fbpx
Conecte-se conosco

Acre

Acre já registra mais de mil casos de malária em 2024

Publicado

em

Equipe técnica da Sesacre já está traçando uma visita técnica em conjunto com o Programa Nacional de Controle Malária do Ministério da Saúde Foto: Arquivo

No Dia Mundial da Luta Contra a Malária, celebrado em todo o mundo nesta quinta-feira, 25, dados registrados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) revelam que, em 2022, foram notificados 6.139 casos da doença e, em 2023, 5.204 casos, o que representa uma redução de 15,2% das ocorrências no estado.

De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre, os municípios com maior incidência da enfermidade se encontram no Vale do Juruá: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Nos três primeiros meses de 2024, foram confirmados 1.042 casos. Desses, 95,3% foram registrados nesses municípios.

O Acre está entre os estados com as maiores taxas da doença, representando 3,9% do total de número de casos de malária registrados na região amazônica em 2023. “Por isso, o Estado aderiu ao Plano Nacional de Eliminação da Malária, que prevê a extinção da doença no território brasileiro até 2035”, declarou o chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde da Sesacre, Júnior Pinheiro.

Apesar de potencialmente fatal, a malária é uma doença curável e evitável. É causada por parasitas inoculados por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas, também conhecidos como mosquito-prego. Existem cinco espécies de parasitas que causam malária em humanos; entre elas, o Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivax representam a maior ameaça.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.

Transmissão

O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como ocorre no compartilhamento de seringas (comum no caso de usuários de drogas), transfusão de sangue ou da mãe para o feto, na gravidez.

Tratamento

Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves devem receber hospitalização imediata.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante, a idade do paciente e condições associadas, como gravidez e outros problemas de saúde, além do nível de gravidade da doença.

Prevenção

Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, uso de repelentes e telas em portas e janelas.

Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterros, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Fontes:

Fundação Oswaldo Cruz

Ministério da Saúde. Saúde de A a Z

Organização Mundial da Saúde

Comentários

Continue lendo

Acre

Núcleo especializado em potencializar mentes brilhantes na educação de superdotados atende 200 alunos no Acre

Publicado

em

Por

“Mentes brilhantes não devem ser desperdiçadas, e sim potencializadas”, diz a frase que se destaca entre as artes no hall de entrada do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), ligado à Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE), e que atende 200 alunos com empenho acima da média em algumas áreas específicas. Ao mesmo tempo em que o espaço faz o trabalho de investigação da superdotação, também acolhe, direciona e, principalmente, cria possibilidades para esses jovens.

Lavínia escreveu dois livros e segue produzindo literatura e ilustrando seus trabalhos. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Um prédio que transborda criatividade e é guardião da engenhosidade de cada aluno que por ali passa, deixando sua marca, seja nos traços de um desenho, na resolução de um problema matemático, nas notas musicais ou até mesmo se tornando professor do núcleo, o NAAH/S guarda histórias e funciona como orientador de jovens mentes brilhantes que estão com a cabeça “fervendo” de ideias.

O retorno desse trabalho se dá com a revelação de muitos talentos e, mais ainda, com o fortalecimento da educação como mudança de vida e de espaço.

De observador a escritor

Foi bem cedo que Rodrigo Padula Brasil, de 11 anos, passou a observar aves e se apaixonar por elas. Mas ele queria mais conhecimento, entender as espécies, poder registrá-las e também falar com estudiosos. O movimento das asas e os hábitos dessas aves prendem a atenção do pequeno, que as olha, atento aos detalhes, enquanto segura firme sua câmera fotográfica.

O pai dele, Thiago Brasil, conta que o menino sempre foi apaixonado pela ciência. Começou apresentando interesse por dinossauros, depois por répteis e anfíbios, mas as aves se tornaram o principal foco de Rodrigo, que passou pela investigação e já tem o parecer pedagógico de superdotação.

“Há aproximadamente três anos, ele passou a se interessar mais pelos pássaros e estudar profundamente o assunto. Pedia livros especializados sobre o tema, queria conhecer profissionais que fossem referência e teve a grande felicidade de, por coincidência, encontrar a maior autoridade científica na área de ornitologia do Acre, que é o professor Edson Guilherme. Depois de conhecê-lo e termos uma conversa, [o especialista] passou a orientar o Rodrigo, indicando biografias e dando outras dicas”, relembra o pai.

Aos 11 anos, Rodrigo lançou livro onde cataloga mais de 100 espécies de aves. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Edson Guilherme da Silva, que o pai menciona, é doutor em Zoologia com ênfase em Ornitologia e Paleontologia de Vertebrados, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Aves da Amazônia, aves do Acre e fósseis do terciário e quaternário da Amazônia Ocidental. Atualmente, ele também é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com tantas referências, a cabeça de Rodrigo “fervilhou” de ideias e ele conseguiu, aos nove anos, identificar que poderia contribuir para estudos de aves. Tudo isso sem sair de casa, com uma câmera e orientação de quem conhece bem o assunto. E foi com essa idade que ele revelou aos pais o desejo de escrever um livro catalogando aves da cidade.

“A primeira ideia dele era fazer uma coisa bem técnica e ampla, mas foi orientado pelo próprio professor Guilherme a focar no local onde a gente mora, porque ia ser mais fácil de fazer essa catalogação. Então, ele fez esse recorte e passou a se aprofundar, estudar, fazer os registros e, após o projeto concluído, submetemos ao Fundo Municipal de Cultura e foi uma grata surpresa para nós a boa recepção que o trabalho teve”, disse.

Em 27 de janeiro deste ano, com lançamento no Sesc-Centro, Rodrigo expôs o trabalho feito por cerca de um ano. São mais de 100 espécies catalogadas pelo próprio estudante e que agora estão reunidas no livro “Aves do Condomínio Chácara Ipê”.

Enquanto exibe orgulhoso o trabalho que fez, Rodrigo conta que a ideia do livro surgiu justamente porque queria mais literaturas que abordassem as espécies da cidade onde mora:

“Existem pouquíssimos estudos de aves aqui no estado, então tive a ideia de eu mesmo fazer esse estudo. A primeira ave que me chamou a atenção foi o príncipe, que é um pássaro bem vermelho, parente do bem-te-vi, que, inclusive, está na capa do meu livro.”

Rodrigo pensa em fazer um segundo livro sobre as espécies de aves na capital. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O amor pela fotografia ele herdou da mãe, Fernanda Brasil, que alimenta um perfil no Instagram em colaboração com o pequeno. E os planos dele não param por aí, pois já está pensando em um segundo livro.

“Meu próximo livro será sobre as aves da zona urbana de Rio Branco. Vou começar fazendo a parte escrita para depois começar a fazer as fotos”, revela. Sobre a técnica para registrar os pássaros, ele diz que é preciso conhecer o local de estudo e a ave que vai ser fotografada:

“Vou andando pelo condomínio e já sei que tem algumas áreas mais específicas para encontrar certas espécies com mais facilidade. Aprendi a fotografar com a minha mãe. Já a foto depende da ave, porque tem umas que ficam paradas por mais tempo e outras que são mais ágeis, como o beija-flor.”

“É algo que gosto, não é pesado”

Também com parecer de superdotação em linguagens, Lavínia Vasconcelos dos Santos, de 16 anos, já terminou o segundo livro e está escrevendo o terceiro. Começou o quarto e ainda está iniciando uma série secundária. Haja fôlego e criatividade, mas nada disso é empecilho para ela, que conta que sempre foi apaixonada pela leitura, escrita e linguagem.

O primeiro livro “A Giant World” aborda a luta de sete adolescentes para sobreviver a uma síndrome fictícia que ela chamou de síndrome de Kösen, que é o nome de Sultan Kösen, considerado o homem mais alto do mundo nos registros da história.

“Essa síndrome deixa todos os animais gigantes, e esse grupo precisa sobreviver a tudo isso sozinho. Estou escrevendo muita coisa, mas é algo que eu gosto e que não é pesado. É muito bom ver as pessoas gostando das minhas histórias. Um dia perguntei ao meu amigo qual era o livro preferido dele e ele respondeu que era o meu, então fiquei muito feliz e orgulhosa”, contou.

Estudante faz as ilustrações de seus livros. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mesmo com o parecer para a linguagem, Lavínia tem outras áreas de interesse, como escrita, leitura e desenho, que também são acompanhadas pela equipe. Inclusive, foi ela quem fez as ilustrações do livro.

“Criei essas outras habilidades a partir da minha primordial, que é a escrita e leitura. Aprendi a ler e falar inglês para ler livros que não estavam traduzidos ainda. Aprendi a desenhar e aprimorei meus desenhos para ilustrar minhas histórias”, disse.

Possibilidades

Já Lecenky Araújo Camargo, de 17 anos, tem altas habilidades com os números. Ele disse que foi indicado durante o atendimento do NAAH/S na escola em que estudava.

“Meu interesse maior é trabalhar na área de finanças e economia, e aqui trabalho com o professor a questão de explorar ideias, examinar conceitos. Foi também aqui que tive o suporte para treinar para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Não só treinei, como também ajudei uma das alunas que conseguiu o que eu nunca consegui: a medalha de ouro da olimpíada”, conta.

O jovem já ganhou quatro medalhas da competição, sendo três de bronze e uma de prata. Já Isadora Cordeiro Tufic, aluna que ele ajudou, foi ouro na edição do ano passado da OBMEP.

Lecenky diz que o NAAH/S na vida dele foi crucial para seu desenvolvimento. O núcleo, nas palavras dele, cria um espaço de possibilidades e ajuda o aluno a entender melhor aquela área que o fez receber a indicação de superdotação.

“O NAAH/S acolhe e oferece um ambiente favorável e propício para que esse aluno venha desenvolver o potencial pleno dele, toda capacidade que ele pode lapidar para ter no futuro, um arsenal de recursos e conseguir disputar no mercado de trabalho. Esse trabalho é importante para que essa pessoa possa contribuir muito mais do que a gente consegue mensurar hoje, porque temos uma visão muito superficial das coisas, mas com a estrutura oferecida aqui, no futuro, os jovens poderão contribuir de maneira muito mais ampla. Então, é totalmente gratificante fazer parte desta família”, destaca.

Lecenky, superdotado na área de exatas, reforça que o núcleo cria um ambiente de possibilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Mais do que esse local de apoio, o núcleo também é um ambiente onde os alunos se identificam com outros jovens, o que é importante para o autoconhecimento e também vem como resposta para muitas dúvidas.

“É como se a gente fosse anônimo, até que aparece alguém dizendo que a gente tem possibilidades. E o NAAH/S faz isso. Muitos jovens têm talentos, extrema habilidade, mas não tem possibilidades, e aqui eles direcionam a gente. Se não tivesse essa estrutura, eu jamais conseguiria”, pontua.

Eliel Santos Reis, de 12 anos, com superdotação em artes, escuta atento o colega e confirma que segue aprendendo muito com a equipe que se dedica ao núcleo. “Aqui eu aprendo muito e consigo compartilhar minha paixão com outros colegas”, completa.

Artes, literatura, música, liderança, são diversas as áreas em que jovens podem ter altas habilidades. Foto: Marcos Vicentti/Secom

De aluno a professor

Lá em 2008, Marco Melo entrou no NAAH/S como aluno e hoje é professor de inglês e artes. Em 2009, ele foi para o quadro da equipe em um contrato que exigia apenas o nível médio. Agora, formado, ele atribuiu ao local a desenvoltura que conseguiu ter por conta do atendimento no núcleo.

“Me formei e estou dando aula até hoje. Eu sempre falo que o núcleo foi um presente de Deus para mim, assim como a superdotação. Enquanto muitos estavam terminando o ensino médio, quando terminei estava praticamente empregado. Para mim, desenhar e aprender inglês sozinho era normal, mas depois que conheci o NAAH/S tive um norte e muitas portas se abriram para mim”, conta.

Marco é um professor jovem que entende a condição de seus alunos e estabelece uma relação de confiança sólida. Esse tipo de acolhimento ultrapassa as paredes do prédio e impacta positivamente no comportamento desse aluno atendido ao longo da vida.

“Uso uma linguagem mais jovem, que eles gostam bastante. Outro dia um aluno se abriu comigo ao contar que tinha dislexia. Ele nunca tinha contado isso pra ninguém, mas se sentiu acolhido no núcleo ao ponto de conseguir se abrir”, lembrou.

Marco Melo foi aluno do NAAH/S e hoje é professor. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Superdotação, números e ações

Para entender o trabalho do núcleo são necessários alguns esclarecimentos. Quando se fala em superdotação – também chamada de altas habilidades – a primeira coisa que vem à cabeça de muitas pessoas é a genialidade. Erroneamente, tal condição é tratada de forma fantasiosa por causa da desinformação e isso cria estereótipos que tornam a vida dessas pessoas ainda mais difícil.

A superdotação caracteriza-se por um desenvolvimento intelectual acima da média, podendo representar especificidades em diversos campos do conhecimento, como intelectual, acadêmico, liderança, psicomotricidade e artes. Esse leque é amplo. Ao mesmo tempo, exigir perfeição em tudo é humanamente impossível.

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no país, em 2013. Naquele ano, foi promulgada a Lei nº 12.796, que altera a LDB e estabelece “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Dois anos depois, em 2015, a Lei n° 13.234 foi promulgada para tornar obrigatório identificar, cadastrar e atender estudantes com estas características.

Dados do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a quantidade de estudantes matriculados em 2022 na educação básica no Brasil foi de 47,4 milhões.

Núcleo investiga superdotação e oferece educação especializada para esses jovens. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Considera-se que cerca de 2,37 milhões (5%) de estudantes da educação básica devem compor o grupo de superdotados. Entretanto, há 26.815 (0,06%) estudantes com perfil de altas habilidades/superdotação matriculados na educação especial.

No Acre, o NAAH/S foi implantado em 2007, mas até 2018 funcionava dentro das escolas de ensino convencional, identificando e dando suporte a esses alunos. Em 2019, foi para um prédio próprio, onde foi montada a estrutura física, com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e emendas parlamentares, para atender os alunos de todas as cidades do estado. Além do núcleo em Rio Branco, há um polo em Cruzeiro do Sul.

Entre as atividades estão o processo de identificação e/ou atendimento de alunos com características de superdotação indicados pelas famílias e escolas; oferta de atividades de suplementação curricular e extracurricular para os alunos identificados e formação e orientação para os profissionais da educação e para a comunidade.

Segundo dados do núcleo no Acre, de 2007 ao primeiro semestre de 2023 – último levantamento – mais de 750 alunos foram atendidos, sendo 162 alunos identificados, ou seja, com parecer pedagógico de superdotação. Atualmente, 200 estão sendo atendidos.

Jeane Machado destaca a importância do núcleo na formação desses alunos e no processo de se identificar. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Jeane Machado, chefe do NAAH/S no estado, explica como é feito esse trabalho, que envolve uma equipe focada em atender, da melhor maneira, esses jovens. O ingresso desses alunos é feito por meio de indicação e, de acordo com a disponibilidade de vagas, esses alunos vão sendo inseridos no núcleo.

“O tempo dessa investigação vai depender de cada aluno, porque cada caso é único. Porém, a gente estima a duração desse processo entre seis meses a um ano e meio, para que esse aluno faça testes naquela área que ele tem aptidão. Depois disso, ele pode, inclusive, desenvolver interesse em outras áreas e ter acesso a tudo isso aqui”, explica.

Prioritariamente, as vagas são destinadas a alunos de escolas públicas, porém atendem também a demanda das instituições privadas, pois é o único no estado que faz esse tipo de investigação. Jeane destaca, ainda, que é preciso muita informação para que estereótipos sejam quebrados, pois há ainda muitos mitos sobre a superdotação.

“Os alunos de altas habilidades e superdotação estão na educação especial porque é necessário um atendimento educacional especializado. Se trata de um comportamento, não é apenas o intelecto que está acima da média. É todo um contexto entre a parte social, emocional, afetiva e intelectual, e é uma atividade cerebral atípica”, esclarece.

O fato de estarem em um ambiente em que se reconhecem em outras pessoas é primordial para que esses alunos consigam se sentir parte de um grupo, que entendam que há outras pessoas semelhantes a eles.

“Aqui eles se sentem contemplados porque encontram coisas comuns uns nos outros,  conseguem dividir o que sentem. Então, eles se reúnem e conseguem encontrar respostas para muitas dúvidas que desenvolvem. A gente precisa entender que a parte cerebral é diferenciada, é neuroatípica”, frisa.

Há muitos mitos sobre a superdotação, o que pode gerar incompreensão desse aluno na escola convencional. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Ela também reforça que as altas habilidades têm um leque de oportunidades. O aluno pode ser superdotado em uma área específica, mas ter interesses em outras áreas, o que não vai eliminar as dificuldades em determinados assuntos que não tenha aptidão.

“Há muitos mitos sobre altas habilidades e superdotação, um deles é de que aquele aluno tem que ser bom em tudo, mas isso não existe de maneira alguma. Ainda existem muitas ideias erradas. Quem convive com eles sabe como precisam de atendimento para que esse potencial seja alimentado, elevado, porque se não for potencializado ele morre. Não é que ele não tinha esse potencial, mas não trabalhou de maneira correta e morreu”, esclarece Jeane.

O NAAH/S atende apenas jovens até o ensino médio. Após isso, o aluno pode continuar sendo um parceiro do núcleo, mas não passa mais a ser atendido por ele. A indicação para que um aluno possa ser investigado é feita de forma online e qualquer pessoa pode fazê-la. O núcleo fica localizado na Estrada Albert Torres, 825 – Conjunto Mariana, em Rio Branco.

Fonte: Governo AC

Comentários

Continue lendo

Acre

Dia Mundial da Língua Portuguesa: uma reflexão sobre a importância da revisão para a promoção do idioma e para uma comunicação eficaz

Publicado

em

Por

Por Kelly Cris Maia Andrade Nunes*

Maio está repleto de datas comemorativas de relevância histórica e econômica, nos âmbitos nacional e internacional. Logo no  dia 1º comemoramos o Dia do Trabalhador. Em seguida, no dia 3, celebramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 1993, com o objetivo principal de reforçar a importância da imprensa e de seu papel para a democracia. Temos também o Dia das Mães e várias datas que remetem à saúde, à educação, à família, à luta contra o preconceito, entre outras. No entanto, quero destacar o dia de hoje, 5 de maio, que celebra duas áreas totalmente interligadas e que muito me interessam: comunicação e língua portuguesa.

Comemorado em todo o Brasil, o Dia Nacional das Comunicações é uma homenagem ao nascimento de Marechal Rondon, uma das principais figuras da difusão dos sistemas de comunicação no país, que lutou para integrar o território nacional por meio da informação. Porém, esse ainda não é o tema que desejo aprofundar no momento.

Por enquanto, quero convidá-lo (a) a ponderar sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa, idioma oficial não só do Brasil, mas de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste. Também é falado na região de Goa – na Índia, e em Macau – na China, somando mais de 265 milhões de pessoas. Outra curiosidade é que a Língua Portuguesa, além de ser a língua principal do hemisfério sul, é o terceiro idioma mais falado no ocidente e é a quinta língua com mais falantes em todo o mundo.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi estabelecido em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma organização intergovernamental parceira oficial da Unesco. Esta última instituiu a data em 2019, na 40ª sessão da Conferência Geral, com o objetivo de promover a língua portuguesa e as culturas lusófonas.

A partir de então, todos os anos, o mundo celebra não só a língua portuguesa, como também a cultura dos países onde o português é a língua oficial, por meio de congressos, documentários temáticos, clubes de leitura, espetáculos musicais, encenações teatrais, concursos literários, feiras de livros, projeções de filmes e outras formas de difundir o idioma.

E eu, por intermédio desse veículo de comunicação, presto minha homenagem à nossa língua materna, trazendo uma reflexão sobre a importância da revisão textual. Mas o que revisão tem a ver com comunicação? A resposta é: tudo, já que o processo de revisão está inteiramente associado à comunicação eficaz e a assertiva.

E no contexto da celebração do Dia da Língua Portuguesa, a revisão gramatical desempenha um papel fundamental, pois consiste na análise e correção de aspectos linguísticos, como ortografia, sintaxe, pontuação e concordância, buscando garantir a clareza, precisão e correção do texto escrito, e é essencial para a preservação da língua e para o seu uso correto. Por meio da revisão, é possível corrigir erros comuns na construção e organização das ideias, evitar vícios de linguagem e promover a qualidade textual.

Na comunicação jornalística, o trabalho do revisor é de extrema importância por diversos motivos. Em primeiro lugar, ele garante que os textos estejam em conformidade com as normas linguísticas estabelecidas, respeitando a norma culta e evitando erros gramaticais que poderiam comprometer a qualidade da informação transmitida. Além disso, o revisor preza pela credibilidade da notícia e de seu autor, assegurando que os textos sejam precisos e verídicos, o que aumenta a confiança do leitor na qualidade e no rigor do jornalismo praticado.

Outra função crucial do revisor é garantir que o texto seja claro, coeso e transmita a mensagem de forma correta e eficaz, evitando possíveis erros de interpretação ou ambiguidades. É essencial que os eventos e informações sejam comunicados de maneira objetiva, concisa e compreensível. Além disso, o revisor ajuda a manter a consistência e uniformidade na linguagem jornalística, respeitando os padrões e normas de redação do veículo de comunicação, o que inclui a adesão às regras de estilo, ética e conduta jornalística, bem como o cumprimento das normas gramaticais.

O papel do revisor também se estende à verificação da imparcialidade na cobertura jornalística. Ao revisar os textos, é possível identificar possíveis vieses, incoerências ou informações tendenciosas que possam comprometer o equilíbrio e a objetividade da matéria. Além disso, o revisor contribui para a adaptação da linguagem e do tom textual ao público-alvo e ao contexto específico da notícia, escolhendo palavras adequadas, explicando termos técnicos de forma clara e atendendo às necessidades comunicativas dos leitores.

Em resumo, a revisão desempenha um papel essencial na comunicação jornalística, contribuindo para a credibilidade, precisão e clareza das notícias veiculadas, garantindo o respeito às normas gramaticais, éticas e jornalísticas, fortalecendo o relacionamento entre o veículo de comunicação e seu público.

E o revisor almeja essa qualidade, clareza e eficácia da mensagem transmitida, contribuindo para a construção de uma imagem positiva do veículo comunicador, para o fortalecimento da comunicação com o público e a promoção de uma informação precisa e confiável para toda a sociedade.

Considero importante ressaltar que a prática da revisão gramatical não apenas beneficia os textos em si e a instituição comunicadora, mas também os próprios revisores, que, nesse processo de análise e correção textual, aprimoram sua própria compreensão e domínio da língua portuguesa, o que contribui para um uso mais correto e refinado do idioma. Lembrando que isso também acontece com os autores que se propõem a revisar seus próprios textos, e que o fato de nossa língua sofrer constantes variações torna o seu estudo um processo que nos acompanhará ao longo da vida.

Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa, deixo esta reflexão sobre a importância da revisão gramatical para a promoção desse idioma, tanto do ponto de vista da comunicação eficaz, quanto da preservação da riqueza cultural e identitária dos países e regiões que o utilizam, e convido você, leitor, a perceber e valorizar a nossa língua materna, que é plural, rica e diversa, cuidando de mantê-la viva, contribuindo para a sua difusão e prestígio em todo o mundo.

E finalizo com o fragmento do texto de Fernando Pessoa, grande poeta e um dos intelectuais mais importantes da língua portuguesa: “[…] Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa”.

Fontes:

PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. Por: Bernardo Soares. Luso Livros, p. 326. Disponível em: https://agrcanelas.edu.pt/blogs/biblioteca/files/2012/11/Livro-do-Desassossego-.pdf

UNESCO. World Portuguese Language Day. Disponível em: https://pt.unesco.org/commemorations/portuguese-language-day.

Kelly Cris Maia Andrade Nunes é formada em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Acre (Ufac), é servidora pública estadual há 16 anos e, atualmente, colabora como revisora na Agência de Notícias do Acre.

Fonte: Governo AC

Comentários

Continue lendo

Acre

O Acre é agro

Publicado

em

Por

Em minhas andanças pelo Acre, pude notar muitas transformações, uma delas foi a expansão do agronegócio. Eita, coisa boa, o Acre de hoje é diferente daquele de dez anos atrás. É plantação que não acaba mais: soja, milho, cafezais, silos, açaí, mandioca (a nossa farinha é patrimônio!), entre outros cultivos.  A economia local ganha cada vez mais força. A agricultura familiar tem mostrado que faz a diferença na vida das pessoas, evidenciando um Estado que incentiva o pequeno, o médio e o grande produtor.

Com a geografia que favorece a agricultura, a plantação de grãos está em crescimento no Acre. Somente a sojicultura cresceu 7.000% entre os anos de 2012 e 2022, consolidando o estado como a mais nova e promissora fronteira agrícola do país. Os números foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

E a pecuária? Eita que no Acre tem boi! Tem mais boi do que gente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Acre existem mais de 4,6 milhões cabeças de gado. E com tanto gado, o Acre se consolida no mercado como um grande produtor de proteína animal do Brasil, seja com bovinos, suínos ou aves.

Pode acreditar: é um elevado volume de exportação de proteína animal para diversos países. Vai até para o outro lado do mundo, lá para a China. Este ano a produção de carne bovina deve chegar a 120 mil toneladas e a pecuária já é considerada a atividade econômica mais consolidada do estado. Certamente a nossa carne bovina é uma das melhores do mundo.

Não é à toa que a Expoacre e a Expoacre Juruá são os maiores eventos de agronegócio e entretenimento do estado. É agro em todo lugar. E claro, não pode faltar  a botinha para começar os trabalhos! Milhares de expositores e pessoas participam desses eventos. Vem gente até de outros estados do país, o que gera ainda mais negócios e expande a economia local. Inclusive, já tem muitos  curiosos para saberem quais atrações nacionais virão. As festas vão acontecer nos meses de julho e agosto.

Tudo isso me faz voltar ao meu tempo de criança. Pois é… ouvia muitas pessoas dizerem que o Acre era o estado do contracheque, que só tinha oportunidade aqui quem trabalhasse no Estado ou nas prefeituras. Hoje, vejo que essa realidade já ficou no passado. A economia estadual agora está cada vez mais fortalecida pelo agronegócio, indústria e comércio.

Mesmo com o incentivo do Estado no setor da agricultura, a força, o trabalho têm que partir das pessoas. Eu torço para que o meu Acre continue crescendo e se desenvolvendo para proporcionar mais qualidade de vida e prosperidade para as famílias que moram aqui. Acredito que estamos no caminho certo!

O agro não para!

Andréia Nobre é repórter da Agência de Notícias do Acre

Fonte: Governo AC

Comentários

Continue lendo