fbpx
Conecte-se conosco

Brasil

Megaoperação diplomática resgata 330 brasileiros de Londres e mais quatro capitais europeias

Publicado

em

Centenas de brasileiros no exterior ficaram sem conseguir voltar para casa desde início da crise do coronavírus.

Brasileiros voltam para casa em voo fretado pelo Itamaraty — Foto: Divulgação/BBC

Por BBC

Parece ter chegado ao fim, na tarde desta sexta-feira (17), em Londres, o pesadelo que centenas de brasileiros viviam desde que a explosão dos casos de coronavírus transformou a vida de trabalhadores e turistas em todo o mundo.

Eles estão voltando para casa em um voo de Estado, como é chamado no jargão diplomático o voo fretado pelo Ministério das Relações Exteriores para a repatriação de cidadãos – neste caso, brasileiros separados das famílias e com dificuldades financeiras.

Incluindo 5 crianças, o voo sai de Londres para Guarulhos, reunindo homens e mulheres que estavam em cidades da Inglaterra e da Escócia. Oferecido aos passageiros sem custos, após uma articulação complexa, liderada pelo consulado-geral do Brasil em Londres, o avião ainda faz uma parada em Paris, onde recolherá cidadãos que estavam na França, na Bélgica e na Suíça.

__________

Os brasileiros resgatados se dividem em dois grandes grupos, segundo fontes ouvidas pela BBC News Brasil no Itamaraty.

__________

O primeiro é formado por turistas que tiveram seus voos de volta ao Brasil cancelados em meio à pandemia da covid-19. Longe de casa por mais tempo que o previsto, muitos passaram os últimos dias sem dinheiro para hotel ou alimentação.

O segundo grupo reúne brasileiros que já viviam no exterior, com ou sem documentos, e de repente se viram sem empregos ou moradia após a eclosão da doença. Sem condições de se sustentar, estas pessoas buscaram ajuda para voltar para o Brasil.

Nas últimas semanas, mais de 800 pessoas procuraram autoridades brasileiras em Londres em busca de apoio.

Histórias de sofrimento

Luana* é uma destas pessoas.

Casada com um inglês, ela vivia em uma cidade do interior do país há alguns anos. O hábito do marido de beber nos fins de semana foi piorando e a situação se tornou insustentável após o início da quarentena decretada em todo o país.

“O casamento foi se deteriorando. É uma situação difícil, porque não é ruim o tempo todo. É ruim, depois bom, ruim, depois bom. Ele pode ser o melhor marido durante a semana, mas a vida vira um inferno no fim de semana. Ele bebe de sexta-feira até domingo à noite, sem parar”, diz.

“Agora, nessas últimas semanas, ele tem bebido todos os dias. Agora estou com dor – fui operada há um ano -, longe da família, não tenho tratamento e não posso contar com meu marido”, disse a brasileira, que está desempregada, à BBC News Brasil.

Carlos* é jornalista e, depois de ficar sabendo de chances de emprego na Inglaterra, decidiu se mudar no início do ano.

O mercado, que já vinha se fechando com o Brexit – como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia – “desapareceu” com a pandemia.

“Decidi voltar porque já são muitos meses sem emprego. Não tenho dinheiro para me manter aqui”, disse o jovem à reportagem.

Felipe*, que tem cidadania italiana e vivia com a esposa em Londres, procurou ajuda consular por preocupação com a família no Brasil.

“Estou voltando porque preciso ficar perto da família. A situação no Brasil vai estourar e decidimos que não podemos ficar longe.”

Operação

A repatriação de brasileiros se transformou em um dos principais desafios enfrentados pelo Itamaraty, que criou um grupo especial para mapear cidadãos em vulnerabilidade e dialogar com países para, por exemplo, solicitar eventuais aberturas de espaço aéreo em caráter excepcional.

“Existe uma política de repatriação de brasileiros em condição de necessidade. São pessoas que se veem em dificuldades financeiras, ou sem possibilidade de retornar”, diz um porta-voz do Consulado-geral do Brasil em Londres à BBC News Brasil.

Outros voos de Estado, fretados pelo ministério para estes deslocamentos, já buscaram brasileiros em países como Peru, Equador e Marrocos.

Na Europa, o mesmo aconteceu em Portugal – e agora na Inglaterra.

“Não é coincidência que os dois primeiros voos da Europa venham de Portugal e do Reino Unido. São as duas maiores comunidades brasileiras no continente – e onde também está o número mais elevado de retidos na condição de desvalidos – mais de 800”, explicou a fonte.

Autoridades estimam que, entre pessoas com e sem documentos, a comunidade brasileira no Reino Unido oscile entre 220 e 250 mil pessoas.

Já o número de turistas brasileiros que vem ao país chega a 400 mil por ano.

Em outros locais com comunidades menores, como a Itália, ainda não há notícias de voos fretados e há relatos de brasileiros que ainda enfrentam dificuldades para pagar voos comerciais, que podem custar cerca de 700 euros.

Corrida contra o tempo

Desde a segunda quinzena de fevereiro, com mais intensidade a partir de março, diplomatas vêm trabalhando na tentativa de reacomodar turistas que tiveram voos cancelados.

“Pelo menos 200 conseguiram ser reacomodados em voos comerciais e conexões pela Europa”, diz o porta-voz do Consulado em Londres.

“Mas este o número vinha aumentando. Ao mesmo tempo, os que já estão aqui há algum tempo se viram desempregados, apavorados, e buscaram apoio.”

Com o cancelamento de voos comerciais pelas três companhias que fazem trajetos entre o Reino Unido e o Brasil, o Consulado-geral começou a corrida contra o tempo para a contratação de um avião.

O voo escolhido é da Latam – companhia que ofereceu preços mais baixos que a British Airways e a Norwegian.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, uma rede informal com instituições de caridade, religiosas e ONGs foi criada para ajudar a abrigar e alimentar os brasileiros em situação de vulnerabilidade extrema.

O Consulado também tem oferecido assistência psicológica aos brasileiros.

Articulação

Como o drama se repete em outras capitais, o Consulado em Londres optou por se articular com outras representações diplomáticas na tentativa de “desafogar a pressão” sobre brasileiros espalhados pela Europa.

“Essa operação se repetiu nos outros lugares. Houve uma mobilização grande nos consulados em Paris, em Genebra, em Bruxelas, na Embaixada em Dublin e aqui no Consulado-geral em Londres”.

“Para o interesse público, faz mais sentido”, diz a fonte.

A lista de passageiros começou com 177 turistas que tiveram voos cancelados.

“Depois grupos, de acordo com a ordem de chegada, de pessoas com dificuldade. Isso inclui casos de violência doméstica, por exemplo.”

Metade dos que procuraram o Consulado inicialmente com intenção de voltar ao Brasil desistiu da ideia após novo contato das autoridades brasileiras.

“Nossa interpretação é de que talvez tenha havido um momento inicial de desespero e, com o tempo, essas pessoas encontraram outros meios de ficar.”

Atualmente, o Consulado em Londres tem uma lista de espera de 70 brasileiros que também tentam voltar para casa.

Comentários

Continue lendo

Brasil

Apostador de Campinas leva prêmio de R$ 5,5 milhões da Mega-Sena

Publicado

em

Por

Um apostador de Campinas (SP) acertou sozinho as seis dezenas do concurso 2.717 da Mega-Sena, sorteadas nesta quinta-feira (25), no Espaço da Sorte, em São Paulo. Ele vai receber o prêmio de R$ 5.581.371,93.  Segundo a Caixa, a aposta foi feita em canais eletrônicos. 

Os números sorteados foram: 06 – 22 – 34 – 36 – 44 – 50

A quina teve 31 apostas ganhadoras e cada uma vai receber R$ 52.426,96. Já a quadra registrou 1.883 apostas vencedoras, e cada ganhador receberá um prêmio de R$ 1.233,01. 

O próximo sorteio da Mega-Sena será no sábado (27), com prêmio estimado em R$ 3 milhões. As apostas para o próximo concurso podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

Fonte: EBC GERAL

Comentários

Continue lendo

Brasil

Mortes violentas têm queda de 31% no primeiro trimestre no Rio

Publicado

em

Por

O estado do Rio de Janeiro fechou o primeiro trimestre do ano com queda no número de crimes contra a vida, com a letalidade violenta atingindo o menor percentual em 34 anos. O indicador, que engloba homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e morte por intervenção de agente do Estado, caiu 31% no primeiro trimestre e 25% no acumulado de março, em comparação com o mesmo período de 2023.

A tendência aparece também nos homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, que diminuíram 16% nos três primeiros meses de 2024, marcando o patamar mais baixo desde 1991, quando teve início a série histórica do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Com o aumento do efetivo das equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no patrulhamento das estradas federais de acesso ao Rio e no Arco Metropolitano, os roubos de cargas alcançaram reduções históricas: 54% em março e 47% no trimestre, os índices mais baixos desde 1999.

As mortes por intervenção de agente do Estado caíram 53% de janeiro a março: foram 152 vítimas, 172 a menos do que no mesmo período do ano anterior. Na análise mensal, a queda foi ainda mais expressiva, 66%. Com esse percentual, o estado do Rio chega ao menor número desse indicador para meses de março nos últimos 12 anos.

“Os números apresentados pelo ISP são um importante indicativo da atuação das forças policiais no estado do Rio”, disse o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos. Ele ressaltou que os dados são monitorados e analisados constantemente e servem como balizadores do planejamento de segurança.

A produtividade policial das forças de segurança estaduais também está em alta. Em três meses, as secretarias de Polícia Civil e Militar recuperaram cerca de 4 mil veículos roubados ou furtados, 8% a mais do que no primeiro trimestre de 2023. Foram feitas 10.609 prisões em flagrante e cumpridos 3.547 mandados, com aumento trimestral de 13% e 21%, respectivamente. No mesmo período, 1.592 armas de fogo foram apreendidas no estado, cerca de 17 por dia. Dessas, 190 eram fuzis.

A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, destacou que a cultura de uso dos dados tem papel fundamental no planejamento, avaliação e monitoramento de cada região do estado. Isso, sem dúvida, vem contribuindo para as reduções históricas nos roubos de cargas e na letalidade violenta, disse Marcela.

Indicadores

De acordo com o ISP, houve 766 homicídios dolosos no primeiro trimestre, dos quais 277 ocorreram em março. Na comparação com março de 2023, houve queda de 19% e, no acumulado do trimestre, de 16%. Foi o menor número de mortes para o mês desde 2022 e para o acumulado desde 1991.

De janeiro a março, foram registrados 587 casos de roubo de carga, dos quais 222, no mês passado. Em relação a março de 2023, houve queda de 54%. No acumulado do trimestre, a diminuição foi de 47%. Este foi o menor número para o mês e o acumulado desde 1999.

No primeiro trimestre, houve 5.801 apreensões de drogas no estado, com aumento de 1% no mês passado e de 8% no acumulado.

As armas apreendidas no período somaram 1.592, com a retirada de 17 armas retiradas de circulação por dia. Foram apreendidos 190 fuzis no primeiro trimestre, o que representa deixaram de circular duas armas desse tipo por dia no estado.

Segundo o ISP, houve 10.609 prisões em flagrante no primeiro trimestre, sendo 3.754 no mês passado. Na comparação com 2023, o indicador aumentou 11% no mês e 13% no acumulado.

Fonte: EBC GERAL

Comentários

Continue lendo

Brasil

Mais de 24 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país

Publicado

em

Por

O número de pessoas com insegurança alimentar e nutricional grave no Brasil recuou de 33,1 milhões em 2022 para 8,7 milhões em 2023, passando de 15,5% da população para 4,1%, uma queda de 11,4 pontos percentuais. 

Os dados de 2023 são do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já os números de 2022 foram colhidos pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). 

A pesquisa do IBGE foi realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDA), usando como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores. 

Recorde

De acordo com o ministro do MDA, Wellington Dias (foto), este é o segundo melhor resultado de toda a série da EBIA. “Sair de 15,5% da população em situação de fome para 4,1% em apenas um ano é recorde. Importante pontuar que, de 2019 a 2022, não deixaram o IBGE fazer o EBIA, mas o Brasil não ficou sem pesquisa. Os pesquisadores brasileiros, incluindo cientistas e técnicos de várias universidades e técnicos do próprio IBGE, foram a campo e fizeram pela Rede Penssan”, disse o ministro à Agência Brasil.  

Ele também lembrou que os dados apresentados são resultado do esforço do governo federal em retomar as políticas públicas de redução da fome e da pobreza. “No ano de 2023, tiramos dessa situação 24,4 milhões de pessoas que passaram a tomar café, almoçar e jantar todos os dias”, assinalou. 

Segundo o IBGE, em 2023 o país tinha 27,6% (ou 21,6 milhões) dos seus domicílios em situação de insegurança alimentar, sendo 18,2% (ou 14,3 milhões) com insegurança alimentar leve, 5,3% (ou 4,2 milhões) com insegurança alimentar moderada e 4,1% (ou 3,2 milhões) com insegurança alimentar grave. 

Para a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, os números indicam que – em um período curto – as políticas públicas de combate à fome e à pobreza foram muito efetivas. Ela lembra que o país passou por um período muito grande, a partir de 2016, de retrocesso de políticas públicas no setor. 

“A gente comemora, mas nós sabemos que ainda tem muito trabalho pela frente, e vamos continuar fazendo para conseguir vencer a situação de fome e também garantir alimentação como direito, garantir segurança alimentar e nutricional para a população brasileira”, diz a secretária, que é responsável pelo plano Brasil Sem Fome.

Fonte: EBC GERAL

Comentários

Continue lendo