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Jorge, Binho e Sebastião Viana; do combate ao crime organizado a geração Bonde dos 13
Governos petistas foram responsáveis pelo aumento em 234% da violência no Acre
Reportagem especial mostra a visão e a miopia que marcaram a gestão da segurança pública do Acre nos últimos 16 anos. Investimentos e resultados (aparentemente) inesperados. O sistema Guardião serviu apenas para ouvir inimigos do Palácio Rio Branco?
A escalada da violência registrada por quase todos os Estados brasileiros tem sido debatido pelos cidadãos nas últimas duas semanas, especialmente após a intervenção federal no Rio de Janeiro, decretada pelo presidente Michel Temer.
De jornalista ao motorista de táxi, de apresentadores a youtubers, políticos, amigos e parentes.
“O Ministro tal do STF errou”,…. “o sujeito é culpado”, ..”a vítima mereceu”, “a facção que executou” e por aí vai. No ano de Copa do Mundo na Rússia todos viraram especialistas em Segurança Pública no Brasil.
Por um lado, assistimos a liberdade de manifestação envolvendo a sociedade com direito de falar sobre algo que não se domina, isso é fato! . Por outro, o padeiro, a dona de casa, o pintor, ocupando um cenário e emitindo opiniões que deveriam ser de especialistas, delegados, militares, advogados, juízes, defensores, desembargadores, cientistas, estudantes, políticos, em espaços abertos a opiniões diversas.
No Acre, o último modelo de Polícia da Família funcionou há 19 anos. A ação pública que buscou relações de proximidade das unidades policiais junto aos territórios de sua atuação, e a sociedade foi de 2011 implantada pelo ex-agente federal Ildor Greabner, o “007”, que trouxe o Sistema de Espionagem conhecido como Guardião.
Visão e miopia. Soberba na gestão pública de segurança e paz social, probidade e eficiência, descaso histórico sobre um tema que não é tão simples. O ac24horas mostra nos últimos 16 anos, o que foi esforço ou vontade, quais as boas ideias que deram certo no sistema de segurança pública do Acre, capazes de reduzir a índices aceitáveis as taxas de homicídios. Com base nos dados divulgados pelo Atlas da Violência, uma análise do que especialistas chamam de “Arena do paradoxo”.
Que gestores atuaram no sistema? Investimentos e resultados (aparentemente) inesperados. O sistema Guardião serviu apenas para ouvir inimigos do Palácio Rio Branco? Do combate ao crime organizado – o fim da era Hildebrando – a criação do Bonde dos 13.
Governos petistas foram responsáveis pelo aumento em 234% da violência no Acre
O acreano que assistiu, ouviu ou soube do discurso do senador Jorge Viana (PT-AC) no Senado, na última quarta-feira (21), quando se manifestou contra a intervenção federal no Rio de Janeiro, deve ter se sentido na Islândia, pais considerado o mais seguro do mundo em 2017.
Ao defender a Carta do Acre, documento assinado durante evento sobre segurança pública no final do ano passado, em Rio Branco, e que reuniu governadores de todo o país, Jorge Viana rechaçou a onda de violência no estado e dedicou grande parte de sua oratória falando sobre o combate ao crime organizado, em seu governo, a partir de 1999. O PT, o PCdoB e o PSOL acreditam que a intervenção é “política” e está sendo usada como uma cortina de fumaça para a reforma da Previdência.
Mas voltando a nossa realidade, de fato, Jorge Viana abriu em 1º de janeiro de 1999 a era de gestores petistas e a conhecida Frente Popular do Acre. Foi empossado em um momento semelhante ao atual quando se vivia no Acre um ambiente de medo com domínio do crime organizado. Na época, com 527 mil habitantes, Viana recebeu de Orleir Cameli uma taxa de homicídio de 21,2 por cada 100 mil habitantes.
Os números mostram que seu governo conseguiu, com a união das instituições, combater um grupo de extermínio instalado na capital reduzindo no primeiro ano ao menor índice: a taxa de violência estadual 9,66 homicídios por cada 100 mil habitantes. Por dois anos consecutivos: 2004 e 2005 a taxa chegou a 18,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. No interior, Jorge Viana conseguiu repetir a taxa deixada por Orleir Cameli, em 1998, de 4,9 homicídios. Mas enfrentou muitos desafios para alcançar esse patamar, com variações entre o primeiro e segundo mandato.
No primeiro ano de gestão, na capital, Rio Branco, onde o grupo liderado por Hildebrando Pascoal realizava execuções brutais, a taxa de homicídios por cada 100 mil habitantes caiu de 38,4 para 36,4.
No terceiro ano de mandato, os índices de mortes violentas voltaram a crescer tanto na capital (39,0) quanto em todo o estado voltando a taxa de 21,2. Em 2002, o estado seguiu a evolução de crimes em todo o país, novos padrões de violência homicida registraram o pico de 25,7 homicídios por cada 100 mil habitantes. Em Rio Branco, o aumento foi ainda maior, chegou a casa dos 44,8.
A grande responsável pela redução da taxa de homicídio no primeiro ano da gestão de Jorge Viana foi a procuradora Salete Maia. Ela foi empossada como secretária de segurança pública em janeiro de 1999 e deixou o cargo em outubro de 2001.
Depois, revezaram no cargo máximo da segurança pública os advogados Fernando Melo da Costa e Cassiano Marques, entre os anos de 2001 e 2002. Marques, o último secretário foi quem entregou a pasta com índices recordes de homicídios na gestão de Jorge Viana.
Reeleito governador em 2002 com 64% dos votos, Jorge Viana volta atrás na nomeação do secretário de segurança pública trazendo de volta à gestão o advogado e economista Fernando Melo da Costa, que foi eleito deputado estadual. Ao assumir em fevereiro de 2003, o índice de mortes violentas por cada 100 mil habitantes era de 22,5. Ele entregou o cargo em maio de 2005 com a menor taxa registrada na gestão de Jorge Viana, após Salete Maia de 18,7 por cada 100 mil. No ano seguinte, Melo era eleito deputado federal com 18.385 votos.
Em 2013, quando, segundo o Atlas da Violência, ocorreu o maior pico de mortes no Acre antes da guerra de facções com 234 execuções. Fernando Melo saiu do armário e deu pitacos pela primeira vez, após deixar a secretaria de segurança, orientado o governo de Sebastião Viana no combate a violência.
“Seria oportuno o retorno da polícia da família junto do projeto – MP na Comunidade. Por meio desse projeto, o MP pretende se deslocar da sede, localizada no centro de Rio Branco para comunidades com vulnerabilidade social, pré-selecionadas com base em critérios objetivos e indicadores, para promover atendimento de caráter cível, criminal e social”, disse Melo em sua página de facebook.
Antônio Monteiro Neto, o sucessor de Fernando Melo na Secretaria de Segurança Pública do estado não conseguiu manter os índices históricos da gestão de Jorge Viana. Em 2006, Jorge sai do governo com índice de 22,6 homicídios por cada 100 mil habitantes, o maior da série de oito anos.
Gestão de Binho Marques acaba com modelo de Polícia da Família
Eleito no primeiro turno com 53% dos votos, Binho Marques, que foi secretário de educação na primeira gestão de Jorge Viana (1999-2002), vice-governador e secretário de Desenvolvimento Humano e Inclusão Social (2003-2006), mantém Antônio Monteiro secretário de segurança, mas acabou com a Polícia da Família.
A taxa média de homicídios por cada 100 mil habitantes subiu de 19,7 para 26.2 na gestão de Binho Marques. No terceiro ano de governo, em 2009, registou na capital uma das maiores taxas de mortes violentas (31,7).
Foi quando Binho Marques trocou o comando da segurança pública trazendo para sua administração a procuradora Marcia Regina de Souza Pereira. Ela assumiu o controle das polícias em 04 de março de 2009. Quando deixou o cargo, no último dia do governo de Binho Marques, tinha reduzido para 19,6 a taxa de homicídios por cada 100 mil habitantes em todo o estado.
Sebastião Viana faz mudanças profundas no sistema de segurança e importa ex-delegado federal para o Acre
O governador Sebastião Viana, assume o lugar de Binho Marques em janeiro de 2011, com a segurança pública estadual controlada. Mesmo assim, remove Marcia Regina para a Casa Civil e importa, de Santa Catarina, o ex-delegado de Polícia Federal, Ildor Reni Graebner.
O advogado catarinense, chegou na pasta implantando uma nova filosofia de trabalho, que visava, na época, envolver a comunidade na definição de ações prioritárias da Política de Segurança, cultivar relações de proximidade das unidades policiais junto aos territórios de sua atuação e a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp).
A filosofia era boa, mas na prática, não apresentou resultados positivos já nos primeiros dois anos. O Acre saiu de 165 homicídios em 2010, para 168 no ano seguinte. Na comparação entre 2011 e 2012, o aumento foi ainda maior, 209 mortes violentas foram registradas em todo o estado. A taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes, cresceu 7,1%, foi a quarta maior da região norte.
A partir de 2013, a situação começou a sair do controle. O estado passou a atingir uma média de homicídios por cada 100 mil habitantes acima da nacional. Foram 30,9 óbitos. 241 pessoas morreram vítimas de violência em 2013, segundo dados do Atlas da Violência.
Sebastião Viana terminava a sua primeira gestão, com dados preocupantes. O Acre possuía duas das 20 microrregiões brasileiras que mais tiveram aumento no número de homicídios entre 2004 e 2014. A primeira: Tarauacá, que ocupava a quinta colocação no ranking nacional, com variação de 739,35% na taxa de assassinatos. Cruzeiro do Sul, a segunda, na 14ª colocação, com taxa de 440,76%.
A presidente do Brasil era Dilma Rousseff, segundo Graebner, naquele ano, Sebastião Viana computava R$ 50 milhões investidos em viaturas, armamentos, equipamentos de proteção e tecnologias voltadas para o setor. O Acre investia, R$ 486 por habitante segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Além de recursos próprios, boa parte dos investimentos veio da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron) criada pelo governo federal para fortalecer as cidades fronteiriças brasileiras. E o Acre foi um dos grandes beneficiados, já que todo o estado é considerado zona de fronteira. O Estado sediou o 10º Encontro Nacional de Segurança Pública e o Encontro Nacional sobre Segurança na Fronteira.
Fim dos fóruns de políticas de prevenção e redução da violência; chegada definitiva das facções no Acre
Reeleito em segundo turno, no ano de 2014, com 51,29% dos votos, quase 200 mil habitantes davam a Sebastião Viana e a Frente Popular do Acre, uma nova chance de colocar o Acre nos trilhos do desenvolvimento. E no quesito segurança pública de dar um basta na escalada assustadora de violência que tomava conta dos centros urbanos, embora na propaganda oficial, o estado tivesse status de primeiro mundo.
A primeira medida nesse sentido, foi mudar o comando da segurança. Saia Ildor Reni Graebner e entrava Emylson Farias que deixava a pasta de Diretor de Polícia Civil (mais tarde transformada em secretaria) para Secretário de Segurança Pública do Estado.
Com a saída de Graebner, acabava a filosofia dos Fóruns de prevenção à violência. O experiente agente federal que chegou ao Acre com status de 007, deixou o estado acusado de implantar um sistema de espionagem, conhecido como Guardião, que segundo o deputado federal Major Rocha, “orientou agentes para a escuta de inimigos do governador Sebastião Viana”. Uma ação de investigação foi aberta pelo Ministério Público Estadual. O resultado nunca foi divulgado.
A linguagem de segurança pública deixou de ser harmoniosa. Ex e atual secretário divergiam nos diagnósticos dados para o aumento da violência. Enquanto o advogado catarinense creditava as altas taxas de homicídios ao desenvolvimento econômico, Farias, falava do aumento da população. O que ninguém reconhecia era a existência de facções criminosas, entre elas, uma genuinamente acreana, o Bonde dos 13, fundada, como o ac24horas já mostrou em reportagem exclusiva, em outubro de 2013.
A taxa de homicídio explodiu, saiu do equivalente ao conjunto das capitais do Brasil, 34 por 100 mil habitantes, para 62 por 100 mil. Em 2015, Rio Branco ficou entre as cinco capitais mais violentas do Brasil. Foram 218 homicídios.
Diferente do que se assistiu em gestões anteriores em que as taxas de violência aumentavam e eram contidas no ano seguinte, desde Graebner e Emylson Farias, a escalada da violência só aumentou. Em 2016, os números de homicídios dobraram. Mais de 361 pessoas morreram de forma violenta. O ano de 2017 foi o mais violento, registrou 467 mortes. Entre as vítimas, a grande maioria jovens, entre 15 e 35 anos.
“Disputa de territórios”, “guerra entre facções e o controle do tráfico de drogas”, “culpa do governo federal”. Emylson Farias mudou o discurso, enfincou a bandeira do Acre nos bairros, passou a culpar diretamente o presidente Michel Temer pelo aumento da violência. Com variação positiva de 65,6% no número de homicídios entre 2015 e 2016, e taxa de 44,2 por cada 100 mil habitantes, o atual secretário entra para a história como o pior de todos que passaram pela pasta na gestão petista.
Secretaria de Segurança Pública serve de trampolim político para ex-secretários de estado
Se Jorge Viana, combateu o crime organizado, reduziu as taxas de homicídios por cada 100 mil habitantes para índices aceitáveis, parece ter esquecido de ensinar ao irmão, Sebastião Viana, a fórmula certa de atuar no combate a violência.
O mais grave é que os secretários de segurança que passaram desde 1999 pelos mandatos de Jorge Viana e Binho Marques, com exceção de Salete Maia [in memoria], Ildo Graebner [que voltou para Santa Catarina] e Cassiano Marques, este último que optou pela iniciativa privada e hoje pilota balão de ar quente, os demais, todos estão na gestão.
Se observamos a trajetória pública, com exceções, a secretária de segurança pública do estado parece servir de trampolim político para eleger vereadores, deputados estaduais, federais e até a indicação de vice-governador, ou até servir para acomodar apadrinhados políticos.
Fernando Melo, que conseguiu reduzir as taxas de homicídios por cada 100 mil habitantes para os menores índices da história petista no Acre, atua em uma área totalmente diferente da segurança pública. Depois de passar uma chuva na oposição, voltou para a Frente Popular e foi nomeado subsecretário de agropecuária, cuidando de plantação de macaxeira em todo o estado. O ex-secretário foi eleito deputado estadual em 2002 e deputado federal em 2006.
Antônio Monteiro, que também teve uma experiência na gestão da segurança pública foi nomeado assessor especial, trabalha ao lado do governador, atuando, quando escalado, em negociações salariais com sindicatos de servidores públicos. Monteiro, que foi vereador de Rio Branco, chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por suposta fraude em licitação, mas foi inocentado.
Marcia Regina, uma das mulheres mais poderosas do governo, conhecida como Dama de Prata, atua na Casa Civil. Ficou nacionalmente conhecido após disparar mensagem de WhatsApp com ameaças a secretários e cargos comissionados do governo em março de 2016, na vinda ao Acre do ex-ministro Chefe da Casa Civil do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho. O caso foi investigado pelo Ministério Público Estadual e ganhou repercussão nacional.
O atual secretário Emylson Farias, bacharel em direito e pós-graduado em Segurança Pública, embora estatisticamente enfrente as piores taxas de homicídios foi premiado pelo governador Sebastião Viana como pré-candidato a vice, na chapa que será liderada pelo prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, na disputa pelo Palácio Rio Branco este ano.
Na mesma gestão, todos assistem de camarote a escalada da violência crescer em todo o Estado. Entre janeiro e fevereiro de 2018 mais de 70 homicídios já foram registrados. Um média de mais de uma pessoa executada por dia.
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Serial Killer: Criminoso de alta periculosidade que escapou do presídio Urso Branco, em Porto Velho, continua foragido
João Luiz da Silva Filho, condenado a 22 anos por homicídio, estava em regime de cela livre e fugiu durante trabalho externo; polícia pede ajuda da população.
João Luiz da Silva Filho, de 53 anos, criminoso de alta periculosidade, fugiu do presídio José Mário Alves, conhecido como Urso Branco, em Porto Velho (RO), nesta sexta-feira (28). Condenado a 22 anos de prisão por homicídio e com histórico de reincidência, João Luiz estava no sistema de cela livre e fugiu quando saiu do presídio Vale do Guaporé para trabalhar no Urso Branco.
As autoridades estão em alerta e pedem a colaboração da população para localizar o fugitivo. Quem tiver informações sobre o paradeiro de João Luiz deve entrar em contato imediatamente com a polícia pelos números 190 ou 197.
A fuga reforça a necessidade de medidas de segurança mais rígidas no sistema prisional, especialmente para criminosos considerados de alta periculosidade. A população deve redobrar a atenção e evitar qualquer contato com o fugitivo.
Fonte: EuIdeial
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STF, PF e CNJ não sabem quantos juízes são investigados por corrupção e venda de sentenças
R7 pediu dados via LAI para os três órgãos, mas nenhum deles respondeu às demandas com dados de investigados ou condenados
Uma operação da Polícia Federal deflagrada em novembro do ano passado dainvestigação sobre juízes, desembargadores e servidores de sete tribunais de Justiça estaduais ligados a esquemas de corrupção e venda de sentenças no Brasil acendeu o alerta sobre o monitoramento dos envolvidos e a falta de dados a respeito de participação de membros do Judiciário nessas práticas criminosas. Os inquéritos, até o momento, levaram ao afastamento provisório de pelo menos 16 desembargadores e sete juízes de primeira instância. No entanto, faltam dados para diagnosticar se os episódios são parte de um problema isolado ou se atingem outros tribunais e regiões do país.
O R7 realizou reiterados pedidos via Lei de Acesso à Informação para STF (Supremo Tribunal Federal), CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e Polícia Federal questionando se os órgãos têm informações sobre o número de magistrados investigados ou condenados por corrupção e venda de sentenças.
O STF, por exemplo, justificou que não tem os dados consolidados e enviou uma lista de 131 mil processos criminais públicos recebidos desde 2019 até o fim de 2024.
A PF disse que “as bases de dados não possuem tal informação sobre investigados/indiciados para consulta”. “Tal informação iria requerer consultar milhares de inquéritos individualmente para obtenção de tal informação, sendo assim inviável o fornecimento dos dados requeridos”, alegou.
O CNJ informou que tem padronizado todos os dados e informações compreendidas pelo processo judicial, “dessa forma, os assuntos cadastrados quando da distribuição dos procedimentos também são padronizados e têm por base as tabelas processuais unificadas”. Contudo, segundo a instituição, “atualmente, não há em referida tabela o assunto venda de sentenças ou algo relacionado como, por exemplo, corrupção e enriquecimento ilícito”.
De todo modo, o Conselho Nacional de Justiça enviou dados sobre as punições aplicadas a magistrados por alguma irregularidade de conduta. O levantamento aponta que 56% das punições envolvem aposentadoria compulsória, considerando o período de 2007 até o fim do ano passado.
Em 2024, por exemplo, o CNJ abriu 5.569 pedidos de providências na corregedoria, 1.734 reclamações disciplinares aos magistrados, 44 revisões disciplinares e 40 processos administrativos disciplinares.
Monitoramento
Em nota, o CNJ disse que mantém “rigoroso sistema de fiscalização e controle da atividade jurisdicional através de múltiplos mecanismos”. “A Corregedoria Nacional de Justiça realiza, sistematicamente, inspeções e correições para apurar o funcionamento dos serviços judiciais e auxiliares, das serventias e dos órgãos prestadores de serviços notariais, identificando eventuais irregularidades. O monitoramento é realizado de forma contínua para acompanhar o cumprimento das decisões proferidas e disponibiliza relatórios de conformidade no portal do CNJ”, afirmou.
O órgão destacou que exerce um controle funcional de magistrados dos cinco segmentos do Poder Judiciário brasileiro, com exceção do Supremo Tribunal Federal. “O Conselho também planeja, coordena e acompanha políticas judiciárias para aprimorar os serviços prestados pelos tribunais.”
O CNJ explicou que tem competência para investigar denúncias contra magistrados, realizando inspeções, correições e sindicâncias. “O Plenário do CNJ pode determinar, inclusive, o afastamento preventivo de magistrados durante a tramitação de processo disciplinar”, ressaltou a entidade.
“O CNJ prioriza o julgamento de processos relacionados a corrupção, improbidade administrativa e crimes contra a Administração Pública, bem como confere prioridade ao julgamento de ilícitos eleitorais. O CNJ monitora a atuação da magistratura por meio de diversas ferramentas, incluindo dados estatísticos sobre processos e outros indicadores. O Conselho também pode requisitar informações de autoridades fiscais, monetárias e outras autoridades competentes para esclarecer processos. Nos Processos Administrativos Disciplinares, após a fase de instrução, o relator apresenta relatório circunstanciado com proposta de penalidade, quando cabível. O relatório é submetido ao plenário, onde os conselheiros podem acompanhar a proposta do relator ou divergir, sugerindo penalidade diversa”, explicou.
Situação grave
Professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina, Luciano Da Ros pontua que “o fato de que há juízes alegadamente envolvidos em venda de sentenças é, obviamente, muito grave”.
“Mas, por outro lado, não se pode antecipar culpabilidade, e todos, inclusive os magistrados, gozam de presunção de inocência. Com isso, quero dizer que, apesar das medidas tomadas pela PF, que eu saiba ainda não há condenação em todos esses casos que possam ensejar juízo de culpa. Há que se esperar o andar dos processos, que é lento”, opinou.
O especialista disse que a maioria das punições mais severas gera aposentadorias compulsórias. “Isso ocorre porque juízes, protegidos por suas garantias de independência, somente podem ser efetivamente removidos do Poder Judiciário após serem condenados em processo criminal [e não administrativo] de forma definitiva”, detalha.
Sobre a sensação da sociedade de falta de punição aos juízes, que são aposentados após uma acusação grave, a advogada Mariana Madeira, também professora do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília e ex-assessora de ministro do STF, explicou que essa é a “forma mais severa e efetiva que o CNJ encontra para atribuir essa punição administrativamente, em razão da vitaliciedade, que é uma prerrogativa constitucional prevista para os juízes”.
“Na aposentadoria compulsória, os proventos são pagos de maneira proporcional ao tempo de serviço. Isso não impede, no entanto, que haja maior transparência na divulgação das infrações e punições administrativas como forma de reforçar a credibilidade e a confiança do jurisdicionado, até porque um dos princípios da atuação da administração pública é o da publicidade”, comentou.
Faltam dados
O professor Luciano Da Ros pontuou que é importante saber, caso a caso, quais magistrados, punidos no CNJ, eventualmente tiveram condenações criminais.
“Conheço poucos levantamentos dessa natureza, mas concordo que seria interessante, para fins de monitoramento, o CNJ manter uma base de dados pública e transparente que acompanhasse os desfechos dos processos criminais eventualmente decorrentes dos processos disciplinares”, sugeriu.
Sobre a venda de sentenças, o professor da UFSC reforçou que a situação é grave. “Mas lembro que juízes podem eventualmente ser corruptos de outras formas. Por exemplo, há várias funções administrativas que os tribunais desempenham [contratação de pessoal, construção de prédios, contratação de prestadores de serviço] que também podem estar sujeitas a problemas de magnitude semelhante”, alertou.
Para ele, é preciso mais transparência. “Mas a transparência, por um lado, requer que os dados sejam primeiramente coletados e registrados, algo que eu não sei se ocorre nesse particular, e que esses mesmos dados eventualmente públicos não firam a intimidade, a privacidade e mesmo a reputação, injustamente por vezes, dos acusados.”
Mensagem para a população
Para a professora Mariana Madeira, publicizar as sanções criminais eventualmente atribuídas a juízes corruptos também pode transmitir para a sociedade “a mensagem de que os crimes são rigorosamente punidos e, consequentemente, desestimula a prática de novas infrações penais”.
“Precisa haver um comprometimento de toda comunidade jurídica — advogados, defensores públicos, servidores, promotores — em denunciar irregularidades para que sejam seriamente apuradas, assim como qualquer cidadão que comete crime no país”, afirmou.
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Rolinhas do Coronel leva multidão no Carnaval de rua de Brasileia
Com as mais variadas fantasias, brilho e muita alegria o terceiro dia do carnaval de Brasileia começou na tarde deste domingo 02, com o desfile do tradicional bloco de carnaval da cidade as Rolinhas do Coronel.
Uma multidão de foliões, dos quais crianças e adultos nas principais ruas e avenidas, transformando Brasileia num grandioso palco de carnaval de rua.
Em cada fantasia a expressão cultural da tradição, diversão e da adversidade. Homens vestidos de mulheres e mulheres vestidas de homens em um encontro de gerações que reúne foliões de todo estado e da Bolívia também.
Centenas de pessoas assistiram das janelas, portas e calçadas a passagem dos bloco com a participação de milhares de pessoas.
O Prefeito Carlinhos do Pelado um dos fundadores do bloco as Rolinhas do Coronel participou da folia e falou sobre a importância do evento para a cidade.
” Estamos muito feliz com a realização do nosso carnaval que está superando nossas apostas com a varalorização da cultura e geração de renda. O bloco as Rolinhas do Coronel eu participei da fundação e hoje continuamos apoiando, para mim é um motivo de muita alegria que essa tradição está viva e fortalecida passando de geração em geração no nosso município,” afirmou o prefeito.
A festa carnavalesca continuou em ritmo de muita folia até às 3h da madrugada sob o som elétrico de Toinho Sacanagem e Maria Clara, Destaque ViP, Ferdiney Ryos e DJ Herbe Renan.
Bloco as Rolinhas do Coronel
Nasceu há mais de 35 anos, é assim denominado em homenagem ao saudoso Carlos César (in-memorian), a quem os amigos carinhosamente chamavam de “Coronel Baleia”, que junto com os filhos César (in-memorian), Sander, os sobrinhos Luciano, Jean, Anailton, outros familiares e amigos se vestiam de mulheres, maquiados pelas filhas Nazaré, Toia, as amigas Socorro, Janete, namoradas e esposas, para sairem no domingo da casa do “Coronel” para a praça. Ele na frente na sua conhecida CD tocando as músicas de carnaval mais conhecidas, animando o grupo.
Veja a programação do melhor Carnaval do Acre de Brasileia:
Domingo (02/03)
16h : Carnaval de Rua com o desfile do Bloco as Rolinhas do Coronel.
22 h às 3h da madrugada: Banda locais e DJ.
Segunda-feira (03/03)
16h: Matinê dos Idosos,
20h às 3h da madrugada: Bandas locais e DJ.
Terça-feira (04/03)
15h, matinê das crianças
20h às 3 horas: Duas bandas locais e DJ, lazer e gastronomia (todos os dias), a partir das 19h: barraca de bebidas eas 18 parque de diversões.
Bandas locais:
Banda Perfil
Destak vip, Toinho Sacanagem e Maria Clara, Roger Souza e banda.
Bandas regionais:
Álamo Kário
Arregaçaê
Vinicius Rodrigues
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