Acre
Moisés Diniz propõe PEC para que a União pague salários dos professores do Acre
Na prática, deputado quer que as mesmas regras aplicadas ao pagamento dos deputados, seja aplicada aos professores. Leia o discurso na íntegra:
O deputado federal Moisés Diniz (PCdoB-AC) ocupou a tribuna do Congresso para defender a federalização da educação. Em seu discurso, Moisés apontou um quadro bastante conhecido do sucateamento da educação pública no país, mas não ficou apenas na crítica: propôs a federalização do pagamento do salário dos professores estaduais. Na prática, Moisés quer que as mesmas regras aplicadas ao pagamento dos deputados, seja aplicada aos professores. Leia o discurso na íntegra:
Senhor Presidente, senhoras e senhores deputados,
Hoje eu quero falar sobre a maior de todas as indecências, a maior de todas as injustiças, a maior de todas as enganações: a forma como é composto o salário de Professor no Brasil.
Se tivermos paciência pra ler os números da Educação brasileira, iremos quebrar todos os argumentos que usaram, durante o Império e a República, pra enganar os Professores, as artimanhas constitucionais e as falácias educacionais.
Mas, antes de falar de salário do Professor, é muito importante lembrar:
– Apenas 20% dos professores primários do Brasil têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.
– Existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca e Portugal, a relação é de um para dez.
– No Brasil existe 1,5 ‘não professores’ para cada um Professor na sala de aula, enquanto a média mundial é o oposto: um ‘não professor’ para cada três Professores. Isso significa dizer que, enquanto temos 2,5 milhões de Professores, temos 3,5 milhões de ‘não professores’.
– Nós temos problemas sérios de leitura, debilidades na área da matemática, violência nas escolas (por falta de dinheiro, prefeitos e governadores substituíram homens e mulheres por olhos de vidro das câmaras de vigilância), evasão escolar vergonhosa, adolescentes fora da escola, milhões de brasileiros que, sequer, chegam ao ensino médio, escolas precárias, que são menos confortáveis e, seguramente, menos suntuosas do que os banheiros de palácios legislativos e tribunais, salas de aula sem refrigeração.
– Aqui cabe uma lamentação: nenhuma sala de tribunal ou casa legislativa, nenhuma sala da administração pública funciona sem refrigeração, mas, nossas escolas, em mais de 80% não sabem o que é ar condicionado em suas salas de aula. Tem refrigeração nos banheiros dos palácios, tribunais, casas legislativas e ministérios, mas, não têm ar condicionado nas salas de aula da nação.
Vamos voltar ao salário de Professor no Brasil. Montaram um aparato jurídico para enganar os Professores. Há 27 pisos salariais estaduais, nos 26 Estados e no DF. Há 5.570 pisos salariais municipais nas 5.570 cidades brasileiras. Criaram essa teia monstruosa de milhares de pisos, pra enganar os Professores e lhes pagar o 2º pior salário entre os 38 países da OCDE.
Têm mais de cinco mil pisos salariais, mas, os impostos que financiam a Educação são os mesmos. Isso é uma covardia com os Professores. Nós nunca vamos ter um salário decente para os Professores, com 5.570 pisos salariais, determinados por 5.570 Câmaras Municipais. Os senhores sabem que essa foi a forma encontrada pra enganar os Professores. Como uma mãe sem alma, a União entregou seus filhos para a vizinha pobre criar. E, em duzentos anos, o salário de Professor seguiu essa baderna de pisos, com valores abaixo da África.
Há coisa mais indecente? Isso, do ponto de vista moral, é uma prostituição. Estão enganando os Professores do Brasil há 191 anos, desde que criaram o Congresso Nacional. Não há como controlar isso: 5.570 pisos salariais. É uma Torre de Babel salarial, erguida para ludibriar a consciência educacional da nação.
Dividiram a Educação em três níveis e entregaram aos prefeitos, onde está a menor receita e aonde se cobram os menores impostos, a tarefa constitucional de cuidar dos primeiros anos da Educação, incluindo as creches para 2,5 milhões de crianças. O crime é tão bárbaro que 7,5 milhões de crianças, até 4 anos, de acordo com o IBGE, estão fora das creches.
Quando tentamos defender que a União deve pagar o salário de todos os Professores do Brasil, surgem os políticos profissionais e até intelectuais da Educação, para passar na nossa cara, argumentos tão velhos quanto à esquadra de Cabral.
Dizem que não é legal a União pagar o salário dos Professores, já que Estados e Municípios são responsáveis pela Educação, da creche ao 9º ano. Eles dizem: o máximo que podemos fazer é aprovar um Piso Nacional.
Essa é a primeira enganação. É como criar uma lei que dá o direito à escola aonde nem prédio tem. A lei diz quanto se deve pagar, mas, não destina os recursos.
Sem contar que há Estados e Municípios que têm condições, mas, desviam da sala de aula o dinheiro da Educação. Estados e Municípios ricos, com PIB poderoso, pagam salário menor aos seus Professores, do que Estados e Municípios mais pobres. Os exemplos são abundantes e vergonhosos.
Centenas de juristas, de políticos e ditos intelectuais da Educação dizem que o Congresso Nacional não pode intervir nos Estados e Municípios e aprovar que a União pague o salário de todos os Professores do Brasil.
Não podemos aprovar a federalização do salário de Professor?! Mas, aprovamos em lei um Piso Nacional, uma Base Nacional Comum Curricular e determinamos as regras de funcionamento do Ensino Médio, dentre tantas outras leis aprovadas para regular o ensino público no Brasil.
Os deputados podem aprovar uma Escola Sem Partido, pra valer em escolas estaduais e municipais, mas, não podem aprovar uma PEC que federalize o salário de Professor no Brasil.
O Congresso Nacional pode aprovar qualquer lei de funcionamento da Educação nos Estados e Municípios, mas, não pode obrigar a União a pagar o salário dos Professores.
O melhor exemplo é o de deputados e senadores. Nós somos eleitos pelos Estados, representamos os Estados, destinamos emendas parlamentares para os Estados, todos os dias aqui, cuidamos dos interesses dos Estados, mas, somos pagos pela União, um valor de 34 mil reais.
Por que não fazemos com os Professores do Brasil a mesma coisa que fazemos com os membros do Congresso Nacional? Por que não aplicamos as mesmas regras?
A regra é muito simples: Estados e Municípios continuam sendo responsáveis por todas as atividades educacionais e a União paga o salário dos Professores. Simples como a água: é só os deputados e senadores darem aos Professores os mesmos direitos que nós temos.
Estados e Municípios seguirão cuidando da formação, da merenda e do transporte escolar, da construção e reforma de escolas, e a União pagará o salário dos Professores.
E quem cuidará da qualidade do ensino? Alguns questionarão. Além do que já existe de legislação nacional, estadual e municipal, eu lhes digo que o Brasil criou a maior célula de democracia e de controle da Educação que existe no mundo: a escola.
Hoje, no Brasil, a escola é um espaço fantástico de democracia, de controle da qualidade do ensino e de comunhão entre professores, estudantes e comunidade.
A escola hoje, como unidade complexa de democracia e de ensino, tem mais importância do que as secretarias estaduais e municipais de Educação. Diretores de escola e suas equipes são mais importantes para os alunos e para os Professores do que os governantes locais.
Imaginem, senhores deputados, os Professores do Brasil recebendo um salário nacional unificado, como recebem juízes, promotores de justiça e deputados e senadores. Imaginem que salto civilizacional.
Imaginem o salto na qualidade do ensino, os níveis educacionais de primeiro mundo, o vigor e o entusiasmo que tomariam conta das escolas do Brasil.
Essa é a ideia da PEC que apresentei aqui, com 215 assinaturas e que, agora, aguarda parecer da CCJ.
A ideia é muito simples: a União paga o salário dos Professores e Estados e Municípios seguem cuidando de todas as outras áreas da Educação. Como já disse, basta a gente aplicar aos Professores a mesma regra que aplicamos aos deputados e senadores do Brasil.
Nossa proposta é que o salário de Professor no Brasil seja unificado, pago pela União, igual ou maior do que se paga no Distrito Federal ou de outro Estado que venha a pagar o maior salário, na data da aprovação da PEC.
Nossa PEC defende que, em até cinco anos da data de sua promulgação, sejam transferidos todos os Professores estaduais e municipais para os quadros do ministério da Educação.
Será formada, através de lei complementar, uma comissão especial, nomeada pelo senhor Presidente da República, para elaborar legislação que trate de temas que dizem respeito à aposentadoria, repasses constitucionais da Educação e outros assuntos correlatos.
O que nós pedimos aos senhores é que aceitem discutir esse assunto, apenas isso. Que a CCJ receba essa proposta e se instale uma comissão especial.
Vamos ouvir o Brasil, ouvir especialistas, Professores, religiosos, sindicalistas, jornalistas, ouvir o povo brasileiro. Ouvir não tira pedaço de ninguém.
Lembrem que a lei brasileira até definiu o percentual de quanto se deve gastar com pagamento de Professor, nos repasses constitucionais da Educação. Mas, eles sempre encontrarão um jeito de enganar, de burlar a lei.
Aliás, qualquer argumento que vier a ser usado, até de renomados intelectuais, servirá para manter a maior de todas as vilanias: o salário indecente de Professor no Brasil.
Já está devidamente provado que o problema não é só de financiamento da Educação. Por que Acre e Maranhão, por exemplo, pagam melhor seus Professores do que São Paulo e Minas Gerais?
Por isso é preciso federalizar o salário de Professor no Brasil, retirando o controle das oligarquias locais e garantindo financiamento, controle e transparência nacional.
Acho que não há mais o que falar. Resta ter fé que os nossos deputados federais decidam escrever o mais poderoso e mais radiante capítulo da história da nossa nação. Quando não permitirão mais que sigam, por quase dois séculos, enganando os Professores do Brasil.
Sei que alguns vão tratar nossa ideia como absurda. Encontrarão mil argumentos para desqualificar nossa proposta de federalização do salário de Professor, podem até ir pelo caminho da desmoralização. Mas, essa ideia vai sobreviver.
De PC em PC, de smartphone em smartphone, nossa proposta vai viajar, vai ganhar o coração das escolas e dos Professores e abraçar a alma da juventude.
Finalmente, o povo brasileiro perceberá que a equação é muito simples, que autorizar a União, a pagar os salários dos nossos 2,5 milhões de Professores, terá um custo mensal aproximado de 15 bilhões de reais.
Podemos comparar com o custo mensal da folha da União, quanto gastamos por mês com nossos 2 milhões de servidores públicos federais, cargos nos ministérios e com deputados e senadores. Gastamos 283 bilhões de reais por ano, o que corresponde a 21,7 bilhões de reais por mês.
Assumir o pagamento de todos os Professores do Brasil, aumentaria essa folha em 15 bilhões de reais, pagando um salário de cerca de 6 mil reais num contrato de 30 horas semanais. Sequer dobraria a folha atual da União. E estaríamos pagando aos Professores 20% do que pagamos a deputados e senadores. E, mesmo assim, seria uma grande revolução na Educação do Brasil.
Não vou nem comparar esses 15 bilhões de reais, o suficiente pra pagar um salário digno aos Professores do Brasil, com o que a nação retira do seu orçamento pra pagar os juros, os serviços e as amortizações da dívida pública. É um crime tão grande, que os políticos preferem deixar isso apodrecendo debaixo do tapete.
Poderia passar o dia todo apresentando números, para demonstrar que a nação brasileira tem como pagar um salário digno aos Professores do Brasil. Que, se não fizer, é porque seus líderes foram omissos.
Nós, Professores, um dia vamos nos cansar de ouvir exemplos de que, no Japão, o imperador só se inclina para um Professor, de que a Finlândia e a Coreia do Sul se tornaram gigantes porque investiram em Educação.
Um dia vamos nos cansar de ler os livros que esses intelectuais publicam. Vamos nos indignar em saber que autoridades brasileiras enviam técnicos para conhecer o sistema educacional finlandês, mas, pagam salários indecentes aos seus Professores.
Todavia, é preciso ter fé, acreditar que a Câmara dos Deputados não permitirá mais este jogo imoral: um Professor ganhar menos de 10% do maior salário do Brasil.
Muito obrigado!
Dep MOISÉS DINIZ
PCdoB/Acre
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Nove mitos e verdades sobre a saúde para quem vai aproveitar a folia de Carnaval
Professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Cruzeiro do Sul esclarece algumas dúvidas que surgem durante esse período festivo
O Carnaval começa oficialmente em março. Porém, a folia já está a todo vapor com os bloquinhos que acontecem neste mês de fevereiro.
Para quem quer aproveitar a folia com responsabilidade, é sempre bom sanar todas as dúvidas relacionadas à saúde: beijar mais de uma pessoa aumenta o risco de contrair IST? Beber muita água evita a ressaca? Pode misturar cerveja com energético? Glitter causa alergia?
Quem esclarece o que é mito e o que é verdade é Gabriel Barbosa, médico e professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Cruzeiro do Sul. Segundo ele, quem deseja aproveitar ao máximo o Carnaval, sem intercorrências de saúde, precisa tomar alguns cuidados básicos.
1. Beijar várias pessoas diferentes aumenta o risco de contrair Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)?
Mito. Beijar várias pessoas diferentes não aumenta o risco de ISTs. As Infecções Sexualmente Transmissíveis ocorrem durante a relação sexual. Porém, beijar várias pessoas diferentes aumenta o risco de transmissão de herpes labial.
2. Beber grandes quantidades de água antes de consumir álcool ajuda a prevenir a ressaca?
Mito. Beber água antes não previne ou alivia a ressaca, mas ajuda a diminuir os efeitos da desidratação do corpo de uma pessoa que consumiu bebida alcoólica. Ao ingerir bebidas alcoólicas, a pessoa acaba perdendo muito líquido do corpo, então, ingerir água reduz um pouco os sintomas da ressaca, mas não previne.
3. Existe alguma forma de “limpar” o organismo mais rápido após o consumo excessivo de bebida alcoólica?
Mito. Não tem nada que possa ser feito. A metabolização hepática do álcool é a responsável pelos sintomas do mal-estar da ressaca. Não há remédio ou substância que ajuda nesse sentido.
4. Comer em barraquinhas de rua durante a folia aumenta o risco de infecção alimentar? O que observar antes de consumir?
Mito. Comer em barraquinhas não aumenta o risco de infecção alimentar se o ambiente tem as condições de higiene. É importante observar a limpeza do local e se usam luvas para preparação de alimentos. Porém, se os produtos estão expostos o dia inteiro, sem o adequado armazenamento, isso pode aumentar a chance de contaminação.
5. É verdade que sair gripado para aproveitar o Carnaval pode facilitar a transmissão do vírus para outras pessoas, no bloco?
Verdade. Se você está gripado, pode transmitir muito facilmente para as pessoas que estão próximas, principalmente se for abraçar alguém, dividir copo ou beijar. O ideal, quando se está gripado, é não sair de casa. Se sair, use máscara.
6. Usar glitter e sprays coloridos pode causar alergias ou problemas respiratórios?
Verdade. Usar glitter e tinta para a face podem causar alergias, sim, principalmente em pessoas que têm pele mais sensível ou dermatite atópica, que é uma hipersensibilidade da pele. Problemas respiratórios são menos comuns, mas possíveis de acontecer com spray. O ideal é usar tintas e sprays em locais bem arejados, com boa ventilação. Uma outra coisa que pode ajudar é escolher bem o produto, de qualidade e específico para uso na pele. Antes do uso do spray, usar hidratante e protetor solar, que auxiliam na redução do contato dessa substância na pele.
7. Tomar energéticos misturados com bebidas alcoólicas pode ser perigoso para a saúde?
Verdade. Misturar álcool e energético pode aumentar a chance de arritmia cardíaca e de Acidente Vascular Cerebral (AVC), derrame, como é mais conhecido. Quanto mais bebidas do gênero você consome, o risco aumenta.
8. O calor intenso e a exposição prolongada ao sol podem causar desidratação e insolação?
Verdade. A principal maneira de prevenir é bebendo bastante água e aplicando protetor solar. Se passar o dia na rua, lembrar de reaplicar várias vezes o protetor.
9. É possível contrair IST apenas com o contato com fluidos como saliva e suor durante a folia?
Mito. Beijo, suor ou saliva não transmitem IST, como sífilis, hepatite e HIV. Outros fluidos como sêmen e fluidos vaginais podem transmitir infecções. Durante as relações a melhor maneira de se proteger é com o uso do preservativo, incluindo no sexo oral.
Sobre a Afya
A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 37 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br.
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Operação Jaguarundi combate crimes ambientais na Resex Chico Mendes com apreensões e autuações
Fiscalização apreende armas, carne de caça e madeira ilegal, incluindo mogno e cerejeira; ação reforça proteção da biodiversidade no Acre
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A Operação Irerê permitiu a execução de medidas administrativas cabíveis que asseguram o cumprimento da legislação ambiental e a coibição de reincidência de crimes contra a biodiversidade. Foto: cedida
A Operação Jaguarundi, iniciada em 17 de fevereiro de 2025 e divulgado nesta segunda-feira 24, intensificou a fiscalização ambiental na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre, com o objetivo de coibir ilícitos ambientais e fortalecer a presença institucional na região. A ação, realizada em parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental do Acre (BPA-AC), já resultou em diversas autuações, incluindo casos de caça irregular e exploração ilegal de madeira.
Durante as fiscalizações, as equipes apreenderam quatro armas de caça e 20 kg de carne de veado-vermelho (Mazama americana), além de identificarem e destruírem 25 m³ de madeira da espécie cerejeira. Um exemplar de mogno (Swietenia macrophylla), árvore protegida por lei devido ao seu alto valor comercial e ao risco de exploração predatória, também foi inutilizado. A extração de mogno é regulamentada por normas federais, como a Instrução Normativa IBAMA nº 15/2011, e possui restrições específicas no Plano de Utilização da Resex Chico Mendes.
Além de combater a extração ilegal de madeira, a operação também está focada na certificação de autos de infração lavrados durante a Operação Irerê, garantindo maior efetividade na aplicação de penalidades e na responsabilização dos infratores. A iniciativa reforça o compromisso das autoridades em proteger a biodiversidade e promover o uso sustentável dos recursos naturais na região.
A Operação Jaguarundi segue em andamento, com ações estratégicas para coibir crimes ambientais e preservar um dos mais importantes patrimônios ecológicos do país.
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O foco foi mapear áreas desmatadas sem embargo, priorizando polígonos acima de 15 hectares. O limite foi estabelecido com base no Plano de Utilização da unidade
Operação Irerê identificou desmatamento irregular na Resex
Realizada em maio de 2024, a Operação Irerê teve como objetivo identificar e responsabilizar desmatamentos ilegais ocorridos na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes entre 2019 e dezembro de 2023. A ação foi motivada pelo passivo de desmatamento acumulado na área, agravado pela dificuldade de fiscalização presencial devido à grande extensão da unidade, ao acesso difícil e à carência de recursos humanos.
Para superar esses desafios, a equipe de fiscalização utilizou análises de imagens de satélite e cruzamento de dados do Programa Brasil Mais, da Diretoria de Geotecnologias (DGEO) e do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Chico Mendes. O foco foi mapear áreas desmatadas sem embargo, priorizando polígonos acima de 15 hectares. O limite foi estabelecido com base no Plano de Utilização da unidade, que permite a supressão de, no máximo, 2 hectares por ano. Assim, mesmo sem autorização, um morador poderia ter desmatado até 10 hectares em cinco anos, e o limite de 15 hectares foi adotado para garantir a identificação de ilegalidades evidentes.
A Operação Irerê resultou na execução de medidas administrativas cabíveis, assegurando o cumprimento da legislação ambiental e a coibição de reincidência de crimes contra a biodiversidade. Agora, com a Operação Jaguarundi, iniciada em fevereiro de 2025, o trabalho iniciado na Irerê está sendo consolidado. A nova ação reforça a responsabilização dos infratores e amplia a proteção da Resex Chico Mendes, com foco no monitoramento territorial e no engajamento da comunidade local na preservação ambiental.
A presença contínua das equipes de fiscalização na unidade de conservação demonstra o compromisso das autoridades em combater o desmatamento ilegal e promover o uso sustentável dos recursos naturais, garantindo a proteção de um dos mais importantes patrimônios ecológicos do país.
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As equipes apreenderam quatro armas de caça e 20 kg de carne de veado-vermelho (Mazama americana), além de identificarem e destruírem 25 m³ de madeira da espécie cerejeira. Foto: internet
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Acre registra mais duas mortes por Covid-19 e total de óbitos chega a 17 em 2025
Boletim epidemiológico revela que maioria das vítimas tinha mais de 60 anos e comorbidades; Rio Branco concentra maior número de casos
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A maioria das vítimas tinha mais de 60 anos, sendo 31 do sexo masculino e 32 do sexo feminino. Além disso, 68,3% dos óbitos ocorreram em pessoas com comorbidades. Foto: ilustrativa/internet
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou, nesta segunda-feira (24), mais duas mortes por Covid-19 durante a 6ª semana epidemiológica de 2025. Com as novas confirmações, o total de óbitos pela doença no estado subiu para 17 desde o início do ano. Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico, que detalha a distribuição dos casos e o perfil das vítimas.
De acordo com o relatório, as mortes foram registradas da seguinte forma ao longo das semanas: duas na SE 01, quatro na SE 02, sete na SE 03, duas na SE 04 e duas na SE 06. Em relação à localização, Rio Branco concentra o maior número de óbitos, com cinco registros. Outras cidades também aparecem no levantamento: Feijó (2), Tarauacá (3), Assis Brasil (1), Cruzeiro do Sul (3), Marechal Thaumaturgo (1), Xapuri (1) e Capixaba (1).
O perfil das vítimas mostra que a maioria tinha mais de 60 anos, com um equilíbrio entre os sexos: 31 homens e 32 mulheres. Além disso, 68,3% dos óbitos ocorreram em pessoas que apresentavam comorbidades, reforçando a necessidade de atenção redobrada a grupos de risco.
As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação e dos cuidados preventivos para evitar o avanço da doença, especialmente entre a população mais vulnerável. O monitoramento dos casos segue ativo, com alerta para possíveis novos surtos ao longo do ano.
Desde o início de 2025, o estado já contabilizou 3.013 casos confirmados da doença. A taxa de incidência está em 336,8 casos para cada 100 mil habitantes, com Acrelândia apresentando o maior índice: 1.045,8 casos por 100 mil habitantes.
O levantamento também revelou a distribuição racial dos casos positivos no estado: 68,5% dos infectados são pardos, seguidos por pessoas de origem amarela (13,0%), branca (11,6%), preta (2,3%) e indígena (0,3%).
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