Cotidiano
Médico diz que acreanos cometem erros graves e alerta para semanas críticas
Para Andreas Stocker, população vai pagar caro ao desrespeitar as recomendações de isolamento

Para o médico Andreas Stocker, do Centro de Infectologia Charles Mérieux, o alastramento da pandemia no Acre, que está na sua 5ª semana, está apenas no seu começo
Assessoria
Coordenador de um dos oito centros mundiais que compõem uma rede de laboratórios de pesquisa e diagnóstico da Fundação Mérieux, o alemão Andreas Stocker, médico biologista pela Universidade de Hamburgo é hoje uma das maiores autoridades no Acre para falar da pandemia de Covid-19.
Em entrevista, no Centro de Infectologia Charles Mérieux, em Rio Branco, Stocker afirma com muita preocupação que “a população acreana está cometendo erros graves, os mesmos equívocos que cometeram as pessoas de outros estados”, onde a pandemia já avançou muito rápido por negligenciarem o isolamento social.
E faz um alerta: “Nessas últimas duas semanas no Acre [desde o dia 5, e que termina no próximo sábado, dia 18] as pessoas tiveram uma vida normal nas ruas, não obedeceram aos apelos de ficar em casa, se juntaram nas filas de bancos e foram se reunir na casa de amigos. Veja bem, essa ‘normalidade’ que se viveu vai ter consequências muito desastrosas daqui a mais duas ou três semanas”.
De acordo com o especialista, é impossível acabar com o risco cada vez mais de novos contágios se a população não entender que deve tomar precauções extremamente necessárias para conter o avanço da doença.
“Não é o que estamos vendo. E digo mais: não começamos nem a subir a curva de contaminação. Hoje estamos na base do pico, mas já com uma centena de casos”, dispara Andreas Stocker, enquanto esboça em um desenho na lousa o quadro de infestação lamentável em que o estado chegará nas próximas semanas.
Nesta quinta-feira, 16, houve a quinta morte por coronavírus no estado – e o primeiro óbito de uma pessoa que, apesar de estar no grupo de risco para a doença –, estava fora do grupo de idosos, as quatro primeiras mortes pela doença no Acre.
As palavras do médico e pesquisador, que é responsável desde 2005 por pesquisas e projetos de diagnóstico molecular de vírus humanos como o da influenza A e B, parainfluenza 1 até 4, rhino-vírus, hMPV e RSV, são corroboradas pelo Corpo de Bombeiros.
Na terça-feira, 14, uma equipe dos bombeiros esteve no centro de Rio Branco para orientar as pessoas que estavam na fila das lotéricas, e de uma agência bancária para que mantivessem o distanciamento de 1,50m a 2 metros uma das outras.
Fitas adesivas foram colocadas no chão para que as pessoas observassem essa separação, enquanto eram advertidas para o risco que estavam tendo se permanecessem coladas umas as outras.
No entanto, bastou que os miliares deixassem o local para que todos ignorassem os apelos e voltassem a se aglomerar. Apesar dos inúmeros pedidos para se evitar aglomerações, a população continua ignorando as normas de segurança.
“Isso é muito pernicioso para todos, porque o serviço de orientação, de recomendação e de prevenção da nossa corporação fica prejudicado”, ressalta o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Batista.
Ele afirma que a Instituição segue as orientações do governador Gladson Cameli, por meio de decreto, que é o de intervir para que as pessoas não se aglomerem em filas e mantenham o distanciamento correto.
“Mas o que percebemos é que alguns têm receio de que, com o espaçamento, outras pessoas furem a fila. No entanto, esse será o foco até que as pessoas entendam e tornem o distanciamento um hábito”, diz Batista.
Para o médico Andreas Stocker, do Centro de Infectologia Charles Mérieux, o alastramento da pandemia no Acre, que está na sua 5ª semana, está apenas no seu começo. Mas para evitar colapsos como o que já acontece em estados como o Amazonas e o Pernambuco, é preciso que as pessoas respeitem o isolamento domiciliar e social.
No Pernambuco, 88% dos novos leitos de UTI, criados para tratar os casos de coronavírus estão ocupados. O secretário de Saúde, André Longo, admitiu ontem que o governo do estado analisa a eventual necessidade de ampliação do isolamento social, mas considera “muito difícil” implementar um fechamento no estado, mesmo com a aceleração da contaminação.
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Defesa Civil do Acre emite alerta de alto risco para transbordamento do Rio Acre e inundações
Rio Acre já está meio metro acima da cota de transbordamento em Rio Branco; bairros são atingidos e abrigos começam a ser montados. Alerta vale até segunda-feira (29)

Os dados meteorológicos reforçam a gravidade da situação. Em Rio Branco, o volume de chuvas acumulado em dezembro chegou a 483 milímetros, quase o dobro da média histórica para o mês. Foto: assessoria
A Defesa Civil do Acre emitiu um alerta de alto risco hidrológico para este domingo com segunda-feira, 29, diante da previsão de fortes chuvas em Rio Branco e em outras regiões do estado. O aviso aponta alta possibilidade de transbordamento do Rio Acre e de seus principais afluentes, o que pode provocar inundações em áreas urbanas e rurais para a capital.
De acordo com o órgão, o cenário é de atenção máxima, especialmente nas localidades ribeirinhas e em áreas historicamente atingidas por cheias. A previsão indica volumes elevados de chuva, capazes de provocar elevação rápida dos níveis dos rios com as vazante em Assis Brasil, como também em Brasiléia e Xapuri.
Em Rio Branco, a situação já é considerada crítica. O Rio Acre encontra-se aproximadamente meio metro acima da cota de transbordamento, medindo 14,40m ao meio-dia, com vários bairros atingidos e os abrigos começaram a ser montados no Parque de Exposições Wildy Viana.
A Defesa Civil reforça que a população dessas áreas deve permanecer atenta aos comunicados oficiais e seguir as orientações de segurança.
O alerta permanece válido enquanto persistirem as condições de chuvas intensas previstas para o estado.

Os dados de chuvas reforçam a gravidade do cenário na capital, o acumulado de dezembro já soma 483 milímetros, quase o dobro da média esperada para o mês. Foto: captada
Cidades do Acreanas
A situação de emergência hídrica no Acre se agravou no interior do estado. Em Tarauacá, o Rio Tarauacá transbordou, obrigando a retirada de famílias ribeirinhas. Em Santa Rosa do Purus, o Rio Purus também extravasou, afetando aproximadamente 60 famílias. Em Plácido de Castro, a elevação dos igarapés causou alagamentos e a remoção de moradores de áreas de risco.
Os dados meteorológicos reforçam a gravidade da situação. Em Rio Branco, o volume de chuvas acumulado em dezembro chegou a 483 milímetros, quase o dobro da média histórica para o mês. Em Brasileia, foram registrados 436,8 milímetros, 82% acima da média.
A resposta do estado ocorre de forma integrada, com Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias trabalhando em monitoramento hidrológico, ações preventivas e assistência humanitária. A população é orientada a evitar áreas alagadas e a buscar informações apenas por canais oficiais. Em caso de emergência, os contatos são o Corpo de Bombeiros (193) e a Polícia Militar (190).
Veja vídeo assessoria da prefeitura de Rio Branco:
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Dnit libera passagem de carros e ônibus em trecho crítico da BR-364, mas mantém restrição para caminhões carregados
Obras emergenciais com colchão de pedra e bueiro provisório são iniciadas no igarapé Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. Medida visa conter avanço da água que ameaça romper a pista

Os carros pequenos, ônibus e caminhões vazios podem passar mas os caminhões com cargas vão ter que esperar até que um serviço seja executado no local. Foto: captadas
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciou obras emergenciais e liberou parcialmente o tráfego no trecho crítico da BR-364 no igarapé Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul. Carros de passeio, ônibus e caminhões vazios já podem passar, mas caminhões com carga continuam proibidos de trafegar até a conclusão de um serviço de contenção.
De acordo com o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, a intervenção consiste na criação de um “colchão de pedra” e na instalação de um bueiro provisório, em um sistema de “pare e siga”. Ele atribuiu o problema ao aumento repentino do volume do igarapé, agravado por aterros irregulares e à presença de açudes próximos à rodovia, que sobrecarregam a capacidade de vazão da estrutura existente. A previsão é que o tráfego pleno seja restabelecido após a conclusão da obra.

O superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, afirmou estar ciente da situação e já mobilizou equipes técnicas para atuar no local. Foto: captada
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PRF interdita BR-364 em Cruzeiro do Sul após avanço de igarapé abrir buraco na pista
Avanço do igarapé Santa Luzia comprometeu estrutura da pista; PRF e Dnit trabalham no local sem previsão de liberação

Trecho próximo à Vila Santa Luzia está interrompido; isolamento do Vale do Juruá pode ocorrer sem data para liberação. Dnit mobiliza equipes de emergência. Foto: cedida
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interditou a BR-364 no final da tarde deste domingo (29) em Cruzeiro do Sul, após o avanço do igarapé Santa Luzia abrir um buraco na pista e comprometer a segurança da via. A interdição ocorreu nas proximidades da Vila Santa Luzia e foi determinada devido ao risco iminente de rompimento da estrutura.
Com a paralisação do tráfego, Cruzeiro do Sul e toda a região do Vale do Juruá ficam isoladas por terra do restante do Acre, uma vez que a BR-364 é a única ligação terrestre da região. O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Acre, Ricardo Araújo, confirmou que equipes técnicas já foram mobilizadas para atuar no local.

As fortes chuvas registradas neste domingo (28) provocaram a abertura de um buraco no meio da pista. Foto: captada
Autoridades monitoram a situação e orientam os motoristas a evitar o trecho. Equipes da PRF e do Dnit trabalham para avaliar os danos e definir as medidas para restabelecer a circulação, sem previsão de liberação.

O superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, afirmou estar ciente da situação e já mobilizou equipes técnicas para atuar no local. Foto: captada

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