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Acre

Justiça Boliviana liberta mototaxista brasileiro por falta de provas

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Da redação, com Chiquinho Chaves, Fernando Oliveira e Alemão Monteiro

Depois de quase 300 dias presos no presídio de Vila Busch em Cobija-Pando (Bolívia),  o mototaxista Eronildo da Silva Lopes, de 46 anos, casado pai de 6 filhos, foi inocentado de todas as acusações pela plena Corte da Justiça boliviana.

Eronildo da Silva Lopes (46), foi recebido por parentes, esposa e amigos que lhe ofereceram ma festa de retorno

Eronildo da Silva Lopes (46), foi recebido por parentes, esposa e amigos que lhe ofereceram uma festa de retorno

Era por volta das 19 horas de sexta-feira, 24, quando a família de Eronildo recebeu a informação da justiça boliviana de que o mototaxista brasileiro preso em 26 de outubro de 2012, acusado de formação de quadrilha, ameaça de morte e estorção, estava livre e nada consta naquele país contra o cidadão brasileiro.

Ainda na sexta-feira 24, parentes e amigos viraram a noite comemorando a liberdade de Eronildo na residência do Senhor Raimundo Lopes e Dona Antonia, pais do acusado, e iniciaram a manhã de sábado 25, recebendo mais uma infinidade de outros amigos que queriam abraçar e chorar junto com familiares a liberdade de um inocente.

O abraço emocionado do filho comoveu a todos

O abraço emocionado do filho comoveu a todos

Aurélio César, que liderou o movimento dia 15 de novembro de 2012 obstruindo as pontes que dão acesso a Cobija (BOL), pedindo respostas quanto a soltura de Eronildo, disse que chegou a ser processado pela sua atitude em parceria com os mototaxistas, mas que está muito feliz nesse momento. “Tô vendo aqui a alegria, eu andei cerca de 8 quilômetros de a pé do ramal do 17 para pegar o transporte e vim pra cá. O rapaz é querido do povo e tem um bom procedente bacana dentro da comunidade”, comemorou ele.

Para o senhor Raimundo Lopes, essa vitória é de todos que acreditam na justiça, mas a luta de Dona Antonia foi muito maior. “Eu sofri muito, mas minha esposa lutou até o fim pela liberdade do Nildo, ela sempre esteve na rua procurando um e outro e eu tinha que ficar aqui pra cuidar da propriedade, mas graças a Deus veio a vitória que eu pedia todo dia”, falou ele chorando.

Nesse período em que Eronildo esteve preso em Cobija, varias mobilizações aconteceram por parte dos amigos e da classe dos mototaxistas tentando sensibilizar as autoridades para que tomassem alguma providencia com relação ao caso.O processo de Eronildo foi acompanhado pela Dra. Jackeline e pelo cônsul do Brasil na Bolívia Dr. Guilherme  Barbosa.

O amigo Francisco de Melo, se deslocou da cidade até a residência em que comemoravam a liberdade de Eronildo no Km 13, para levar todo carinho à família. “ A verdade é que faltam palavras pra gente dizer alguma coisa, mas eu tenho certeza que a justiça foi feita”, falou.

O agradecimento de sua mãe ao receber seu filho de volta

O agradecimento de sua mãe ao receber seu filho de volta

Um dos  momentos mais marcantes e emocionantes aconteceu com a chegada do filho primogênito de Eronilton, Cabo do Exército Brasileiro Ivonaldo da Silva Lopes, pai e filho  que se abraçaram e choraram  por mais de 5 minutos. “Eu estava em Rio Branco sem contato com ninguém e quando peguei meu celular tinha uma mensagem da minha esposa dizendo que meu pai estava solto e já se encontrava na colônia, eu flutuei, sai do chão, não tem como descrever, vai mudar nossa vida esses 10 meses em que ele esteve preso. Ele foi injustiçado, a gente lamenta mas agora é só comemorar e bola pra frente”. disse ele.

Em meio a lágrima dona Antonia da Silva Lopes 64 anos, mãe de Eronildo comenta alguns momentos tristes vivenciados nesse período em que seu filho esteve preso. “Eu agradeço primeiramente a Deus  por que pedi a liberdade de meu filho e hoje estou aqui com ele, Deus libertou meu filho por que sabia que ele nada devia, peço até que Deus perdoe aqueles que diziam que meu filho era culpado”.( Chorou),

Dona Antonia aproveitou para agradecer também a uma senhora chamada de Sebastiana que através da rádio fez uma oração em favor da liberdade de Eronildo.

“Desde a hora que ele saiu, só foi alegria, nossa e dos amigos como se pode comprovar, os dias que passei na Bolívia em busca de documentos, eu entregava nas mãos deles e também nas mãos de Deus,(chorou novamente). Esse choro é de alegria, de coração, em ver meu filho junto comigo, com os amigos, tudo apoiando meu filho que é uma pessoa inocente”, comentou.

Acompanhe a seguir a entrevista exclusiva de Fernando Oliveira com Eronildo da Silva Lopes.

Abraço da esposa com muita emoção e lágrimas de felicidade

Abraço da esposa com muita emoção e lágrimas de felicidade

Fernando: É a primeira que você concede uma entrevista a um veiculo de comunicação sobre o caso. Fale como tudo aconteceu.

Eronildo: O que aconteceu é que o que quase todo mundo sabe, nesses quase 10 meses passei coisa que em 46 anos não tinha passado (chora). Passei quase duas horas debaixo de uma cama para tentar sobreviver no meio daquela rebelião, se eu tivesse a relento teria morrido também, sempre estava junto com os brasileiros, com certeza eu ia morrer.

Fernando: Além desse momento da rebelião, qual outro momento mais difícil ao longo desse tempo em que esteve preso?

Eronildo: Olha, são muitos, mas nada é pior do que andar de algema pelas ruas, com as mãos para trás e inocente.

Fernando:No momento da sua prisão você estava trabalhando em Cobija?

Eronildo:Tava trabalhando sim,  sai daqui para buscar um passageiro lá e de lá foi que peguei esse outro passageiro com essa encomenda que aconteceu, quando peguei a encomenda com uns trinta metros a policia me pegou, nem me ouviu e me sacudiu no chão, me jogaram no carro  e dali pra frente eu achava que ia findar..(chora).

Fernando: Como você ficava depois das visitas dos parentes?

Eronildo: Meu sofrimento maior era esse, quando eles chegavam era alegria, depois ficava aquela tristeza, e a gente sem saber se no outro dia ia está vivo ou não, lá o negócio é assim contra brasileiro a gente só escuta o boato que a qualquer momento acabam com o resto dos brasileiros que estão lá, e quem manda lá é bolivianos, a gente sempre escutava isso ai e ficava nervoso.

Fernando:Como é a questão das selas lá e da  higiene no presídio?

Eronildo: Olha, se você tiver rede dorme na rede se não dorme no chão, do jeito que você entra você vai ficar, não tem nada, ninguém doa nada, se quiser um copo d’água tem que pagar e se não pagar ele não sai do teu pé nenhum instante. Na minha sela de 3×3 tinha quatro brasileiros e dois bolivianos, tinha um banheirinho que dava de tomar banho.

Fernando: Alguma vez você foi ameaçado de morte ou de tortura?

Eronildo: Não, eles sempre me respeitavam bem, teve só um brasileiro que me ameaçou de bater, em 46 anos nunca briguei e fui ameaçado, foi a hora que pensei que ia se acabar, sem ninguém.

Fernando:Como você recebeu a decisão de liberdade lá no presídio?

Eronildo:A mamãe sempre ia na Corte e sempre tinha uma noticia que estavam ajeitando a minha documentação para ser liberado direto, era o que a gente esperava, tinha uma audiência dia 29, mas chegou essa decisão de que estava livre logo agora, nem acreditei, parti pra sela peguei as minhas coisas deixei outras por lá e vim embora, minha família já estava esperando na ponte.

Fernando :Qual o recado que você deixa diante da injustiça e a mensagem que você daria as autoridades?

Eronildo:Eu aconselho que as pessoas sejam espertos na vida, a gente tem muitos altos e baixos, hoje a gente está com vivo aqui mas também pode está morto (Chora), e a justiça boliviana que procure trabalhar melhor para não fazer injustiça, que faça as coisas com prova.

Eronildo chorou bastante ao lembrar que sabia das mobilizações do lado de fora e via alguns amigos seus sendo presos porque estavam lhe defendendo.

Por telefone, Aléx Ribeiro Presidente dos mototaxistas disse que estava feliz pela decisão da justiça boliviana, pois reconheceu a inocência de um cidadão de bem, contudo lamentou a passividade das autoridades brasileiras que pouco fizeram para que o Eronildo deixasse o presídio.

Segundo foi apurado, os Mototaxistas preparam para essa semana (possivelmente segunda-feira 26), uma grande mobilização da categoria desfilando pelas ruas de Brasiléia e Epitaciolândia, em comemoração pela liberdade de Eronildo.

Fonte: sentineladafronteira

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Acre já registra mais de mil casos de malária em 2024

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Equipe técnica da Sesacre já está traçando uma visita técnica em conjunto com o Programa Nacional de Controle Malária do Ministério da Saúde Foto: Arquivo

No Dia Mundial da Luta Contra a Malária, celebrado em todo o mundo nesta quinta-feira, 25, dados registrados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) revelam que, em 2022, foram notificados 6.139 casos da doença e, em 2023, 5.204 casos, o que representa uma redução de 15,2% das ocorrências no estado.

De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde da Sesacre, os municípios com maior incidência da enfermidade se encontram no Vale do Juruá: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Nos três primeiros meses de 2024, foram confirmados 1.042 casos. Desses, 95,3% foram registrados nesses municípios.

O Acre está entre os estados com as maiores taxas da doença, representando 3,9% do total de número de casos de malária registrados na região amazônica em 2023. “Por isso, o Estado aderiu ao Plano Nacional de Eliminação da Malária, que prevê a extinção da doença no território brasileiro até 2035”, declarou o chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde da Sesacre, Júnior Pinheiro.

Apesar de potencialmente fatal, a malária é uma doença curável e evitável. É causada por parasitas inoculados por meio da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas, também conhecidos como mosquito-prego. Existem cinco espécies de parasitas que causam malária em humanos; entre elas, o Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivax representam a maior ameaça.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.

Transmissão

O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como ocorre no compartilhamento de seringas (comum no caso de usuários de drogas), transfusão de sangue ou da mãe para o feto, na gravidez.

Tratamento

Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves devem receber hospitalização imediata.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante, a idade do paciente e condições associadas, como gravidez e outros problemas de saúde, além do nível de gravidade da doença.

Prevenção

Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, uso de repelentes e telas em portas e janelas.

Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterros, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Fontes:

Fundação Oswaldo Cruz

Ministério da Saúde. Saúde de A a Z

Organização Mundial da Saúde

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Acre

Prefeito participa do Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção, em Rio Branco

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O prefeito de Rio Branco participou, nesta quinta-feira (25),do Fórum Norte e Nordeste da Indústria da Construção, que é realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac). O encontro reúne especialistas do setor, autoridades políticas e empresários, onde são discutidos propostas para o avanço da construção civil nessas regiões. O evento ocorrerá durante dois dias na capital acreana.

No primeiro dia foram abordados temas relacionados aos desafios enfrentados pelo setor, a importância da construção civil para a primeira infância, as articulações entre o governo federal e as secretarias de habitação dos estados, além de destacar o papel do Acre na integração regional com os países vizinhos e o apoio do Sebrae para aumentar a produtividade do setor.

“Estamos reunidos num grande debate sobre como desenvolver a região Norte-Nordeste. A engenharia está presente através dos presidentes dos CREAs, dos estados da região norte-nordeste, que juntamente com a Federação Nacional da Indústria da Construção estão aqui nesse debate de trazer a discussão, identificar os desafios e propor as melhores soluções para o desenvolvimento dessas duas regiões, com a participação da prefeitura, grandes obras que trazem melhorias para a nossa população, na infraestrutura, na mobilidade e na habitação também”, explicou a presidente do CREA/AC.

Bocalom: “A construção civil gera grande número de empregos” (Foto: Evandro Derze/Assecom)

O prefeito de Rio Branco falou sobre a importância do Fórum na capital e lembrou do avanço da construção civil nos últimos três anos.

“Aqui em Rio Branco, a construção civil, as empresas da construção civil, estão felicíssimas pelo trabalho que a prefeitura vem fazendo, pelas gerações de oportunidades que a Prefeitura de Rio Branco vem criando, com tantas obras que nós estamos lançando e continuamos lançando de construção civil aqui. Sabemos que a construção civil é onde gera o maior número de empregos e principalmente empregos onde as pessoas não têm muita qualificação técnica. Então, isso é muito importante, porque significa que as pessoas podem levar o dinheirinho para casa para comprar a sua comida e botar na mesa, com dignidade.”

O presidente do CREA da Paraíba Renan Guimarães, falou da importância da troca de experiência entre os participantes do evento.

“O Fórum Norte-Nordeste veio realmente para ficar. Acredito que ele vai elevar a construção civil em todos esses estados e aí consequentemente nós vamos ter frutos, no futuro, que vão alavancar a engenharia e toda essa construção a qual rege economicamente nosso setor. É uma troca de ideias, de experiência. É poder trazer a realidade de cada estado. Uma pauta única. Então é muito importante agregar esse valor e esse conhecimento.”

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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