Brasil
Mulheres no Acre ganham 9,75% menos que homens, apesar de diferença salarial ser menor que a média nacional
Análise do PET Economia da UFAC aponta renda média para homens; hiato menor pode refletir mercado de trabalho precarizado, dizem especialistas

O PET Economia ressaltou a importância de políticas públicas que promovam a equidade de gênero, como a ampliação de oportunidades de emprego. Foto: art/divulgação
Um estudo divulgado pelo Programa de Educação Tutorial de Economia da Universidade Federal do Acre (PET Economia – UFAC) revelou que as mulheres no estado recebem, em média, 9,75% menos que os homens. A análise, baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), que aponta a diferença de renda entre homens e mulheres no estado.
De acordo com os dados, a renda média dos homens no Acre é de R$ 2.781,08, enquanto a das mulheres é de R$ 2.509,93, resultando em uma diferença absoluta de R$ 271,15 e um hiato de 9,75%.
Apesar de o hiato salarial no Acre ser menor do que o registrado em outras regiões do país, o PET Economia alertou que essa diferença reduzida não necessariamente indica maior equidade. De acordo com o grupo, o cenário pode ser reflexo de um mercado de trabalho com baixos salários e uma população economicamente vulnerável, onde tanto homens quanto mulheres estão sujeitos a condições precárias de emprego e remuneração.
A desigualdade de renda entre gêneros é um fenômeno nacional, mas suas causas variam conforme o contexto de cada estado. No caso do Acre, o mercado de trabalho restrito e a predominância de ocupações informais e de baixa remuneração podem explicar a menor disparidade salarial. No entanto, especialistas destacam que a diferença, mesmo menor, ainda reflete desigualdades estruturais, como a sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidados que recai sobre as mulheres, limitando suas oportunidades no mercado formal.
O PET Economia ressaltou a importância de políticas públicas que promovam a equidade de gênero, como a ampliação de oportunidades de emprego, a valorização de profissões majoritariamente femininas e a garantia de acesso a creches e escolas em tempo integral. Essas medidas podem contribuir para reduzir a desigualdade e melhorar as condições de vida das mulheres no estado.
Enquanto isso, o debate sobre a equidade salarial segue como um desafio não apenas no Acre, mas em todo o Brasil, onde as mulheres continuam a enfrentar barreiras históricas para alcançar igualdade de oportunidades e renda no mercado de trabalho.

No caso do Acre, o mercado de trabalho restrito e a predominância de ocupações informais e de baixa remuneração podem explicar a menor disparidade salarial. Foto: cedida
Comentários
Brasil
PM é morto a tiros em comunidade da Zona Norte do Rio
Segundo testemunhas, agente teria sido reconhecido pelos criminosos, que atiraram contra ele. Militar estaria a caminho da casa da filha.

Carro onde estava o policial militar morto — Foto: Reprodução
Um policial militar foi morto a tiros na tarde deste sábado (22) na comunidade Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, Zona Norte do Rio. O nome dele não foi divulgado.
De acordo com as primeiras informações, o militar seguia um aplicativo de GPS e teria entrado por engano na comunidade.
Segundo testemunhas, o agente foi reconhecido pelos criminosos, que atiraram contra ele. A vítima perdeu o controle da direção e acabou batendo com o carro.
Os bandidos teriam levado a arma e o celular do PM. A corporação não se pronunciou sobre o roubo.
O crime aconteceu na Rua Paulo Viana, e o policial estaria a caminho da casa da filha.
O policial era lotado na Diretoria-Geral de Pessoal (DGP).
A Polícia Civil informou que, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga a morte do policial.
Ainda segundo a corporação, uma perícia foi realizada no local e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.
Comentários
Brasil
Proibição de importação de resíduos desafia indústria e impulsiona reciclagem no Brasil

Foto: Getty Images/ Christopher Pillitz
Recém-sancionada pelo Presidente da República, a Lei nº 15.088/2024 proíbe a importação de resíduos sólidos e rejeitos e deve impulsionar a reciclagem interna no Brasil. A nova lei é de suma importância, pois o país gera cerca de 90 milhões de toneladas de resíduos/ano, mas recicla apenas 8%, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
Tal índice, além de preocupante, reflete a falta de infraestrutura adequada, a ineficiência de processos de reciclagem e a escassez de material reciclável de qualidade. Apesar disso, a importação de resíduos tem sido uma prática comum no Brasil, em parte devido à disponibilidade e à qualidade superiores dos materiais vindos de fora, muitas vezes adquiridos a preços mais competitivos.
Agora, vivemos um novo momento, no qual a proibição da importação impõe uma nova realidade, que exige uma reformulação urgente na gestão de resíduos sólidos no país. Na prática, há anos o Brasil recicla uma quantidade de resíduos muito pequena em comparação com o montante gerado, reflexo tanto da falta de capacidade para coletar, processar e reintegrar os resíduos ao ciclo produtivo com eficiência como dos altos custos envolvidos na coleta e no processamento dos resíduos locais.
Esse cenário contribuía para a dependência das importações em detrimento da busca de soluções internas mais eficientes e sustentáveis.
Para superar esses desafios, é crucial investir na gestão de resíduos sólidos como um todo. A infraestrutura de coleta seletiva, por exemplo, ainda é incipiente, e o modelo atual precisa ser ampliado para cobrir mais regiões e atingir uma parcela cada vez maior da população. Além disso, a educação ambiental é parte relevante desse processo, uma vez que conscientizar a sociedade sobre a importância da separação correta dos resíduos é um passo essencial para o sucesso de qualquer política pública relacionada à reciclagem.
Ao mesmo tempo, é preciso garantir que as cooperativas de catadores, que desempenham papel fundamental na triagem e no encaminhamento dos resíduos recicláveis, tenham o suporte necessário para atuar de maneira mais eficiente e em condições adequadas de trabalho.
O governo federal defende que a proibição da importação de resíduos ajudará a fortalecer a reciclagem nacional, criando um incentivo para o setor privado, bem como estimulando as iniciativas públicas a investirem mais na reciclagem doméstica.
Para que isso seja possível, no entanto, será necessário mais do que uma simples proibição. É preciso que haja uma regulamentação clara, que defina quais são as metas, os processos e os incentivos capazes de transformar a reciclagem em um setor mais robusto.
A implementação de incentivos fiscais, o apoio às indústrias que adotam práticas de economia circular e o investimento em tecnologias que possam tornar a reciclagem mais eficiente são medidas necessárias para concretizar o objetivo almejado.
Outro aspecto fundamental é que a medida pode resultar na criação de milhares de empregos, especialmente no setor de gestão de resíduos e na indústria de reciclagem, além de reduzir os impactos ambientais causados pelo excesso de resíduos.
Já existem diversas empresas que estão à frente do processo de transformação dos resíduos em novos produtos, como as de reaproveitamento de plásticos para a produção de peças automotivas e as que usam resíduos eletrônicos para a fabricação de novos dispositivos. Essas inovações não só reduzem a dependência de recursos naturais como também criam um ciclo econômico mais sustentável.
A Lei nº 15.088/2024 representa um avanço significativo na política ambiental brasileira e tem o potencial de transformar o país em um líder global em economia circular, mas seu sucesso dependerá de ações coordenadas e de uma implementação eficiente, com o envolvimento de todos os setores: público, privado e sociedade civil.
A responsabilidade compartilhada entre os diferentes atores é essencial para garantir que a reciclagem no Brasil possa atingir patamares maiores, de modo a reduzir o uso de recursos naturais e a privilegiar a circularidade.
*Patrícia Iglecias é Professora e Coordenadora do Centro de Pesquisa e Inovação em Clima e Sustentabilidade da USP. Foi Secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e Presidente da CETESB.
Por: Metrópoles
Comentários
Brasil
Fuzil, carabina e munições são apreendidos em operação no Tocantins
Durante uma operação da Polícia Civil em Colinas do Tocantins, foram apreendidas duas armas de uso restrito, incluindo um fuzil, uma carabina, uma pistola e centenas de munições. A ação envolveu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em um imóvel na área urbana da cidade e em uma fazenda.
A Operação Narke investiga dois homens suspeitos de estuprar, sequestrar e manter em cárcere privado uma adolescente. Ambos os suspeitos estão foragidos, e a Polícia Civil optou por preservar mais detalhes sobre o caso em função da idade da vítima.
Você precisa fazer login para comentar.