Brasil
Moraes acha que Bolsonaro acabou com a vida dele, diz Cid em mensagem
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ministro Alexandre de Moraes (STF) acredita que Jair Bolsonaro “acabou com a vida dele”. E que, por isso, buscaria vingança.
O relato do ex-ajudante de ordens da Presidência, que virou delator na ação penal sobre golpe de Estado, foi direcionado a um advogado em mensagem privada do Instagram obtida pela coluna.
De acordo com Cid, Moraes desabafou com o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, de quem o ministro do STF é próximo. Tomás, por sua vez, teria repassado a conversa que teve com o magistrado ao também general Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
“A prisão do [assessor Marcelo] Câmara é uma vergonha. Você sabe que a pressão é pra tentar f… Mas ele [Alexandre de Moraes] não vai soltar tão cedo. Ele tem raiva e ódio. Ele acha que PR [Bolsonaro] acabou com a vida dele… (CMT EB que conversou com ele e passou para o meu pai)”, disse Cid na mensagem de texto.
“Ele vai querer acabar com a vida do PR e do entorno”, prosseguiu o delator. As mensagens foram trocadas com o advogado Eduardo Kuntz, que representa Câmara, assessor de Bolsonaro.
Kuntz foi a um cartório e fez atas notariais das mensagens que trocou com Cid. O advogado anexou o conteúdo à ação penal na qual Bolsonaro e aliados são acusados de golpe de Estado.
O futuro da delação de Cid
Advogados do ex-presidente pedem a anulação do acordo de colaboração premiada de Cid, porque o delator não poderia ter conversado com advogados de outra parte durante as investigações.
Ministros do STF, contudo, sustentam que as informações obtidas via delação podem continuar válidas, mesmo que o delator perca o direito a benefícios.
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Brasil
Espéculo vaginal é redesenhado por engenheiras para reduzir dor e medo em exames ginecológicos
Protótipo inspirado em flor arrecadou 100 mil euros em dois dias e busca melhorar a experiência das pacientes. Câncer do colo do útero pode ser detectado pelo exame de Papanicolau ou pelo exame de HPV, ambos realizados com um espéculo

Fotografia mostra o Lilium, um protótipo de uma alternativa de plástico impressa em 3D ao espéculo ginecológico (embaixo), e um espéculo de metal tradicional (em cima) — Foto: Stéphanie HAMEL / AFP
Frequentemente associado a dor, o espéculo vaginal é um instrumento-chave para exames ginecológicos essenciais no mundo todo. Para mudar esse cenário, duas engenheiras da Universidade de Delft, nos Países Baixos, redesenharam o utensílio para que seja menos intimidador e doloroso.
“Infelizmente, tenho muita experiência com o espéculo vaginal. Nunca o vi como uma experiência agradável e sempre me perguntei por que ele tem essa aparência”, disse à AFP Tamara Hoveling, uma das pesquisadoras do projeto.
História obscura
A doutoranda em desenho médico industrial mergulhou na obscura história por trás da criação do espéculo. Uma das versões é que o objeto foi desenvolvido pelo médico americano James Marion Sims há 180 anos.
“Foi testado em mulheres escravizadas sem a permissão delas”, explicou essa jovem de 29 anos que afirmou que “isso a motivou ainda mais a desenvolver o projeto”.
Hoveling se juntou a Izcara Gual, que cursava um mestrado de engenharia de desenho industrial em Delft.
“Durante as entrevistas, fiz esboços inspirados na forma original, mas as pessoas ainda os achavam assustadores”, disse a pesquisadora espanhola de 28 anos.

Hoveling e sua colega espanhola Ariadna Izcara, designer industrial, desenvolveram juntas o Lilium como uma alternativa ao espéculo vaginal de metal. — Foto: Stéphanie HAMEL / AFP
O espéculo de Cusco, o modelo mais utilizado, é um dispositivo de metal com uma alça, um espigão e um parafuso para ajustar sua abertura dentro da vagina. Para muitas pessoas, sua inserção é desconfortável ou até mesmo dolorosa e causa ansiedade.
“Quando você se assusta, os músculos se contraem e isso dificulta ainda mais o relaxamento. Então quando o espéculo abre, empurra os músculos tensos e causa ainda mais dor”, disse Hoveling.
Este detalhe foi levado em conta pelas pesquisadoras na hora de desenvolver sua ideia.
“Tentei buscar formas que pudessem estar relacionadas com os órgãos reprodutores, como por exemplo a flor, que também se abre”, disse Gual.
O resultado foi um protótipo chamado Lilium (nome científico da flor do lírio) que se assemelha a um tampão em seu plástico macio e aplicador, tornando-o mais familiar para as mulheres.
“Foi desenhado pensando mais nas pacientes do que nos médicos. Realmente, tentamos melhorar a experiência de conforto em uma zona sensível”, conta a pesquisadora.
No entanto, o objeto também leva em conta as necessidades médicas, pois se abre em três lados para evitar que as paredes vaginais se fechem e, assim, permite melhor visibilidade durante os exames.

A doutoranda holandesa em engenharia de design industrial na TU Delft, Tamara Hoveling, segura o Lilium, um protótipo de uma alternativa plástica impressa em 3D ao espéculo ginecológico — Foto: Stéphanie HAMEL / AFP
Um sucesso esmagador
O projeto Lilium ainda está em um estágio inicial e são necessários mais testes de ergonomia e pesquisas sobre materiais duráveis para aperfeiçoar o protótipo. Em seguida, as pesquisadoras terão que obter certificação de segurança, realizar testes em humanos e ter autorização de comercialização.
Para arcar com essas etapas, elas lançaram uma campanha de financiamento coletivo que rapidamente atraiu a atenção da mídia holandesa.
Em apenas dois dias, a campanha arrecadou 100.000 euros (117 mil dólares ou 651,8 mil reais na cotação atual), superando em muito as expectativas.
“Também é um sinal. É a prova de que há pessoas que realmente querem mudanças, que há um problema real e que as soluções atuais do mercado não são as melhores”, disse Hoveling.
“Recebi muitos e-mails de mulheres dizendo que realmente não vão ao ginecologista por causa desse dispositivo, porque têm medo, porque tiveram uma experiência traumática”, disse ela.
O câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Ele pode ser detectado pelo exame de Papanicolau ou pelo exame de HPV, ambos realizados com um espéculo.
Com financiamento para desenvolver adequadamente essa nova ferramenta ginecológica, a Lilium poderia salvar vidas em cinco anos.
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Acre mantém baixa dependência comercial com EUA, revela estudo sobre exportações brasileiras
Com apenas 5,2% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano, estado segue padrão da Amazônia Legal, onde agropecuária predomina sobre produtos industrializados

Os dados constam em levantamento divulgado nesta quarta-feira, 15, pelo portal Brasil em Mapas. Foto: cedida
Um levantamento do portal Brasil em Mapas divulgado nesta quarta-feira (15) revela a posição periférica do Acre no comércio exterior com os Estados Unidos – apenas 5,2% das exportações estaduais têm como destino o mercado norte-americano em 2024. O dado acompanha a tendência da região Norte, onde todos os estados apresentam participação abaixo da média nacional de 12% nas vendas para os EUA.
O estudo aponta um contraste econômico relevante: enquanto estados industrializados como Ceará (45%) e Espírito Santo (30%) lideram as exportações para os EUA, a Amazônia Legal – onde predominam produtos agropecuários – aparece em desvantagem no comércio exterior. A análise mostra que:
93,8% das exportações brasileiras para os EUA são de produtos industrializados ou do setor extrativo
Apenas 5,72% correspondem ao setor agropecuário, base econômica dos estados amazônicos
O Acre segue o padrão regional, com Rondônia (4,9%), Pará (3,6%) e Roraima (0,3%)
Especialistas apontam que os dados revelam a necessidade de políticas públicas específicas para diversificar a pauta exportadora dos estados amazônicos, reduzindo a dependência de commodities e agregando valor à produção regional. O padrão reforça desafios históricos de desenvolvimento econômico na região Norte.
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“Lei da reciprocidade será em último caso”, diz Jorge Viana sobre tarifaço de Trump
O cenário atual afeta diversos setores da economia brasileira, incluindo a exportação de suco de laranja, aço, proteína animal, além da indústria aeronáutica

Jorge Viana reforça a importância do diálogo e destaca que os dois países têm 201 anos de relações diplomáticas. Foto: internet
CNN
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (11), a importância de manter uma abordagem diplomática nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Segundo ele, a lei de reciprocidade em resposta ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros só será utilizada em último caso e que o diálogo deve ser priorizando.
Viana enfatizou os 201 anos de relações diplomáticas entre os dois países e defendeu a necessidade de “limpar a área” para facilitar as negociações. Uma das propostas sugeridas é a extensão do prazo por 90 dias para a entrada em vigor das novas tarifas, permitindo maior tempo para discussões sobre o impacto na balança comercial.
O cenário atual afeta diversos setores da economia brasileira, incluindo a exportação de suco de laranja, aço, proteína animal, além da indústria aeronáutica. Viana citou como exemplo o caso da tilápia, onde dos US$ 55 milhões exportados globalmente pelo Brasil, US$ 52 milhões são destinados ao mercado americano.
Apesar das tensões, Viana mantém uma postura otimista e pragmática, destacando o apoio internacional recebido pelo Brasil, incluindo manifestações da China, Europa e importantes figuras políticas americanas. Ele ressalta que um posicionamento equilibrado é fundamental, considerando que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
O representante da ApexBrasil também apontou a ausência de um embaixador americano no Brasil como um fator que dificulta as negociações, mas reforçou a importância de manter o foco nas condições comerciais, que segundo ele são favoráveis para uma boa negociação entre os países.