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Jorge Viana atribui derrota do Partido dos Trabalhadores no Acre por falta de humildade
O senador destacou que prevê coisas muitos ruins para o país nos próximos anos
O senador Jorge Viana virou destaque nesta sexta-feira (12), no Jornal Folha de S. Paulo, após afirmar, em entrevista à jornalista Angela Boldrini, que o Partido dos Trabalhadores errou em não assumir que praticou corrupção no país. Já no Acre, o petista atribuiu a derrota pela falta de humildade da alta cúpula do partido em querer ganhar todos os cargos.
Segundo Jorge Viana, o PT corre o risco de perder a disputa presidencial entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro (PSL). Para ele, o PT falhou em “não reconhecer claramente que membros do nosso partido ou aliados praticaram corrupção”. A entrevista exclusiva ao jornal paulista aconteceu na ultima quarta-feira (10), no gabinete do próprio senador, em Brasília. Jorge, foi derrotado nas urnas, no último domingo (7).
Leia a entrevista de Jorge Viana à Folha de São Paulo na íntegra
O que explica a onda conservadora que se viu no primeiro turno?
A gente está flertando no Brasil com aquilo que aconteceu nos EUA com a eleição do Trump. É assustador, eu acho que ninguém apaga fogo com gasolina. Fiquei triste de ver uma pessoa chegar no meu estado, pegar um tripé e dizer que ia metralhar as pessoas do partido que ele não gosta. Como é que ele vai pacificar o Brasil? Eu sempre tive uma posição ponderada, sou muito crítico do PT, inclusive das alianças que fizemos. Eu nunca deixei de ver que nós temos uma falha no PT que é de não reconhecer claramente que membros do nosso partido ou aliados praticaram corrupção. Mas isso não justifica o que estão fazendo nem com o presidente Lula nem com outros líderes, e também não diminui as coisas bonitas que nós fizemos: a inclusão social, inclusão dos jovens na universidade, atenção ao trabalhador rural, crescimento econômico, pleno emprego. Não é o que eu quero, mas eu prevejo coisas muito ruim para o nosso país nos próximos anos.
Como o senhor vê essa nova composição do Congresso?
Eu sou muito crítico a essa composição atual. Ela que pariu o impeachment, dela que veio o Bolsonaro. Nós estamos em 2018 e não entramos no século 21. Mas agora vai ficar pior, os que estão vindo vão querer nos levar para as teses do século 19. Mas o que fazer? Eu me sinto entristecido como brasileiro em ver um horizonte tão sem esperança para a frente. Ainda é possível ter uma virada no segundo turno? Eu acho que de um lado tem o pior momento para a vida nacional, para esse transe coletivo que estamos vivendo. E do outro lado você tem o melhor candidato, não importa se é do PT, de que partido é. Ele é o melhor para poder estabelecer o diálogo e fazer essa travessia. Diante disso eu tenho que acreditar ainda que é possível, mas eu digo que numa hora dessas tem que ter uma grande união do Haddad, do Ciro Gomes, porque as pessoas estão vivendo um transe. As lideranças democráticas do país não podem ficar indiferentes, ou cada um de nós vai carregar um pouco dessa culpa.
O senhor falou em erros do PT. Quais?
Nós mudamos as políticas do Brasil, mas não mudamos a política partidária. Foi ela que nos tragou, a história de ganhar a eleição, fazer alianças. Não fizemos nada de diferente do que os outros partidos já faziam, inclusive o PSDB que dirigiu o país antes da gente. Mas o fato de o PT estar fazendo não tem justificativa e foi um prato feito para setores do Judiciário, da imprensa e para os nossos adversários tentarem apagar o PT do mapa e alcançarem o presidente Lula. E depois que começou o processo de destruição do PT não tinha mais o que fazer. Agora vamos ter que fazer depois de vencida esta etapa, porque a gente ainda está nela. Acho que o PT tá tendo uma segunda chance, e eu espero que depois da eleição a gente faça uma mudança radical no jeito de fazer política.
O que poderia ser feito, num presidencialismo de coalizão como o nosso?
Nós ficamos reféns do que se chama de governabilidade. Foi ela que gerou o impeachment, foi em busca dela que a gente destruiu o segundo mandato da Dilma, é em função dela que o Temer chegou ao poder.
Como mudar isso?
Repactuando. Do ponto de vista da prática, nós temos que ser o exemplo. Já fomos o exemplo antes, mas deixamos de ser. E essa chance do Haddad eu sempre defendia que se ganharmos temos que ter o espírito do Nelson Mandela, de pacificar o país, de brigar até com os nossos para não ir no olho por olho. E a história vai ser implacável. Não fiquem do lado errado da história, mesmo que nós sejamos minoria. A candidatura do Bolsonaro foi viabilizada pelo enjaulamento do presidente Lula. Ele foi impedido de concorrer, impedido de dar entrevista. E os que compactuaram com isso vão querer com o tempo apagar os seus nomes dos livros de história, por vergonha de ter levado o país para um fascismo da era do Whatsapp.
No Acre, o PT perdeu o governo depois de 20 anos e o senhor não foi reeleito para o Senado. Por que esse desempenho tão ruim?
Depois que passa é um pouco mais fácil de entender. Nossos governos lá, seja eu, o Binho ou o Tião [Viana], nós demos contribuição extraordinária para o Acre e isso é reconhecido pelas pessoas. Isso é muito bom. Mas se o PT viveu esse drama todo no plano nacional, essa caçada, claro que o surgimento de uma candidatura como o Bolsonaro, a soma dos nossos erros e essa raiva ao PT afetariam lá. E acho que houve uma certa soberba. Eu falei: “não é hora de a gente querer ganhar tudo, temos que ter humildade”, e a decisão lá foi de querer ganhar tudo, as duas vagas do senado, o governo, bancada enorme. E o resultado foi péssimo, mas não é hora de apontar culpados. Agora tem que dar tempo ao tempo.
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Rio Tarauacá sobe mais de 3 metros em 24 horas e começa a atingir as primeiras áreas da cidade

O Rio Tarauacá registrou elevação superior a três metros em apenas 24 horas e já começou a atingir as primeiras áreas urbanas do município. A rua Simão Leite Damasceno foi a primeira a ser alcançada pelas águas após a elevação repentina do nível do rio.
De acordo com o prefeito Rodrigo Damasceno, na sexta-feira, 26, o rio estava com 6,64 metros. Na última medição realizada neste sábado, 27, o nível chegou a 9,62 metros, ultrapassando a cota de transbordamento no município, que é de 9,50 metros.
“Estamos acionando toda a nossa equipe para ficar monitorando a situação e, se for o caso, iniciar as ações necessárias”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, as equipes da Defesa Civil e da Assistência Social do município estão acompanhando de perto o cenário. A expectativa é que o rio comece a dar sinais de vazante a partir da manhã deste domingo.
VEJA O VÍDEO:
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Defesa Civil emite alerta de alto risco de inundação no Acre neste domingo

Foto: Sérgio Vale
A Defesa Civil do Acre emitiu um alerta de alto risco hidrológico para este domingo, 28, diante da previsão de fortes chuvas em Rio Branco e em outras regiões do estado. O aviso aponta alta possibilidade de transbordamento do Rio Acre e de seus principais afluentes, o que pode provocar inundações em áreas urbanas e rurais.
De acordo com o órgão, o cenário é de atenção máxima, especialmente nas localidades ribeirinhas e em áreas historicamente atingidas por cheias. A previsão indica volumes elevados de chuva, capazes de provocar elevação rápida dos níveis dos rios.
Em Rio Branco, a situação já é considerada crítica. O Rio Acre encontra-se aproximadamente meio metro acima da cota de transbordamento, medindo 14,40m ao meio-dia, com vários bairros atingidos e os abrigos começaram a ser montados no Parque de Exposições Wildy Viana.
A Defesa Civil reforça que a população dessas áreas deve permanecer atenta aos comunicados oficiais e seguir as orientações de segurança.
O alerta permanece válido enquanto persistirem as condições de chuvas intensas previstas para o estado.
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Regularização fundiária beneficia quase 40 mil pessoas e reforça protagonismo feminino

A entrega de títulos definitivos de propriedade no Acre vai além da garantia documental e representa um impacto social direto para milhares de famílias. Levando em consideração dados do IBGE, que apontam que na região norte a média é de três pessoas por família, o número de títulos entregues pelo governo do Estado alcança um benefício indireto para quase 40 mil pessoas, que passam a viver com mais segurança jurídica, dignidade e acesso a políticas públicas.
A regularização fundiária assegura direitos fundamentais, fortalece a cidadania e possibilita que famílias tenham acesso a crédito, investimentos, herança legal e valorização de seus imóveis. Cada título entregue representa uma transformação concreta na vida de quem há anos aguardava o reconhecimento oficial de sua moradia ou área produtiva.

Esse trabalho segue os princípios da Lei nº 13.465, de 2017, conhecida como Lei da Regularização Fundiária, que trata da regularização urbana e rural em todo o país. A legislação estabelece, de forma clara, a preferência pela mulher no registro do título de propriedade, especialmente quando ela é chefe de família, reconhecendo seu papel central na manutenção e organização do lar.
A escolha do governador Gladson Camelí (PP) e da vice-governadora Mailza (PP) de montar um time majoritariamente feminino para conduzir esse processo no Acre reforça o compromisso com a Constituição Federal e com a promoção da justiça social. À frente do Iteracre está uma mulher, Gabriela Câmara, acompanhada por mulheres em posições estratégicas, como a chefia do cadastro, do patrimônio, do gabinete, da regularização urbana e da regularização rural. Um time forte, técnico e sensível à realidade das famílias acreanas.

Os dados nacionais reforçam a importância dessa política. Segundo o Censo do IBGE 2022, o Brasil registrou cerca de 7,8 milhões de mulheres vivendo com filhos sem a presença do cônjuge ou de outros parentes. Esse tipo de composição familiar estava presente em 11,6% das famílias em 2000 e passou para 13,5% em 2022, demonstrando que, a cada ano, mais mulheres assumem a chefia dos lares brasileiros.
Nesse contexto, a política de regularização fundiária executada no Acre ganha ainda mais relevância ao garantir que essas mulheres tenham seus direitos assegurados, promovendo autonomia, segurança e estabilidade para milhares de famílias. A entrega de títulos, portanto, não é apenas um ato administrativo, mas uma ação concreta de transformação social e valorização do papel da mulher na construção de um Acre mais justo e regularizado.


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