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Julho Amarelo: hepatite B ainda é a que mais acomete acreanos, revela Sesacre; saiba mais

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As doenças geralmente são assintomáticas, o que torna a detecção precoce fundamental

Sinan mostram que entre 2015 a 2024, o Acre teve 3.368 casos confirmados de Hepatite B, dos quais 498 casos foram noticiados em 2018 e 483 em 2019, anos com as maiores incidências

O mês de julho é mercado como o mês da campanha de conscientização sobre as hepatites virais, promovida em diversos países, incluindo o Brasil. O objetivo principal é informar a população sobre as formas de transmissão, prevenção e tratamento das hepatites A, B, C, D.

São doenças que podem levar a complicações graves, como cirrose e câncer de fígado. Contudo, geralmente são assintomáticas, o que torna a detecção precoce fundamental.

A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) apresentou um relatório que revela que a hepatite B segue sendo a que mais acomete os acreanos.

Os dados utilizados para o relatório fazem parte do Sistema de Informação de Agravo de Notificações, o Sinan mostram que entre 2015 a 2024, o Acre teve 3.368 casos confirmados de Hepatite B, dos quais 498 casos foram noticiados em 2018 e 483 em 2019, anos com as maiores incidências

Já a Hepatite A, durante o período, teve apenas 246 casos no Acre. Em relação a Hepatite C, a considerada mais letal, o estado registrou 1222 casos, segundo o relatório da Sesacre.

 

Grande incidência

Em entrevista, o médico infectologista Thor Dantas, lembrou que o Acre já é conhecido, a partir de resultados de estudos clínicos e pesquisas científicas como um dos estados com a maior prevalência de hepatites virais crônicas no país. “Em hepatite C nós somos os campões entre todos os estados”, disse.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura, afirmou em entrevista, o médico infectologista Thor Dantas. Foto: internet

O médico lembra que a partir dos dados da Sesacre, é possível identificar que as duas hepatites B e C continuam ocorrendo de forma muito importante ao longo dos últimos dez anos.

“A partir de 2021, 2022 e 2023 nota-se que retomam os valores, os patamares muito semelhante. A curva é de crescimento.  De 2020 pra cá, o número de notificações está aumentando. Muitas vezes números baixos, são reflexos de trabalho ruim de notificação e não porque a doença não ocorre. Claramente foi o que aconteceu em 2020 e você vê uma retomada das notificações. Então o número de ocorrência de hepatite C e de hepatite B continua muito elevado no Acre. Não dá pra falar numa tendência de diminuição”, disse o médico.

Thor lembra ainda que em relação a hepatite B, há uma vacina que previne a doença logo na infância. Contudo, muitas crianças não estão tendo acessa à primeira dose do imunizante logo ao nascer. O médico destaca que esse tipo da doença é o mais propenso a transmissão.

“É uma doença de elevadíssima transmissibilidade dentro do ambiente familiar. Então é muito importante que as crianças sejam vacinadas não apenas com as três doses completas, mas a primeira dose é a vacina mais importante de todas. Se a primeira dose não for dada imediatamente após o parto, a criança corre o risco de entrar em contato com esse vírus em algum momento no ambiente hospitalar, na maternidade, na da mãe, dos irmãos quando for pra casa. E aí a vacina chega tarde. Se a vacina não chegar antes do contato com o vírus, a criança já está  infectada e aí vira uma infecção para vida toda”.

“É uma doença muito antiga entre nós demora muito tempo pra que ela seja eliminada. É preciso geração atrás de geração mantendo altas coberturas vacinais, com primeiras doses ao nascer de forma muito intensa pra que a endemicidade vá diminuindo paulatinamente ao longo do tempo”, completou.

Campeão de hepatite C no país

O Acre é o líder de incidência da hepatite C no país. Ao contrário da hepatite B, ela não tem uma vacina, mas tem uma cura mais facilitada, com tratamento acessível no SUS e menos invasivo. Thor declara que o tipo C da hepatite pode ser facilmente eliminado se houver uma campanha eficaz de prevenção e conscientização da doença.

“Existe inclusive uma meta da Organização Mundial de Saúde que o Brasil é signatário, de eliminação da hepatite até 2050. É uma doença que vai deixar de existir até 2050 se a gente fizer o nosso trabalho, que é identificar, buscar ativamente todas as pessoas que tem hepatite C e tratá-las com esses tratamentos extremamente simples e fáceis”.

O tipo mais grave

No Acre e na Amazônia existe ainda um quarto tipo de hepatite: a Delta (D), considerada a mais grave entre todas. É ainda a mais difícil de ser tratada e a que leva ao câncer de fígado e cirrose em menos tempo. O médico lembra que a hepatite D acomete mais pessoas do interior e das áreas isoladas no estado, o que agrava ainda mais a situação.

“Ela é um desafio muito grande porque acomete pessoas principalmente da área rural, ribeirinhos, indígenas e pessoas da área rural da região amazônica, o que torna muito mais difícil acessar pessoas, fazer diagnóstico e tratamento. Quase sempre a gente identifica as pessoas que chegam em Rio Branco, em Cruzeiro do Sul ou chega nas grandes cidades vindos do interior. No caso Cruzeiro do Sul, vindo da região do Juruá, da área rural, dos municípios adjacentes, ou de Rio Branco, vindo de Sena Madureira, doentes, com sintomas de cirrose, com a doença avançada numa fase em que é muito difícil tratar. Porque é um tratamento muito complicado”.

O médico concluiu dizendo que o principal causador de transplante de fígado no Acre é a hepatite D. Além disso, Thor lembra que o laboratório Charles Mérieux, em Rio Branco, é o único do SUS a realizar o exame da doença na região amazônica.

Como prevenir hepatite B ou C

  • Não compartilhar com outras pessoas objetos perfurocortantes (seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas etc.);
  • Não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança;
  • Não compartilhar escovas de dentes ou lâminas de barbear/depilar, que são materiais de uso individual;
  • Ao colocar piercing, realizar tatuagem ou utilizar serviços como barbearias, manicures/pedicures e podólogos, certificar-se de que os materiais sejam descartáveis e sejam esterilizados adequadamente;
  • Usar camisinha nas relações sexuais, a fim de evitar a transmissão por via sexual e, no caso de gestação, evitar a transmissão da doença para o feto.

A hepatite C tem maior taxa de detecção em indivíduos acima dos 40 anos de idade, ou que apresentem fatores de risco, como:

  • Ter sido submetido a procedimento de hemodiálise;
  • Ter diabetes ou hipertensão;
  • Ter realizado procedimentos invasivos (estéticos ou cirúrgicos) sem os devidos cuidados de biossegurança;
  • Ter realizado transfusões sanguíneas antes de 1993;
  • Compartilhar objetos para o uso de drogas;
  • Estar privado de liberdade, dentre outros.

Vacinas disponíveis no SUS

A melhor estratégia de prevenção da hepatite A e B é a vacina – as doses estão disponíveis nas salas de vacinação de todo país. Elas são altamente eficazes, e devem ser realizadas com esquema completo para ter a máxima eficiência. Saiba o esquema recomendado pelo Calendário Nacional de Vacinação:

Crianças

  • Hepatite B recombinante: 1 dose ao nascer
  • DTP + Hib + HB (penta – entre outras doenças, protege contra a Hepatite B) / 3 doses recomendadas: 1ª aos 2 meses; 2ª aos 4 meses; 3ª aos 6 meses
  • Hepatite A (HA): 1 dose recomendada aos 15 meses

Adolescentes, adultos e gestantes

  • Hepatite B: 3 doses recomendadas (iniciar ou completar o esquema de acordo com a situação vacinal). Intervalo recomendado: 2ª dose deve ser aplicada 1 mês após a 1ª dose e a 3ª dose deve ser aplicada 6 meses após a 1ª dose.

A promoção do diagnóstico é uma das estratégias de prevenção para evitar a transmissão da infecção, neste sentido, é importante intensificar o diagnóstico de todas as pessoas acima de 20 anos, assim como no caso de teste negativo para hepatite B, realizar a vacinação. As vacinas seguem disponíveis no SUS para atualização da carteirinha mesmo na vida adulta.

Não existe vacina contra a hepatite C, mas existe tratamento e cura. Os medicamentos disponibilizados no SUS conferem a cura em mais de 95% dos casos, com tratamentos que duram, em média, 12 semanas e estão disponíveis para qualquer pessoa com a infecção pelo vírus.

Fonte: Ministério da Saúde

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Último dia do ano será de calor e chuvas rápidas em todo o Acre

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Quarta-feira (31) terá tempo quente e abafado, com sol entre nuvens e baixa probabilidade de chuva forte

Sipam prevê quarta-feira (8) com céu claro a parcialmente nublado e possibilidade de chuvas no AC — Foto: Juan Vicent/Arquivo pessoal

A quarta-feira (31), último dia do ano, será marcada por tempo quente e abafado em todo o Acre. A previsão indica predomínio de sol entre nuvens e ocorrência de chuvas rápidas e pontuais ao longo do dia, conforme informações do portal O Tempo Aqui. Apesar da possibilidade de pancadas mais intensas em áreas da Região Norte e Centro-Oeste, como Rondônia e Mato Grosso, o risco de chuva forte no território acreano é considerado baixo.

Leste e sul do estado

Nas microrregiões de Rio Branco, Brasileia e Sena Madureira, o dia será de calor, com variação de nuvens e chuvas isoladas. A umidade relativa do ar deve variar entre 40% e 50% durante a tarde, podendo alcançar entre 80% e 90% nas primeiras horas da manhã. Os ventos sopram fracos a calmos, predominando da direção norte, com variações de noroeste e nordeste.

Centro e oeste do Acre

No centro e oeste do estado, incluindo as microrregiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o cenário será semelhante, com tempo quente, abafado, sol entre nuvens e chuvas pontuais. A umidade mínima varia entre 45% e 55% à tarde, enquanto a máxima pode chegar a 95% ao amanhecer. Os ventos seguem fracos a calmos, com predominância do quadrante norte.

Temperaturas nos municípios

Em Rio Branco, Senador Guiomard, Bujari e Porto Acre, as temperaturas mínimas variam entre 22°C e 24°C, com máximas entre 32°C e 34°C.

Já em Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba e Assis Brasil, os termômetros devem marcar mínimas entre 22°C e 24°C e máximas mais elevadas, entre 33°C e 35°C.

Em Plácido de Castro e Acrelândia, as mínimas ficam entre 22°C e 24°C, com máximas entre 32°C e 34°C.

Para Sena Madureira, Manuel Urbano e Santa Rosa do Purus, a previsão indica mínimas entre 22°C e 24°C e máximas de até 34°C.

Nos municípios de Tarauacá e Feijó, as temperaturas variam entre 22°C e 24°C nas mínimas, com máximas entre 33°C e 35°C.

No Vale do Juruá, incluindo Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, as mínimas ficam entre 22°C e 24°C, enquanto as máximas oscilam entre 33°C e 35°C.

Já em Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão, os termômetros devem registrar mínimas entre 22°C e 24°C e máximas entre 32°C e 34°C.

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Prefeitura de Rio Branco garante assistência integral a famílias afetadas pela alagação

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A Prefeitura de Rio Branco segue prestando todo o suporte necessário às famílias que precisaram deixar suas casas em decorrência da Cheia do Rio Acre. Em uma ação coordenada entre diversas secretarias municipais, os abrigos montados pelo município oferecem acolhimento, atendimento em saúde, alimentação e acompanhamento diário às famílias afetadas.

Atualmente, os abrigos instalados nas escolas Jorge Kalume e Álvaro Vieira acolhem, cada um, 14 famílias, totalizando cerca de 100 pessoas atendidas. Nos locais, equipes realizam atendimentos médicos e mantêm acompanhamento constante da situação de cada família, garantindo segurança, cuidado e dignidade durante o período de permanência.

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Equipes realizam atendimentos médicos e mantêm acompanhamento constante da situação de cada família, garantindo segurança, cuidado e dignidade durante o período de permanência (Foto: Val Fernandes/Secom)

Além do acolhimento, as famílias recebem todas as refeições diárias — café da manhã, almoço e jantar — asseguradas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos. O cuidado também se estende aos animais de estimação. Os abrigos contam com atendimento específico para os pets, com o apoio da equipe de Zoonoses, que realiza o recolhimento e o acompanhamento dos animais.

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De acordo com a coordenadora do abrigo da Escola Jorge Kalume, Daniele da Silva, o trabalho integrado tem sido fundamental para atender às necessidades dos acolhidos. (Foto: Val Fernandes/Secom)

De acordo com a coordenadora do abrigo da Escola Jorge Kalume, Daniele da Silva, o trabalho integrado tem sido fundamental para atender às necessidades dos acolhidos.

“A Escola Jorge Kalume está com 14 famílias, somando 52 pessoas. A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos está oferecendo toda a questão da alimentação, assistência e atendimento médico na área da saúde e a Zoonoses está vindo para recolher e acompanhar os animais”, destacou.

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Entre as pessoas acolhidas está o senhor Rosimar Lopes, morador do bairro Triângulo Novo. Pessoa com deficiência, ele precisou deixar sua residência após o imóvel ser tomado pelas águas e ressaltou o apoio recebido do poder público municipal. (Foto: Val Fernandes/Secom)

Entre as pessoas acolhidas está o senhor Rosimar Lopes, morador do bairro Triângulo Novo. Pessoa com deficiência, ele precisou deixar sua residência após o imóvel ser tomado pelas águas e ressaltou o apoio recebido do poder público municipal.

“Está ótimo, graças a Deus, as meninas tratam a gente muito bem. Não tenho o que reclamar. O atendimento, a alimentação, tudo certinho”, afirmou.

A Prefeitura de Rio Branco segue monitorando a situação e reforça que continuará mobilizada para garantir assistência às famílias afetadas, priorizando o bem-estar, a dignidade e a segurança da população durante este período. As famílias que necessitarem de apoio podem entrar em contato pelo telefone 193. As equipes seguem de prontidão para atender e garantir assistência à população afetada.

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Fonte: Conteúdo republicado de PREFEITURA RIO BRANCO

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Rio Acre entra em vazante e registra queda no nível em Rio Branco

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Boletim da Defesa Civil aponta redução para 14,75 metros, mas rio segue acima da cota de transbordo

Foto: Sérgio Vale

O nível do Rio Acre manteve tendência de vazante nesta terça-feira (31) em Rio Branco, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil Municipal. De acordo com o monitoramento, às 5h16 o rio marcava 14,88 metros, apresentando queda em relação aos dias anteriores. Na medição das 9h, o nível baixou ainda mais, atingindo 14,75 metros, confirmando a redução do volume do manancial.

A Defesa Civil informou que não houve registro de chuvas nas últimas 24 horas na capital, com volume acumulado de 0,00 milímetro, fator que contribuiu para a manutenção da vazante.

Apesar da redução gradual, o Rio Acre permanece acima da cota de alerta, fixada em 13,50 metros, e ainda ligeiramente acima da cota de transbordo, estabelecida em 14,00 metros. As autoridades seguem monitorando a situação e mantendo o estado de atenção nas áreas ribeirinhas.

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