Brasil
“Medidas mais extremas devem ser tomadas de forma localizada”, diz Queiroga
Ministro da Saúde destaca as diferenças regionais e territoriais do Brasil como características que inviabilizam a adoção de medidas restritivas nacionalmente

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou com exclusividade à CNN – Foto: CNN Brasil (29.mar.2021)
Por Igor Gadelha, CNN
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu entrevista à CNN na manhã desta segunda-feira (29) e se opôs à adoção de um lockdown nacional. Segundo Queiroga, “medidas mais extremas devem ser adotadas de forma localizada”.
A declaração foi feita ao comentar sobre as ações de restrição da locomoção colocadas em prática na cidade de Araraquara que desencadearam queda acentuada no número de casos e mortes.
“O erro é achar que um lockdown nacional sem que se faça a lição de casa antes seja a solução dos problemas”, afirmou. “O sistema de saúde é tripartite, medidas mais extremas precisam ser tomadas de forma localizada”.
Disse mais. “Não é com lei e colocando multa para as pessoas que conseguiremos a adesão das pessoas, é com campanhas educativas mostrando a importância do uso de máscaras”.
Queiroga afirmou ter recebido autonomia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para montar uma equipe técnica na pasta e adotar as eventuais medidas necessárias. No entanto, o novo mandatário da Saúde reiterou que a sua gestão terá como orientação a continuidade das ações tomadas pelo general Eduardo Pazuello.
“É o mesmo governo, do presidente Jair Messias Bolsonaro, vamos avançar nas políticas que estavam sendo realizadas. Destaco a política de vacinação”, disse. Queiroga reforçou o compromisso do Ministério da Saúde em alcançar a meta de 1 milhão de pessoas vacinadas por dia no país e disse discutir com os membros da pasta a priorização de professores e agentes de segurança pública no Programa Nacional de imunização (PNI), além dos grupos já listados como prioritários.
De acordo com o ministro da Saúde, nos primeiros dias à frente da pasta, a sua gestão colocou em curso o planejamento de uma ação interministerial, que reúne as pastas da Economia, Infraestrutura e Defesa para a realização de ações extraordinários de enfrentamento à Covid, que envolvem, inclusive, o lançamento de um programa nacional de telessaúde.
“É um programa de telemedicina realizado em parceria com universidades públicas, com diversos especialistas, centralizado pelo Ministério da Saúde e distribuído para unidades de saúde do país”, afirmou.
O ministro não apresentou o prazo para que o programa de telemedicina seja colocado em prática, mas destacou que as medidas emergenciais a serem adotadas no mês de abril para que o país tenha queda nos indicadores da Covid-19 em relação ao mês de março envolvem a criação de uma Secretária Especial de Enfrentamento à Covid-19 – formada por especialistas e integrantes de entidades de classe – e o repasse de insumos que auxiliem os estados municípios no tratamento dos pacientes.
“No que tange a questão dos insumos essa obrigação é dos municípios, mas dentro de um ambiente de emergência de saúde pública internacional não tem como o ministério não assumir esse compromisso de distribuir isso dentro de uma logística organizada”, disse.
Disse mais. “Deixemos as diferenças de lado e façamos uma ação em cima dos pontos de convergência que são maiores no sentido de salvar vidas”.
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Polícia Federal apreende 613 kg de cocaína em galpão de empresa de fachada em Blumenau
Droga estava escondida em bunker subterrâneo e seria enviada à Europa; um homem foi preso e investigação aponta ligação com cidadãos britânicos procurados internacionalmente

Cocaína estava armazenada em um bunker de empresa de fachada em Blumenau. Fot: captada
A Polícia Federal (PF) apreendeu 613 quilos de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). A ação contou com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina e resultou na prisão de um homem suspeito de integrar a organização criminosa.
A droga estava escondida em um bunker no subsolo de um galpão pertencente a uma empresa de exportação de ligas metálicas, que funcionava como fachada para o esquema. Segundo as investigações, o local era usado para o preparo e armazenamento da cocaína antes do envio para a Europa.
Durante a operação, a PF também cumpriu um mandado de busca em um endereço residencial em Florianópolis ligado ao suspeito, onde foram apreendidos veículos, embarcações, joias e documentos. O inquérito aponta a existência de uma estrutura criminosa internacional com base em Santa Catarina, que contava com suporte logístico de brasileiros e liderança de cidadãos britânicos com histórico de tráfico na Inglaterra e procurados internacionalmente.
A investigação continua para identificar outros integrantes do esquema, que já tinha rotas estabelecidas para o narcotráfico transatlântico.
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Exame toxicológico para primeira CNH é vetado pelo governo federal
Medida que exigia resultado negativo para condutores de motos e carros foi rejeitada com argumento de aumento de custos e risco de mais pessoas dirigirem sem habilitação; novas regras do Contran para tirar CNH sem autoescola, no entanto, podem alterar contexto

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a exigência aumentaria os custos para tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação. Foto: captada
O governo federal vetou a exigência de exame toxicológico para obter a primeira habilitação nas categorias A (motos) e B (carros de passeio). A medida, que seria incluída no Código de Trânsito Brasileiro, foi rejeitada com a justificativa de que aumentaria os custos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e poderia incentivar mais pessoas a dirigirem sem a documentação obrigatória.
O veto, no entanto, pode ter perdido parte de sua sustentação após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editar resolução que permite a retirada da CNH sem a obrigatoriedade de cursar autoescola, reduzindo significativamente o custo total do processo de habilitação.
Outro ponto do projeto que virou lei, e também relacionado aos exames toxicológicos, permite que clínicas médicas de aptidão física e mental instalem postos de coleta laboratorial em suas dependências — desde que contratem um laboratório credenciado pela Senatran para realizar o exame. O governo também vetou esse artigo, alegando riscos à cadeia de custódia do material, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados e facilitar a venda casada de serviços(exame físico e toxicológico no mesmo local).
As decisões refletem um debate entre a busca por maior segurança no trânsito — com a triagem de possíveis usuários de substâncias psicoativas — e o impacto financeiro e logístico das novas exigências para os futuros condutores.
Assinatura eletrônica
O terceiro item a ser incluído na lei é o que permite o uso de assinatura eletrônica avançada em contratos de compra e venda de veículos, contanto que a plataforma de assinatura seja homologada pela Senatran ou pelos Detrans, conforme regulamentação do Contran.
A justificativa do governo para vetar o trecho foi que isso permitiria a fragmentação da infraestrutura de provedores de assinatura eletrônica, o que poderia gerar potencial insegurança jurídica diante da disparidade de sua aplicação perante diferentes entes federativos.
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Caixa de som que ficou três meses no mar é achada intacta e funcionando no litoral gaúcho
Equipamento JBL, resistente à água, foi encontrado na Praia do Hermenegildo após provavelmente cair de um navio a 300 km dali; aparelho ligou normalmente

A caixa de som, projetada para ser resistente à água, sobreviveu à corrosão salina por todo esse período. Ao ser ligada, o equipamento funcionou normalmente. Foto: captada
Uma caixa de som à prova d’água da marca JBL passou cerca de três meses no mar e foi encontrada intacta e ainda funcionando na Praia do Hermenegildo, no extremo sul do estado. A descoberta foi feita por um morador que passeava de quadriciclo na orla na última segunda-feira (30) e avistou o equipamento entre algas e areia.
Acredita-se que a caixa tenha caído de um container durante um transporte marítimo em agosto, próximo à Praia de São José do Norte, a cerca de 300 quilômetros dali. Apesar do longo período submerso e da exposição à água salgada, que acelera a corrosão, o aparelho resistiu e ligou normalmente quando testado.
O caso chamou atenção pela durabilidade do produto, projetado para ser resistente à água, e pela jornada incomum — percorrer centenas de quilômetros à deriva no oceano e ainda chegar em condições de uso à costa gaúcha. A situação virou uma curiosidade local e um exemplo inusitado de “sobrevivência” tecnológica.

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