totalmente liberado. O que ele teve não foi uma doença, foi um acidente. Página virada. Ele tá liberado pela equipe médica para seguir a vida dele normal. Sem nenhuma restrição”, explicou.

Lula está cumprindo sua viagem mais longa desde o procedimento, com passagens por Tóquio, no Japão, e Hanói, no Vietnã. Ele retorna ao Brasil no sábado (29).

Ao recordar o incidente, ele disse: “Primeiramente, foi uma surpresa porque ninguém esperava esse sangramento. (…) Optamos por transferir para São Paulo com autorização dele [Lula] e da dona Janja”.

O médico ressaltou que Lula o pediu para que todos os procedimentos fossem informados publicamente por Kalil. O cardiologista também falou sobre a possibilidade do político se candidatar novamente nas eleições de 2026.

“Ele tem todas as condições de disputar uma eleição e exercer o cargo. (…) Do ponto de vista médico, os exames dele são normais e ele é um paciente que se cuida e faz exercício. O presidente nunca deixou de fazer exercício, ele acorda de madrugada para correr e andar de esteira”, completou.

Fake news e IA

Roberto Kalil ainda debateu durante a entrevista sobre as fake news na Medicina e a IA (inteligência artificial).

“O grande problema das fake news da saúde é que as fake news mata e o combate não pode ser simplista. 50% das fake news da saúde os usuários não checam e 70% viralizam”, destacou.

Ele assegurou, no entanto, que o Conselho Federal de Medicina combate as falsas informações com rigor.

Quanto à IA, Kalil disse que a tecnologia “nunca irá substituir um médico”. Embora tenha ressaltado que a medicina digital salvou milhares de vida na pandemia, por exemplo, o médico destacou que os robôs vieram apenas para ajudar.

“O dia que o médico não existir, não existe Medicina. Um robô não tem a mínima capacidade de examinar como um médico. No dia que isso acontecer, a Medicina acaba”.

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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau

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Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada 

A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.

A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.

Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.

A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.

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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal

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Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada 

O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.

O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.

Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).

As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.

Assinatura eletrônica

O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.

A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.

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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho

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Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada 

Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.

Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.

O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

Veja vídeo:

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